Disclaimer: Os personagens não me pertencem, infelizmente Draco Malfoy não existe e eu não lucro nada com isso.
Uma vez eu tinha um nome para reivindicar.
Havia uma cama bem centralizada naquele quarto que cheirava mofo e podridão. Era quase o único móvel presente, isso deixando muito espaço para os objetos que se mantinham espalhados com uma lógica irracional, tendo sentido apenas para o dono de cada uma daquelas coisas.
O colchão era semi-úmido o tempo todo e aquilo lhe conferia uma viscosidade ao mesclar-se com o suor e sangue do homem deitado desacordado sobre aquela superfície, aparentemente não se incomodava com aquele grosso aspecto salubre que suas vestes gastas e semi destruídas adquiriam.
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Alguns raios de sol incidiam teimosamente sobre seus olhos e qualquer tentativa de tampá-los com o antebraço se mostraria infrutífera, porque ele já estava desperto.
Ele abriu os olhos mostrando-se vencido pelo astro, e viu a janela aberta, praguejando por não ter se lembrado de fechá-la antes de se deitar.
Ele notou a poeira visível pela luz e se lembrou de sua infância quando se forçava, nas manhãs de sábado e domingo, a se levantar para tomar o café da manhã. Mas o mais engraçado é que ele não se lembrava muito da noite passada.
Virou-se de lado, deparou-se com garrafas alcoólicas vazias e notou a mancha no lençol encardido do que poderia ser parte do conteúdo das mesmas. Ele notou, subitamente, que estava com dor de cabeça e que seu estômago parecia ter vida própria naquele momento, querendo escapar de dentro de sua barriga a qualquer custo.
Começou então uma batalha interior. Ele estava decidindo se levantava e forçava todos aqueles enjôos e dores para conquistar uma certa dignidade matinal ou se saía pelo quarto à procura de bebidas para reanimar as coisas ou quem sabe, se tivesse sorte, algumas gramas daquilo que era sua perdição.
Trouxas espertos,ele pensou, a batalha estava vencida.
Cambaleando, ele levantou e deu um rodopio, segurando-se na guarda da cama para não cair. Tropeçando ele seguiu por cada espaço ali que pudesse abrigar suas deliciosas preciosidades, deparando-se por vezes com a decepção de não encontrar nada.
Quase certo de que a dignidade não tinha desistido da guerra e venceria aquela batalha, ele se virou para a janela, tirando a cortina em frangalhos para o que seria uma bela cidade em um belo dia à sua frente. Esgueirou-se no peitoril e sentiu uma rajada de vento fresco colidindo com seus cabelos sujos e desgrenhados.
Certo, então ele teria que ir se lavar e enfrentar as coisas como elas estavam. Mas ali, tão bem escondido que passara despercebido até por ele, havia um pacotinho com um conteúdo branco. Ele tinha que se congratular por ter sido tão esperto.
Ele tomou o pacote nas mãos com cuidado para que sua tremedeira não derrubasse o troféu de ouro que ele tinha acabado de conquistar. Aquilo era lindo, lindo demais.
Pegou um livro a alguns metros dele, escolhendo com cuidado o que tivesse a superfície mais lisa. Rasgou uma das folhas e a dobrou de modo que se formasse uma faixa mais rija de papel, que sustentasse o que iria fazer. Em seguida, abriu o pacote e enfiou o dedo indicador deixando-o se impregnar com a substância para que suas papilas gustativas comprovassem a pureza.
Três fileiras muito bem divididas, porque três era um bom número. Cada uma com a mesma espessura e o mesmo tamanho, e todas se distanciavam da mesma forma. Ele decidiu começar pela da esquerda, porque era um bom lado.
Aproximou sua narina da superfície apoiada na cama e inspirou a substância, erguendo a cabeça e mantendo-a elevada ao que coçava seu nariz. Fez isso, após dois minutos, com a fileira do meio e repetiu com a terceira e última fileira.
Tragou toda a droga a sentindo tomar seus sentidos, seu cérebro se curvando ao que ela empunha a todo o seu corpo. Ele sorriu ao se escorar em uma das pernas de madeira da cama, mas não sabia exatamente o porquê.
Viu uma garrafa que continha um gole de bebida e o tomou tão rápido quanto supunha ser o aceitável. Ele quase não sentiu o amargo descendo por sua garganta numa espécie de torpor ácido.
Aquilo era o suficiente para fazê-lo viver num mundo alternativo, por enquanto. Sem rever o passado. Sem pensar no presente. Sem concretizar o futuro.
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- Você disse que se cuidaria, estou profundamente decepcionada.
- Bem vinda ao clube, Ginevra. – ele escorava sua cabeça sobre a mesa.
- Eu te vi durante anos mantendo uma pose tão aristocrata, onde é que ela foi parar?
- Devo ter inalado junto com as drogas de ontem. – ele riu-se divertido.
Houve um momento onde Gina pensou em subir na mesa e apertar confortavelmente seus dedos ao redor do pescoço de Draco. Confortável para ela, claro, porque lhe dava prazer a possibilidade de fazê-lo acordar para a vida.
- Que tipo de idiota é você? – indagou debilmente.
- Do tipo viciado, eu diria. – ele levantou os olhos para ela, mas não achou que ela estava se divertido. – Isso tudo vai passar, você sabe.
- Eu não sei de nada, Draco, eu queria saber. – a ruiva buscou a mão do garoto e apertou-a firmemente com seus dedos. – Por favor, meu querido, me deixe entrar em sua vida de novo.
- Não. – isso soou mais seco do que ele poderia querer. – Não posso deixar.
- Você já se olhou no espelho, Malfoy? Você já deu uma olhada na merda de lugar que está vivendo? Por Merlin, você parece cada vez mais cadavérico.
- Aposto como ainda estou charmoso.
- Eu me recuso a te ver desse estado, me dói. – Gina se levantou pegando seus pertences. – Espero que fique bem.
- Onde vai? – aflição em sua mente transbordando para sua voz.
- Saindo de vez de sua vida, é o que tem me implorado.
Ela saiu sem lhe lançar um último olhar, sem sorrir afetuosamente, sem beijar-lhe os lábios e dizer até logo. Ela não queria que ele a visse chorando mais uma vez, porque ela prometeu que não choraria mais.
Estava frio em Londres e naquele dia tudo parecia cinza e embaçado. Ela viu que uma tempestade se aproximava. Aquele céu nebuloso só trouxe a imagem dos olhos desfocados de Malfoy e sua pupila incrivelmente dilatada.
Dedos finos e frios prenderam-se em seu braço a parando abruptamente. Era Draco pedindo perdão e prometendo que não seria um idiota por hora. Ela diria tudo bem e então ele veria seus olhos vermelhos e a laçaria em um abraço que a tiraria o fôlego.
- Venha comigo.
Ele aparatou e ela se deixou conduzir como se aquilo fosse uma dança. Ela não sabia que ele tinha parado de usar magia e que aquela era uma exceção que ele estava abrindo para ela.
Pararam frente a um prédio velho e malcuidado. Faltava vidro em algumas janelas e a pintura estava descascada. Até o último andar tinha pichações grosseiras e tudo parecia prestes a desabar.
Draco pegou uma chave no bolso e abriu a porta que dava para o hall principal. Gina sentiu um forte cheiro de urina em cada canto e aquilo se tornou mais forte quando chegaram às escadas, mas misturado ao cheiro de fezes era ainda pior. Havia ratos e baratas andando tranquilamente ali, e eles não pareciam se importar com a presença humana.
- Pronta para conhecer o meu palácio? – ele abriu a porta onde estava estampado o número oito, deixou que ela entrasse na frente. – Bem vinda ao meu lar.
A completa incredulidade se apoderou de Gina ao observar o espantoso quarto que Draco chamava de lar. O cheiro a estava deixando levemente tonta e ela precisava com urgência de ar puro para começar a discernir entre as loucuras e provocações que levavam o outro a morar num lugar como aquele e não em sua peculiar mansão.
- Draco... – foi o que conseguiu dizer com muito esforço para que sua voz não passasse de um sussurro.
- Eu sei, ainda estou redecorando, sabe? Um estilo clássico. – ele brincou, conduzindo-a agora a entrar. – Mas sei que não é um lugar digno de sua presença. – ele suspirou.
- Você não pode viver num lugar assim, não pode. – ela revigorou sua voz.
- Por que não? – Draco se jogou na cama, as molas gemeram pelo peso e alguns insetos saíram devido ao desconforto que o garoto lhes causava. – Bem, eu tenho companhia o tempo todo. - com um aceno de varinha Gina transfigurou o colchão o tornando novo e macio, fofo e aconchegante. Draco fez uma careta. – Você acaba de tirar o teto de várias criaturas, como se sente com isso?
- Você insiste em viver nisso? – ele fez que sim com a cabeça. – Vai recusar mais um convite de morar comigo? – ele novamente afirmou. – Ótimo, vou tornar isso aqui um pouco mais apresentável, levante-se.
No rosto de Draco estava imprimida uma indignação infundada. Ele admirava que a ruiva fizesse aquilo para cuidar dele, mas ele sabia o motivo de manter tudo daquela forma e pra ele, sobretudo, fazia sentido ser assim. Ele pensou, ainda, que devia dificultar as coisas para que ela fosse embora com raiva e desistisse, mas ela não se deixaria vencer porque ela era muito obstinada.
Ele se levantou relutantemente, parando frente à janela para observá-la ali, parada com a varinha empunhada.
Pequenos e delicados gestos faziam voltas no ar e Gina murmurava quase cantando feitiços que faziam com que a tudo a sua volta se transformasse novamente no que um dia fora. A madeira da cama agora reluzia como se tivesse acabado de ser lustrada e ainda mostrava sua força e vigor das fibras que a produziam. Os tecidos que ocupavam qualquer parte ali foram recuperados também, sem marca alguma de traça.
- O que é aquela madeira ao canto? – ela se virou para Draco, saindo de sua concentração. – Bem, vamos descobrir agora. – com mais um aceno e um murmúrio surgiu ali um guarda-roupa. – Draco, Draco, você podia ser menos idiota só pra sair da rotina. – finalmente ela pendurou o espelho na parte de dentro do móvel.
- Gina, você está destruindo o meu lar. – o loiro se estirou no chão como se estivesse com dor nas entranhas e ela riu disso mesmo revirando os olhos. – Todos os meus pequenos e queridos insetos despejados de suas casas como se não fossem importantes.
- Corta essa, Malfoy. – ela o puxou para que se levantasse. – Ainda não acabei e logo trataremos de você. – a ruiva fechou os olhos e logo alguns moveis adornaram o vazio que o quarto estava imerso.
Uma mesa de estudos e duas mesinhas de cabeceira que foram conjurados por Gina num complicado balanço da varinha no ar. Ela abriu os olhos e começou a organizar os objetos do rapaz dentro dos móveis e logo tudo estava em perfeita ordem. Habitável.
Ela saiu de vista deixando Draco com o queixo caído e entrou no que seria o banheiro. Fez alguns feitiços de limpeza e tudo parecia reluzente e novo, e Gina ficou feliz porque o cheiro podre não estava mais presente. Ela voltou toda sorridente para encontrar Malfoy fitando-a sem expressão.
- O que você fez? – ele suspirou resignado.
- Não adianta começar com isso, Draco, eu não vou dar ouvidos. – a ruiva se sentou ao lado dele, pegando suas mãos e entrelaçando-as. – Eu sei porque está fazendo isso consigo mesmo e me dói te ver assim. – ela estava à beira das lágrimas.
- Gina...
Ele começou, mas ela o interrompeu. Porque ela sabia o que ele diria, já havia presenciado tal discurso tantas vezes que podia declamá-lo com total facilidade.
Gina via Draco Malfoy apagar-se do mundo e se tornar tão cinzento quanto seus olhos tinham a confiança de ser; tão entregue ao destino que empregava a si mesmo; tão absorto numa dor desmedida. Aquilo que ela via diante de si não era ele, não o verdadeiro.
A garota pegou as mãos de Draco entre as suas com mais força, passou a fitar os dedos finos e pálidos do garoto. Levou-os até seus lábios e beijou cuidadosamente cada falange até a ponta dos dedos. Feito isso, deslizou com a ponta das unhas pelas costas de uma de suas mãos e por seu antebraço, apertou o músculo e fixou com um aperto gentil o ombro do loiro.
Draco, por sua vez, seguia suplicante o caminho que Gina teimava em fazer por seu corpo. Ela bem sabia, como ele reafirmava a cada encontro, que ele não era honrado de seu toque puro e casto e que aquilo não deveria se repetir. Mas ele queria tanto aquilo, tanto tê-la em sua presença que fechou os olhos em deleite, esquecendo-se do que vinha em sua mente com insistência remota.
- Gina... – sua voz repetiu roca e arrastada aquele nome que não saía de qualquer parte de seu corpo, que dirá da mente. – Eu não posso. – sua voz soou firme e fria enquanto ele se afastava da ruiva, indo até a janela.
- Você é um idiota, você é um imbecil completo e eu absolutamente odeio você. – ela se ergueu num sobressalto, observando os músculos das costas de Draco se tencionarem mais a cada palavra que ela proferia amargamente. – Você não entende. – e agora ela estava chorando, limpou as bochechas salpicadas de sardas e então deixou que seu rosto de manchassem com as gotículas que rolavam à solta. – Não adianta Draco, o que está feito não tem volta.
- Isso não vai desfazer meu ato ou diminuir a minha culpa. – ele admitiu sem vida na voz e suspirou resignado. – Há conseqüências para qualquer ação.
- E você já arcou com as suas, pelo que me lembro. – seu rosto estava tão rubro quanto o pôr do sol horas atrás. – Não acho que Azkaban seja um bom lugar para férias, se quer saber. – estava respirando com dificuldade.
- Aquilo foi demais até mesmo para mim, Ginevra.
A menção de seu nome a fez sentir o sangue fervilhando em suas veias. Tal ato só a fazia querer ir mais fundo naquilo. Draco Malfoy deveria saber que provocá-la só serviria para incitar a continuar.
Sem se dar conta ela estava às costas de Draco, os braços circundando o tronco tão levemente que mal parecia tocá-lo. Ele suspirou pesadamente pensando o quanto aquela ruiva era difícil e quase sorriu com isso.
As mãos da garota passavam espalmadas pelo tórax magro dele com delicadeza e cuidado e tudo que Draco queria fazer era deitar sua cabeça no ombro dela e cheirar seu cabelo com cheiro de morangos silvestres. Em meio àquele pensamento ele percebeu que as mãos de Gina desciam perigosamente ao cós de sua calça, avermelhou-se.
- Gina, não! – ele se afastou bruscamente, a fúria queimando suas feições. – Você não percebe? Eu sou nocivo.
Ela fechou os olhos como que parar digerir aquele momento. O amargo daquela rejeição tecia em seu rosto uma expressão contorcida. Aturdida, ela não sabia o que pensar. Tentou se separar, mas foi inútil, suas pernas lhe traíram cessando os movimentos necessário.
O rubro de seus cabelos se estendiam pelas bochechas salientes e até seus olhos experimentavam uma ardência incomoda por diversos sentidos. Seu nariz coçou e aquele era um péssimo sinal. Ela seria forte e não choraria de novo, não na frente dele.
Os sentidos de Draco estavam atentos mesmo que ele parecesse absorto em um ponto invisível à sua frente. Ele sabia com perfeição o que Ginevra estava pensando ou sentindo porque a dor dela é a sua dor.
De esguelha arriscou olhá-la só para que uma fisgada em seu peito chegasse ao ápice de lhe custar a racionalidade restante. Ele queria mandar tudo para os infernos e abraçar Gina como se assim metade de sua culpa pudesse ir embora.
Ele deixou que ela por fim se direcionasse para onde sua bolsa estava, ela fez isso tão lentamente que parecia tentar dar a ele uma chance de impedi-la. Ele pensou, rapidamente, em detê-la, tomá-la para si, mas um longo suspiro fez com que a idéia lhe escapasse da mente.
Draco Malfoy se viu sozinho naquele novo e estranho quarto. Parecia não mais saber o que era viver num lugar limpo e com o ar tão fresco. Seus pulmões lançavam reclamações insistentes ao seu cérebro que respondia com total desinteresse.
- Por favor, fique mais um pouco. – as palavras ditas tão baixo que Gina teve que fazer um esforço para ouvi-las. – Eu não... não quero ficar sozinho esta noite.
- Meus esforços são inúteis para fazer você entender que não precisa ficar sozinho esta noite. – sua mão apertava insegura a maçaneta. – Eles são inúteis para fazer você entender que nunca precisou ficar sozinho em momento algum porque eu sempre estive com você.
- As coisas não são assim tão fáceis. – a ruiva ouviu as molas gemerem mais gentilmente dessa vez.
- As coisas são exatamente assim, fáceis como uma respiração. – revirou os olhos, incrédula com a mudança de humor do loiro. – Eu preciso de você comigo e andei precisando nos últimos doze anos, Malfoy. Eu preciso de você tanto quando seu filho precisa de você.
- Ele está melhor sem mim, Ginevra. – tais palavras ditas da boca para fora. – Ele será um grande homem, coisa que nunca consegui ser.
Ela se adiantou até ele e puxou seu rosto para cima. Seus olhos cor de canela pareciam capazes de ferver o cinza-azulado e até mesmo hipnotizá-lo porque ele não conseguia parar de fitá-lo.
A pequena mão de Gina ia em direção ao rosto de Draco uma com velocidade incomensurável, ele mal pôde decidir se reagiria àquilo porque na verdade quando se deu conta o forte impacto o atingiu.
- Isso é para que você acorde desse pesadelo que resolveu viver. - a marca dos dedos dela ardendo em sua face. – E isso é para que acorde para o sonho que se nega a viver. – ela colou seus lábios aos dele sem se importar com o protesto mudo que ele fazia.
Com o peso de seu corpo o fez deitar por debaixo de si tomando o cuidado de não separar o beijo. Ele se rendeu e levou os braços às costas de Gina, acariciando sua pele com os dedos trêmulos. Ela, por sua vez, acariciava a bochecha que acabara de atingir num pedido sutil de desculpa, mas Draco nem se lembrava daquilo porque o calor de seus corpos muito juntos o fazia ter dificuldade de pensar racionalmente.
O beijo se tornou intenso à medida que a língua de Draco explorava a boca de Gina, demonstrando a falta de tato e a imensa saudade de gestos como aquele. As unhas da garota percorriam incertas pelo peito dele, arranhando aqui ou acariciando ali.
Os corações de ambos ritmando num compasso engraçado, um soando em resposta ao outro. As mãos de Draco agarraram a nuca de Gina a forçando contra si e ela só podia aperta-se contra o peito de dele com mais força.
O loiro tomou o controle e deixou Gina confortável abaixo de si. Deslizou os lábios pela linha maxilar e finalmente pelo pescoço, sugando a garganta da ruiva como se precisasse marcá-la.
Ela ofegava e seu peito arfava inutilmente enquanto ela tinha como meta se desfazer da camisa que tanto a atrapalhava. Sua tarefa se mostrou fácil quando Draco a ajudou com um sorriso no rosto e ela pôde ver um novo – ou o antigo – brilho em seus olhos. Uma nova excitação tomava conta de ambos e o ar parecia morno naquele dia frio.
Um a um dos botões da blusa de Gina eram desfeitos e logo a abandonara. Ela sentiu os beijos cálidos em sua clavícula e ombro e fechou os olhos instintivamente à medida que os lábios roçavam por seu colo, dessa forma ele pode sentir o cheiro de seu cabelo que ali roçavam o inebriando.
Draco se livrava então de seu sutiã e sugava o vão entre os seios da garota. Sentiu o corpo dela estremecer e o pêlo eriçar e aquilo lhe deu mais vontade dela. Os mamilos rijos lhe pareciam convidativos, se pôs a beijá-los e a sugá-los com pouco cuidado. Mordiscava um enquanto massageava o outro e lambia com avidez o outro enquanto apertava um.
Aquela lentidão de toques era uma tortura sôfrega e Gina se perdia no momento, querendo mais e querendo tudo dele em si. As mãos dela se perdiam entre os cabelos crescidos dele, puxando-os por vezes. De seus lábios, grunhidos escapavam com tanta facilidade quanto ele tinha de deixá-la extasiada.
Ela tateou a barriga do loiro à procura do cós da calça e quando o achou desceu o zíper com rapidez antes que fosse detida. O gesto não passou despercebido por ele que riu contra sua pele, arrepiando-a com seu hálito quente. Ele desceu sua própria calça deixando sua proeminente ereção à mostra e Gina esqueceu como se respirava por alguns segundos.
Draco roubou-lhe um beijo breve que a deixou querendo mais e foi com total presteza em direção a barriga da ruiva. Roçou a ponta de seu nariz ao redor do umbigo diversas vezes e tirava o que restara da roupa da garota. Beijos ternos eram distribuídos pela virilha até a parte interna da coxa de Gina e fungou entre um gemido.
A ruiva o puxou para si embalando-o num beijo avassalador. Ele a pegou no colo e ela passou suas pernas ao redor da cintura como forma de se mesclar a ele. Como se lendo sua mente ele penetrou-a de uma vez só tomado por toda a urgência e vontade de possuí-la.
Os quadris ondulando um na direção do outro e ambos de completando num encaixe moldado tempos antes. Ele beijava-a atrás da orelha e mordia o lóbulo da orelha e ela arranhava-lhe as costas e beijava-lhe o pescoço entre chupões fortes demais.
O barulho de fora parecia sem sentido e inaudível porque eles estavam prestando atenção aos sons que preferiam. Eles nem notaram que a tempestade saía sem dó porque depois de tanta negação ele permitiu que ela fosse novamente sua.
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Os pingos se tornaram mais grossos e mais fortes, como se o tempo e o céu exigissem atenção. Pois eles teriam, porque Gina e Draco estavam debruçados um de frente ao outro se olhando com completa admiração.
Ele tinha uma mão na cintura dela. Ela tinha uma mão entre os cabelos dele. Ambos firmando aquele contato porque o medo de se separarem de novo era eminente. Porque tudo que podiam querer é manter o toque o carinho que se dispunha a fazer.
- Como ele está? – a voz de Draco nunca pareceu tão vivo aos ouvidos de Gina.
- Quem, Scorpius? – ela sorriu docemente. – Ele está animado para ir à Hogwarts e ele sente muito a sua falta. Pergunta sobre você o tempo todo. Você recebeu as cartas? Ele espera respostas.
- Eu tenho medo, Gina, eu sou...
- Nocivo, um mostro, a podridão do mundo e o pior ser existente. – ela selou os lábios do outro. – Eu sei disso tudo, já ouvi tantas vezes, mas nosso filho nunca pensou nisso e nem eu. O que falta para você viver feliz é se perdoar, Malfoy.
Ele tomou o dedo dela e viu a aliança dourada brilhando em meio ao escuro do quarto. Tirou-a tão rápido que ela mal percebeu e leu ali seu nome, Draco Malfoy.
- O que falta é você me perdoar, Ginevra Malfoy.
Ele suspirou e fechou os olhos, fechando seus braços ao redor dela num abraço que impossibilitaria sua fuga. Ela fechou os olhos também, o sentido puxar as cobertas para protegê-la do vento frio.
E assim adormeceram, sem pensar, só sentir.
E assim adormeceram juntos.
N.A.: Saiu à duras penas, mas saiu. Sou uma perva e não consigo fazer fic sem NC, grrr.
