N/A: Depois de anos longe de fanfictions, 2010 me trouxe de volta a esse site maravilhoso ^^ Gostaria que essa volta fosse com uma atualização de Luz em meio às Sombras, mas, infelizmente, meu cérebro tem se recusado a funcionar naquela frequência... Bom, um dia quero terminar aquela fic, anyway. Também gostaria de poder dizer que voltei com inspiração total e com uma long-shot, mas a verdade é que faz séculos que eu não leio nada sobre X-Men e também não tive grandes idéias.

Acontece que, subitamente, palavras brotaram na minha cabeça e eu não tive paz enquanto não as escrevi (digitei, no caso). Não é nenhuma obra-prima, mas, tendo em mente que não há muitas fanfics de X-Men Evo em português, achei que seria interessante postar essa One-Shot.

Enfim, vamos ao que interessa...


Ordem e Caos

Gritos. Delírios. Sussurros. Desespero. Medo. Dúvidas. Pessimismo. Morte. Suicídio. Stress. Amor. Ódio. Paixão. Confusão.

A cabeça de Jean Grey enfrentava um turbilhão de pensamentos. A sensação de conhecer o mundo todo sem realmente compreendê-lo era devastadora. Sofrer com problemas que não lhe pertencem, chorar por uma dor alheia, saber os segredos mais íntimos das pessoas sem realmente querer... Algo que apenas um telepata já sentiu.

Não era para acontecer... não deveria. Seu cérebro já não conseguia mais diferenciar o que era seu e o que não era. Como se todo o calor de seu corpo estivesse concentrado em seu crânio, Jean não obteve a concentração necessária para fugir daquela tempestade psíquica.

O chão desapareceu sob seus pés. Não havia gravidade, ela não sabia mais o que era cima e o que era baixo. Escuridão. Frio. Não havia mais oxigênio para mantê-la viva, mas sua cabeça continuava a flamejar.

Um grito jamais a faria perder o controle. A poluição sonora nunca lhe foi motivo para stress. O caos telepático, no entanto, era mais profundo, quebrava a mais resistente das barreiras emocionais, deixando-a perdida. Jean estava perdida no espaço gélido, sem saber como voltar.

Mesmo tão distante de tudo, a grande transferência de pensamentos não cessou. Ela pôde sentir seu corpo se contorcer, seu estômago embrulhar, seu coração atravessar os limites humanos e seus lábios se moverem sem emitir som. Sua força física se esvaiu e os ataques internos aumentaram, consumindo sua sanidade.

Dor.

Um grito agonizante não pôde ser contido. Não uma manifestação sonora, mas mental. Então, silêncio.

JEAN! A voz de Scott ecoou pelo elo telepático.

A dor parou.

Rapidamente, o caos deu lugar à ordem, o oxigênio voltou, Jean estava em casa. Ela pôde sentir sua cama novamente, a turbulência desapareceu.

De olhos fechados, Jean percebeu o calor humano presente. Alguém a abraçou e encostou a testa na sua. Não, não um simples alguém... Tratava-se da pessoa que amenizava suas dores, que era capaz de passar-lhe calma, organizar seus pensamentos, trazer-lhe vida. Scott Summers definitivamente não era um simples alguém.

-Scott...

-Shh... Calma, eu estou aqui – ele apertou o abraço e sussurrou em seu ouvido. – Sempre estarei.

Agora tudo estava bem, seu mundo estava em paz.