Era uma tarde fria. A vista que ele tinha da rua era calma. Ninguém na rua, mas o mar estava turbulento. Ele fechou os olhos e riu consigo mesmo. A segurança da fuga furtiva era reconfortante. Mesmo assim, era perturbadora.
Tudo fora deixado para trás. As coisas haviam sido mudadas de perspectiva. As 39 pistas realmente poderiam acabar com a vida de uma pessoa. De uma família. Não somente a 'família Cahill', mas os laços menores. Independente de quem você se trata.
Agora, as coisas que se poderia abrir mão facilmente, se tornaram saudade.
Algum tempo atrás, ele se irritava com jogos de polo e contas imensas em lojas de grife. Com sua doce esposa reclamando da incompetência dos empregados, da futilidade das mulheres da elite ou que ele estava borrando sua maquiagem de duas horas. De que aquele vestido estava desbotando, de que havia um grão de poeira no chão. De que odiava seu aniversário, dizendo que não se comemora quando se fica um ano mais perto da velhice e da morte. Era irônico que ele adorasse isso. Mesmo que discutissem, o sarcasmo no tom da sua voz era capaz de tirar a expressão séria dele.
Como Oberon e Titânia. O rei e a rainha de algo que se escondia nas sombras.
Mesmo que ela achasse que olhar fotos antigas fizessem ela parecer velha, ele gostava de lembrar do passado. De Oxford e o que acontecera naquela época. O que acontecera depois.
Ele encarou suas mãos. Ali estava ela. A prova de uma união, de um casamento. Uma aliança dourada. Ela havia escurecido um pouco com o tempo, mas ainda brilhava.
Em sua cabeça, lhe veio uma imagem. Ele a abraçava pelas costas. Mão direita na mão direita, mão esquerda na mão esquerda. Os dois sempre aparentavam ser rudes e sérios, mas não era bem assim. Os dois passaram por muita coisa. Turbulências, crises, rivalidades. Não fora fácil. Não é fácil.
Os dois se encontravam em hemisférios diferentes. Ela não tinha como sair de onde estava, e ele ariscaria sua segurança. Mas uma coisa passou por sua mente. O tempo em que as coisas era mais simples. Que os dois corriam da polícia por 'encrencas'. Passa-tempos. Como quando colocaram sapos na piscina na universidade ou quando a professora de sociologia adormeceu por quase dois dias com o veneno no café. Ao passar do tempo, as 'traquinagens' evoluíram. E o relacionamento dos dois também. Ao lembrar disso, um peso caiu nas mãos dele.
Ele sentia saudade de como era sua vida antes de tudo isso. De seus filhos incomodando a volta deles com coisas estúpidas ou a sua esposa gritando com o mordomo e o levando quase a depressão.
Ele não iria passar o resto da vida escondido. Era hora de voltar. A polícia estaria atrás dele na América ou no Reino Unido.
Os planos mudaram. Ele venderia a casa e voltaria. Sua alegria estava em outro lugar, ameaçando pessoas e provavelmente destruindo a vida alheia.
Porque 'felicidade não é felicidade sem um bode tocando violino'.
Sério mesmo? Você terminou de ler essa coisa? OMG obrigada.
Na boa. Eu tava aqui e tals e decidi escrever alguma coisa nova \o/
Antes que falem, a citação 'felicidade [...] tocando violino' é do filme Um Lugar Chamado Nothing Hill e Oberon e Titânia são personagens de Sonho de Uma Noite de Verão [AMO ESSA HISTÓRIA, AMO OS DOIS].
Será que vocês sabem quem é o personagem? Véi, eu deixei pistas muito óbvias. Por isso que eu acho que a maioria não terminou de ler. Achou que eu devia tá dorgada '-'
Bom, eu espero que tenham gostado e que DEIXEM REVIEWS. AGORA.
PS.: EU ODEIO HOPE/VIKRAM E ARTHUR/ISABEL. SE MATA SE ACHOU QUE ESSA FIC É DE ALGUM DESSES DOIS SHIPS. NA BOA.
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