Disclaimer: Esta história não possui fins lucrativos e seus direitos autorais pertencem a Stephenie Meyer e possíveis associados de Meyer. Não pretendo roubar seus direitos de publicação de Midnight Sun, tratando-se apenas de minha visão dos fatos.
N/A: Bom, é isso gente. A Muffim pirou total, de vez. Eu realmente entrei de cabeça nesse projeto maluco, megalomaníaco, audacioso, e, acima de tudo, pretencioso, que me assaltou na noite da véspera de Natal. Eu quero fazer a continuação de Midnigt Sun, exatamente do ponto onde e Tia Steph parou. Portanto, eu aconselharia que, para ler essa fic, vocês leiam Twilight (Crepúsculo), New Moon (Lua Nova), Eclipse (Eclipse) e Breaking Dawn (Amanhecer), e os 12 capítulos incompletos de Midnight Sun (Sol da Meia-noite).
Se vocês não querem ler NM, Eclipse e BD, tudo bem. Em Midnight Sun (tanto o original da Stephenie, quando minha continuação) Tia Muffim jura que não vão haver spoilers de nada a não ser Twilight nessa fic. Se for acontecer, eu aviso com antecedênca, mas é improvável.
A fic começa logo que Tia Steph nos abandona. O trecho em itálico é um parte escrita em MS pela Steph. Em seguida, começa minha prepotência natalina! Esses capítulos são muito longos, o dobro do que eu estou acostumada, então acho que o próximo só semana que vem.
Espero que gostem. Eu fiz com muito carinho.
Capítulo 12: Complicações
(...) Eu me sentia como se estivesse sempre correndo na direção de Bella, ou correndo para fugir dela, nunca ficando no lugar. Eu teria que encontrar uma maneira de manter meu chão, se nós fôssemos ter algum dia um pouco de paz.
Fui assaltado pelo velho pensamento de que eu não era adequado para ela. Alguém humano não precisaria ter resistido àquela eletricidade. Alguém humano nunca faria mal a ela.
A vontade avassaladora de retornar ao meu antigo eu, mais do que todas as coisas, voltou com a mesma intensidade. Eu quase podia sentir meu corpo vibrar com a vontade que o percorria. Mas eu sabia que não havia volta. A razão estava do meu lado.
Se eu ao menos tivesse uma alma ainda, pensei amargo, talvez houvesse alguma barganha possível. Era um sentimento contraditório, querer ser humano, mesmo sabendo que sem a imortalidade vampira nunca teria conhecido Bella.
A mera idéia de nunca ter sentido seu cheiro, de nunca ter tido a chance de mergulhar em seus olhos chocolate, de nunca ter sentido seu calor, me era tão dolorosa que por um momento afastou o desejo de humanidade.
Tentei sair daquela seqüência de pensamentos infelizes quando me aproximei de casa. Esme, assim como os outros, tinha o direito de um pouco de paz em relação a seu filho problemático; claro, porque um vampiro apaixonado por uma criatura tão frágil como Bella só podia ser definido como problemático.
Talvez devesse tocar um pouco, planejei enquanto manobrava o carro, antes de voltar ao meu posto na velha cadeira de balanço.
Não tive tempo suficiente de paz; Alice surgiu correndo na garagem, pensando com uma intensidade quase gritante. E eu havia conseguido superar aquelas visões tortuosas da hora do almoço há tão pouco tempo.
Edward, fica mais claro a cada segundo! Quanto mais você se decide… ela não precisou continuar, pois eu havia entendido o recado quando ela pensou em sua visão. A diferença entre antes e agora era óbvia.
O arco-íris por seu rosto era mais nítido, eu poderia ver todas as cores com perfeição. O chocolate misterioso de seus olhos parecia quase real. A maciez de sua pele, seda sobre vidro, era quase tocável. Minha mão formigou brevemente.
Então Alice trocou a visão. A paisagem antes pacífica agora era o inferno conjurado dentro de minha própria mente. Bella em meus braços, branca…
A dor da visão foi tão forte, tão nítida dessa vez que as chaves em minha mão se transformaram em massa de modelar. Em algum canto longínquo de mim, agradeci por não estar perto de nada que pudesse ter um dano mais permanente.
Mas não era importante. Porque Bella era o que havia de mais importante em toda minha existência, passada ou futura, em todo o mundo. Ela era o meu mundo.
Mergulhado nas águas turbulentas da dor, eu vacilei. Talvez devesse acompanhá-la para Seattle, e só isso. Chamar Angela, talvez. Uma testemunha.
Meu vacilo tornou as visões de Alice confusas, pude ver o céu se misturando com a os bosques, o brilho colorido refletido em Bella se apagando… Então a outra visão, meu inferno, minha tortura, também se misturou, se tornou confusa.
Inspirei fundo, minimamente aliviado pela nova direção das visões. Foi um erro. O cheiro doce de Bella continuava presente no carro. A vontade de estar com ela, aquilo que ia se tornando instinto tão profundo quanto a sede, vibrou em mim. A necessidade de ouvir seu coração, de sentir seu calor… Aquilo superou a dor por outro momento.
E as visões voltaram a sua nitidez novamente. Poderia ser um filme, e eu não saberia a diferença. A pressão sobre meu peito intensificou-se, o ar me faltou. Eu estava enlouquecendo assim.
Edward, você tem que se decidir! Eu não posso ver o futuro assim!, Alice reclamou, aflita.
Não, ela nunca poderia sentir nem um pouco da dor que eu sentia agora. Ela não amava Bella da maneira que eu amava. Ninguém poderia.
Jogando a pequena esfera de metal no chão do carro, abri a porta e saí. Encarei Alice durante meio segundo. Eu queria que ela entendesse meu pedido mudo para parar com aquilo.
Queria que ela visse a dor nos meus olhos. Eu nunca poderia decidir com as visões de Alice ameaçando cair sobre mim, me afogar…
Eu a amo, também. Lembre-se disso.
Então eu corri para longe, fugindo das visões daquele futuro que eu não sabia se podia evitar. Uma fração de segundo antes de pular o rio, pude ouvir a preocupação de Esme em seus pensamentos, a desaprovação de Emmet, a melancolia de Alice, a raiva de Rosalie, a indiferença de Jasper… como se ele soubesse mais do que Alice que não faria diferença; tudo acabaria do mesmo jeito.
Aquele pensamento causou outra onda forte de angústia. Eu me afoguei naquela agonia sem pensar. Eu deliberadamente me deixei sofrer, enquanto a floresta passava voando debaixo de meus pés. Sofrer sem pensar parecia ser mais fácil que pensar.
Parei quando cheguei ao limite da floresta, quase em Seattle. Deixei meu corpo escorregar por uma árvore. E lá fiquei, sem forças para me mover.
Estava cansado. Exausto. Eu queria poder dormir, queria poder fechar os olhos e me entregar à magia de Orfeu. Queria poder tomar um calmante que fizesse diferença em meus nervos de aço.
Eu havia me levado para quase um colapso nervoso, percebi. Não sei se isso existe para vampiros, mas talvez eu fosse descobrir dentro de pouco se não acabasse com aquilo.
No início, era só eu, observando as pessoas se arriscarem em cordas bambas, mas sempre seguro dentro de meu coração gelado. Então, ela chegou, e me jogou na corda sem que eu tivesse direito de voltar para minha segurança.
E a música começou, me levando a uma coreografia complicada. Mas era só eu, ainda. Era só eu, tentando mantê-la longe da corda, manter a todos em segurança. O balé me levara a exaustão. Eu não poderia continuar dançando sozinho sem cair. Não aquela coreografia.
Ela chegou novamente e me segurou na corda. Mas a dança sempre era mais forte. Eu era obrigado a segurá-la quando ela precisasse de mim em sua própria coreografia, milhares de vezes mais simples que a minha, e ainda sim, perigosa para seu corpo de fada. Era obrigado a largá-la quando eu mais queria estar por perto, para que não caíssemos da corda.
E o tempo passou, em nosso complicado balé. Mas agora as duas coreografias estavam seguindo o mesmo ritmo. As duas coreografias se tornariam a mesma. E a minha predominaria, porque era a mais complexa, a mais perigosa.
Não havia aparato de segurança abaixo de nossa corda. Se eu caísse, não faria diferença, eu era pedra. Mas ela não poderia cair, não suportaria.
E eu estava empurrando-a para o vazio, a cada vez que a obrigava a seguir uma de minhas complicadas manobras. Eu era um monstro egoísta e insensível.
O Sol lentamente foi se pondo por entre as árvores. Mais por um movimento autômato do que por ter vontade de me mexer, subi numa copa e lá fiquei, olhando a aquarela de tons no céu.
Dali, pude ver Bella me encarando com seus profundos olhos, como uma projeção no céu, carregados da mais cega confiança, como em Port Angeles. Ela confiava em mim, antes de mim mesmo. Ela pularia da corda, se eu pedisse.
Pude sentir a angústia chegando, mas outro pensamento, mais forte, mais claro, rapidamente suprimiu o primeiro. Eu seria digno daquela confiança.
Se não podia ficar longe dela, seria digno de estar com ela. Seria digno de uma criatura tão boa, tão frágil. Era o mínimo que poderia fazer.
Subitamente carregado daquela certeza, tive confiança também que Alice estava vendo o que eu via. Que minha tortura, aquela visão infernal, não existia mais.
Cheio de força renovada, me lancei na floresta de novo, me permitindo imaginar e planejar com prazer o dia na campina, as perguntas que faria amanhã…
Alice já me esperava em frente a nossa casa quando cheguei. Ela sorriu e me abraçou.
Eu sabia que você ia fazer a coisa certa.
- Ora, sua pequena tratante. Agora é fácil falar, não? – resmunguei, ainda com meu humor nas alturas. Ela riu sem o menor constrangimento.
Entramos na sala, onde parecia que me esperavam. Esme deu um largo sorriso; Você parece feliz.
Jasper olhou para mim um tanto resignado. Se é isso que você quer fazer.
Eu sempre achei que todo esse seu estudo ia fundir seu cérebro um dia. Ri internamente da piada de Emmet. Havia deixado Rosalie para o fim.
Eu sabia que seria difícil ouvir o que quer que ela estivesse pensando sobre o assunto no momento. Com Carlisle no hospital, ela não tinha muitos limites. Você vai colocar todos nós em problemas, com essa bobagem. Agora que vocês são públicos, vão desconfiar de você.
Ela não precisou terminar o raciocínio pra eu entender que ela tinha a mais profunda convicção que eu mataria Bella. Antes que eu terminasse de digerir a falta de confiança, Alice se adiantou.
- Droga, Rosalie! Você não pode pensar positivo uma vez só? Eu conseguia ver tudo antes de você dizer isso!
E subiu fulminante para seu quarto. Pequena, mas um furacão, ouvi Emmet rir-se. Esme se encolheu ligeiramente. Odiava qualquer briga dentro da família. Jasper subiu as escadas, seguindo os passos de Alice.
- O que eu disse de errado? A realidade é essa, e Edward seria um idiota de pensar qualquer coisa que não fosse isso.
Eu realmente queria ter um ataque como o de Alice. Rosalie estava estragando toda minha confiança. Não ouça o que ela diz, querido. Nós confiamos em você. Esme me acalmou.
Bem, quase. – Você suportou aquela viagem com Emmet, Rose. – Eu sabia que esse não era exatamente um assunto que seria correto trazer à tona. Esme não gostou da menção, e eu não precisaria ler pensamentos para saber, pelo jeito que sua boca se torceu.
Nós parecíamos duas crianças brigando. Só que crianças não brigam pela vida de outra criança.
Ela abriu a boca pra responder, e em seguida fechou. Mas já havia pensado na resposta; Eu o amei desde o primeiro momento.
- Bom, então eu acho que se você pode, eu também posso.
Mas eu nunca bebi o sangue de nenhum humano.
Eu rosnei antes de perceber que o havia feito. Meus punhos se fecharam com uma força capaz de pulverizar rocha.
Então Alice surgiu novamente no topo das escadas, lívida de raiva, com Jasper logo atrás.
- Feliz, Rosalie? Agora nós temos dois caminhos de novo. Espero que você esteja bem feliz em fazer Edward, Bella e eu sofrermos – apesar de todo o esforço de Alice em bloquear as visões para me poupar, eu tinha as duas visões perfeitamente gravadas em minha memória.
Senti me afogar naquelas águas novamente, mas desta vez não me larguei à mercê da dor. Segurei-me ali onde estava. Foco.
- Por favor, Alice, Rose não fez por mal, ela está apenas tentando proteger a família – Esme disse.
- Que jeito interessante de se fazer – ela revidou. Com sua habilidade, Jasper podia sentir o que realmente se passava, e logo senti seu efeito calmante. Mas não era assim que se resolveria o problema.
Eu teria que provar ser digno da confiança deles.
- Não, Jasper. Eu não preciso ficar aqui se minha presença incomoda tanto a proteção da família, não é, Rosalie? – acrescentei, sarcástico.
Antes que alguém pudesse me impedir, estava voando pela noite, em direção a meu esconderijo, meu abrigo do mundo. O quarto de Bella.
Eu me sentia estranhamente em casa em qualquer lugar que eu fosse que Bella estivesse. Do lado de fora, na copa de uma árvore, esperei até que ela fosse dormir. Ouvi os vagos pensamentos do Chefe Swan às vezes, verificando se tudo estava bem.
Então, ela estava dormindo, e eu pude ocupar meu lugar na velha cadeira. Humanos eram felizes por dormir. Eles podiam descansar a mente, sem ter que pensar.
Eu era obrigado a pensar. Não podia fugir de minha própria consciência. Setenta anos tentando enterrar minha época de rebeldia, muito esforço tentando acreditar que eu não seria capaz de matar Bella como já havia feito com outros, e Rose conseguira ruir tudo.
Bom, eu merecera, a partir do momento que falei sobre Emmet. E ela tinha razão, de qualquer modo.
- Hmm… Edward… - observei Bella mais atentamente. Ela não parecia estar numa de suas melhores noites. Muito irrequieta. Acordou várias vezes, mas logo voltava a dormir novamente.
Algumas vezes, por mais absurdo que pudesse parecer, senti a descarga de eletricidade que tinha nos envolvido, e vi Bella se arrepiar.
Pelas primeiras horas da manhã, me lembrei da canção de ninar, que havia composto. Avaliei o sono profundo de Charlie antes de arriscar cantarolar algumas notas. Bella, pela primeira vez na noite, dormiu serenamente.
Eu me iluminei de alegria.
Valeria a pena. Eu não podia ver como tudo se resolveria, mas não precisava. Valeria a pena, porque estar com Bella sempre vale a pena, qualquer que seja a dificuldade que eu tenha de superar.
Observei o Sol nascer com uma sensação de déjà vu da recente cena na floresta. Lancei um último olhar à Bella, enquanto refazia minha promessa de mais cedo. Não importa se ela continuaria me querendo depois de nosso encontro, eu sempre seria merecedor dela.
O mais merecedor que um vampiro poderia ser de um anjo.
Ignorei estoicamente os pensamentos de meus irmãos e de meus pais. Foram menos de três minutos dentro da casa e eu já estava em meu Volvo. Às vezes a velocidade de minha espécie era uma benção.
O timing fora perfeito. Não precisei esperar o Chefe Swan, já que cheguei segundos depois dele. Ouvi Bella descer as escadas e me perguntei por que ela confrontava seu azar e sua falta de coordenação assim, descendo uma escada aos pulos.
Meu bom humor voltou antes que ela chegasse à porta, quando imaginei que isso talvez fosse saudade… de mim.
- Bom dia – cumprimentei – Como está hoje? – depois de uma noite agitada como a de ontem, eu não tinha muita certeza se ela estaria bem. Não sei. Nunca me preocupei com as horas de sono diárias de alguém antes.
- Bem, obrigada – ela respondeu. Demorei uma fração de segundo a mais em seus lábios cheios, mas foi rápido demais para olhos humanos pegarem. Desviei o olhar para seus olhos e percebi olheiras. Bom, então ela realmente tinha dormido menos que o necessário.
- Parece cansada.
- Não consegui dormir – respondeu ela, balançando os cabelos. Seu perfume doce me atingiu com força, mas me obriguei a queimar. Era por uma boa causa. Sempre era.
- Nem eu – brinquei, ainda aproveitando meu bom humor. Ela riu. Parecia feliz, apesar de cansada. Assaltou-me o pensamento que talvez ela também estivesse feliz por nós estarmos juntos, mas bani tal idéia antes que ficasse muito prepotente. Ela poderia perfeitamente estar feliz por outra coisa. Eu não era seu mundo, apesar dela ser o meu.
- Acho que tem razão. Imagino que tenha dormido um pouco mais que você.
- Posso apostar que dormiu – porque eu vigiei cada minuto do seu sono, acrescentei mentalmente.
- Então o que fez na noite passada?
Eu ri. Era engraçado ver como eu havia acabado de responder a pergunta dela, antes que ela perguntasse. E, mais engraçado ainda, a minha resposta. Como se eu fosse dizer que sou obsessivo por seu sono.
- Sem chance. É meu dia de fazer perguntas.
- Ah, é verdade. O que quer saber? – ela enrugou a testa, como se descrente. Só não sei exatamente do quê.
O que ela estaria pensando? – Qual a sua cor preferida? – Sem querer, meu tom de voz havia saído sério demais. Mas ela não pareceu se importar, porque só revirou os olhos.
- Muda de um dia para o outro.
E eu imaginando que quando pudesse perguntar teria respostas decentes. Ela nunca poderia me dar uma resposta decente? De repente, me lembrei de Jessica, tentando obter respostas de Bella sobre Port Angeles. Senti quase uma fagulha de simpatia pela garota.
- Qual a sua cor preferida hoje? – Sério de novo. Eu não tinha como controlar a minha decepção com suas respostas. Ou a falta delas.
- Talvez marrom – bufei, levemente irritado. Ela não conseguia me responder nem sobre uma cor sem colocar um talvez? E, além de tudo, porque marrom? Era tão… sem graça. Eu preferia muito mais o azul daquela blusa.
- Marrom?
- Claro. Marrom é quente. Eu sinto falta do marrom. Tudo o que deve ser marrom… Troncos de árvore, pedras, terra… Fica o tempo todo coberto por uma coisa verde e mole por aqui.
Fiquei fascinado por seu discurso. Parecia uma das primeiras respostas decentes que ela me dava em tanto tempo. Olhei seus olhos. Pude ver sua raiva de gatinho ali, revoltada com o verde de Forks.
Minha opinião sobre marrom mudara absolutamente depois daquilo. Marrom era a cor de seus olhos. Marrom era quente. Como ela.
- Tem razão. Marrom é quente.
De seus olhos, segui num trajeto irresistível até seu cabelo pousado sobre o ombro. Contive uma pequena careta de desgosto. Eu não gostava daquele suéter. Definia melhor as formas dela do que o outro suéter caramelo desastroso, mas a gola rulê não me deixava praticamente nenhum vislumbre de suas clavículas, se encontrando sob o pescoço. Minha mão formigou. Eu queria tanto tocá-la. Não poderia haver problema, poderia? Afinal, havia uma camada de lã sobre sua pele.
Não acho que ela tenha percebido todos os sentimentos que me ocorreram em um segundo, por mais perceptiva que fosse. Meio hesitante, com parte de mim mandando um aviso para não fazer aquilo, estendi a mão e retirei seu cabelo de seu ombro.
Bom, ela não me repeliu. Não deveria ter sido tão repulsivo, afinal, ter um vampiro tocando-a. Ouvi seu coração retumbar em seu peito... uma reação à meu toque? Eu achava que gostava disso. Se não fosse repulsa ou medo, claro. Eu podia me permitir a esperança.
Mal me permitindo ficar contente por um momento, voltei meu olhar para o CD player do carro, e me lembrei de seu CD player, na mesinha ao lado de sua cama. Parecia muito mais interessante. Ainda perdido em reminiscências da noite passada, perguntei:
- Que música está no seu CD player agora?
Levando em conta seu gosto por Debussy, não esperava sua resposta. Mas ela sempre me surpreende. Dei um sorriso torto, pensando nisso, enquanto procurava uma cópia daquele CD.
- De Debussy a isso? – ela se ateve a apenas observar a capa, com o rosto inexpressivo, sem responder nada.
Hoje seria minha revanche, pensei divertido. Fiz todo tipo de pergunta que já tinha me ocorrido desde que a conheci – e que eu pudesse perguntar claro. Não iria perguntar "Bella, você estava tendo algum pesadelo noite passada? Achei você inquieta enquanto dormia."
Dei preferência a coisas banais. De seu dia-a-dia. E, por mais banais que fossem, eram fascinantes. Algumas poucas eu conseguia acertar. A maioria era uma surpresa. Algumas vezes ela pareceu se perguntar se aquilo era realmente necessário. Mas como Bella sempre me surpreende, não tenho certeza se estou certo em minhas hipóteses.
Algumas vezes ela corava. Mas não me impedia de continuar; pelo contrário, ela só parece ficar mais bonita quando o rubor sobe à sua face. E, além do mais, não havia muita coisa que me fizesse parar quando finalmente começava a ter umas poucas respostas para minhas perguntas.
Outras vezes, ela parecia achar que havia dito demais. Nessas vezes sempre me lembrava, com uma pontada dolorida no peito, de sua frase: "Você não quer ouvir". Como quando me disse que sua pedra preferida agora era topázio, pela cor de meus olhos.
Aquela era uma das melhores declarações que ela já havia feito. Me deixei levar pela alegria, momentaneamente. Mas ela parecia muito envergonhada, ou com medo de minha reação - eu não saberia dizer - que preferi deixar estar, e lancei a próxima pergunta rapidamente.
Teria sido um dia bastante simples e agradável, mas nada entre nós dois poderia ser simples, concluí ressentido, ao me lembrar que em Biologia haveria um filme novamente. Eu deveria ser o único aluno em Forks que detestava a troca de uma aula normal por um filme.
Eu detestava aquela exibição porque, no escuro, a eletricidade entre nós dois – sempre presente, eu começava a perceber, mas em geral relegada a um canto longínquo da mente – se elevava a níveis quase insuportáveis.
Mesmo sem acreditar que fosse fazer alguma diferença, visto que no quarto e no carro estávamos muito mais separados um do outro, afastei minha cadeira o máximo que pude.
Irritado comigo mesmo, percebi a eletricidade correr entre nossos corpos. Meu desejo de tocá-la era tão intenso que era quase doloroso. Como em minha decisão de ignorá-la, o primeiro dia não era nem de longe o pior. A cada vez que essa eletricidade única se manifestava, o desejo de sentir sua pele novamente me tomava com a força de um maremoto.
Inventei todo tipo de desculpa para sentir a maciez de Bella. Um pequeno segundo. Era tudo que eu queria. Mas a razão estava do meu lado. Neguei a mim mesmo chegar mais perto dela. Neguei-me seu calor, mesmo que o desejo estivesse começando a se tornar tão forte que poderia ser comparado à sede que eu sentia.
Notei Bella rígida, com a cabeça apoiada nos braços cruzados sobre a carteira. Dois sentimentos ambíguos me tomaram. Eu estava feliz que ela também quisesse me tocar. Eu gostava de pensar que ela gostasse de mim, nem que fosse pouco comparado ao meu amor.
Mas me odiava verdadeiramente, quando imaginava que se esse sentimento fosse direcionado a alguém normal, humano, ela não precisaria estar tão rígida na cadeira, claramente desconfortável, até seus lábios apertados numa fina linha.
Lutando contra a eletricidade, me culpando pela posição de Bella e feliz como não deveria estar, aquela hora se passou anormalmente rápida. Quando a luz foi acesa, ouvi-a suspirar, como que aliviada.
Eu também estaria aliviado, se o sentimento que eu deveria tocá-la não continuasse ali. Eu me lembrava claramente da sensação de ontem. E, como havia previsto, quanto mais eu saciasse esse desejo, mais forte ele ficaria.
Caminhamos em silêncio até o ginásio, eu quase maluco enquanto imaginava se deveria ou não. Bella era meu vício, e qualquer erro me faria sucumbir a essa força maior que ela representava para mim.
Paramos na porta. Era a hora. Ou você suporta a tentação, ou joga tudo para o alto de uma vez só.
Não sei nem porque me dou ao trabalho de ter essas discussões mentais. No instante que observei seu rosto e caí dentro de seus olhos, toda a razão me abandonou e eu era apenas um viciado procurando por uma dose de Bella.
Com as costas de minha mão, pensando em cada milímetro de avanço com o máximo de cuidado, tratando meu tesouro frágil com toda a delicadeza, toquei sua têmpora – onde senti e vi o sangue pulsando fortemente por debaixo de sua pele.
Desci lentamente, aproveitando o calor que emanava de seu rosto ruborizado. Eu precisava parar. Soltá-la enquanto eu tinha controle sobre meus movimentos. Mas minha mão correspondia a ordens mais supremas do que minha razão. Correspondia ao meu vício.
Imaginei-me trazendo-a para mais perto de mim, seu delicado corpo contra minhas linhas de mármore. Fazendo a linha de seus lábios com meus dedos. Sentindo seus cabelos. Como ontem, minha mente foi tomada por diversas formas de tocá-la. Um turbilhão de idéias potencialmente felizes e tão potencialmente perigosas.
Hesitei, tomado pela emoção. Minha mão estava em seu queixo. Mais alguns milímetros, eu estaria tocando seus lábios.
Senti aquele novo tipo de desejo – que nada tinha a ver com seu sangue – percorrer cada parte de mim. Quase me assustei ao perceber o que estive para fazer.
Com uma ordem vigorosa, pus meu corpo a se mexer vigorosamente na direção oposta.
A parte mais difícil desse outro desejo era porque ele não era totalmente imoral. Não enquanto eu mantivesse essa parte de mim sob controle, não havia nada realmente errado em pegar sua mão.
Era inocente, eu sabia disso. Mas a cada avanço que eu desse, outro avanço seria necessário. Como hoje. Tocar seu rosto durante um ou dois segundos já não era suficiente. E isso me levaria para a visão de Alice que tinha que evitar a todo custo.
Sem erros, eu havia dito. Nada poderia dar errado, porque na corda bamba qualquer deslize seria cair para o vazio.
Passei por Sra. Goff, respondi ao seu cumprimento em espanhol e me sentei ao lado de Emmet.
Você ignorou muito bem todo mundo hoje.
Havia brincadeira em seu tom de voz. Emmet não estava irritado. Ele nunca estava irritado. Eu me sentia quase sensível demais perto dele.
- Eu não tenho muita opção até sábado. Depois, vão me deixar em paz.
Você tem tanta certeza assim…?
Fiquei carrancudo. – Tenho que ter. Não existe outra opção.
Como um louco. Ele riu. Você pode ir embora.
Por muito, muito pouco, não soltei um rosnado baixo durante a aula de Espanhol. Com certeza, isso seria tudo que eu preciso agora. Emmet percebeu minha fraqueza.
Correção: como um psicótico. Foi só uma idéia.
- Que tal você ir passar umas férias nos Denali sem Rose?
Ele riu de novo. Entendi aonde você quer chegar. Falando na fera, ela está quase arrancando o motor de seu Vanquish.
Eu dei de ombros. É claro que eu nunca daria de ombros à menção da possibilidade de destruírem o motor do meu carro mais querido. Mas se Emmet tiver plena confiança de que eu não ligo – e que enlouqueci de vez – vai contar uma história mais verossímil para Rosalie, que não vai dar mais importância a destruir algo que não tem mais valor pra mim.
Pelo menos, eu estou confiando nisso. Ela nunca destruiria um Vanquish sem dor no coração.
E, se tudo o mais falhar, a BMW dela sempre pode precisar de uns ajustes. Você definitivamente perdeu a cabeça, Edward. É o seu Vanquish!
- Eu compro outro. Mas eu esperei um século por ela, e só trocaria um dia com ela por um carro se eu fosse louco.
Ele rolou os olhos, se divertindo com meus aparentes delírios. Eu tenho uma opinião diferente sobre sua sanidade mental, sabe. Desde quando você pode comprar um Aston Martin quando bem entende?
- Desde quando eu posso achar uma Bella Swan quando bem entendo? – respondi, virando os olhos. Emmet, apesar de ainda me achar louco, entendeu o que eu disse. É uma pena que tratamento de choque não funcione em vampiros.
Com essa eu tive que rir. O resto do período se passou como sempre. Eu totalmente alheio à Sra. Goff, ouvindo os pensamentos de todos ao redor de Bella, ocasionalmente trocando alguma palavra com Emmet.
Com a raquete nas costas, pelo menos, ela não conseguiu machucar ninguém. Só tropeçou uma vez nos próprios pés. Mas isso era o esperado.
Quando o sinal tocou, eu já estava em pé para sair. Sra. Goff achou uma falta de modos minha, mas não se importou. Como qualquer outro vício, a mera menção de que eu estava indo de encontro a Bella me fazia querer correr. Estar perto dela de novo.
Meu vício estava cada vez mais poderoso. Tomava conta cada vez mais.
Observei Bella sair do vestiário e um grande sorriso se espalhou pelo rosto. Antes que eu sequer pensasse em agir como um humano e sorrir de volta, um sorriso de resposta já estava em meu rosto.
Gostei de observar minha humanidade se intensificando cada vez mais. Então, recomecei com as perguntas, dessa vez mais pessoais.
Eu já havia estado em Phoenix – claro, não na luz do dia – e conhecia todas as coisas que Bella descrevia. Mas o som de sua voz, sua alegria ao falar da mãe, das árvores, do Vale da Morte, do mar, com o uso de gestos para explicar, tudo aquilo me hipnotizava e eu apenas disse que não conhecia nada, para mantê-la falando.
Bella me hipnotizava de uma maneira que acho que essa teria sido a chance perfeita de Emmet me atacar e eu nem perceber. Eu memorizava cada tênue vibração de sua voz, cada detalhe de sua vida que me era permitido conhecer, mantinha os olhos em seu rosto, atento a suas expressões.
Eu me senti a sua presa, e não o caçador. Um vampiro sendo caçado por um anjo. Nada mais justo.
Nem mais irônico.
Quando me desliguei de Bella um segundo, analisando isso, minha mente voltou à ativa e percebeu Charlie chegando em sua radiopatrulha. Quase quis não dizer nada, para que ele visse e Bella tivesse que explicar que iria sozinha comigo para um passeio. Eu precisava de incentivos.
Mas seria uma traição, fazer isso com Bella. Eu não seria capaz.
- Terminou? – Bella me puxou novamente para o carro.
Eu quase ri. Se ela tivesse uma noção da quantidade de perguntas que eu tinha, não teria nem pensado em fazer tal pergunta.
- Nem cheguei perto… Mas seu pai vai chegar logo.
- Charlie! – ela ofegou, parecendo ser puxada à realidade com o mesmo choque que eu. – Que horas são?
Não precisei de relógio. Conhecia a sensação, e podia ver a aquarela alaranjada além das nuvens.
– É a hora do crepúsculo – falei, retrocedendo rapidamente até o mesmo horário, ontem. Minha promessa. Eu estive a ponto de avisar Charlie só para ter um incentivo para não matá-la?, pensei amargo. Deveria ter vergonha de mim mesmo. Eu havia feito uma promessa. Eu iria cumprir. Virei-me para Bella e a encontrei me encarando, os olhos grandes, curiosos. – É a hora mais segura para nós. A hora mais fácil. – meditei durante uma fração de segundo. Percebi que mais um dia da vida curta de Bella havia passado. – E também a mais triste, certa forma… O fim de outro dia, a volta da noite. A escuridão é tão previsível, não acha? – eu não sabia o que havia me levado a falar aquilo. A escuridão não pode ser previsível para alguém que não enxerga os próprios pés nem de dia. Sorri, ainda triste com mais um dia indo embora.
- Eu gosto da noite. Sem o escuro, nunca veríamos as estrelas. – ela enrugou a testa e prosseguiu – Não que a gente veja muitas por aqui.
Outra vez ela provocou em mim surpresa, fascinação e riso ao mesmo tempo. Eu não estava mais tão melancólico.
- Charlie vai chegar daqui a alguns minutos. Então, a não ser que queira dizer a ele que vai comigo no sábado… - ergui uma sobrancelha, questionando-a. Repreendi-me por estar duvidando de minha promessa. Mas eu tinha que dar opções a ela. Eu queria que ela pudesse sentir medo se quisesse.
Não queria que ela fosse, porque levaria parte de mim com ela. Mas queria que ela fosse, que tivesse uma vida humana normal. Que não precisasse estar mais sobre a corda. Fique, Bella, fique. Fuja, Bella, fuja.
Eu deveria realmente precisar do tal tratamento de choque.
- Ah, não, obrigada – ela respondeu, pegando seus livros, meio desajeitada. Digo, mais do que o normal. – Então amanhã é minha vez?
Eu quase ri novamente, mas optei por uma expressão cômica de ultraje – Claro que não! Não lhe disse que não tinha acabado?
- O que mais pode haver? – Eu te faço a mesma pergunta, Bella. O que mais pode haver na eternidade metódica de um vampiro?
- Vai descobrir amanhã – estendi o braço para abrir sua porta, constatando alegremente a disritmia de seu coração. Se eu estivesse certo em minha teoria, isso era por minha proximidade.
Só por precaução, procurei pelo som da radiopatrulha, mas o que ouvi foi outro carro, e os pensamentos de um ancião quileute, que eu desconhecia.
- Nada bom – murmurei, com os dentes trincados. Ele nunca ia gostar de ver a filha do melhor amigo saindo com um vampiro. Eu podia ouvir seus questionamentos sobre meu carro.
- Que foi? – olhei para Bella rapidamente, antes de responder ranzinza.
- Outra complicação – abri sua porta num gesto rápido e me afastei. Quanto mais longe de Bella, menos iria irritar o ancião, Billy Black. – Charlie está chegando – avisei, para que ela saltasse do carro.
A frase teve efeito imediato e ela saiu rapidamente. Esperei mais um pouco. O quileute já vira minha pele branca, além de meu carro acima de qualquer padrão de Forks. Ele já sabia, mais intuitivamente do que qualquer coisa.
Apesar de frustrado por causar aquele problema desnecessário na vida de Bella, eu realmente queria ver Black contar isso para Charlie. Podia ouvir por seus pensamentos planejando como faria isso, e cancelando os planos, pela estima de Charlie à Carlisle.
Era bom ter um médico respeitável como pai. Antes que ele descesse do carro, arranquei o Volvo, os pneus cantando.
Quando já estava na estrada, me peguei pensando aonde iria. Queria ir para casa. Aquela vida quase nômade me cansara. Mas não queria exatamente outro confronto inútil com Rosalie.
Peguei meu celular e disquei o número de Alice.
- Oi, Edward. – ela não esperou meu pedido, porque já estava um passo a frente. – Você realmente quer enxotar Rosalie da própria casa?
- Se ela não puder controlar seu pessimismo irritante, sim. Mas não deixe Esme nem Carlisle saberem disso. Não quero que se preocupem à toa.
- Ela não vai ficar muito feliz, sabe. Eu posso ver ela quase assassinando seu Vanquish.
Eu ri. – Ela não vai fazer isso quando sabe que eu não me importo.
Alice não acreditou em uma palavra. – É, ótima manobra com o Emmet. Eu quase acreditei. Então, eu vou enxotar Rosalie de casa para você chegar? – eu podia sentir o prazer de Alice. Ela também não estava muito feliz.
- Mande-a comprar tecidos novos para aquele projeto de vocês.
- Certo! – Alice trinou, animada. – Te vejo dentro de dois minutos e três segundos!
Desliguei, imaginando que talvez Alice estivesse vendo o futuro novamente. Nada deixava Alice mais alegre do que poder ver o futuro claramente. E o contrário também era verdade.
Dois minutos depois eu estava na garagem, observando Rosalie sair em sua BMW. Ela fez um grande esforço para me ignorar, mas conseguiu. Três segundos depois, Alice saltou para dentro do cômodo.
- Oh, Edward, tudo vai dar tão certo! – ela estava tão animada que quase cantava as palavras. – E amanhã você vai me apresentar a Bella!
- Vou, é? – levantei uma sobrancelha, cético. – Você viu tudo dando certo?
Percebi sua hesitação. – Não exatamente. É mais para uma intuição de vidente do que uma visão propriamente dita.
Vi que as duas visões continuavam lá. Mas eu podia perceber a visão alegre levemente mais nítida que a outra, e aquilo me deu forças para não me afogar na angústia. Vi também Alice sendo apresentada a Bella. Essa visão não tinha discussão, era muito nítida.
- Só porque você fez o que eu pedi, Bella vai te conhecer amanhã.
Ela sorriu mais ainda e foi para a sala quase quicando de alegria. A propósito, tenho a impressão que Rosalie percebeu que era uma desculpa pra ela sair de casa. Nós não precisávamos realmente de mais seda chinesa amarela.
Rolei os olhos. Era a opção mais provável. O resto eu nem cogitaria. Dei de ombros. Pelo menos ela pareceu gostar da desculpa pra sair daqui. Talvez seu Vanquish vá sobreviver, afinal. Eu ri.
– Vamos caçar amanhã?
- É, é melhor você caçar mesmo. Podemos faltar nas aulas depois do almoço e chegaremos a algum lugar longe o bastante para um carnívoro decente.
- Eu ouvi vocês planejando cabular aula? – Esme perguntou, como se nós já não tivéssemos feito o ensino médio mais de uma vez.
- É por uma boa causa – respondi. – Preciso caçar antes de ficar sozinho com Bella.
Foi a palavra mágica. Esme sorriu calorosamente. Vai dar tudo certo, filho. Você merece ser feliz. Bella também. E eu não consigo imaginar pessoa melhor do que você.
Sorri também, em resposta.
- Edward vai me apresentar a Bella, sabiam? – Alice rapidamente passou dançando pela sala, espalhando a boa notícia. Jasper lhe deu um sorriso automático.
- Eu acho que vocês dois precisam daquele tratamento de choque – Emmet disse. Alice olhou pra ele, decidindo se ria ou não. Mas seu humor estava inabalável. Riu.
- O que exatamente eu vou vestir amanhã? Rosa, talvez, vá me fazer parecer alguém amável e… - Rolei os olhos.
- Alice, Bella não poderia se importar menos com o que uma pessoa veste. Simplesmente se vista como sempre. Já é bom o suficiente pra qualquer um.
Ela me encarou, incrédula. – Bella não é qualquer uma. E, acredite, eu já percebi pessoalmente como senso de moda dela é quase tão ruim quanto seu equilíbrio. Mas um pouco de convivência comigo vai alterar isso – ela me deu um sorriso confiante.
Eu não podia discutir. Eu adoraria ver Alice jogando fora aqueles suéteres que me tiravam as melhores visões. Ela percebeu que havia ganhado o jogo.
- Viu? Você vai adorar sua Bella num vestido de festa para o Baile. Só me deixe fazer o trabalho difícil – Eu ri.
- Bella nunca irá ao Baile. Ela tem horror à dança. - Um brilho um tanto medonho assumiu o olhar de Alice.
- Ela vai sim. – depois, sorriu novamente. – Afinal, ela já me ama também. Agora, me dê licença, porque eu preciso planejar o novo guarda roupa de Bella.
Eu me virei para meu piano. Tocar um pouco, deixar Esme feliz, e voltar para minha velha cadeira de balanço.
N/A²: E aí, o que acharam? Merece reviews? Eu realmente não vou escrever um livro se não tiver reviews, amores!
Beijos,
Muffim.
