Disclaimer: Os personagens de Dragon Ball Z são criação de Akira Toryama.

Nota da autora: Esta fic que estou escrevendo será uma grande aventura envolvendo todos os guerreiros Z, lutas, e vai ter também yaoi mais tarde, provavelmente entre Goku e Vegeta. Se a idéia não te agrada, pode sair, ninguém te obriga a ler.

Ah, e por favor, deixem review! Eu vou adorar mesmo

Mais uma coisinha: o que estiver em itálico, é pensamento!

Capítulo I

Vegeta estava nas montanhas. O ar rarefeito, o frio cortante, a baixa pressão, não eram nada para ele, obviamente. Mas estava cansado de treinar sempre na sala de gravidade que o pai de Bulma lhe construíra. Ali, ao ar livre, o ar era mais fresco. Havia mais espaço para voar. E, o mais importante, ninguém para incomodá-lo. A paz e o silêncio ali eram sagrados, e ele precisava disso. Treinar sem interrupções. Todo dia, desde cedo, praticava arduamente.

Sentia-se humilhado. Como não sentir? Tudo começara na Terra. A luta com Kakarotto. Depois, em Namek, viera o esquadrão Guinyu. Quem os derrotou todinhos, foi o idiota. Então, durante a ameaça maior, novamente o guerreiro de terceira classe se superou. Kakarotto acabou com Freeza. Contra Cell, haviam vencido ele e seu moleque chorão. E por fim, quando o mago Babidi invadiu a Terra com Boo, o mesmo ocorreu. Sempre, Kakarotto superando todos os seus limites. E ele, Vegeta, não conseguia fazer nada. Não acompanhava a evolução. Mesmo tendo estado à beira da morte, e mesmo morrido durante algumas das batalhas, sua força não chegava aos pés da dele. O príncipe dos sayajins não entendia porque, e sinceramente, quase já nem queria mais saber. Só lhe interessava treinar pesado mesmo, fazer o impossível, para um dia ultrapassar o poder de Kakarotto e ser o mais forte do universo.

Talvez, conquistar o universo já não parecesse mais tão interessante.

- Droga!

A terra tremeu e duas árvores tombaram em sua direção. Saltando agilmente, Vegeta desviou-se. Enfurecera-se demais pensando naquelas coisas e terminou explodindo a região.

Droga, preciso estar calmo. Frio – repreendeu-se. Frieza era a chave para aumentar seus poderes. Atormentado pela raiva, só conseguia esse tipo de resultado – explodir tudo em volta. Auto-controle e razão. É assim que age o verdadeiro guerreiro sayajin.

Mas Kakarotto não tem frieza alguma.

Não interessa! Chegará a hora em que o maldito vai sucumbir devido ao seu coração molenga!

Vegeta flutuou e aspirou o ar fresco. Fechou os olhos e liberou calmamente o ki. Concentrado, dava pra sentir um poder enorme. Estava claramente mais forte, muito mais do que estava na época de Majin Boo. Mas o treino sozinho não era o melhor que havia. Somente travando grandiosas lutas e depois se recuperando, poderia um sayajin liberar a verdadeira força.

Havia Trunks. O garoto o acompanhava nos treinos, algumas vezes. Bulma havia deixado bem claro: "Você está proibido de forçá-lo a lutar, Vegeta! Ele só vai se quiser, entendido?"

Entendido, e muito bem. Ele que não iria arriscar discutir com aquela mulher doida. De qualquer modo, sem vontade de lutar, Trunks não aumentaria tanto seus poderes, mesmo tendo sangue sayajin. No entanto, o garoto gostava da luta. Pediu que Vegeta o treinasse. Faltava-lhe, porém, disciplina. Era um desperdício, ele pensava. Tão cedo, seu filho superara um super sayajin. Assustadoramente cedo. Passados alguns anos, não evoluíra tanto assim. Não para sustentar um desafio. De jeito nenhum.

Apenas contra Kakarotto haveria uma batalha decente. E ele tem treinado também. Treinou até aquele seu moleque que não é de nada. Maldito, porque perde seu tempo? Sabe muito bem que sou eu o único com chances de superá-lo!

Gohan chegou na casa de seus pais e viu Goku e Goten no quintal. Ambos mantinham-se em posição de luta.

- Oi! Não parem por minha causa, será um prazer assisti-los!

Os dois acenaram para ele. De dentro da casa, veio uma correria.

- Gohan! Você veio nos fazer uma visita, que bom que não esquece de sua pobre mãe!

Chichi o agarrou e o arrastou para dentro de casa.

- E... Espera mãe... Deixa eu ver o papai lutando com o Goten...

- Gohan! Você quer voltar a lutar e largar a carreira de médico? Que horrooooooooooor!

- Não, não é nada disso, é só pra ver mesmo!

Chichi enxugou as lágrimas e olhou furiosa para os dois.

- Mesmo a Terra estando em paz, insistem em continuar lutando. Bem, Gohan, não demore, eu vou preparar um chá pra você.

E voltou para dentro furiosa.

Goku coçou a cabeça

- Nossa, eu não sabia que isso ainda irritava ela...

- Deixa pra lá, pai, vamos lá! – Goten se posicionou

Goku fez o mesmo e deixou Goten começar. O garoto atacou de frente, mandando uma esfera de energia, e enquanto Goku se desviava, veio por trás. Bom movimento, Gohan pensou, mas Goten teria que ser mais rápido. Goku conseguiu bloquear vários socos e um chute. Afastaram-se e o garoto o olhava impressionado. Reuniu forças novamente e arriscou vários chutes, não acertando nenhum. Voltou para trás e Goku apareceu bem ao seu lado, acertando-lhe um soco na barriga. Goten tentou revidar, mas acertou o nada. Virou-se para trás e tomou um chute no ombro.

Um sorriso bobo desenhou-se no rosto do jovem

- He he he...É impossível te pegar de surpresa, pai...

- Continue tentando, você já melhorou muito, Goten!

Goten liberou mais ki e atacou rapidamente com mais chutes e socos. Sem dificuldades, Goku parava todos, até que acertou o cotovelo no peito do garoto.

Gohan correu para o irmão quando este caiu no chão sem fôlego. Mas Goten riu.

- Há, não se preocupem, estou bem! – e levantou-se, voltando ao ar

- Me desculpe, Goten, acho que peguei pesado. Quer parar por hoje?

- Que nada, vamos lá!

Gohan observava tudo. O ki de seu pai não parecia tão alto agora, mas era óbvio que Goku o ocultava. Não precisava liberá-lo tanto para enfrentar Goten. Além disso, papai não está brincando agora...Goten pode pensar que é pura diversão, mas esse treino parece sério.

Goku olhou o filho bem nos olhos

- Vamos, Goten, me ataque com mais força, você pode!

O jovem pensou e decidiu. Voou com toda velocidade para Goku, tornando-se super sayajin no caminho. Isso lhe permitiu acelerar mais e chegar antes do que Goku esperava. Acertou um soco em cada lado da cara. Goku sorriu e bloqueou mais outro soco, acertando o punho fechado no estômago do jovem. Goten perdeu o fôlego e levou mais um golpe no pescoço. Virou-se para trás lançando várias bolas de ki. Uma grande fumaceira formou-se, e no fim, Goku lá estava de braços cruzados.

- Não desperdice tanta energia sem ter certeza de onde está o adversário, Goten. Veja, agora você está ofegante.

Goten destransformou-se e caiu sentado, enxugando o suor do rosto.

- Me desculpe, eu sei que estou decepcionando o senhor, pai.

Goku também desceu e pôs a mão no ombro do garoto

- Você esteve ótimo, Goten. Pode ir descansar agora.

Gohan sorriu para o irmão e concordou. Já exausto, Goten entrou em casa.

- Pai...Porque esse treinamento?

Goku enxugava o rosto e bebia água

- Ora, se eu morrer, vamos precisar de ajuda para defender a Terra!

Gohan o observava desconfiado

- Mas... O senhor tem algum tipo de pressentimento?

Goku observava as montanhas ao longe

- Ainda não sei bem...

Era ainda a metade do dia, hora de sol forte. Debaixo do calor intenso, Vegeta ainda treinava compulsivamente, quando o céu escureceu. Só poderia ser uma coisa. Mas para que? Bulma deveria saber de tudo, deduziu, acelerando na direção da Corporação Cápsula.

As esferas? Por que resolveram chamar aquele dragão agora?

Mas Vegeta não foi o único a achar que Bulma era a responsável pelo céu escurecer. Todos os guerreiros Z sabiam que ela era a única que possuía o radar. De modo que, ao chegar lá, Vegeta deparou-se com Goku e Gohan. Ambos olhavam assustados para Bulma. Captou também o ki de Trunks e de Goten, que também estavam vindo, e mais outros ki, provavelmente dos amigos idiotas de Kakarotto.

- E então, alguém vai explicar o que aconteceu? Bulma, porque reuniu as esferas?

Bulma estava perplexa

- Mas Vegeta, eu acabei de dizer pra esses dois aqui que eu não sei de nada! Também me assustei ao ver o céu negro ao meio dia!

- O que?

Neste momento, entraram voando pela janela Trunks, Goten, e logo atrás deles, Piccolo.

- O resto do pessoal está vindo aí. Digam, o que houve? – indagou o namekuseijin

- Ninguém sabe, sr. Piccolo – Gohan explicou

Então, entraram Yamcha, Ten Shin Han e Kulilin. E ninguém podia explicar. Todos se entreolharam sem saber o que fazer. Quem mais, além deles, sabia da existência das esferas do dragão? E ainda que soubesse, quem poderia encontrá-las, se apenas Bulma tinha o radar?

- Bem, pessoal, talvez não seja nada preocupante, né? Alguém descobriu tudo e quis ter seu desejo realizado. E a Bulma não é o único gênio no mundo. Talvez alguém tenha achado um meio de detectar a posição das esferas... – opinou Kulilin, meio sem graça.

- Pode ser, mas acho difícil – Piccolo afirmou

- De qualquer modo, não há nada que possamos fazer a não ser esperar – concluiu Ten Shin.

Todos olharam para Goku, que tinha a cabeça baixa e uma expressão intrigada no rosto.

- A verdade é que os únicos a saberem das esferas além de nós são aqueles que já atacaram a Terra antes. Freeza, Raditz, Cell...

- Engana-se, Goku – observou Piccolo – O povo de Namek também sabe.

- Sim, mas eles têm as esferas deles. Não viriam pra cá atrás das da Terra – Bulma disse

- Ah, esqueci de dizer a vocês! – exclamou Goku – eu utilizei o teletransporte assim que senti o ki de shen long, e...

- Idiota! Como esquece de contar algo assim? – Vegeta irritou-se e Piccolo pensou o mesmo

Todos o encararam e ele se calou.

- Me desculpem, eu devia ter falado antes. Mas quando cheguei lá, o desejo já havia sido feito, e tudo que eu vi foram as esferas se espalhando...

- Não sentiu nenhum ki estranho, nem nada? – perguntou Piccolo

- Não.

- Então, talvez o baixinho esteja certo, não há nada com que se preocupar – Piccolo concluiu, e, antes de sair, avisou – mesmo assim, é melhor ficarem atentos. E saiu rapidamente. Gohan o alcançou pouco depois, e ambos voaram para as florestas, onde Piccolo costumava meditar e se preparar sempre.

Todos os outros também se retiraram logo em seguida, deixando Bulma sozinha e se perguntando se haveria neste universo um gênio ao nível dela, capaz de construir outro radar.

Piccolo estava quase chegando ao local onde sempre ficava, quando uma idéia lhe ocorreu e ele desviou. Gohan o seguiu em silêncio. Apesar de vários anos distante de seu mestre, agora que estava casado e tinha um bebê, ainda o respeitava muito, e havia mais do que respeito. Eles se entendiam muito bem. Gohan nem precisava perguntar para saber que Piccolo tinha algo a lhe dizer. Ele sentia isso bem forte, assim como Piccolo também sentia cada vez que seu discípulo pensava nele.

Ambos pousaram numa região rochosa, a mesma onde haviam treinado para a chegada de Nappa e Vegeta, muitos anos atrás.

- Porque este lugar, sr. Piccolo?

Piccolo observou à sua volta. Este lugar era ideal. Nenhuma vida presente até onde sua vista de álien alcançava.

- As florestas onde eu costumo ficar são ótimas para concentrar-se e meditar. Mas há muitos seres vivos. Aqui é deserto, não há perigo de destruir...

Observou Gohan com atenção, quase gentilmente.

- Então o senhor pretende treinar pra valer?

Piccolo nada respondeu e Gohan ficou pensativo. Ele começava a unir os fatos.

- Não é verdade que o seu pai tem feito um treinamento mais árduo que o normal?

- É verdade...

Piccolo sabia que Gohan havia percebido isso. Até mesmo ele, de longe, sentia o esforço de Goku.

- E quando meu pai pressente algo...

- Não foi só ele. Eu também tenho a impressão de que é bom estarmos preparados.

- Por isso me trouxe até aqui, sr. Piccolo?

- Se atendeu ao meu chamado, Gohan, imagino que esteja disposto ao treinamento? Embora eu vá entender que você não queira, já que agora tem a sua família...

- Não! Eu fico para treinar com você. – Gohan decidiu de uma vez. É verdade que havia Videl e a pequena Pan, mas de que adiantaria tudo isso se não mantivessem a Terra a salvo?

E, principalmente, eu gostaria de passar um tempo com o sr. Piccolo...não sei como fui me afastar tanto nestes anos. Isso não se faz. Não com amigos, e eu o considero o meu melhor amigo. Quase não venho vê-lo, sempre ocupado com o trabalho, com a família. Mas sei que ele às vezes vem ver se está tudo bem. Como sou egoísta. Sinto falta das épocas em que éramos mais próximos. Mas eram épocas em que havia ameaças na Terra...

- A propósito, Gohan. Não acha bom avisar na sua casa que vai ficar fora um tempo?

- Ah, sim. Bem pensado, sr. Piccolo! Vou lá e volto num instante.

E também avisarei ao meu pai. Ele ficará mais tranqüilo de saber que também estou me preparando para o que vier...

- Trunks, o que você acha de treinarmos juntos? – pediu Goten

- Se você quiser, por mim, tudo bem. Mas você não acha muito melhor o treino com seu pai?

- É, eu acho... – Goten falou com desânimo – mas eu só o atrapalho.

- Há! Só agora que você percebeu, Goten? A solução é treinar bastante para poder sustentar uma luta, ao menos! – respondeu o jovem, com certo sarcasmo.

- Então! Por isso mesmo, vamos nós dois nos ajudar. Você também não deve querer incomodar o sr. Vegeta agora, certo?

A pergunta irritou Trunks

- Eu não atrapalho meu pai! E porque você está com essa história de querer deixá-los treinando sozinhos, de repente? Pirou, Goten?

- Ora, você não ouviu? – disse Goten espantado – eles acham que alguma coisa pode estar prestes a acontecer!

Trunks deu um resmungo

- Hn! Não acredito nisso, nem meu pai. Ele próprio já disse que agora, com a força que ele e Goku atingiram, não haverá ameaças. Além disso, não há prova alguma de qualquer perigo.

Goten suspirou e desistiu. Ao menos, Trunks havia concordado em treinarem juntos. Não que ele estivesse muito a fim de ficar lutando. Às vezes até era divertido, mas ele não tinha o mesmo pique que seu pai ou Vegeta. Seu lado humano lhe requisitava um pouco de paz também.

Quem sabe, talvez Trunks esteja certo. Tudo ficará em paz. Meu pai não detectou nenhum ki fora do normal. Não vou ficar me preocupando...

E então, não muito longe de onde estavam os dois, uma luz brilhou, houve uma breve fumaça, e surgiu um estranho objeto. De dentro deste, vinha um imenso ki.