Título: First Love
Autora: Eri-Chan
Beta: Samantha Tiger Blackthorn e Yume Vy
Fandom: Weiss Kreuz
Casal: Aya x Omi
Classificação: NC-17
Gênero: Yaoi, Romance, Fluffy
Disclamer: Os personagens de Weiss Kreuz pertencem a Takehito Koyasu (o dono do sorriso mais 'lindo') e Project Weiss
Sinopse: Acostumado a estar sempre sozinho em meio a uma multidão, Omi mascarou seus sentimentos. Por trás de seu sorriso sempre alegre se esconde uma gama de sentimentos confusos, normal em alguém da sua idade. No meio desse mar de hormônios como o jovem hacker reagirá à chegada de seu primeiro amor?
Observação: Plot desenvolvido para o 1º Amigo Secreto do LJ Secrets Place, e a amiga sorteada foi a Yoru no Yami.

First Love
Eri-Chan

Parte I

Já era noite na Koneko no Sumu Ie e Omi ainda trabalhava. Estava checando o estoque e tomando nota do que precisavam comprar, adiantando o trabalho que teriam no dia seguinte.

Enquanto contava os vasos de barros da última prateleira de um dos compartimentos do depósito, certo ruivo não lhe saía da cabeça por mais que tentasse evitar. Na verdade começara a organizar o local para tentar ocupar a cabeça e não ficar sonhando acordado com algo impossível.

A cada dia que passava seu sentimento ficava mais difícil de esconder e tal fato o preocupava, pois temia que isso o afastasse definitivamente de seu amado. Não acreditava que Aya aceitasse seu sentimento, muito menos que o correspondesse.

Mas apesar de toda a dor causada por isso, seu sorriso nunca esmorecia. Continuava sendo o mesmo Omi alegre de sempre, mesmo que estivesse morrendo por dentro.

Estava tão concentrado em seus pensamentos que nem ouviu quando alguém entrou no depósito e trancou a porta. Com passos silenciosos se aproximou, se colocando logo atrás do loirinho, observando atentamente cada movimento feito por ele.

Omi finalmente terminou de arrumar a prateleira na qual estivera trabalhando na última hora. Ao se levantar para olhar outra prateleira sentiu braços fortes envolverem seu corpo em um abraço carinhoso.

Surpreso, Omi tentou olhar sobre o ombro, querendo descobrir quem era o dono de um abraço tão acolhedor, mas, deteve o movimento ao ouvir a voz rouca sussurrando-lhe próximo ao ouvido:

– Eu te amo, Omi.

Ao reconhecer a voz de Aya, todo o corpo do chibi foi acometido por deliciosos arrepios e um suspiro não pôde ser contido.

Aya segurou Omi pelos ombros e o virou de forma que ficassem frente a frente. Os olhos violetas se fixaram nos azuis. O brilho intenso deixou evidente todo o sentimento guardado há tanto tempo e uma aura de amor envolveu a ambos.

O ruivo ergueu a mão direita, tocando levemente na face corada do loirinho. Deslizou em um movimento lento a ponta dos dedos até seus lábios, como se quisesse gravar cada traço da feição angelical.

Omi fechou os olhos ao sentir a suave carícia e um pequeno sorriso se formou, lhe adornando o rosto. Em sua mente milhões de pensamentos passavam a mil por hora, seu coração acelerara tanto que achou que não agüentaria por muito tempo. Não podia acreditar que seu sonho estava se tornando realidade! As palavras de Aya ecoavam em sua cabeça.

"Ele disse que me ama!", Quanto mais pensava mais seu coração acelerava.

Sentiu a outra mão do espadachim lhe envolver a cintura, o empurrando delicadamente e prensando-o contra a parede ao lado das prateleiras. Omi abriu os olhos, meio alarmado, mas ao se deparar com os orbes violetas todas as dúvidas e medos desapareceram... E lentamente seus lábios se encontraram em um beijo calmo.

Entreabrindo um pouco os lábios, o loirinho deu passagem para que a língua atrevida que invadia sua boca e o beijo casto logo se transformou em pura luxúria. Sem se conter deixou um gemido escapar por entre o beijo, enquanto envolvia os ombros do espadachim com força, fazendo com que o ruivo se encaixasse melhor ao seu corpo, colocando uma perna entre as suas e prensando-o mais à parede.

– Huuummmm... A-Aya... Ay-Aya... – Gemeu perdido no turbilhão de sensações que percorria todo o seu corpo.

Aya explorava a sua boca com ânsia, mordendo e sugando os lábios, sentindo como eles iam ficando cada vez mais sensíveis e inchados, suas mãos percorrendo o corpo menor com paixão. Cada toque na pele macia do loirinho o fazendo se excitar cada vez mais.

Sentir as mãos quentes de Aya em sua cútis provocou arrepios, uma das mãos acariciou o seu corpo sob a camiseta enquanto a outra erguia uma de suas coxas fazendo-o envolver-lhe a cintura com ambas as pernas. Omi correspondia às investidas, deixando que suas mãos passeassem pelo corpo maior, de modo tímido, mas cheio dos sentimentos que há tempos tomavam seu coração.

Aya encostou sua testa na de Omi, interrompendo o beijo, ofegante, e com a voz totalmente enrouquecida pelo desejo sussurrou:

– Eu sempre te desejei, Omi. Sempre ficava te olhando, desejando ter você em meus braços e amá-lo como você merece.

Omi suspirava nos braços de Aya, se entregando de corpo e alma ao momento. Ouvir aquelas palavras pelas quais esperou tanto tempo aquecia seu coração, dissipando todo receio do que viria a seguir.

– E-eu... Eu também...

Um novo beijo se iniciou... Dessa vez mais sensual, mais profundo e o fez estremecer, o sabor doce dos lábios amados levando o loirinho até as nuvens. Omi se agarrou mais a Aya, correspondendo na mesma intensidade ao beijo, se apertando contra o corpo mais velho até que o ar se fez necessário. O ruivo beijou-lhe o pescoço, retirando sua camiseta, jogando-a em um canto qualquer do depósito e seus olhos percorreram o corpo amado sem pudor nenhum.

– Você é lindo! Mais do que eu imaginava. – E sorrindo, depositou beijos no pescoço alvo, provocando gemidos tímidos.

As mãos quentes do ruivo desceram pelo corpo delgado, invadindo o short do chibi, arranhando as coxas roliças, tomando as nádegas do menor sem pudor algum, apertando-as, sentindo sua firmeza macia, fazendo o garoto ofegar.

– Aaahhh... Aya! – Omi gemeu, apertando as pernas em torno da cintura do ruivo.

Carregando-o nos braços, Aya o levou até uma mesa existente no lado oposto do depósito, onde colocou o jovem hacker sentado sobre ela. Sem preâmbulos, retirou o short e os tênis, deixando-o somente com a boxer branca que usava.

O ruivo afastou-se um pouco, observando mais uma vez o corpo menor. Seus olhos violeta brilhavam de desejo, e um sorriso doce adornou-lhe o rosto sempre tão sério. Aproximando-se do loirinho, Aya inclinou-se, falando baixinho ao pé do ouvido:

– Quero que seja só meu, Omi. Pra sempre. – Sentiu o chibi estremecer em seus braços quando mordeu de leve o lóbulo da orelha, sugando-o em seguida.

– Pra sempre... – Omi suspirou enlevado, o coração do loirinho batia descontrolado, as emoções estavam todas à flor da pele. Queria sorrir ao mesmo tempo em que queria chorar. – Sempre só seu... – Agarrou-se à Aya em um abraço apertado, querendo acalmar as sensações que invadiam seu corpo.

Novamente as mãos quentes do ruivo passeavam sobre o corpo menor, deslizando a ponta dos dedos lentamente sobre as costas de Omi, provocando ainda mais arrepios. O loirinho se deixava levar pelas sensações provocadas por ele, gemia e ofegava cada vez mais, seu corpo ansiando por sentir a pele quente de Aya sobre si.

– Aaahhhmmmm... Aya, mais... Ma-ais...

Sentindo essa necessidade do loirinho por mais toques, o espadachim trilhou um caminho de beijos molhados, subindo pelo maxilar até chegar ao lóbulo da orelha esquerda, sugando-a e mordendo-a levemente mais uma vez, tomando novamente os lábios amados, explorando a boca deliciosa, enquanto suas mãos continuavam a acariciar o corpo menor.

Salpicou-lhe a face de beijos, passando pelo pescoço, beijando a junção do mesmo com o ombro, dando uma mordida que fez o chibi gritar de prazer. Continuou descendo a boca úmida pelo peito, até alcançar um dos mamilos, alternando sugadas e mordidas, circulou o biquinho com a língua até que o sentiu enrijecer em sua boca. Levou uma das mãos ao outro mamilo, esfregando e apertando entre os dedos, arrancando suspiros e palavras desconexas do mais novo.

Omi sentia choques percorrendo seu corpo através do contato da língua quente do ruivo. Essa eletricidade tirando-lhe completamente a razão. Não conseguia pensar, nem conseguia acreditar que aquilo de fato estava acontecendo.

Aya prosseguiu em sua trilha molhada chegando ao umbigo. Penetrou-o com a língua, circulando-o devagar, brincando com a pele sensível pela excitação, continuando com a brincadeira, mordendo de leve e em seguida sugando com força, fazendo o chibi gritar e arquear as costas.

Omi não conseguia mais respirar direito, cada toque do espadachim lhe revelava novas sensações. Abriu os olhos que nem reparara que tinha fechado achando as íris violetas fixas em si, o amor estampado em seus olhos.

O ruivo deu uma ultima mordida na pele macia e ergueu a cabeça, sorrindo docemente, os olhos azuis presos aos seus. Uma onda de ternura invadiu seu coração, fazendo-o se inclinar e depositar um beijo suave nos lábios vermelhos, enquanto suas mãos continuavam a acariciar o corpo menor, arrancando pequenos gemidos que eram abafados por sua boca. Os dedos desceram, acariciando de leve a pele arrepiada, brincandocom o elástico da boxer do chibi, começando a descê-la lentamente até retirá-la por completo, sem nunca quebrar o beijo. Suas habilidosas mãos pousaram nas pernas do loirinho, alisando e arranhando de leve o interior das coxas macias, uma das mãos apalpando-o com suavidade, segurando o membro teso, movimentando-o num lento vai-e-vem. E Aya foi se excitando mais vendo como ele se enrijecia ainda mais com seu toque.

– Ahhh... Aya... As-siiimmm… Hummm... – Omi delirava. – Assim... Eu não agu-guento...

Era tão gostoso ter Aya tão perto, o acariciando, o conhecendo como mais ninguém conheceu... Rendia-se totalmente aos carinhos do mais velho, deixando-se levar no mar de sensações que o envolvia.

– Isso... Assim... Não agüente...

Aya enlaçou sua cintura, estreitando-o em seus braços, intensificando o beijo, acelerando o ritmo dos movimentos. A mão habilidosa o fazia gemer descontroladamente, seu membro vibrando de prazer, desejando mais... Querendo se entregar totalmente.

– Huuummm... Aya... Aya... – Omi gemia baixinho, ofegante, seu corpo se tensionando ao máximo.

– Vamos... Se derrete pra mim... – Aya sussurrou enrouquecido.

– Aaahhhmmm... Ayaaahhhh... – Omi, não conseguindo mais resistir às caricias quentes do ruivo, se entregou ao mar de prazer e gozou intensamente.

Aya então encostou sua testa sobre a do loirinho e um belo sorriso pôde ser visto em sua face sempre tão séria. Um beijo calmo selou aquele momento e aos poucos o beijo foi ficando mais intenso e as mãos do ruivo voltavam a acariciar sedentas por descobrir mais do corpo do jovem... Nesse momento um som estridente começou a soar no depósito, assustando os amantes, fazendo com que se separassem abruptamente do beijo.

– Que barulho é esse? – Aya perguntou tentando controlar a irritação que invadiu seu peito. – Isso é hora de vir atrapalhar?

– Calma, Aya. É apenas meu despertador. – Omi disse enquanto afagava os fios cerejas, um sorriso iluminando seu rosto. Mas sua mente captou algo estranho...

"Espera aí! Despertador?!" – Omi abriu os olhos e rapidamente sentou na cama, constatando irritado que foi apenas mais um dos milhares dos sonhos com que estava tendo com o ruivo.

– Ah, não acredito! – Suspirando, o loirinho ergueu o cobertor vendo que mais uma vez não só sua mente, mas seu corpo reagiu ao sonho intenso. – De novo, não!

Levantou apressado e seguiu até o banheiro, retirando o pijama no caminho e deixando as peças espalhadas pelo quarto. Chegou ao boxe e ligou o chuveiro na água gelada, tentando assim, aplacar o desejo que ainda o assolava.

Foi uma ducha rápida, apenas para despertar do sono agitado e tentar relaxar um pouco os músculos doloridos. Sua cabeça estava a mil e por isso nem sentiu o baque da temperatura da água. Tinha sido assim nas últimas duas semanas e parecia que a tendência era piorar.

Saindo do chuveiro, enrolou uma toalha na cintura, enquanto com outra enxugou os fios loiros. Terminou de se enxugar e foi até o quarto, direto para o guarda-roupa onde pegou o seu uniforme da escola já previamente separado.

Enquanto se vestia parou em frente ao espelho reparando nas olheiras. Estava realmente cansado. Naquela noite tinha custado conciliar o sono e o sonho terminou de drenar suas energias.

– Isso não pode continuar assim. Não era nem para estar acontecendo. Tenho que me controlar senão vão perceber que há algo errado. – Sussurrou encarando seu reflexo no espelho.

Suspirando, se apressou a terminar de se aprontar. Arrumou sua cama, trocando os lençóis sujos por outros limpos, juntou as roupas espalhadas, organizou o material que iria precisar na escola e desceu para a cozinha a fim de fazer o café da manhã.

Deixou sua mochila aos pés de uma das cadeiras e foi até a geladeira pegando tudo o que precisaria para preparar a primeira refeição do dia.

Colocou água para ferver, separou pães para fazer as torradas, pegou geléias, manteigas e queijo. Fez um café bem forte e preparou suco de laranja, pois sabia que Ken detestava café. Organizou tudo na mesa e sentou-se esperando que os outros rapazes acordassem. Apoiou a cabeça na mão direita e ficou observando o relógio. Ainda era bem cedo, talvez ninguém acordasse na próxima hora.

Aproveitando esse tempo, Omi voltou a divagar em seus pensamentos. Desde que descobriu a atração que sentia pelo espadachim seu mundo tinha virado de pernas pro ar, sonhar com o ruivo se tornou uma constante em sua vida. No início eram sonhos castos, onde com apenas um beijo o loirinho já acordava afobado, todo suado e frustrado por ser apenas uma brincadeira de sua mente, mas, aos poucos, os sonhos foram evoluindo, apenas os beijos não o satisfaziam e a cada toque a mente e o corpo pediam por mais até culminar no sonho daquela noite.

– Ah, não posso negar que esse sonho foi o melhor que já tive! – Omi suspirou e um leve sorriso brotou em seus lábios, seus olhos brilharam sonhadores. Reviveu cada instante, cada gesto, cada toque, cada palavra do Aya do sonho. – Como eu queria que fosse real. Ah, o que estou falando? Isso é impossível de acontecer e é errado. É melhor eu parar de sonhar com essas coisas.

O loirinho foi interrompido de seu monólogo pela chegada de Ken à cozinha. Como sempre, o moreninho era o primeiro a aparecer, sempre bem disposto e com um sorriso a iluminar-lhe as feições. O chibi respirou fundo e esboçando seu mais belo sorriso o cumprimentou falsamente animado:

– Ohayo, Ken Ken!

– Ohayo, Omitchi! – O moreno sentou-se ao lado de Omi, bagunçando-lhe os fios loiros com carinho.

Com um leve sorriso o loirinho observou Ken passar geléia em uma torrada e se servir de suco com entusiasmo. Parecia uma criança alegre comendo seu doce favorito.

Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos enquanto o moreno comia animado... E observando o amigo, Omi voltou a se perder em seus pensamentos.

Ken estranhou o silêncio, pois todas as manhãs conversavam enquanto os outros rapazes não acordavam. Esse era o principal motivo de acordar mais cedo. O moreno gostava de passar um tempo junto com Omi, a quem tinha como um irmão caçula.

Omi percebeu que o silêncio estava se tornando constrangedor e incomodava Ken. Os dois tinham uma amizade forte e conversavam de tudo, mas o hacker não queria comentar sobre o que o incomodava. Não por não confiar em Ken, mas por não saber exatamente o que sentia sobre isso. Estava confuso.

Preocupado com a expressão abatida e cansada do amigo, Ken perguntou:

– Dormiu bem, chibi? Parece cansado. Alguma coisa te aborrece?

Alarmado com a pergunta Omi encarou o moreno, o coração falhando uma batida. Deu graças a Deus por Ken estar ocupado em passar geléia em uma nova torrada e não perceber como suas emoções ficaram à flor da pele. Fechou os olhos com força e inspirando profundamente, prendeu o ar por alguns segundos antes de soltar em um baixo suspiro.

"Ainda não consigo falar sobre isso. Melhor falar que estou bem para não preocupá-lo mais." – Abriu olhos e viu que os belos orbes verdes o olhavam à espera de uma resposta. Resolvendo responder de uma vez antes que Ken estranhasse ainda mais sua atitude olhou-o fixamente e tentou falar, mas as palavras não vieram.

"Calma Omi, assim você se entrega." – Respirou fundo mais uma vez, reparando como estava fazendo muito isso constantemente e com a voz baixa começou a falar:

– Ken-kun eu... – Antes que o loirinho terminasse de responder Yohji entrou na cozinha ainda com a roupa de dormir, se espreguiçando.

– Ohayo! – Tentou conter inutilmente um bocejo.

– Ohayo! – Ken e Omi responderam em uníssono.

O loiro mais velho sentou-se ao lado de Ken, de frente para Omi. Sem reparar o clima em que o ambiente se encontrava pegou uma xícara e colocou o café fumegante, o aroma delicioso invadindo a cozinha. Dando um longo gole, não pôde evitar o sorriso largo, só o chibi sabia preparar café da forma que ele gostava. Forte e meio amargo, do jeito que sua mãe preparava para ele antes de ir para a escola. Muitas lembranças boas da sua infância vinham à tona ao saborear o café.

O ex-detetive pegou uma torrada e a manteiga que estava próximo à Omi e esse gesto despertou o loirinho da letargia que se encontrava. Ele então se levantou e foi preparar ovos fritos com bacon.

Ken acompanhou com um olhar preocupado os movimentos do chibi. Percebeu que além de cansado, as ações dele pareciam automáticas, robóticas.

"Definitivamente o chibi não está bem. O que será que está se passando com o pequeno?" – Ken olhou para Yohji tentando ver se o loiro também tinha percebido a tensão do mais novo, mas ele estava de olhos fechados, perdido em suas agradáveis lembranças enquanto tomava mais café.

Omi se sentia fora do corpo, como um observador à distância. Sabia que estava cozinhando, mas fazia tudo automaticamente, graças à prática diária. Sua mente se encontrava longe dali. O sonho insistia em não lhe deixar em paz... A cada sonho que tinha se sentia assim, vazio, perdido.

Enquanto mergulhava ainda mais fundo em suas divagações terminou de preparar os ovos e serviu uma generosa porção para Yohji e outra para Ken, sentando novamente. Seus olhos estavam perdidos, sem o brilho normal de animação... E mais um suspiro saiu sem que pudesse evitar.

Yohji, percebendo o alheamento de Omi, parou de comer e encarou o moreno em busca de explicações sobre o porquê de o chibi estar assim, mas a única coisa que recebeu foi um olhar, um pedido mudo para que o mais velho sondasse o garoto.

Yohji pousou calmamente a xícara na mesa, seu olhar encontrando com o do menor, fazendo-o entender suas intenções. Percebeu como a atitude de Omi passou de desligada para defensiva, como se escondesse algo... E quando Yohji se preparou para perguntar o que estava havendo para o garoto estar daquele jeito, Aya apareceu totalmente vestido e com um meneio de cabeça cumprimentou a todos.

Ao ver Aya, todas as imagens do sonho que o chibi tanto queria evitar ficaram ainda mais nítidas em sua mente e as sensações invadiram seu corpo de forma assustadora, como um vulcão entrando em erupção, fazendo com que seu desejo despertasse com rapidez, as emoções muito afloradas.

Constrangido com seu descontrole e com medo que algum dos rapazes percebesse o efeito que a chegada do espadachim provocou, Omi levantou afobado, derrubando a cadeira, chamando a atenção de todos, que o olharam sem entender seu comportamento.

Sentindo seu rosto queimar com o rubor, ergueu a cadeira e pegou a mochila que estava no chão.

– E-eu lembrei que prometi ajudar um amigo a estudar para a prova que teremos hoje. E já estou atrasado. – Explicou meio sem jeito, agarrando com força a alça da mochila, tentando transparecer calma, sem muito sucesso.

– Mas você nem comeu nada. – Ken se mostrou preocupado.

– Tô sem fome. Nos vemos à tarde. – O loirinho saiu praticamente correndo, deixando os três se olhando, intrigados.

– O que deu nele? – Yohji ainda olhava espantado por onde o chibi tinha saído.

– Não sei, mas já faz alguns dias que ele está assim. – Ken falou, sua expressão ficando pensativa.

Uma idéia passou pela cabeça de Yohji que então estacou no ato de encher sua xícara com mais café, sua expressão mudou de preocupado para divertido. Não resistindo acabou por gargalhar, fazendo com que Ken o olhasse espantado.

– O que é tão engraçado, Yohji? – O moreno perguntou curiosíssimo.

– Acho que nosso chibi está crescendo. – Com um sorriso o loiro terminou de encher sua xícara.

Ken, não captando o sentido das palavras de Yohji olhou para Aya que tomava seu café concentrado, parecendo alheio à conversa. Voltou, então a olhar para o ex-detetive.

– O que você quer dizer com isso, Yotan? – O tom de contrariedade era evidente.

– O óbvio. Omi está apaixonado! – O sorriso do loiro se alargou ao ver a expressão surpresa de Ken. – Ele quase não dorme, não come, vai mais cedo para escola. Só pode ser amor.

Um silêncio chocado seguiu as palavras do loiro. Ken estava estático, se recriminando por não ter percebido antes, mesmo estando tão próximo de Omi.

Aya levantou-se, deixando sua xícara na pia e se dirigindo para fora da cozinha e parando na porta, falou olhando para Yohji:

– Hoje é seu dia de cuidar da louça. Assim que terminar de arrumar a cozinha, se arrume a vá fazer as entregas. – Sem esperar por uma resposta o ruivo foi para a floricultura.

– O que houve com ele? Agora todos resolveram ficar estranhos? – Yohji perguntou olhando para Ken.

– Vai saber. Mas é melhor não contrariar o Aya quando ele está de mau humor. Você sabe como ele é... – Ainda chocado com a história do Omi, Ken levantou da mesa deixando as coisas que usara no café da manhã na pia, assim como o ruivo. – Vou ajudar lá na floricultura antes que o Aya venha me chamar. Não demore! – E acenando para Yohji saiu da cozinha.

O loiro terminou sua terceira xícara de café e levantou, indo em direção a pia e com uma careta de desgosto começou a lavar a louça. Odiava fazer as tarefas domésticas, mas concordava com Ken, era melhor não contrariar o ruivo. Mas aos poucos uma idéia lhe surgiu e sua careta se transformou em um sorriso maroto que lhe iluminou seu belo rosto.

– Só pode ser isso! – O loiro sussurrou, aumentando seu sorriso. – Não tem outra explicação.

ooOoo

Omi caminhou lentamente, sem nem reparar na paisagem ou nas pessoas ao seu redor. Seus pensamentos se encontravam na floricultura onde o ruivo provavelmente estava estranhando sua atitude. Recriminava-se por ter sido tão infantil e fugir daquele jeito.

Sabia que o que estava sentindo não era normal, era mais que uma simples amizade e por isso não seria recebida com bons olhos. E tudo o que queria era evitar que um clima ruim se instalasse entre o Weiss. Já tinha sofrido tantas rejeições e desilusões em sua curta existência... Tendo que amadurecer rápido demais, não tendo uma infância normal sendo criado com extrema frieza pela Kritiker. Por isso não queria abalar o equilíbrio do único lugar que realmente podia chamar de lar.

Olhou à sua volta tentando se localizar, apesar de saber estar fazendo o caminho certo de modo automático, queria ter uma noção de quanto tempo levaria até chegar ao seu destino. Estava em frente à praça que havia há dois quarteirões de sua escola. Não pôde deixar de reparar em vários casais de namorados que passavam ou se encontravam ali para irem juntos para a escola. Um novo suspiro escapou por seus lábios.

Continuou andando, a cabeça baixa, sem conseguir reprimir a tristeza que tomava conta de seu ser, nem os pensamentos que assaltavam sua cabeça mesmo que tentasse impedir.

"Acho que não nasci para ser amado." – Sua mente girava. Todos os acontecimentos tristes de sua vida passavam como flashes por seus olhos. Esse pensamento ecoava em sua cabeça, trazendo uma dor aguda ao seu pequeno coração. Sentia-se injustiçado, desesperançado.

Assustou-se ao sentir um braço forte envolver seus ombros em um abraço caloroso. Alarmado, por ter sido pego de guarda baixa, Omi ergueu os olhos e viu Akishino sorrindo-lhe meigamente.

– Omi-kun, Ohayo! – Cumprimentou entusiasmado.

– Ohayo, Aki-kun. – Tentou imprimir o mesmo entusiasmo do amigo na voz, não querendo preocupá-lo.

Estranhou encontrar-se com Akishino ali, em frente à praça, sendo que a casa dele era no sentido contrário. Foi então que percebeu que já se encontrava em frente ao portão de entrada do colégio e que mais uma vez, enquanto se perdia em meio aos seus pensamentos havia se desligado do mundo exterior.

– Parece mais pensativo que o normal, Omi. – Akishino comentou enquanto entravam no prédio.

– É só impressão sua Aki. – O loirinho tentou passar firmeza em sua voz.

– Sabe que se precisar conversar estou aqui, né?

Omi olhou mais uma vez para o amigo. Akishino era um garoto alto, de porte atlético, de cabelos negros na altura dos ombros, seus olhos de um intenso verde brilhavam de alegria por estar na escola. O hacker sabia dos problemas familiares que Akishino tinha e que isso o fazia ansiar pelos momentos em que podia estar fora de casa, principalmente na escola onde tinha a companhia dos amigos.

Um silêncio acolhedor envolveu os dois enquanto seguiam direto para a sala de aula. Akishino, então, soltou o abraço e se voltando para Omi deu-lhe seu mais belo sorriso.

Não havia muitos alunos perambulando pelos corredores e escadas que passaram, pois eles tinham chegado com muito tempo de folga.

Ao chegarem à sala de aula no final do corredor do último andar encontraram somente um garoto sentado em uma das mesas centrais, absorto na leitura de um grosso livro de capa dourada.

Shun tinha a altura de Omi, seus lustrosos fios castanhos em um corte curto que lhe emprestavam a aparência de um ser celeste. Seus olhos de raro tom acinzentado eram sinceros e alegres, suas feições andrógenas emitiam uma sensação de paz. Ele era um amigo de fácil convivência.

Os olhos de Akishino irradiaram um brilho de jaspe ao vislumbrar o amigo distraído em seu passatempo preferido e um sorriso contagiante iluminou ainda mais seu rosto.

Omi sorriu. Estava junto das pessoas que o faziam se sentir como um adolescente normal e apesar de serem os populares da escola, sempre o trataram com simplicidade e carinho, conquistando a confiança do loiro.

Omi era o aluno modelo, número um em todas as disciplinas, mas por mais que se esforçasse em se misturar, sempre acabava se isolando.

Shun fazia jus ao seu significado de seu nome, sendo um brilhante gênio. Era o melhor aluno da turma, só perdendo para Omi, que só o superava nas aulas de educação física.

Akishino era a estrela do time de futebol. O melhor atacante dos últimos dez anos.

Os três tinham estreitado os laços dois anos antes, quando Omi os salvou de repetirem o período, defendendo-os de um professor injusto. A partir de então se tornaram inseparáveis na escola, sempre fazendo trabalhos e atividades em grupo juntos.

Shun só percebeu a presença dos amigos quando ouviu o barulho das cadeiras sendo arrastadas para perto dele. Ergueu a cabeça, um sorriso tão lindo quanto o de Akishino iluminando seus belos olhos negros.

– Omi, Aki. Que surpresa encontrá-los aqui tão cedo! – A doce voz de Shun transmitia todo o afeto pelos companheiros.

– Eu vim mais cedo para poder estudar para a prova de matemática e encontrei o Omi na entrada. – Aki sentou-se na cadeira apoiando os braços na mesa de Shun.

– E eu vim mais cedo porque queria revisar com calma meus exercícios de química. – Omi respondeu a guisa de explicação, dando seu melhor sorriso, tentando agir normalmente diante dos amigos.

– Eu até acredito que o Omi venha à escola mais cedo para estudar, mas você Aki? O maior preguiçoso da história desta escola? – Shun gargalhou enquanto fechava o livro após marcar a página que estava lendo.

– Mas é verdade, Shun-chan! – Nem Omi pôde resistir e caiu na risada ao ver o bico emburrado de Akishino.

E assim se passaram os minutos. Os três conversando, brincando numa familiaridade rara entre os colegas daquela escola e Omi conseguiu relaxar por um momento, esvaziar sua mente das cenas do sonho.

O clima de descontração era total quando ouviram o sinal indicando o início das aulas.

– Nossa! Como o tempo passa rápido quando estamos juntos. – Aki ofegava de tanto dar risada.

– É verdade. Apesar de alguns desligados. – Ao enfatizar a última palavra Shun lançou um olhar agudo para Omi.

– Hã? Disseram algo? – O loirinho despertou dos pensamentos que voltaram a lhe envolver e sua reação arrancou mais gargalhadas dos amigos.

Nesse instante os outros colegas começaram a aparecer. Akishino e Omi voltaram a colocar suas cadeiras no lugar enquanto cumprimentavam alguns garotos que passavam por eles. Aki olhou para Shun trocando olhares divertidos.

Omi sentou-se rígido, apoiando o braço na mesa. Seu olhar vagou até a janela, como se a luz resplandecente do sol pudesse clarear sua mente. Ainda se perguntava sobre o que Aya estaria pensando dele... E imersos nesses pensamentos, o loirinho não sentiu uma aproximação diferente.

Uma bela garota loira se aproximava com passos delicados, como se flutuasse ao invés de andar, seus longos fios dourados esvoaçavam com a brisa vinda da janela, os olhos de um exuberante tom de mel perscrutavam todo o corpo de Omi, um brilho de adoração irradiando ainda mais beleza à suas íris. Sua pele alva reluzia à claridade do ambiente. Podia-se dizer estar diante de uma ninfa das florestas ou uma fada. Sua beleza ímpar chamava a atenção de todos.

Caminhou até a mesa de frente para Omi e sentou-se com graciosidade e delicadeza. Apoiou seu braço na mesa do loirinho, encarando seu rosto, um sorriso deixando-a ainda mais bela.

– Olá, Omi! – Sua melodiosa voz, de tom suave arrancou mais uma vez o jovem Weiss de seus pensamentos.

– Ohayo, Mio. – Com a voz totalmente desprovida de emoções, Omi nem sequer olhara para a garota.

Mio contemplou por uns instantes o garoto a sua frente, tentando decifrar seus pensamentos por sua expressão. Sem sucesso, suspirou e tentou puxar assunto novamente.

– Um doce pelos seus pensamentos. – A garota sussurrou em um tom divertido, mas tudo o que conseguiu foi que Omi a olhasse intrigado.

Mio aguardou mais alguns instantes, esperando por uma reação mais efetiva, mas como essa não veio, ela continuou:

– Parece tão pensativo hoje. Mais que o normal. – Sua voz continuava doce, mas seus olhos brilhavam com raiva da indiferença demonstrada pelo loirinho.

– É só impressão, Mio-chan. – Omi apoiou o queixo na mão e voltou seu olhar para janela onde viu uma borboleta de raro tom azulado pousar no batente.

Suspirando exasperada por não conseguir chamar a atenção do loirinho para si, Mio voltou ao seu lugar bem na hora em que o professor entrou na sala.

Omi se obrigou a olhar o professor que iniciava uma matéria nova de física. Tédio se uniu à letargia que o envolvia. Como já sabia a matéria, o hacker ficou a rabiscar distraidamente na capa de seu caderno, deixando sua mente vagar até o ruivo, sem notar que Mio o olhava fixamente.

As cenas daquela manhã se misturavam com as de seu sonho o deixando mais atordoado e alheio a tudo a sua volta. Então lhe ocorreu a idéia de que sua atitude chamara muito a atenção e isso poderia ter preocupado os outros. E o que não queria de jeito nenhum era responder perguntas que nem ele sabia a resposta.

As horas pareciam se arrastar e a cada segundo que passava Omi ficava mais preocupado sobre como agir quando voltasse para a floricultura, tendo Aya o dia inteiro em seu campo de visão.

"Será que conseguirei me concentrar e refrear as reações de meu corpo?" – Sua expressão vazia aos poucos se transformava em preocupada conforme a resposta dessa pergunta lhe chegava à mente.

No final da aula, ao guardar seus materiais na mochila, Omi se surpreendeu do que rabiscara na capa de seu caderno. Desenhara o nome de Aya envolto por milhares de corações. Estava tão imerso dentro de si que nem reparara no que estava fazendo e quando notou seus amigos se aproximando, fechou o caderno com rapidez, guardando-o para evitar explicações embaraçosas.

Akishino colocou a mão no ombro de Omi, assim como fez na entrada do colégio. Sua expressão divertida intrigou o Weiss que ficou na defensiva, sem saber se foi descoberto em seus devaneios.

– Ne, Omi, você reparou como a Mio-chan estava olhando para você? – Aki sussurrou enquanto a garota em questão passava por eles lançando um último olhar para Omi antes de sair da sala.

– Não. Por quê? – Aliviado por não ter sido descoberto, olhou curioso para os amigos.

– Achamos que ela gosta de você. – Shun explicou, dando de ombros, sua expressão tão divertida quanto à de Akishino.

A surpresa de Omi foi grande. Ele que sempre foi bom observador, tendo uma intuição aguçada não havia percebido aquilo. Ainda sem acreditar olhou nos olhos dos dois garotos à sua frente, tentando captar se era somente uma brincadeira ou falavam sério.

– Vocês têm certeza disso? – Sua voz saiu mais aguda que o normal, efeito do choque e da incredulidade.

– Absoluta. – Aki e Shun respondem juntos, se entreolhando e caindo na risada logo em seguida.

– Vocês não estão brincando com a minha cara, estão? – Omi perguntou confuso, sem saber como interpretar as risadas dos amigos.

Shun parando de sorrir, olhou bem fundo nos olhos azuis e respondeu em um tom firme:

– Omi, como amigo você sempre cuida de nós, nos alertando de coisas que nós nem percebemos, sempre vigilante e observador, sabe dizer com facilidade nosso estado de espírito. Mas quando se trata de você mesmo não consegue enxergar coisas óbvias.

– Isso é verdade. Faz semanas que a Mio está te dando a maior bola e você nem aí. – Akishino complementou ainda lutando contra o ataque de riso. – Vamos Omi e Shun, está ficando tarde, tenho que voltar rápido pra casa.

Omi acompanhou os amigos até a saída da escola em silêncio, ponderando sobre o que eles falaram. Pararam em frente ao portão para se despedir, Akishino ainda rindo da reação estática do loirinho.

ooOoo

No caminho de volta para casa, Omi estava ainda mais perdido em pensamentos. Não se conformava por deixar passar algo que ficou óbvio até para Akishino, o mais desligado da turma.

Andava tão rápido que as pessoas ao seu redor se desviavam para não se chocarem contra ele. Quando deu por si já se encontrava em frente à Koneko. Estava tão confuso com a história de Mio... Fora os próprios sentimentos que até esqueceu que teria que enfrentar os olhares e perguntas de seus companheiros.

Respirou fundo diante da entrada e criando coragem entrou rapidamente, praticamente voando, em direção a porta de comunicação da floricultura com a casa. Gritou por sobre o ombro antes que um dos amigos lhe perguntasse algo:

– Só vou trocar de roupa e volto para ajudá-los com as clientes. – E como um furacão, subiu até seu quarto, trancando a porta atrás de si. Ofegante, sentiu o suor escorrendo pelo seu corpo e decidiu tomar um banho antes de voltar para a floricultura.

Quinze minutos depois, Omi entrava na floricultura, vestindo uma camiseta branca e um short azul claro que deixava bem a mostra suas belas pernas. Foi direto para trás do balcão do caixa, onde pegou seu avental amarelo, colocando-o sobre a roupa.

Olhou a sua volta, vendo como mais uma vez a floricultura estava abarrotada de estudantes alvoroçadas, que faziam de tudo para chamar a atenção dos rapazes.

Yohji preparava os arranjos para as entregas do turno da tarde, enquanto Ken atendia uma cliente. Aya estava logo atrás do balcão fazendo mais arranjos para um casamento. Percebê-lo tão perto mexeu com os sentidos de Omi, fazendo-o caminhar depressa até o meio da floricultura, impondo uma distância segura para que seu corpo não reagisse às imagens que já se formavam em sua mente.

Assim que as garotas perceberam que os quatro Weiss estavam juntos na floricultura os gritinhos e cochichos aumentaram tremendamente, pois isso era muito raro de acontecer, dizendo-se até que vê-los assim era prenúncio de boa sorte.

Ken terminou de atender sua cliente e trocando um olhar de entendimento com Yohji começou a se aproximar do chibi. Omi percebendo suas intenções ficou em alerta, procurando por algo que o ajudasse a adiar essa conversa por mais um tempo.

Nesse momento uma nova cliente entrou na Koneko, sem conseguir suprimir um suspiro de alívio, o loirinho foi até ela sorrindo, mais tranqüilo por ver o moreninho se afastar em direção a uma nova cliente. Yohji sacudiu a cabeça enquanto saía para fazer suas entregas.

O movimento da clientela aumentava alucinadamente e a cada instante parecia que o número de garotas em frente à floricultura crescia. Nessa correria toda Omi nem percebeu a existência de um par de olhos mel fixos em cada movimento seu.

Continua...


Eis aqui o primeiro capitulo.
Ele é dedicado à minha amiga secreta Yoru no Yami.

Agradeço às minhas amigas e betas Samantha Tiger Blackthorn e Yume Vy por me honrarem com suas deliciosas betagens e por toda ajuda na criação dessa fic.

E um agradecimento especial à Lady Anúbis, por toda a paciência e carinho que teve por mim, por toda a força que me deu incentivando para que eu prosseguisse e não desistisse do plot.

Agradeço à todos que leram e espero seus comentários.

Beijos,

Eri-Chan

21 de Março de 2009 - 12h:45min