Broken Stars

"Supernatural - Flyleaf"

Ela pegou a guitarra que estava em cima do sofá, e colocou gentilmente em seu colo. Tocou algumas notas, sentia o toque metalizado das cordas, sentia os sons ecoarem pela sala e por sua mente...

Música.

Fechou os olhos só apreciando o som estridente e prazeroso das notas da guitarra.

Kagome Higurashi, 15 anos, 1º ano do colegial. Estudava na Goshinboku, uma escola pública perto de sua casa. Possuía cabelos até a cintura, negros, e os olhos azuis profundos, escuros e melancólicos como os de uma criança, personalidade calma e totalmente o oposto de Sango: sua melhor amiga.

Olhou para o relógio em cima da prateleira mogno, ao lado do sofá: 6:45. Era hora de agüentar a tortura por mais um dia. Levantou-se do sofá ajeitando a calça jeans escura e a blusa branca, que era o uniforme escolar, calçou seu all star sujo e subiu até o quarto. Levou a guitarra até seu quarto e pegou sua mochila, saindo silenciosamente de casa para não acordar a mãe o irmão.

Fechou lentamente a porta, saindo do prédio onde morava e seguindo para a escola. A escola não era lá aquelas coisas, mas tinha um bom ensino, e as pessoas que estudavam lá deixavam a desejar um pouco. Ela suspirou atravessando a rua. A realidade era que mal começara o ano, e ela já não agüentava mais estudar.

Andava na rua chutando algumas pedrinhas. Pensava na desculpa que iria dar pra Sango, porque tinha faltado ao ensaio da banda de garagem por simplesmente estar com preguiça. Sango era mais forte que certos meninos, prova disso era a briga que teve com um garoto da escola, por a ter chamado de "aberração". Sango só não quebrou os dentes dele porque a seguraram. A garota era briguenta, enfrentava até o cara mais macho da turma, e ainda por cima saía ganhando na briga. Por isso a apelidaram de Sango Selvagem.

Ela tinha o cabelo até para baixo dos ombros, bem castanhos, e os olhos da mesma cor. Na opinião de Kagome, era bem bonita se fosse tão desleixada com a própria aparência e as roupas largas. Na banda Kagome era vocalista e guitarrista e a Sango era a baterista. Não faziam muito sucesso, suas mães diziam que eram precoces, mas mesmo assim tocavam em festinhas de crianças e na garagem da casa de Sango. E raramente elas tocavam em festas organizadas por alunos da escola.

OoOoOooo

Logo Kagome se encontrava em frente à escola. Não demorou muito para avistar do outro lado da rua, Sango pisando duro em sua direção. Estava frita [pensava só pela cara da amiga.

- Acho melhor você ter boas desculpas pela falta no ensaio queridinha. - gritou se aproximando de Kagome, apontando o dedo indicador para ela.

Já disse que ela ficava assustadora nervosa? Não? Pois bem, ela era assustadora quando estava nervosa. Ela sempre foi estressada, nervosa, e muito briguenta. Outro motivo por não ter amigos...Assim como Kagome, ela só tinha apenas uma amiga, e essa era a própria Kagome. Uma "dependia" da outra, era quase como irmãs.

- Er...Bem Sango, desculpa, mas é que eu estava atolada com afazeres domésticos, sabe como é... - Kagome disse, sorrindo amarelo para a figura brava a sua frente.

Sango deu uma risada sarcástica. Não acreditara na amiga. Kagome? Fazendo serviço doméstico? Essa era boa, pois a amiga era a menina mais preguiçosa que já conheceu. Sango riu seco e sarcasticamente diante do sorriso amarelo e receoso da amiga.

- Sei. Mas vamos logo parar com o papo furado. Preciso te falar algu...- parou de falar repentinamente.

TRIIIM (onomatopéia clássica!).

Tinha sido interrompida visto que o sinal tinha tocado. Sango bufou, e fez um sinal que iria contar depois. Entraram juntas na escola e caminharam até a mesma sala. Sentaram-se em seus respectivos lugares enquanto a professora se acomodava na mesa.

Sango era incrivelmente anti-social e sentava mais ao fundo da sala, Kagome já era mais "certinha" e sentava um pouco mais à frente, do lado da fileira que sua amiga sentava. A menina não estava prestando nenhuma atenção na aula de Ayame, prestava atenção no formato das nuvens, imaginando desenhos geométricos, pessoas e animais.

Kagome voltou a Terra quando sentiu algo bater na sua nuca. Virou para trás procurando pelo filho da mãe que tinha atirado o objeto nela. Encontrou apenas Sango se matando de rir e apontando para o colo, a menina girou os olhos pensando no quanto a baterista era louca. Olhou para o colo e encontrou um bilhetinho pequeno. Abriu-o delicadamente por debaixo da mesa, afinal, se Ayame pegasse, estaria mais do que frita.

"Gata, falei com a diretora Kagura hoje. Ela autorizou nosso show de encerramento do baile de gala. Eu te conto mais detalhes depois".

Sorriu maliciosamente, voltando se para trás e dando uma piscadela marota pra Sango, que retribuiu o gesto.

- Acabou o tempo. Entreguem as redações agora. – a professora falou com a voz ligeiramente alterada, fazendo metade da sala suspirar desanimada.

Ayame tinha pedido uma redação sobre a o sistema nervoso humano em menos de trinta minutos, e com mais de trinta linhas. Na opinião de Kagome, simplesmente era impossível de fazê-lo, pois não sabia absolutamente nada sobre o corpo humano e nem estava com imaginação para escrever uma redação. Mas não ia ficar com MAIS uma nota vermelha na matéria, e fez a redação. Foi caminhando toda saltitante até a mesa da professora de Ciências e estendeu o papel.

A professora conferiu, franziu o cenho, e olhou abismada para a menina.

- O que é isso Higurashi?

- O que é isso o que? – rebateu com divertimento oculto na frase.

- Isso não é uma redação! Você por acaso está tentando me irritar hoje, ou é só impressão? – ela já estava perdendo a paciência com a pupila. Mas que diabos que menina insolente[pensava

- Mas é claro que é uma redação querida Ayame! Olha aí, tem trinta linhas contadas. – piscou marota pra professora. Tirou a franja do olho antes de continuar – Mas a senhora não disse que era para ser trinta linhas cheias ou completas...

A sala explodiu de risos e cochichos. Ela tinha que admitir: Kagome era mesmo muito esperta e fazia de tudo para escapar de mais uma nota vermelha. A professora não agüentou diante da esperteza da aluna e entrou na brincadeira, rindo também. Mandou Kagome, educadamente por assim dizer, sair da sala para tomar "um ar", a menina assentiu e saiu da sala toda saltitante sendo seguida por Sango que nem a pau iria aturar a aula da velhota sozinha.

OoOoOooo

- Kagome, a Kagura disse que poderíamos tocar, se...- Sango fez uma pausa, suspirando. -...Se tocássemos uma música lenta e romântica. E ainda disse que nos pagaria pra tocar isso!

Sango girou os olhos enquanto se olhava no espelho do banheiro. Afinal, que graça tinha em músicas melosas? Tinham que botar o terror, por assim dizer, e tocar músicas pesadas para se movimentar bastante na bateria e "agitar a geral"; olhou de soslaio para a amiga que estava encostada na parede com o olhar para baixo.

- Mas se esse é o pato que temos que pagar, até que não está tão ruim assim vai. Veja pelo lado bom: iremos espalhar o amor por aí... – Kagome ergueu a face, fazendo um sinal com os dedos de "paz e amor". Segurou o riso ao ver a amiga ficar vermelha de raiva.

Era tão divertido zombar dela!

- Ah Kagome, fala sério! Não quero tocar isso na nossa primeira "grande" apresentação. - gritou. Kagome a olhou assustada.

Era oficial: Sango precisava de um analista!

Por fim, bufou e cruzou os braços na frente do peito fazendo birra.

- Sango, não faz drama. Não é o fim do mundo, tudo tem sua primeira vez. Só tocaremos três músicas e já era, vamos embora felizes e com grana no bolso... - piscou para a figura de braços cruzados. Sango apenas bufou mais uma vez, mostrando irritação.

É, teria que fazer esse sacrifício pelo bem da banda, porque chances como aquela não apareciam de uma pra outra. Teria que se controlar quando visse a diretora Kagura, pra não xingá-la de nomes impróprios...

Enquanto conversavam uma garota tinha entrado dentro do banheiro, caminhou até o espelho e se posicionou ao lado de Sango, retocando a maquiagem; Sango a olhou de soslaio, tentando ignorar a presença dela ali. A garota passava gloss nos lábios vermelhos, e ajeitava a blusa com um decote em "v", arrumava a calça jeans um pouco colada ao corpo... Ela se virou sorrindo sarcasticamente para Kagome, que olhava para um ponto qualquer do banheiro.

- Hey fracassada, fiquei sabendo que você e a aberração vai tocar no baile de gala. É verdade? – falou com a voz divertida e irônica enquanto colocava as mãos na cintura.

- Se vamos ou não, não é problema teu Kikyou...- Kagome disse cerrando os punhos para manter a calma.

- Ui, mas vamos garotas, me contem. Por que exatamente vocês querem tocar? Querem saber como é o baile? Já que vocês nunca foram em um, porque nunca foram convidadas...

Sango a observava ainda de soslaio, tentando manter a calma com aquela voz irritante e estridente ecoando pelo banheiro. A menina não estava agüentando mais segurar as mãos para si mesma, queria mesmo, era espancá-la até Kikyou pedir perdão por todos os xingamentos que proferiu para com elas.

- Sango, vamos voltar para a sala – Kagome disse com a voz baixa, mexia as mãos freneticamente em sinal de desespero. Sango compreendeu e se enfezou ainda mais...

Kagome não agüentava mais ficar ali, no mesmo ambiente que Kikyou Takeshi. Já havia sido humilhada por ela várias e várias vezes, mas como sempre, tentava ignorar, mas a verdade é que ela se importava. Não queria viver na sombra da menina só porque era muito parecida com ela. Quem as visse, iriam dizer que Kagome e Kikyou são irmãs gêmeas...Kikyou odiava tal comparação. Dizia que ela era "boa demais" para ser comparada com uma fracassada que não tinha namorado e que nem ao menos tinha sido convidada para ir ao baile alguma vez. Sango não agüentava mais ver a amiga passando apuros na mão daquela "vadiazinha", queria que a amiga aprendesse a se defender.

- Ah meninas! Contem – me vai. – Kikyou fingia interesse nas duas. Não iria perder a oportunidade de humilhá-las mais vez...

- Kikyou, sério, cala a tua boca e vai puxar o saco da Kagura vai. – Sango disse apoiando as mãos na pia, e olhando para o espelho.

Kikyou, que estava de costas para a baterista, continuava falando com Kagome, alfinetando-a em pontos sensíveis...Ela não estava mais se controlando; deu um soco na pia de tanta raiva e indignação. Afinal, o que Kagome tinha feito a ela? A garota estava tão concentrada em humilhar Kagome, que nem ao menos percebeu Sango se aproximando perigosamente, com uma veia saltada na testa e com raiva, muita raiva.

Pegou Kikyou pelo pescoço e a virou, para surpresa de Kagome, que ia em direção à porta. Precisava de ar fresco. Ela parou e ficou observando a cena: Sango com as mãos no pescoço de Kikyou, as duas cara-a-cara.

- Olha aqui sua vadiazinha... – Sango disse com a voz embargada de ódio e estreitando os olhos para a menina. – Eu estou com uma enorme vontade de espancá-la aqui mesmo no banheiro...

- A é? Então vai. Seja feliz e bata em mim até sair sangue – Kikyou desafiava mesmo sabendo que ter seu pescoço envolto por mãos fortes não era lá uma situação muito boa.

- Kikyou, lembra do Kouta? – ela resolveu fazer um joguinho com a garota antes de socá-la. Sorriu sarcasticamente.

- Lembro. – disse com receio não entendendo a expressão de Sango.

- Lembra aquela briga que eu tive? Eu quase quebrei o maxilar dele...Então se eu fosse você, não me desafiava porque minha paciência já foi pros quinto dos infernos sua vadia! – Sango berrou aproximando o seu rosto. Kikyou queria recuar, tentou se libertar das mãos da baterista, mas ela estava determinada a acabar com aquilo ali mesmo.

- Vai Sango. Pode bater. Mas isso não mudará a situação dela de FRA-CAS-SA-DA! Pode me bater o quanto quiser, mas ela vai ser SEMPRE essa coisa deplorável que é. – apontou para Kagome que estava observando tudo atentamente.

A menina não sabia se fugia, ou se intrometesse na briga das duas. Afinal, ali estava a chance de se vingar de todos os xingamentos, mas também bater nela com uma diferença grande de força era injusto. Kikyou era uma "patricinha" do subúrbio, não praticava esportes. Era uma franguinha. Agora Sango era diferente. Ela era mais forte que muitos meninos do time de futebol, e ganhava qualquer briga;

POW!

Kagome voltou de seus devaneios quando ouviu o baque surdo do impacto da mão da amiga. Sango tinha metido um soco na boca da garota. Abriu e fechou a boca várias vezes, surpresa. Sango abriu a mão que segurava o pescoço de Kikyou, libertando ela; a menina cambaleava, via tudo turvado e sem forma. Caiu de bunda no chão massageando o maxilar com uma mão e outra massageava o pescoço dolorido.

- Esse é o seu lugar, vadia. No chão. Agora faça o favor de não perturbar mais minha amiga, se não, da próxima vez eu quebro seu maxilar.

Sango pegou Kagome pelo braço, que estava estática. Não estava acreditando que sua melhor amiga tinha batido na garota mais popular da escola! Foi puxada rapidamente até a saída e lançou um último olhar para a figura caída com uma das mãos na boca.

- Isso não vai ficar assim sua fracassada! – Kikyou murmurou para si mesma enquanto apoiava as mãos no chão e se levantava.

Continua xD

Ps: O Inu já vai aparecer minha gente. Acalmem-se

Olá minha gente. Então, minha primeira fic (suspira de ansiedade), e eo peço que vocês mandem opiniões, críticas (com respeito, sério), idéias, e até mesmo elogios!

O que tenho a falar sobre esse capítulo? Bom, tosco, sem muitos diálogos e sem muitas ações. Mas é preciso. Eo precisava narrar mais a vida de cada uma do que ficar escrevendo diálogos, entendem? Mas no próximo capítulo, os outros personagens irão aparecer e muuuitas coisas estão por vir ainda. Outra coisa: para quem não entendeu a richa entre Kikyou e Kagome é simples. A Kikyou não gosta da Kagome porque a mesma é idêntica a ela. Então ela quer ser a única e tudo mais. Por isso ela a humilha e a bichinha não faz nada, porque a Kagome acredita que não tem potencial pra competir com ela. A Kikyou nem vai ser tão má assim minha gente XD

A Sango é o tipo de "anjo da guarda" da Kagome. Melhor amiga, e é quase uma irmã como diz no comecinho.

E sobre a musiquinha no começo do capítulo: vou colocar uma música que combine com o capítulo, mas não só pela letra, e sim pelo RITMO também. Vai ter hora que a música vai ser nada a ver e tudo mais, mas o ritmo vai ser perfeito para cada situção. xD

Bom, até o próximo capitulo e deixem reviews, por favor?

Kissus