A Game of Quidditch

– VAI, VAI, GRIFINÓRIA! VAI, VAI GRIFINÓRIA!

A voz da torcida invadia o campo. Era o jogo final da batalha épica travada entre Sonserina e Grifinória. O lugar estava completamente colorido de vermelho e verde. O jogo, cuja duração até aquele momento marcava três horas e meia, estava empatado, com o placar de 300 a 300.

Os capitães dos times pediram tempo ao mesmo tempo. Voando até o chão, as quatorze vassouras dividiram-se e foram para lados opostos dos campos.

Quase como se tivessem ensaiado, os capitães adversários transmitiram a mesma mensagem para os dois times, algo como:

– A nossa vitória está em suas mãos, apanhador.

O juiz soprou o apito e as vassouras voltaram para o ar. O time todo olhava para os lados, procurando o pomo, cansados demais para continuar o jogo normalmente.

Por mais que os olhos do apanhador da Sonserina buscassem por um lampejo dourado, denunciando a posição do pomo, seus olhos insistiam em voltar sua atenção para uma garota de cabelos vermelhos.

– Lily! – berrou Hugo.

Ela voou em direção do goleiro.

– O que foi, Hugh?

– O pomo...

– Onde? – ela o interrompeu.

– Lá – ele apontou para baixo. – Perto do chão.

Um pouco abaixo de Lily, Scorpius só percebeu que o outro time tinha avistado o pomo um segundo mais tarde.

Os dois tinham a mesma vassoura, uma FastArrow¹. Portanto, mesmo quando Scorpius alcançou ela, a disputa pela liderança foi acirrada.

Há uns cinco metros do chão os dois diminuíram a velocidade das vassouras e deslizaram para frente, estendendo um dos braços para pegar a bolinha dourada.

1 metro. 50 centímetros. 10 centímetros. Scorpius já podia sentir o vento que era formado pelas asinhas do pomo. A distancia do solo tinha diminuído para 1,5 de altura.

Em uma manobra arriscada, Lily jogou-se para frente, saindo de sua vassoura e derrubando Scorpius da dele. Por um segundo, só por um segundo, Scorpius pensou ter pegado o pomo, mas logo se viu caindo no chão, com Lily por cima dele.

Uma posição nem um pouco desconfortável, ele pensou.

Ela olhou para ele e deu um sorriso de vitória. A torcida da Grifinória vibrava.

– Eu peguei o pomo, Scorpius – ela disse com ar superior. Ele apenas revirou os olhos e sorriu para a menina deitada sobre ele. – O que foi? Deveria estar zangado, sua casa perdeu.

Ele continuou sorrindo, tendo cada vez mais consciência do corpo colado com o seu.

– Não estou zangado, sabe. Eu estou até feliz.

Ela encarou-o confusa.

– Feliz, Malfoy? Por que estaria feliz?

O time da Grifinória já estava descendo e logo tirariam Lily dali para parabenizá-la. É agora ou nunca, pensou.

– Sabe por que não estou triste, Ruivinha? Por isso.

Ele colocou uma mão na cintura e outra na nuca e Lily, prendendo-a ali. Com um movimento rápido, inverteu as posições, ficando por cima dela. Ela só teve o tempo de soltar o ar, surpresa, antes de Scorpius pressionar seus lábios nos dela. Por ela ter aberto a boca de surpresa, ele não demorou a aprofundar o beijo.

Sons de espanto ecoaram por todo campo. Mesmo que não fosse surpresa saberem que Scorpius gostava de Lily – só um cego não veria a quantidade de olhares que ele lançava para ela – ninguém achava que ele faria uma coisa dessas.

Scorpius sentiu-se sendo agarrado e levantado por trás. Hugo Weasley apareceu a sua frente com uma cara de poucos amigos. Mais a frente, Albus Potter estava com uma expressão de choque no rosto. Pelo canto do olho, viu Lily corada, também com uma expressão de choque, sendo levantada por Rose, que dava gostosas gargalhadas. Voltando sua atenção para o garoto que estava a sua frente, percebeu que ele estava com o punho levantado. É agora que eu apanho, Scorpius pensou enquanto fechava os olhos.