Sesshoumaru & Kagome

Capítulo 1

Numa clareira iluminada pela luz da lua, uma mulher encontrava-se sentada numa das rochas de um lago de água cristalina. Cabelos prateados balançavam com o subtil vento, o seu vestido comprido e quase transparente baloiçava com o sabor da brisa fresca. Apreciava a natureza e o silêncio da noite de olhos fechados e sussurrando como se estivesse a orar à lua. Por entre as árvores da floresta ouvia-se galhos a partirem-se. Alguns animais faziam barulho pelo incómodo que estavam a causar. Como se estivesse à espera de alguém, a mulher observava um certo ponto na floresta. Assim que viu alguém a entrar na clareira, um sorriso amigável e materno instalou-se na sua face.

− Que bom ver-te de novo pequena!

− Quem és tu? Onde é que eu estou? – Uma rapariga de cabelos pretos e ondulados que alongavam até ao meio das costas perguntou com precaução e um olhar confuso.

− Eu sou a Deusa da Lua! – Assim que disse quem era, uma luz brilhante envolveu-a, cegando momentaneamente quem estava presente na clareira. Em poucos segundos a luz desapareceu para dar lugar a uma das criaturas mais belas que a jovem já havia visto em toda a sua vida. Os cabelos prateados tornaram-se mais brilhantes, os olhos eram de um azul profundo que penetrava intensamente no olhar de outros, a sua pele lisa e branca contrastava com os lábios cheios e vermelhos. Na sua testa, estava presente a marca de uma lua crescente prateada com algum reflexo dourado. Uma luz etérea rodeava a Deusa tornando-a ainda mais bonita. – Esperei muitos anos por este momento Kagome!

− Como é que sabes o meu nome? – Perguntou hesitante e estupefacta.

− Fui eu quem te nomeie quando nasceste, obviamente que iria saber o teu nome! – Um sorriso gentil e carinhoso decorava o seu rosto, mostrando o seu forte contentamento.

− Espera aí! Como assim nomeaste-me? Eu nem sou desta Era! E eu tenho a certeza de que nunca te vi antes! – Kagome estava a ficar cada vez mais confusa e irritada. A Deusa em vez de lhe responder directamente só lhe dava ainda mais dúvidas e questões por fazer.

− É melhor sentares-te minha querida! Eu tenho bastante a te contar! – Esperou que ela se sentasse para poder começar a explicar-lhe a situação. – Tu não és do Futuro! És desta Era! – Antes que Kagome pudesse falar, a Deusa da Lua rebateu-a para evitar que ela fizesse perguntas sem antes ouvir tudo. – Os teus pais não são humanos e na altura em que nasceste havia um conflito entre os quatro Lordes. Na altura apenas lhe interessava o poder! Eles não queriam que fosses obrigada a casar sem ser por amor, ou que fosses usada como um objecto Se para prejudicar outros. Por isso enviaram-te para um local seguro e para uma família que saberiam que te educaria bem! – Deu uma pausa para que a rapariga pudesse esclarecer as suas dúvidas.

− Isso quer dizer que a minha vida toda foi uma mentira! – O seu olhar apresentava tristeza, mágoa e decepção – Se a minha mãe não é a minha verdadeira mãe… quem é?

− Eu sou a tua mãe!

Tal revelação deixou a Kagome surpresa e ao mesmo tempo furiosa.

− Se fosses a minha mãe, terias aparecido há mais tempo! Nunca me terias deixado passar pelos momentos de tortura que passei e os quais ainda passo. Eu não aceito o que me estás a dizer! Simplesmente não pode ser verdade!

A mulher mais velha simplesmente deixou que a filha deitasse tudo para fora. Deixou-a ir-se embora porque no fundo sabia que Kagome tinha razão. Mas não iria desistir. Iria conseguir fazê-la ver a verdade por detrás da mentira. Por enquanto iria observá-la e pensar num plano para voltar a ter a sua filha de volta.

-X-

Num campo feito no meio da floresta, Kagome acordava sobressaltada e com lágrimas nos olhos. O seu coração batia rapidamente, e as emoções que sentira anteriormente, ainda estavam bastante vividas. Em poucos minutos a sua respiração e o seu batimento cardíaco voltaram ao normal, e tomando uma golfada do ar fresco da noite, levantou-se. Já não conseguia dormir depois do sonho que tivera. Iria tomar um banho na fonte de água quente que se encontrava ali perto para relaxar e tirar o suor que cobria o seu corpo. Agarrou algumas roupas lavadas, os utensílios de banho e saiu do campo, deixando para trás os seus companheiros que ainda se encontravam a dormir. Enquanto caminhava, pensava no seu sonho. Não conseguia de maneira alguma esquecê-lo, parecia-lhe tão real.

Assim que chegou onde queria, tirou as suas roupas e rapidamente se colocou dentro da água quente que parecia estar perfeita para um banho. Encostando-se à rocha, fechou os olhos e caiu num sono leve.

A poucos metros, numa das árvores, olhos dourados observavam-na atentamente. Um sorriso malicioso apareceu no seu rosto e questão de segundos desapareceu para reaparecer na fonte termal. Kagome, sentindo um pequeno distúrbio abriu os olhos para ficar com o coração na boca e receio do que lhe fosse acontecer.

− Não devias estar sozinha durante a noite, miko!

− Sesshoumaru! – Surpresa pelo Daiyoukai esqueceu-se que parte do seu corpo estava à vista de terceiros. – O que estás aqui a fazer?

− Estou a rondar as minhas fronteiras! – Falou com os olhos fixos nos seios dela. Observava como cada gota de água percorria aqueles vales volumosos e apetecíveis. Imagens em que ela estava debaixo de si completamente nua apareciam na sua mente, fazendo-o ficar excitado. Os seus olhos dourados começaram a ficar vermelhos, sinal de que o seu lado mais instintivo tentava tomar controlo do seu corpo.

Kagome ao ver a cor dos seus olhos mudar e a direcção da sua mira, escondeu-se debaixo de água, ficando apenas com a cabeça de fora. Receosa do que lhe fosse acontecer tentou afastar-se o mais possível do InuYoukai, mas depressa se viu a bater contra as rochas da fonte.

− O que é que tu queres? – Perguntou hesitante e medrosa. Não obteve resposta, simplesmente estava ali parado a olhar fixamente para ela. Reparou que a sua mão tremia, como se estivesse a combater a si próprio. – Sesshoumaru? – Mesmo com algum medo, decidiu aproximar-se colocando o braço à frente dos peitos para não serem vistos.

−Não te aproximes humana! – Falou entre grunhidos. Os seus olhos alternavam entre o dourado e o vermelho. A sua besta estava a conseguir ganhar controlo do seu corpo. Precisaria sair dali rapidamente antes que fizesse algo que se arrependesse mais tarde.

Kagome parou a pouca distância da beira estupefacta pelos sons que Sesshoumaru fazia. Não sabia se avançava ou se ficava. Enquanto se encontrava nos seus devaneios, Sesshoumaru conseguiu ganhar um mínimo de controlo que lhe permitiu sair dali rapidamente, deixando para trás uma mulher confusa e curiosa.