N/A: Essa fic foi feita pro Ginny Fest e, sendo a Ginny minha terceira personagem favorita (atrás da Hermione e do Ron, respectivamente), eu gostei muito de escrevê-la. Agradecimentos à Nanda pela betagem instantânea e à seção HG linda que me acolheu. (L)

Notas: A música é Hand In My Pocket, da Alanis Morissette, e o título é de uma música da YUI, Free Bird.

Disclaimer: I mean, siriusly, Harry Potter não me pertence.

Free Bird

por Moonlit

I'm free but I'm focused
(Sou livre, mas focada)
I'm green but I'm wise
(Sou imatura, mas esperta)
I'm hard but I'm friendly
(Sou durona, mas amigável)

Ginny sempre teve um espírito livre. Isso foi logo percebido quando, aos três anos, ela me disse que queria aprender a jogar Quadribol. À época, só pude rir. Era muito nova para esse tipo de coisa, apesar de tudo. Mas isso não a parou e, antes que pudéssemos perceber, ela roubava as vassouras de Bill e Charlie e voava pelos campos em volta de nossa casa. Ela não era do tipo de garota que se deixava conter e logo tivemos de aprender isso. Não importava quantos castigos ganhasse, ela sempre escapava para fazer o que quer que quisesse. Na verdade, sempre me vi nela com aquela força de vontade, e um orgulho inexplicável me preenchia ao vê-la.
Aos onze, porém, tudo aconteceu, e quando eu soube quis me bater por não estar lá. Eu podia tê-la alertado, podia tê-la confortado. Aquilo não precisava ter acontecido se eu estivesse lá por ela. E mesmo Ron, que sempre clamara conhecer a irmã melhor do que todos, não presenciou nada disso. A impotência me consumiu por aquelas horas em que Ron e Harry agiram novamente pelas costas de todos, salvando a minha pequena. E fora uma das primeiras vezes que eu realmente vi Ginny em frangalhos. Aquilo foi quase tão doloroso quanto perdê-la. Ginny nunca estivera tão desesperada e tão desamparada quanto naquele ano. A solidão dela me atingiu como um raio, e eu percebi que estava tudo errado. Desde então, sempre que tinha a oportunidade perguntava a ela como estava, para que ela soubesse que eu sempre estaria ali por ela. Os meninos também pareceram perceber minha atitude e a seguiram, e até Hermione se aproximou muito mais dela.
Mesmo assim, não sei ao certo quando foi que tudo mudou. A menina de espírito livre cresceu, ainda mais confiante e corajosa do que já era. Tive notícias de seus namorados, embora ela conseguisse escondê-los bem de todos. Sua passagem pela Armada de Dumbledore também me chamou a atenção. Sempre soube que Ginny era ótima em feitiços, suas notas eram as melhores da sala e tínhamos muito orgulho disso. E isso me preocupou, depois, quando percebi que aquele espírito livre a levaria para a guerra sem pensar duas vezes. A minha menina estava crescida, forte e impetuosa. E apesar de não demonstrar, aquilo me assustava. Sabia que não podíamos detê-la, e não pudemos. Ela escapou pelos nossos dedos e antes que pudéssemos perceber estava lá, lutando ao nosso lado. E vencemos no final, embora eu não tenha vivido para presenciá-lo.
Hoje Ginny se casa com o grande Harry Potter. Estou vendo-a daqui, e acredito que nunca a vi tão feliz quanto hoje. Minha menina definitivamente cresceu. Seus cabelos estão brilhando à luz da lua, e seu sorriso é mais brilhante que qualquer estrela. E eu sei que mesmo sem poder me ver, ela sabe o quão orgulhoso estou e sempre fui dela. Posso sentir seu espírito reluzente em alegria daqui.
Ginny, minha irmã, nunca perca esse brilho.

And what it all comes down to
(E isso tudo nos leva ao fato)
Is that everything's gonna be fine fine fine
(De que tudo ficará bem)