Roxanne subiu as escadas a correr. Iria-se atrasar para ir buscar a filha ao comboio. Eram as ferias de natal e se ela se atrasasse Helen iria ficar fula. Vestiu o manto à pressa, enrolou o cachecol e saiu para a rua. Apareceu exactamente à frente da plataforma 9 e três quartos.

- Estás atrasada – queixou-se uma menina do primeiro ano com cabelos pretos encaracolados, pele morena e olhos verdes que reluziam.

- Desculpa meu anjo - disse Roxanne baixando-se e apertando melhor o casaco à filha.

- Porque é que o papá não veio?

- Porque o papá tinha muito trabalho querida – explicou Roxane pegando na mão da filha para se dirigir para fora da plataforma. - E o que ocorreu por Hogwarts?

- Apareceu um novo rapaz, detestável e mau. Está nos Slytherin, veio de Durmstrang é ordinário – queixou-se Helen fazendo beicinho.

- O melhor é ignorá-los – disse a mãe sorrindo despreocupada, a sua pequena Hufflepuff tinha a tendência para o exagero.

- Ali está ele – disse Helen apontando com dedo ao longo da plataforma.

Roxanne parou. Helen apontava para um rapazinho loiro e branco, como uma boneca de porcelana, estava a rir ao lado de um homem loiro e alto, muito provavelmente o pai. Mantinha-se muito direito e a olhar sempre em frente. O filho ao lado andava em passos acelerados para o acompanhar e olhava para cima não parando de falar.

We were both young when I first saw you
I close my eyes and the flashback starts

- É tão bom estares aqui! - exclamou Rose agarrando-se a prima. - Eu nem acredito que este ano calhou a Hogwarts.

Roxanne sorriu, era estranho voltar a Hogwarts após tanto tempo. Tinha estado no primeiro semestre do primeiro ano em Hogwarts mas após isso não voltara ao castelo. Admirou a sala comum de Gryffindor lembrando-se da de Ravenclaw apesar de ambas ficarem situadas em torres eram diferentes. Estando em Hogwarts os primos tinham que a ter ao lado em vez de estar com os colegas da Academia.

- Sim é bom voltar – mentiu Roxanne.

- É pena é que so vieste em cima da hora do baile – queixou-se Lily.

- O Malfoy está fora da cama – exclamou Albus descendo as escadas a correr.

- Olá priminho - disse Roxanne sorrindo quando o primo com o entusiasmo de apanhar o Malfoy a fazer algo que não devia a ignorou por completo.

- Roxanne quando é que vieste? - perguntou Albus elevando-a no ar.

- Há pouco – disse Roxanne.

- Eu pensava que só vinhas amanhã – exclamou Hugo aparecendo depois de Albus abraçando a prima.

- Que andará o Malfoy a tramar? – perguntou Albus percorrendo o mapa.

- Só eu é que não o conheço - queixou-se Roxanne a rir.

- Ele não é assim tão mau – explicou Rose - é apenas um pouco convencido.

- Um pouco é favor – contrariou Lily.

- Meninos cama por favor – disse alguém sem darem conta que esse alguém entrasse.

Neville Longbottom estava à entrada da sala e parecia cansado.

- Bem vinda Roxanne – disse o professor sorrindo.

Os cinco desejaram as boas noites ao professor.

Roxanne deitou-se e estranhou de imediato a cama. O colchão de certo que já servia no tempo da mãe, pelo menos assim parecia. Tudo em si, incluindo as suas costas tinham-se habituado ao luxo de Beauxbatons. Apesar de Hogwarts sempre a ter assustado com tanta magnificência e robusteza faltava-lhe o charme e a elegancia do castelo da sua escola.

Roxanne foi uma das primeiras a descer e admirou a sala dos Gryffindor. Sempre se sentira como a ovelha negra da família, era a única Weasley que não tinha sido seleccionada para Gryffindor e não suportara Ravenclaw, sentira-se demasiado burra. Os pais e os tios de certo que tinham sido muito feliz naquela sala e ela era a única que não partilhava esse sentimento. Tentou ignorar o sentimento de não pertencer e decidiu descobrir como se chegava ao salão para tomar o pequeno almoço com os amigos.

Os amigos eram a sua segunda família. No primeiro ano na Academia ela era a estrangeira, Marie-Christine a loira rica e odiada por ser um tanto ou quanto "segura de si mesma" e Jean-Pierre o filho da veela a quem os rapazes invejavam e as raparigas não queriam saber dele, apenas da sua arte magnetizante. Sendo os três excluídos juntaram-se por necessidade mas depressa se aperceberam que não era apenas a exclusão que os unia. Sem darem por isso a necessidade tornara-se em amizade.

Não foi preciso procurar muito pois um enorme tumulto de raparigas trajadas de preto e vermelho circundavam Jean-Pierre.

- Roxanne, finalmente que apareces – disse Marie-Christine aliviada – eu acho que foi uma má ideia ter vindo, as camas são horriveis, de segundo em segundo passa aqui alguma a tentar captar a atenção de Jean-Pierre.

- Pois as costas também me doem – queixou-se Roxanne.

- E o frio, é horrível – lamuriou-se Marie-Christine.

- Sois duas flores de estufa – disse Jean-Pierre a rir mostrando os seus dentes perfeitos provocando ainda mais suspiros às raparigas em volta, ele parecia nem notar.

- Roxanne estás aqui – exclamou Rose aproximando-se da mesa dos Ravenclaw – temos que ir hoje a Hogsmea... - mas nem terminou a frase ao ver Jean-Pierre.

- Jean-Pierre, Marie-Christine, mes cousines Lily et Rose – apresentou Roxanne esforçando-se por não rir.

Lily ficou aparvalhada e a cabeça de Rose ficou vermelha quando Jean-Pierre tal como Marie-Christine as cumprimentou à boa moda francesa com dois beijos de cada lado da face. Algumas raparigas olharam com ódio para as duas Gryffindor e até as Syltherin perderam a postura começando aos cochichos.

- Então quando acabar o pequeno almoço encontramo-nos nos portões da escola – disse Roxanne empurrando-as suavemente acordando-as assim do transe.

Marie-Christine riu e Jean-Pierre abanou a cabeça – não estás a ajudar – disse o moreno bebendo o seu café.

- Pobre Jean-Pierre tem um rosto e um físico que parecem ter sido esculpidos pelos deuses, não é justo - troçou Roxanne do amigo.

- Mon dieu Jean-Pierre que vamos fazer? Do castelo não saio está muito frio - preocupou-se Marie Chrisine

- Bom entendei-vos – disse Roxanne levantando-se – tenho que ir.

Saiu do salão e quando chegou aos portões parou. Não eram apenas os primos que estavam reunidos mas a família inteira.

- Diz lá que não é uma boa surpresa?- perguntou o pai sorrindo ao ver a cara da filha.

- Claro que sim – exclamou Roxanne sorrindo de orelha a orelha abraçando os pais e os tios.

- Eu e James ainda pensámos em não vir, mas Albus e Hugo a dançar, isso não podiamos perder – disse o irmão a rir.

- Sim porque tu és cá um dançarino – retorquiu Roxanne abraçando o irmão.

Depois da remodelação no Ministério tinha-se estabelecido a tradição de organizar o baile de natal entre as escolas de Hogwarts, Durmstrang e Beauxbatons numa tentativa de manter a colaboração internacional e incentivar os jovens. O que antes se tentava alcançar pelo Torneio era agora substituído apenas pelo Baile de Natal aberto sempre com os do 7° ano.

Roxanne tivera a sorte de ver o irmão pois no ano dele tinha calhado em Beauxbatons.

- O único baile de natal que eu me lembro foi no quarto ano - disse o tio Ron.

- Estavas mais que lindo – disse o pai rindo-se de seguida.

- O vosso tempo foi muito lindo, mas falta o meu vestido - queixou-se Rose indicando Hogsmeade.

Para aproveitar o tempo e para passear levaram caminho que ligava a aldeia ao castelo a pé. James e Fred cercaram Albus e Hugo para se certificar que ambos davam bom uso ao mapa, tal como os Weasley e Potters sempre o fizeram. O pai de Roxanne riu-se ao ver o filho e os sobrinhos lembrando-se de quando ele era possuidor do mapa. Roxanne viu a expressão do pai a endurecer e de imediato se lhe juntou.

- O tio Harry sabe que James lho roubou da secretária não sabe?

- Claro que sabe, uma invenção daquelas tem que ser perpetuada, deu-nos imenso trabalho a roubar.

Roxanne sorriu e entrelaçou o seu braço no do pai. Pelo que a avó contava o pai e o seu tio Fred, que falecera juntamente com os pais de Ted, tinham sido verdadeiros destruidores de paz e sossego. O último testemunho desses tempos era a loja que o pai possuia juntamente com o tio Ron sendo originalmente fundada pelos gémeos.

George Weasley sorriu olhando para a filha e deu-lhe um beijo na testa. Angelina e os filhos tinham devolvido o sentido à vida há muitos anos atrás.

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Roxanne apertou o sapato, levantou-se e olhou-se ao espelho. O vestido verde com retoques dourados, sem alças e pelos pés ficava realmente bem. A genética esteve do seu lado quando tinha sido dotada de olhos verdes que contrastavam com a sua pele. Pegou na laca e vaporizou a cabeça inteira para fixar melhor os seus caracóis.

- Deixa alguma para mim – protestou Rose tirando-lhe a lata da mão.

Rose usava o vestido azul escuro, de alças que lhe dava ligeiramente acima do joelho, que nessa mesma tarde tinha ido buscar a Hogsmeade. Tinha os seu cabelo num simples nó na nuca, mas para compensar o cabelo tão simples tinha enormes brincos brilhantes que combinavam com os sapatos.

- Quem me dera ser finalista – queixou-se Lily - no meu ano vai calhar em Durmstrang, nem quero pensar nisso.

Os masi novos apesar de participarem no baile não o abriam e esse era o ponto alto. Lily tinha arranjado um vestido preto lindíssimo pelo joelho e usava acessórios dourados.

- Bom eu tenho que ir – disse Roxanne olhando para o relógio do quarto – Marie-Christine combinou a estas horas nos dormitórios das Ravenclaw e além disso Benjamin também deve estar lá.

Percorreu os vários corredores tentando lembrar-se do caminho para o espaço dos Ravenclaw. após alguns enganos lá deu finalmente com a bem conhecida aldrava de bronze em forma de águia. Por momentos ficou a relembrar as horas que passara na rua por causa daquela aldrava.

- Um feiticeiro tinha 5 filhos, cada um desses filhos tinha uma irmã. Quantos herdeiros tinha ao todo o homem?

- Seis - respondeu Roxanne entrando na porta que se abriu.

Entrou na sala circular e apreciou-a, já não se lembrava das sedas azuis e bronze que cobriam as paredes nem as estrelas no tecto, apenas se lembrava da estátua. A sala sem dúvida que era mais bonita que a dos Gryffindor. Por momentos pensou como teria sido se tivesse ficado em Hogwarts. Mas nunca se achara nem inteligente nem bonita o suficiente para Ravenclaw. Subiu as escadas e entrou no dormitório 7, pelo menos era o que Marie-Christine lhe tinha dito. A amiga encontrava-se sentada muito calma e direita numa cama parecendo ignorar completamente as outras Ravenclaw que andavam atarefadas a arranjar-se.

- Finalmente! - exclamou Marie-Christine levantando-se.

A loira levantou-se. Vestia um vestido de seda, branco-prateado sem costas que contornavam suavemente a sua figura elegante.

- Olá Roxanne – cumprimentou-a uma rapariga loira de face arredondada chamada Eugene Twist. Era a única que reconhecia Roxanne e a unica que parecia notar a presença das duas alunas de Beauxbatons.

- Olá Eugene – saudou Roxanne – tudo bem?

- Sim – respondeu Eugene sorrindo – o meu irmão está ansioso por te ver, desde do verão passado que não nos viamos lembras-te?

- Sim – respondeu Roxanne.

Os gémeos Twist eram os únicos amigos que tinha ganho em Hogwarts e nunca perdera o contacto com eles via os incluisve sempre nas férias. E desde que partira para Beauxbatons que trocavam cartas. As duas Beuxbatons saíram do dormitório e sentaram-se na sala comum esperando que Jean-Pierre e Benjamin Twist aparecessem.

- Quem é? -perguntou alguém tapando os olhos a Roxanne com as mãos.

- Ben - exclamou esta levantado-se do sofá abraçando o amigo.

O loiro estava bem diferente, os maxilares tinham ganho expressão e a face já não era arredondada como era antes, os olhos azuis brilhavam de felicidade e o cabelo tinha um corte a militar. Sorriu e devolveu o abraço.

- Estás muito mais alto – exclamou Roxanne mesmo com os saltos chegava-lhe pelos ombros. - E ganhaste músculo! - exclamou Roxanne perplexa apalpando-lhe os abdominais – o Quidditch fez-te bem.

Ben encolheu os ombros – e tu ganhas cada vez mais em beleza e graciosidade – elogiou o loiro obrigando a amiga dar uma volta.

Roxanne apenas riu. Benjamin tinha melhorado e muito. Era alto e tal como todos os Ravenclaw era dotado de uma beleza peculiar.

- Estás todo desarranjado – reclamou Marie-Christine começando a puxar e dobrar no fato de Jean-Pierre.

- Eu estou a usar a gravata que me deste Marie-Christine, de que te queixas?

- Olha lá ele mesmo humano? - sussurrou Benjamin ao ouvido de Roxanne.

- Sim é, não te preocupes, a mãe é uma veela e o pai é argentino.

Benjamin ficou admirado e percebeu a reacção das raparigas.

Os quatro entreteram-se falar e quando os outros começaram a descer resolveram fazer o mesmo. O hall à frente do salão principal encontrava-se cheio e finalistas. Tentou avistar os primos e reconheceu Rose no meio da multidão acenando-lhe, ao lado dela estava Albus e este também lhe acenou. O primo tinha o cabelo alinhado ao contrário do habitual cabelo rebelde.

- Daqui a cinco minutos os portões vão se abrir - disse Marie-Christine olhando para o relógio de pulso de Jean-Pierre.

Assim que Marie-Christine falou a voz da professora de transfiguração que tinha substituído a professora McGonagal soou pelo hall.

- Finalistas formem uma fila e juntem-se ao seu par. Quando os portões abrirem entrem ordenadamente, quando todos estiverem a postos eu darei o sinal para o inicio da música.

Marie-Christine e Jean-Pierre ficaram atrás de Roxanne e á sua frente estavam dois alunos de Durmstrang.

- Se te enganares Jean-Pierre eu morro de vergonha mas primeiro lanço-te um Crucio, talvez até te lance uma Avada Kedavra – sussurrou Marie-Christine obrigando Benjamin e Roxanne a rir.

- Só por acaso decoraste bem os passos? - perguntou Roxanne.

- Claro que sim não te preocupes – disse Benjamin rindo. - Ou tu não os sabes?

- claro que sim. Mas tu és o homem tu é que guias – respondeu Roxanne mais aliviada.

A fila de finalistas entrou no salão. Doze magnificas árvores de Natal estavam em cada canto, enormes centros de mesa de azevinho estavam nas várias mesas redondas que substituíam as quatro grandes mesas de cada equipa. Roxanne sentia-se a tremer e tentou banir ao ideia de uma queda do pensamento. Vislumbrou Rose com um amigo de Albus e Albus com um Ravenclaw que Roxanne reconheceu como sendo colega do seu primeiro semestre em Hogwarts. Benjamin pegou-lhe na cintura e a música começou a tocar. Sincronizados quase que ao segundo os finalistas das três escolas começaram a dançar. Roxanne tentou concentrar-se nela e no seu par mas ao ver Jean-Pierre e Marie-Christine não conseguiu deixar de rir.

- Estás a rir de que? - perguntou Benjamin.

- Marie-Christine e Jean-Pierre, as pessoas até se afastaram para os ver – observou Roxanne.

- E ela ainda o ameaçou – disse Benjamim rindo também.

Quando a dança terminou todos os rapazes fizeram uma vénia beijando a mão à rapariga.

- Vou ter com a minha família mas dançamos mais algumas?

Benjamim concordou e Roxanne juntou-se à família.

- Albus dançaste muito bem - elogiou o a mãe de Roxanne,

- Obrigado tia – agradeceu Albus sorrindo de alivio.

- Parecias uma princesa – gozaram-no o irmão e o primo.

- James, Fred não faleis. Quereis que vos relembre? - disse de imediato Roxanne defendendo-o primo.

- Claro que Roxanne herdou o jeito para a dança do seu velhote – disse o pai a rir.

- George, não me faças relembrar-te – disse de iemdiato a mãe obrigando Fred, Roxanne e James a rir.

Rose apareceu corada depois dos outros, o amigo de Albus não lhe tinha beijado apenas a mão.

- Que...? - perguntou James chocado.

- Minha menina... - começou Ron parando ao ver a expressão da mulher. - Já sabes se as...

- Se as notas desceram, Hugo tem autorização de me vigiar 24 horas por dia – interrompeu-o a filha sentando-se a sorrir.

- Coisa que nunca vai acontecer, Rose parece não ter limite para conhecimento – queixou-se Hugo a quem a ideia de poder vigiar a irmã no lhe parecia desagradar.

Ginny e Hermione riram-se os filhos eram tão protectores em relação às primas e deram conta que Fred, James e Hugo estavam a falar com o amigo de Albus, henry.

- E tu priminho não falas com ele? - perguntou Roxanne.

- Henry e eu somos amigos, eu disse-lhe que se ele magoasse Rose partia-lhe os dentes – explicou Albus encolhendo os ombros.

- Oh, não eras capaz – contrapôs Rose.

- Com as mãos não e também não sei nenhum feitiço para fazer isso, mas olha que num treino de Quidditch eu e o Hugo éramos capaz disso e muito mais.

Rose virou-se para ele num misto de medo e terror com raiva. Sacou a varinha de debaixo do vestido e apontou-lhe a varinha.

- Se isso acontecer paras em São Mungos – ameaçou Rose.

- Eu tomo conta deles, não te preocupes, se eles fizerem isso deito-os da vassoura abaixo - garantiu Lily que também fazia parte da equipa de Quidditch.

Os ânimos apenas acalmaram quando Ginny e Hermione garantiram que os filhos não fizessem nada disso. Ginny obrigou Albus jurar que não o faria.

Roxanne levantou-se e foi ter com os amigos de Beauxbatons.

- Benjamin dança muito bem – comentou Marie-Christine.

Assim que proferiu tais palavras Benjamin aproximou-se pedindo-lhe para dançar. Rose apareceu e sentou-se.

- Olá Jean Pierre – saudou-o a Weasley à socapa virando-se de imediato para a prima – e se eles fizerem realmente mal a Henry?

- Rose eles sabem perfeitamente que é melhor não se meterm contigo, és melhor om a varinha que qualquer um deles. Eles sabem isso e acho que não se arriscam a tanto.

A Gryffindor pareceu mais calma recostando-se na cadeira.

- Queres dançar Rose? - perguntou Jean-Pierre e Rose aceitou.

I'm standing there on a balcony in summer air
See the lights, see the party, the ball gowns
See you make your way through the crowd
And say hello, little did I know

Roxanne apreciou o salão, estava realmente espectacular com as suas árvores de natal, os azevinhos e o cheiro a canela tão típico do natal. A banda era óptima e as pessoas divertiam-se. Viu a familia a rir e o pai a dançar com a mãe. Para variar Fred e James andavam a fazer asneira ao tentar bater o recorde de maior número de tampas. Só pararam quando uma rapariga de Durmstrang lançou um bando de morcegos sobre James. Recostou-se e encheu o copo com sumo olhando os pares até que um rapaz se dirigiu à sua zona. A sua pele clara contrastava com o seu fato preto, os seus cabelos loiros ligeiramente mais compridos que o dos outros rapazes estavam habilmente puxado para tras deixando à descoberta dois olhos cinzentos que brilhavam e combinavam na perfeição com os traços delicados dele. Pensou que o feiticeiro iria abordar a mesa ao lado quando parou defronte dela.

- Olá - saudou o rapaz sorrindo.

- Olá – respondeu Roxanne olhando de volta para confirmar que ele estava a falar para ela.

O rapaz riu suavemente ao vê-la fazer aquilo e Roxanne sentiu-se corar, mas sabia que graças ao seu tom escuro o rapaz não o veria.

- Queres dançar?

Roxanne aceitou e o rapaz esticou-lhe a mão guiando-a até à pista. Virou-se de frente para ela e colocou a mão na cintura dela com um cuidado que Roxanne achou excessivo. Começaram a deslizar pela pista e os passos ao contrário dos seus gestos eram demasiados seguros de si. Sorriu mostrando uns dentes perfeitos e começou a falar.

- Tu és a irmã de Fred Weasley não és?

- Sim, e tu és?

- Scorpius Malfoy – respondeu o loiro sorrindo.

Roxanne sentiu vontade de lhe apontar a varinha e amaldiçoá-lo, era impressão dela ou ele tinha pedido para dançar apenas para gozá-la? Uma Weasley a dançar com um Malfoy era um pecado e ele tinha-se aproveitado da sua ignorância, o seu sorriso irónico comprovava-o.

- Surpreendida?

- Sou uma Weasley – respondeu Roxanne secamente – isso deveria bastar para te transformar num sapo feio e mal-cheiroso.

- Mas não o farás – disse o Malfoy provocando ondas de repulsa em Roxanne. - O estúpido orgulho já demonstrou fazer mais mal que bem.

- Concordo plenamente – afirmou a Weasley, não ia perder a postura perante um Malfoy.

E ficou-se por aí a conversa entre um Malfoy e uma Weasley, uma conversa que nem devia ter existido, um dos poucos ódios que tinham sobrevivido a tudo. Entre aqueles dois nomes o orgulho e o preconceito ainda imperavam e os dois saíram da pista cientes que as únicas palavras que trocariam no futuro seria um olá baseado na delicadeza.

Fred esperava a irmã com um ar horrorizado e os seus olhos cheios de nojo seguiram o Malfoy a voltar para ao pé dos outros Slytherin. Roxanne sentou-se em silêncio começando a destruir o enfeito que estava na mesa da família.

- Tu dançaste com o Malfoy? - perguntou o irmão chocado como que para verificar o que acabara de ver.

- Eu não sabia que ele era um Malfoy – defendeu-se Roxanne.

- Olá, loiro, olhos cinzentos e ar de quem foi amamentado a limão – disse o irmão.

- Fred esses preconceitos só te fazem mal – interveio a tia Hermione que tentava fazer ver aos mais novos que esses ódios antigos não tinham razão de existir.

Mas Roxanne compreendia os primos era impossível não se sentir enjoada perante ave como o Malfoy, parecia que tinha escrito na testa odeiem-me.

- Eu não tenho culpa que ele tenha sido homem que chegue para me pedir para dançar – disse a Beauxbatons no intuito de picar os primos o que resultou pois de imediato iniciaram a caça ao par.

O pai levantou-se do seu lugar e foi-se sentar o lado da filha, parecia inseguro.

- Filha, eu não ou preconceituoso mas acredita que aqueles Malfoys o são. Apesar de já não possuírem o poder de outros tempos recusam-se a sair do seu poleiro.

- Eu só dancei o ele porque não sabia quem era – disse Roxanne sorrindo inocentemente. - não te preocupes, seria incapaz de causar um desgosto desses ao avo.

George sorriu satisfeito, por momentos pensara realmente que afilha teria perdido o juízo todo, mas afinal ela era uma Weasley e portava-se como tal.

A meia noite aproximou-se e Roxanne sentia o estômago a apertar os finalistas teriam que repetir a cena do inicio e dançar valsa. Viu Benjamin muito entretido com Marie-Christine, podia pedir a James ou Fred mas sabia que o irmão apenas para a picar lhe diria que não, viu Jean-Pierre a aproximar-se e uma pedra caiu-lhe do coração. Levantou-se para ir ter com o amigo quando Scorpius se intrometeu.

- Lamento Malfoy mas já tenho par – disse Roxanne empurrando-o de uma forma muito pouco suave para o lado deixando o puro sangue plantado em frente da mesa dos Weasleys .

- Boa noite – cumprimentou Scorpius educadamente as pessoas de quem sempre ouvira falar mal desde o avo ao pai "aqueles traidores de sangue, sangues de lama …" e a lista podia continuar. O avô muito provavelmente teria um ataque se o visse.

A família viu o Malfoy a afastar-se riu-se. Quando Roxannne voltou acompanhada de Jean-Pierre a família anunciou que tinha de ir.

- Já? - perguntou Roxanne desapontada.

- Tem que ser as medidas de segurança exigem que os pais antes da uma da manha se retirem – explicou a mãe. - e não facas esse beicinho afinal amanha já estas em casa.

Rose despediu-se do pai e começou a sorrir desaparecendo na multidão voltando com Henry pela mão. Albus e Hugo reviraram os olhos mas nada disseram. A mesa estava agora ocupada pelos jovens Weasley e Potters os amigos de Beauxbatons e henry que ainda estava com receio do amigo. Surpreendentemente o numero de rapazes a aproximar-se aumentou. Sem o chefe de aurors e alguns dos feiticeiros mais conhecidos na mesa. Um rapaz, altíssimo, de Durmstrang aproximou-se.

- Danças? - perguntou a Roxanne esticando a mão.

Roxanne disse-lhe que sim, não era capaz de dizer não a nenhum rapaz. Tinha pena deles e admirava a coragem daqueles que pediam as raparigas para dançar. O rapaz de típicas feições polacas tinha um ar triste.

- Que tens? - perguntou Roxanne.

- Nada, nada- respondeu o rapaz e apôs alguns segundos com um ar pensativo explicou – estás a ver aquela rapariga? - e o rapaz indicou coma cabeça uma rapariga loira a dançar com Scorpius – acabamos a coisa de uma semana e já esta assim toda contente.

- Isso é mau – disse Roxanne sem saber muito bem que dizer ela era boa em tudo, menos conselhos de amor.

De repente a musica aumentou de ritmo e grandalhão que parecia não ter ritmo nenhum surpreendeu Roxanne. Agarrou-a um pouco mais e depois obrigou-a dar piruetas contra piruetas elevando-a no ar. Roxanne estranhou mas viu que pelo canto do olho o rapaz observava ex namorada e se era para fazer ciumes à rapariga Roxanne ajudou-o agarrando-se a ele balançando as ancas.

- obrigada - agradeceu o rapaz e pelo canto do olho Roxanne viu a loira a ficar vermelha de raiva.

Roxanne sentou-se e ouviu os primeiros acordes do tango preferido de Jean-Pierre e sem puder dizer que não o amigo já tinha puxado para a pista de dança. Poucos pares se mantiveram e apenas alguns dos quais a maior parte dançava na palhaçada.

- Estão todos a olhar – queixou-se Roxanne.

- Isso é porque eu danço muito bem – disse Jean-Pierre num tom de brincadeira mas sabendo que era verdade.

- Pff – disse Roxanne executando movimentos com as pernas a volta de Jean-Pierre, o amigo tanto lhe maçara a cabeça ao longo de todos os anos que aprendera a dançar.

Quando a musica parou e eles os dois eram os únicos na pista voltaram para o lugar. Alguém foi contra Roxanne entornando-lhe cerveja de manteiga no cabelo e vestido. Uma loira, a ex namorada do aluno de Durmstrang, sorriu e afastou-se. Roxanne agarrou na varinha discretamente e uma jarra enorme de sumo de abobora flutuou de uma mesa para cima da cabeça da loira despejando-lhe todo o conteúdo na cabeça. A rapariga ficou toda laranja do sumo e começou aos gritos.

Roxanne sorriu triunfante e foi para a casa de banho.

- Não achas que isso da tua parte foi muito mau – perguntou alguém das sombras.

- Não foi Malfoy – respondeu Roxanne reconhecendo a voz do loiro continuando a caminhar.

- Lembro-me perfeitamente de ti – continuou o loiro aproximando-se dela obrigando-a parar. - estavas a minha frente em poções.

- se querias que eu me lembrasse de ti malfoy, lamento mas não tenho o habito de me lembrar de pecas como tu – respondeu Roxanne com desprezo e nesse momento apareceu o polter geist Peeves a cantar.

Um Malfoy e uma Weasley

andam aos segredinhos

se os paizinhos soubessem

que andam agarradinhos

- Desaparece Peeves – ordenou Scorpius com os olhos a faiscar. - Eu falo com o barão sangrento.

- Ui que medo – disse o polter geist afastando continuando a cantar.

- Se não te importas Malfoy, tenho coisas fazer disse Roxanne afastando a mão que ele depositara no ombro dela.

Scorpoius sacudiu a mão como se tivessem tocado em lixo Roxanne olhou o ameaçadora e foi para a casa de banho. Olhou o cabelo arruinado ao espelho e arranjou-se e voltou para o salão, ela era uma wealey e não permitia que ninguém passasse por cima dela.

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- Tens a certeza que não quereis ficar mais dois dias? - pediu Roxanne a Marie-Christine.

- Não podemos – respondeu Marie-Christine como quem pedia desculpas.

- Não te queixes - disse Jean-Pierre a rir abraçando-a - em Janeiro já nos vemos outra vez.

Despediram-se Roxanne voltou para ao pé dos primos apanhando uma carruagem para Hogsmeade ficando a ver os amigos a entrar na carruagem hiperdimensional de Beauxbatons. Entraram no comboio e ocuparam um dos compartimentos, compraram doces e passaram a viagem na palhaçada.

Quando o comboio parou finalmente na plataforma 9 e três quartos deixaram todos passar e quando o corredor estava livre pegaram nas malas e saíram. Olharam de volta a procura da avo. Afinal Hugo e Lily não podiam ainda desaparecer por isso tinham que ir com a avó por botão de transporte ate à Toca. Hugo deu uma cotovelada a Roxanne indicando um homem loiro quer abraçava Scorpius.

- Aquele é o famoso Draco, o pai de Scorpius – sussurrou Rose.

Roxanne sentiu um arrepio a percorrer-lhe a espinha. Aquele homem tinha estado do lado de Lord Voldemort. Já sabia que Scorpius era filho de Draco e que esse tinha sido um devorador da morte, mas Roxanne apenas o vira no baile, um aluno como os outros. Ve-lo ao lado do pai, a semelhança inegável tornavam Scorpius nos seus olhos apenas mais um deles, um daqueles que tinham construído a infelicidade do pai e que tinham imposto medo e horror em todos os lares, a excepção de alguns. E Roxanne tinha orgulho em ser uma Weasley.

Draco aproximou-se juntamente com o filho passou pelos Potters e Weasley e conseguiu dizer algumas palavras:

- Boa tarde, jovens.

- Olá – limitou-se Scorpius a dizer continuando a falar com o pai.

Roxanne apertou o punho tentado controlar a raiva que se formava dentro dela, não a conseguia explicar. Como era possível manter aquele ar de superior depois de tudo que fizera no passado? Por pouco que não tinha ido para Azkaban não fossem os seus familiares a defendo-lo. Sentia ódio, e não era um preconceito herdado, nunca pensara neles ate aquele momento, mas vendo-os com os próprios olhos sentia o estomago a revirar-se.

- Queridos! - exclamou a avo aparecendo na plataforma abraçando cada neto e enchendo os de beijos, tal como fizera há muitos anos com os filhos. - Vamos lá então – disse Mrs. Wealsey saindo da plataforma tocando numa carteira velha que a avó tirou da mala.

Param em frente d'A Toca. Roxanne sorriu aquela casa trazia-lhe tantas lembranças como a casa dos pais. Fora ali que aprendera a voar, que pegara fogo ao cabelo do irmão e a lista podia continuar. Entraram.

- Os vossos pais vem cá jantar, alias vem mais gente. Vem o Ted, Bill, Fleur os ossos primos – enumerou a avó .

- O avô? - perguntou Hugo olhando de volta.

- Está no ministério mas deve estar a chegar – observou a avó olhando para o relogio