N/A: Ohhhh! Finalmente vai pro ar... Eu pensei em tanta coisa pra dizer nesse momento, mas eu não consigo lembrar de nada. Bem, fica pro próximo capítulo. Por hora eu me contendo em deixar a minha dedicatória.
Essa fic é das minhas duas grandes amigas Aquelas pessoas com quem você pode contar sempre, sabe? São com elas que eu afogo as minhas magoas, e também foram as betas dessa fic. Então, se vocês estão lendo ela hoje, agradeçam a elas, pois se não fosse o apoio eu nunca ia terminar isso. Mari e Marih, eu amo vocês, tá? Vocês são as melhores amigas que eu tenho no mundo inteiro.
- Você nem ao menos me deixou falar! - Sentado no sofá de couro, o garoto loiro argumentava com seu pai, que parecia decidido a não ouvi-lo.
- Não existe nada a ser dito, Draco! Você traiu minha confiança! Juntou-se aqueles bruxos nojentos e espera que eu te receba de braços abertos? Sua cabeça foi afetada por esse amor, garoto? RESPONDA! – Andando do lado oposto da sala, Lucius era um exemplo de elegância. As botas devidamente engraxadas eram de um verde escuro, bem como a longa capa que arrastava pesadamente no chão. Mesmo assim a raiva pela traição do filho era visível em seu rosto.
- Não fizeram nada a minha cabeça, porém me parece que a sua foi mudada por aqueles comensais nojentos. Você não é mais o pai que eu conheci! Você não tem mais personalidade!
- Então você trai todas as minhas expectativas para você, não se importa com a desonra da família, e agora eu sou o culpado? Era só o que me faltava! – Lucius começava a ficar realmente irritado e agora tamborilava os dedos sobre a lareira, numa tentativa fútil de dissipar a raiva.
- Quer me amaldiçoar a viver sem meu amor o resto dos meus dias! Que pai é esse? Pelo amor de deus! Não vê que não pode existir maior maldição do que me obrigar a viver sem Gina? Pessoas procuram a vida inteira pelo verdadeiro amor e poucas acham. Eu o achei e você não me deixa vive-lo. Isso lhe parece justo?
- Você só tem 19 anos. Ninguém acha o amor verdadeiro nessa idade. Você vai trair os princípios da família e vai descobrir que o amor se cansa rápido. Draco, isso não é amor verdadeiro.
- Quem é você para me dizer o que é o amor verdadeiro? Nunca amou ninguém. Casou-se com minha mãe porque era um bom partido. Não tenho o menor receio em dizer que nunca existiu uma gota sequer de amor em sua vida. Não venha me falar o que é amar.
Draco se levantou da cadeira pronto para uma discussão dura, mas não abriria mão do amor pela ruivinha.
- É isso que você pensa? Que nunca amei sua mãe? Pois bem! Saiba, garoto insolente, que antes de qualquer coisa amei sua mãe como ninguém poderia. Como você nunca poderá amar alguém em seu mundinho fechado, você vai se cansar dela, então vai lhe dar um adeus e voltará correndo para mim. Eu me casei por amor, amor verdadeiro, não o que você pensa sentir.
- Meu amor é verdadeiro! Pelo amor de deus, por que não acredita em mim? Dê-me uma chance só. Se você se casou por amor, porque eu não posso fazer o mesmo?
- Quer se casar? Pois bem. Case. Mas que seja longe daqui, saia dessa mansão. Não quero me lembrar que tive um filho que me traiu. Vá e não volte. Viva com sua Weasley, não é o que você pensa que quer? Saia daqui! Não quero ver você na minha frente nunca mais! Você é um traidor, lembre-se que eu te dei escolha.
Lucius olhava com extremo ódio os olhos verdes de Draco, que pela primeira vez em seus dezenove anos respondia aquele olhar com desprezo.
O pai sempre fora o herói de Draco. Um exemplo a ser seguido. Sempre quisera ser como ele, agora ia embora para nunca mais vê-lo. Não era uma decisão fácil. Devia valer muito a pena. Abrir mão de sua família por um amor? Não valia a pena... Mas viver com o receio de ter perdido a felicidade era pior. Sem pensar muito, Draco jogou seu casaco sobre os ombros e saiu dando as costas ao pai. Parou a porta e virou-se.
- Que seja feita a sua vontade, pai. – E sem mais nenhuma palavra foi embora determinado a não voltar
Respirou fundo, suas pernas não queriam obedecer, pareciam não querer entrar naquele quarto. Apesar de saber que a morte era inevitável, ele não esperava que fosse tão rápido. A doença se espalhara com uma rapidez incrível, os exames mostravam que aquela agonia logo iria acabar. A recaída que ela tivera a noite passada era incomum, mais uma daquelas e era provável que o corpo não resistisse. Provavelmente era a ultima chance de estarem juntos novamente, tocar sua pele. Tomou coragem e entrou.
- Oi Gin. – Draco pousou as flores em cima da mesinha gelada que complementava a mobília daquele quarto branco num hospital qualquer. – Trouxe narcisos. São suas flores favoritas, estavam no seu buquê quando nos casamos. Você se lembra?
O loiro puxou a cadeira de armar que estava ocupando há um mês. Um mês que não dormia ou comia direito. Deu um suspiro curto e segurou a mão branca a sua frente.
- Não... Não me lembro...Conte-me, querido.
- Você esperava a primavera a cada ano só para poder colher os Narcisos que tínhamos plantado no quintal. Juntava todos eles com carinho, um por um, e colocava-os num lindo arranjo em cima da mesa de vidro. E com os que floresciam depois você enfeitava uma tiara de prata que te dei ainda na escola, eles deixavam seus cabelos tão lindos.
Draco abaixou a cabeça escondendo suas lágrimas para que Gina não o visse assim. Todas aquelas lembranças pareciam tão longe, mas não havia nem um mês. O tempo passava devagar entre aquelas paredes brancas. A muito custo tinha aprendido isso.
- Parece tão lindo. Gostaria de sentir o cheiro de Narcisos novamente. Mas já não sinto quase nada. Não... Eu sinto minha vida escapar por entre meus dedos, Draco... Eu vejo meus dias perante meus olhos. Mas graças a você eles não foram ruins. Perdoe-me por te fazer sofrer agora.
Com uma calma quase assustadora, o rapaz levantou, se dirigindo a janela. O jardim lá embaixo parecia tão vivo. Era outro mundo. As flores brotavam de todas as cores e formas, flores que nunca estariam naquele quarto.
- Eu posso ver seu cansaço. – Gina fazia um esforço enorme para parecer bem. – Logo isso tudo vai acabar. Não verei o raiar do sol novamente. Durma... Quando você acordar tudo isso terá acabado.
- Não! Eu não vou!
- Por favor. Vai me fazer sofrer te obrigar a ver essa cena... É um último pedido.
Draco se arrastou relutante até o sofá próximo. Não teria como faze-la mudar de idéia. Deitou-se, decidido a não adormecer de forma alguma. A estar lá quando acontecesse. Passou longos dez minutos olhando a branca parede, até que o cansaço começou a fechar seus olhos. Por mais que lutasse contra, o acumulo de 30 noites mal dormidas começava a pesar. Por fim, seus olhos se fecharam.
Acordou sobressaltado, com o barulho de algo caindo. Alguém derrubara um vidro de remédios no corredor. Levantou-se sonolento, olhando os aparelhos médicos no quarto, seus temores se concretizaram da forma mais horrível possível. Tinha acabado.
N/A: Bem... Terminou, né? Os capítulos são bem curtinhos mesmo. Oh não... Eu não sou má. A Gina precisava morrer, eu não tenho a menor culpa.
No próximo capítulo o enterro acontece. Draco toma um novo rumo na vida e vamos conhecer o único amigo que eles tiveram esse tempo todo.
Daqui a uma semana, estamos combinados? Ok... Quem me deixar review eu respondo no próximo capítulo. Obrigadinha.
