Sobre mim (um breve prólogo):

“Já não há caminhos fáceis à nossa frente; temos de contornar os obstáculos, pular por cima deles – e isso porque temos de viver, seja qual for a extensão do desastre havido”.

(LAWRENCE)

Eu sinceramente penso que algumas linhas são insuficientes para a definir a complexidade do meu ser. E não, não pensem erroneamente que estou sendo arrogante, nem tampouco convencida. Acreditem, a complexidade de meu ser nunca foi para mim motivo para orgulho, visto que não posso enquadrá-la na categoria “minhas qualidades”, nem sequer na subcategoria “pontos positivos”. Sendo assim, não vou encher esse espaço de inverdades ou de vazios (palavras falsas soariam como grandes lacunas, na minha percepção). Não que seja de meu feitio usar mentiras para me descrever, porém, sei que, na tentativa de descrever o que nem eu mesmo sei, correria um grande risco de falar sobre quem eu queria ser, e não sobre quem eu sou de verdade. (Isso me lembra, invariavelmente: “Cuida de mim, enquanto eu finjo que sou quem eu queria ser” – O Teatro Mágico).

Também não tomarei o tempo dos que lerão esse breve esboço, com baboseiras e frases feitas. Com lugares-comuns e palavras soltas. Prefiro, então, me centrar em dois pontos básicos, que julgo interessar aos que vierem a ler o meu perfil. Na verdade, mais que idéias, são questões:

Por que me enveredei no mundo das fics (como leitora e agora como autora)? Por que escrever sobre Harry Potter?

Começarei pela primeira questão (terrível redundância), pois ela responde também parte da segunda.

Para respondê-la, basta dizer que sempre li, li muito, li sobre tudo. A literatura sempre foi uma fiel e generosa companheira, durante minha existência. Quanto a escrever, bem, escrever é paixão, é desejo, é magia, é entrega, é o infinito e um pouco mais. Nesse contexto, é difícil acreditar que demorei tanto para descobrir o mundo das fics. E também é nesse contexto que é fácil perceber por que me rendi a ele logo no primeiro momento.

Quanto à segunda questão:

Não vou me alongar na magia (literária ou não), existente nos livros do nosso amado bruxinho. Acredito que basta que saibam que eu também me rendi aos encantos da obra da J. K. Rowling. Fixarei-me apenas no que se refere ao casal Harry Potter e Ginny Weasley e, mais precisamente, na figura da bruxinha ruiva. Tenho uma grande identificação com a personagem. Não, não sou ruiva, nem muito menos tenho a personalidade e a força dessa grande garota (quem me dera...). O que me aproxima, apenas e somente, de Ginny Weasley é a estória dela. Eu também amei (verbo no pretérito perfeito??) platonicamente por longos sete anos. Amei sem ser correspondida e sofri, sofri muito...

Há, todavia, duas diferenças básicas entre nossos infortúnios amorosos...

Primeiro: não acredito e duvido que haja alguém que consiga me convencer do contrário, de que Harry nunca gostou, nem sequer percebeu Ginny. Pra mim, o amor sempre esteve presente, desde o primeiro encontro, na estação King’s Cross. Estava latente, adormecido. Talvez por ambos serem jovens e imaturos demais pra sustentarem a força de um sentimento como esse. Talvez por ingenuidade, por teimosia ou, o mais provável, por simples desconhecimento. Não preciso nem dizer que no meu caso, a recíproca nunca foi, e jamais será, verdadeira.

E, antes de mais nada:

“Duvida do brilho da estrela

E até do perfume da flor;

Duvida de toda a verdade,

Mas nunca do meu amor...”

Willian Skakespeare

A outra diferença, essa mais evidente, é que (graças a Merlin!) eles tiverem o merecido e esperado final feliz. Também não conviria ressaltar aqui que finais felizes nunca foram uma constante em minha vida.

Mais uma vez:

“Na verdade o que eu quero é impossível, o que eu quero é perfeito demais. Não existe um amor tão sublime por entre os mortais”. (Flor e Colibri – Daniel)

Porém, como não pretendo fazer desse espaço um divã, para falar sobre minhas mágoas e infortúnios, e, acreditando que as questões colocadas já foram devidamente respondidas (se não totalmente, ao menos significativamente), creio que seja melhor encerrar por aqui.

E, lembrando da genial peça de teatro, escrita pelo inglês William Shakespeare no início do século XVII, “Hamlet, o príncipe da Dinamarca”, onde Hamlet encerra a peça, dizendo ao morrer, eu também digo: “The rest is silence...”

N/A: “O resto é silêncio...”