Eu não sei se alguém me compreende porque, sinceramente, nunca conheci que se sentisse como eu me sinto em relação à leitura. E devo muito da maneira como me sinto em relação à leitura à Harry Potter. O livro da JK foi o primeiro de gente grande que li – apesar de HP não ser realmente um livro de gente grande. E foi a partir dele que eu comecei a entender o quão profundo é a leitura de um livro e eu só tinha oito anos de idade.

Eu me lembro como foi que fiquei sabendo desse livro. O meu aniversário estava chegando, minha mãe estava lendo jornal enquanto eu estava na piscina e disse que iria me dar esse livro de aniversário, me perguntou o que eu achava. Ari Potter. Bruxaria. Corujas. O que mais eu poderia querer?

Lembro que tive receio do Espelho de Ojsed, que me encantei com o ruivo de nome estranho e a sabe-tudo. Que tive medo do basilisco. E adorei o Aluado. Tive raiva do Fudge. E do Harry. Me identifiquei com a Luna. E me orgulhei do Nevile. E chorei. Muito. Foram nove anos da minha vida.

O ff.net sempre foi o meu refugio quando a saudade de HP batia e não tinha para onde correr. Ao longo dos anos eu acompanhei a evolução das fanfics com mais ou menos frequência de acordo com o meu tempo livre.

Não, não foram “As Novas Roupas do Imperador” ou o “Patinho Feio” ou “O Livro das Virtudes” ou “A Pequena Vendedora de Fósforos”. Foi Harry Potter.

Hoje, a minha vida é dedicada à três grandes paixões: livros, música e química.