MoonWiccan: Eis aqui o capítulo tão esperado, confesso que também mexeu com meu coração haha. Sou infinitamente grata pelo carinho a história, um beijo!

Capítulo 41: Ruína

Sakura estava tremendo levemente, o cabelo grudado ao redor da testa com o suor frio enquando mantinha o cabo de guerra invisível entre os dois. Ela se sentiu enjoada, parecia que todo oxigênio estava saindo daquela dimensão.

— Você está em seu limite. O Uchiha deu a ela um sorriso raso.

— Não, não estou. Ela balbuciou incapaz de conter a raiva e desespero. A quem queria enganar? Ela podia senti-lo por um fio de assumir o controle.

A mão dele parecia aço espalmando sua barriga, aquilo fez com que suas víceras se agitassem e se contorcessem. O carmesim furioso girando mortalmente, como se a tentar vencer a batalha interna.

— Você já está morto. Sakura comentou com cuidado, olhando para onde os dedos dele ainda espalmavam sua pele lisa. Se Itachi estivesse lá, esse seria o fim. Se havia uma coisa que ela aprendera nas semanas anteriores era como os homens Uchihas eram territoriais.

— Ah, porque estou encostando na preciosa fêmea dele? Perguntou Obito, com os olhos brilhando com uma mistura de excitação e outra emoção não identificável. — Não se preocupe, você não será dele por muito tempo, estará livre dele em breve. Assim que ele chegar aqui.

Sakura o encarou, sentindo uma fúria ácida queimando no estômago.

— Eu vou assistir enquanto Itachi perfura seus ossos e corroí sua carne, oferencendo seus restos para os corvos! Ela gritou destemida.

A rosada viu o sorriso desaparecer do rosto dele, sendo substituído por uma expressão dura.

— Quando eu acabar com esse mundo, e ter seu valioso Itachi em pedaços diante de mim, você terá um discurso diferente, acredite.

— Não! Sakura berrou quando ele estendeu as mãos para segurá-la. As unhas se transformaram em garras, arranhando os braços dele. — Afaste-se de mim, seu maldito!

Ignorando os gritos e a luta dela, Obito a ergueu e carregou-a com facilidade, criando uma fenda de espaço-tempo e adentrando em seu interior.

Ela teve aquela sensação novamente, de flutuar no vazio, mas dessa vez durou menos de segundos. Sentiu o selo recuar de sua testa, retornando a forma de diamante natural, seus lábios se apertaram enquanto fazia força excessiva para ativar o Byakugou, mas era inútil, não funcionava.

Antes que tivesse a oportunidade de pensar mais um pouco no assunto, ela foi jogada no chão brutalmente. Sakura sentou com dificuldade, sentindo os músculos tremerem de exaustão interna. Ela deu uma olhada ao redor, todo fragmento era cercado por uma estrutura semelhante a lama seca, com rachaduras pelo chão que seguiam o muramento até o topo. Era um local fechado, como uma arena.

— Não se mexa. Ele ordenou.

E o corpo dela obedeceu, sem mover um milímetro, era como estar completamente consciente de tudo a sua volta, de suas vontades, mas a marca ardente em sua pele a inibia de qualquer ação.

Ele retornou tão rápido quanto se foi, vestindo um traje antigo e uma nova máscara que o cobria todo, com aspecto altamente resistente. Ele a circundou, enraizando pergaminhos de aparência ancestral a cada lado dela, em um círculo, e Sakura estava diretamente no meio.

Com voz profunda, ele recitou palavras em uma língua indecifrável. Logo, símbolos estranhos emergiram dos pergaminhos e se estenderam sobre o chão, formando um arco aceso. Ela sentiu o coração saltar no peito quando a fitou com olhos vermelhos intactos.

— Vamos ver o quanto pode aguentar. A voz rouca ressoou.

O manto em suas vestes balançou atrás de si no momento que a palma da mão rompeu no chão.

Kuchiyose no Jutsu

Sakura sentiu uma dor aguda quando o chakra vazou de dentro de si, tão forte e denso que respirar se tornou difícil. A névoa de fumaça surgiu por todos os lados, em um disparo que zumbiu em seus ouvidos.

Ela se concentrou imediatamente, mal ousando acreditar no que via. Era uma estátua feminina gigante, exalando superioridade, apesar de ser de madeira, era impecável. Uma língua comprida saía da boca, tinha um semblante arrepiante e uma lua na testa.

Subitamente esferas de chakra se formaram ao redor da boca dela, explodindo em um feixe de luz que ofuscou tudo.

A rosada estava paralisada, sentindo como se uma prensa estivesse espremendo seu coração. A ideia de estar cercada por Bestas com caudas era tão agonizante que ela não conseguiu respirar por alguns momentos.

A gargalhada amarga cortou o ar, Sakura piscou algumas vezes, focando a sua volta. Ela se sentiu como uma formiga cercada por gigantes.

Um uivo arrebatador escapou da garganta do Yonbi, sacudindo a terra ao redor. Então a rosada sentiu uma pressão familiar na marca em sua barriga, como a extrair seu chakra. Logo a fera enfurecida fora domada, assim como as outras, seus olhos selvagens foram substituídos por carmesim, os tomoes fixos ao redor da pupila.

— Pare! Ela suplicou em angústia, a força que exercia sobre as Bijuus era demais para suportar.

Obito a ignorou, extraindo tanto chakra quanto podia, ele nunca sentiu tamanho poder correndo em suas veias, e isso era espantosamente formidável.

A rosada ouvia os próprios gritos ecoando no vazio, esse jutsu estava sugando toda a reserva de chakra que armazenou durante todos esses anos, fazendo sua pulsação bater doentiamente rápido. Sakura sentiu o sangue subindo a cabeça enquanto o chakra fluía atráves de si direto para o seu algoz.

Ela precisou de toda força de vontade para permanacer consciente, a tontura era intensa, borrando diversas vezes sua visão. Obito continuou listando tudo que faria naquele momento, até que sua voz caiu para um murmúrio baixo.

— Ele está aqui.

Mas Sakura não estava mais ouvindo.

Algo distante tinha chamado sua atenção, no topo da arena. O brilho da luz do sol vindo de cima ocultava seu rosto, mas não havia erro no jeito em que se movia. Sua mandíbula estava travada em um rosnado feroz, e seus olhos negros de obsidiana afiados eram assassinos.

— Itachi... Sakura murmurou, uma euforia intensa passando por ela. Ele tinha vindo.

Itachi congelou, e ela viu um tremor passar pelo corpo poderoso. Seu rosto estava virado, então, tudo que ela pôde ver foram as feições apertadas da mandíbula dele, mas ela conseguia sentir sua ira quase incontida. Violência ressoando no ar, sombria e tóxica, e naquele momento Sakura sabia, Itachi o mataria.

Os segundos que se seguiram foram apenas um borrão, Itachi movia-se como um tornado mortal. Bolas de fogo gigantes foram expelidas por todos os lados, havia destruição em massa proveniente das explosões.

No que parecia um piscar de olhos, Obito estava no chão, gritando de dor, preso em um transe, e Sakura assistiu paralisada pelo choque enquanto Sasuke surgia na batalha, com um olhar predominante, que imobilizou todas as Bestas com caudas.

— Chibaku Tensei. Sasuke vociferou, com os olhos brilhando em uma intensidade sombria.

Pedaços do solo foram arrancados e atraídos, criando esferas gigantes que prendiam e soterravam as Bijuus em seu caminho.

Itachi segurava Obito pelo pescoço, levantando-o com uma das mãos como se o homem não pesasse nada. O braço direito de Obito estava pendurado num ângulo estranho, mas sua mão esquerda segurava os dedos de Itachi num terror frenético, os pés balançando no ar.

Mas então algo inflamou dentro dele, no fundo ele ouvia Sakura chorando, a dor na voz dela fez com que seu coração se partisse. Ele arremessou o corpo do Uchiha e marchou em direção a ela, seu olhar negro queimando com algo sombrio e aterrorizante.

— Ele te machucou...Esse bastardo. Itachi estava tremendo de fúria, olhando para os hematomas espalhados pelo corpo dela.

— Entramos em uma briga. A rosada disse tão baixo que mal era audível.

Apesar de sua ira, sua pegada era gentil, sua força restrita ao segurá-la junto ao peito.

Envolvida pelo calor e cheiro familiar dele, ela chorou baixinho, envolvendo os braços ao redor do pescoço e enterrando o rosto nele, deixando deslizar as lágrimas que queimavam seus olhos.

Ele teceu selos de mãos, rompendo a marca criada pelo outro Uchiha, seu coração galopou furioso quando imaginou a possibilidade de perdê-la.

— Vamos para casa. Itachi garantiu, unindo o rosto ao dela.

Mas um movimento brusco chamou sua atenção, como uma sombra, movendo-se tão rapidamente que era quase imperceptível.

Obito sorriu por baixo da máscara, vitorioso, obcecado. A um pequeno passo de si... O Rinnegan. Seus dedos se ergueram ansiosos, como lâminas em ação.

— Sasuke! Itachi gritou enlouquecido.

Obito olhou para trás, um brilho maligno no olhar e um sorriso doentio nos lábios. Sabendo o efeito causado no corvo.

Itachi se sentiu totalmente alucinado, em um ato de desespero ele a soltou, partindo em direção a seu irmão mais novo tão rápido que nem se deu conta. Seu Susanoo flamejando e atacando o homem instantaneamente, só para vê-lo desaparecer completamente.

Subidamente ele apareceu diante dela. O inimigo estava a poucos passos de Sakura. O medo, uma sensação aguda e desesperadora, correu pelas veias de Itachi, seguido de uma fúria tão intensa que seu corpo inteiro estremeceu.

— Mais um passo e será o seu último. A voz de Itachi retumbou, pesada com ódio.

Sakura não entendia o que estava acontecendo, ela parecia desorientada, enfraquecida por alguma coisa, como se algo a tivesse atingido.

Uma onda de dor percorreu-lhe o corpo, e então ela reconheceu... Aqueles olhos vermelhos. Foi tudo que Sakura viu antes de sentir algo frio a perfurar no abdômen, sugando o que restou de suas energias.

Estarrecida, ela perdeu o ar, soltando um som abafado de susto, de terror. Seus olhos colidiram com os dele, que ardiam, endemoniados, diferentes, cheios de ira, de algo sanguíneo e horrível. Itachi. Sua expressão era dura, com veias alteradas na têmpora, então, sorriu odiosamente.

Por um momento ela não reagiu, hipnotizada por aqueles olhos. Mas a realidade a atingiu, ela fixou o olhar nele, arrasada, golpeada tão duramente que quase se dobrou ao meio, lágrimas encheram seus olhos, dor, mágoa, traição, várias coisas a apunhalando ao mesmo tempo. As pálpebras pesaram, e ela se deixou levar, cega pelas lágrimas, pela dor que rasgava e confundia, sem poder acreditar que aquilo era real.

— Sakura! Itachi gritou o nome dela com algo semelhante ao desespero, e quando encontrou os olhos de Sasuke, algo escuro e sinistro os penetrou. Foi então que Sasuke percebeu o quão obcecado por Sakura, Itachi realmente era.

Um pano vermelho parecia ter descido sobre seus olhos, como se fosse um animal. Ele queria destruir Obito, rasgá-lo em pedaços e ouvi-lo gritar em agonia. Queria eviscerar o homem e banhar-se no sangue dele, como os antigos faziam com os inimigos.

Sob a fúria incandescente, Itachi soltou um grito gultural, seu coração batia forte no peito, seu chakra fervendo. O chão tremeu violentamente, pedaços do muramento desabaram, destruindo tudo em seu caminho.

Era como se o mundo fosse acabar diante sua ira, cada célula de seu corpo se encheu de uma fúria vulcânica, o ódio bulia em seu âmago, Itachi estava cego quando atacou.

E, antes que o adversário conseguisse reagir, os dedos de Itachi revestidos por um poder absurdo se enterraram na carne dele, perfurando a espinha e rompendo a conexão com o cérebro.

Havia sangue por toda parte, nos olhos de Itachi, em seus cabelos, em sua boca... Ele estava coberto de sangue e o cheiro e o gosto o consumiram, aumentando a fúria sombria que lhe percorria as veias. Ele não estava mais pensando racionalmente. Sentia uma sede de sangue intensa. Os dedos se enterraram novamente, dessa vez na garganta de Obito, rasgando-a, até que não havia mais nada.

Sasuke assistiu em choque e descrença quando a cabeça arrancada de Obito rolou pela terra. A máscara fora arrancada, e os olhos escuros do Uchiha estavam abertos e sem vida, a boca aberta e coberta de sangue. Ele ficou paralisado, sem saber o que fazer pelo irmão, o ar sombrio tomava tudo ao redor, pelo canto do olho ele procurou por Sakura, sem sucesso. Eles teriam que voltar para buscá-la.

Itachi não sabia quanto tempo permanecera naquele estado de fúria irracional. Poderia ter sido minutos ou horas. Quando voltou a si, a cabeça de Obito estava caída a vários metros de distância, com os olhos vazios e o pescoço parecendo ter sido arrancado por um animal selvagem.

Morto. O adversário estava morto.

O próprio corpo de Itachi estava em agonia, com sede de sangue severa. Mas ainda havia uma coisa que precisava fazer. Ele iria encontrá-la, Sakura era sua, e ele morreria antes de libertá-la.