Notas da autora
Yuugi e os outros conversam...
Yukiko voa no final da tarde e...
Capítulo 70 – Ameaça detectada
- Ele domesticou o seu próprio falcão. Para conseguir esse feito, Atemu a seguiu perseverantemente e mesmo as bicadas e garras do animal não o impediram em seu intento porque ele tem uma determinação férrea e igualmente obstinada. Ele foi a pessoa mais jovem a conseguir domar um falcão e olha que tomou como desafio o mais selvagem dos falcões que habitam o aviário. – o loiro comenta enquanto sorria ao se recordar do dia que o amigo apontou para eles qual falcão desejava domesticar, fazendo todos eles ficarem embasbacados com a escolha porque eles conheciam a fama daquela fêmea.
- Domar um falcão é o que distingue a criança do adulto. – Honda falava enquanto se lembrava da felicidade e orgulho que o amigo deles sentiu quando o animal foi domesticado.
- Foi uma proeza que repercutiu muito além dos muros do complexo do palácio. – o albino comenta – É um feito memorável.
- Com certeza. Nós demoramos mais tempo para domar nossos falcões. Ou seja, demoramos em sermos vistos como adultos aos olhos dos nossos pais. – o bronzeado comenta enquanto suspirava.
- Se bem que ele não a domesticou no sentido completo da palavra. – Ryou comenta enquanto ele olhava para Jounouchi, Honda e Mariki que arqueavam o cenho – Ela é como o Khnurn. Ambos possuem um orgulho selvagem que os distingue dos demais.
- De fato, isso é verdade.
- Sim.
- Com certeza.
- Qual o nome do falcão de Atemu? – Yuugi pergunta curioso.
- É uma fêmea e se chama Kytzia. É um falcão branco e ela manda sobre os outros falcões. É a rainha intocável do aviário, além de ser a mais feroz. Inclusive, os tratadores tem que estar sempre atentos e devem alimentá-la primeiro.
- Caso não façam isso, as consequências podem ser desastrosas. Ela só obedece a Atemu que detém dela o respeito e obediência. É o mesmo com Khnurn. Só aceita o toque de Atemu e somente concorda em ser montado por ele. Os tratadores passam por apuros ao tratá-lo enquanto que precisam ser cuidadosos com o manejo porque este garanhão somente aceita os cuidados se forem feitos da forma correta e nos limites estabelecidos por ele. Atemu aprecia o fato de que aquele garanhão ainda é selvagem, de certa forma. Inclusive, sabia que foi ele que o domesticou ao escolher o mais feroz e indomável de todos? Se bem, que mesmo sendo domesticado, ainda tem uma alma selvagem que se espelha em um orgulho feroz. Então, Atemu não o domou no sentido amplo da palavra. Ainda é um cavalo selvagem em seu âmago.
- Incrível! – o jovem de orbes ametistas exclama com visível surpresa em seu semblante que era compartilhado por Nuru e Kisara.
- A minha égua Ebonee também é selvagem. Eu não a domestiquei e ela só aceita a minha montaria. – a bronzeada falava enquanto sorria – Além disso, tem o seu orgulho também.
- Bem, é melhor ela não ficar junto de Khnurn. Dois orgulhosos próximos um do outro e selvagens, nunca trará nada bom.
- Com certeza. Eu prevejo mordidas ferozes e coices.
- Eu compartilho da mesma opinião considerando o temperamento de Ebonee segundo a Nuru. – a prateada comenta pensativa.
- Então, vamos evitar que ambos fiquem sozinhos. Somente podem estar próximos com os seus respectivos cavaleiros.
- Com certeza.
- Eu gostaria de poder apostar uma corrida. Seria interessante. – a bronzeada comenta com um olhar sonhador – E se eu derrotasse o Per'a'ah em uma corrida seria maravilhoso.
- Atemu é um exímio cavaleiro também e Khnurn é famoso por ser o garanhão mais veloz do império. – o loiro comenta enquanto sorria, olhando para a sua amada que demonstrava uma grande empolgação.
- É porque ele não cruzou o caminho comigo e com a Ebonee. – ela fala com orgulho.
- Seria uma corrida memorável. Com certeza, Atemu aceitaria. Ele ama desafios.
- Poderíamos fazer um dia de cavalgada com corrida! – Kisara exclama empolgada.
- Eu tinha uma amiga que era uma potranca naquela época. Agora ela deve ser uma égua. O seu manto é negro e os seus olhos são azuis. Eu não a domestiquei e ela só aceitava a minha montaria. Eu fiz os meus pais prometerem que nunca a domesticariam enquanto a levavam junto deles para um local seguro. Ela ama correr. – Yuugi comenta com um olhar perdido em recordações.
- Qual o nome dela?
- Yoru. Eu espero que todos eles estejam a salvo. – ele fala com visível preocupação em seu semblante.
- Com certeza, ela está bem.
- Sim.
- Tenha esperança. Eles devem estar seguros.
- Com certeza.
- Eu acredito que eles estão bem, inclusive a sua amiga.
O ex-sacerdote fica emocionado com as palavras repletas de conforto e consente com a cabeça enquanto exibia um sorriso em seu rosto em forma de coração.
Então, eles voltam a conversar outros assuntos agradáveis e em um determinado momento, Mana comenta do uso alternativo do Kiei de Yuugi, fazendo todos ficarem surpresos, sendo que a bronzeada comenta:
- Com esse poder, a Kytzia acabaria submissa, assim como foi com o Khnurn. Afinal, Yuugi conseguiu afagá-lo.
- Incrível!
- É uma técnica bem útil!
- Seria legal ver a Kytzia se curvando a alguém além de Atemu!
- Com certeza!
O ex-sacerdote corava intensamente enquanto era alvo da atenção e elogios deles ao mesmo tempo em que começava a considerar eles como se fossem seus amigos.
Então, o grupo começa a contar outros acontecimentos na caçada e em um determinado momento, o albino comenta:
- Mal vejo a hora de ver todos os nobres perdendo para o Yuugi nos jogos. Vai ser divertido.
- Com certeza.
- Põe divertido nisso.
- É muito bom ver pessoas arrogantes se dando mal. Yuugi vai varrer o chão com eles, certo? – o loiro pergunta animado olhando para o ex-sacerdote que sorri sem jeito.
- Eu não sei se vou poder vencê-los. O certo seria deixá-los vencer por causa da hierarquia. – ele comenta em um murmúrio, ficando cabisbaixo.
- Você pode vencer. Não há nada que fale que precisa perder de propósito.
- Mas, eu sou um escravo...
Os outros se entreolham, com exceção de Nuru e Kisara, sendo que Honda fala ao olhar para o jovem cabisbaixo:
- Você não precisa agir de forma subserviente com os outros. Você pode derrotá-los. Portanto, quando chegar o momento, não se contenha. Esfregue o chão com eles.
- Isso mesmo.
- Não precisa se conter.
- Sim.
Ele ergue o rosto e sorri consentindo, decidindo acreditar nas palavras deles.
- Eu espero não ter que jogar contra Atemu. Eu não posso ganhar dele em público como faço em particular e entre vocês. Afinal, é o soberano desse império, além de ser o meu mestre.
Os amigos dele se entreolham, para depois, o loiro comentar:
- Atemu é um verdadeiro jogador e tem o seu orgulho. Se você deixar que ele ganhe a partida por jogar propositalmente de forma ruim, você irá ferir o orgulho de duelista dele. Além disso, nunca o vi tão vivo e animado com o desafio que você representa e que gera um desejo ardente nele de derrotá-lo. Atemu ama desafios. Inclusive, foi o seu amor por desafios além dos jogos que o levou a escolher o garanhão mais selvagem dentre todo o rebanho do palácio e o falcão mais desafiador do aviário real. Ele queria que oferecessem um desafio a ser superado e durante o período que se dedicou a conquistar a confiança deles apesar dos vários ferimentos que sofreu com o manejo deles, havia um brilho de diversão e de prazer em seus olhos.
- Com certeza.
- Acredite em nós. Não faça isso.
- Atemu vai ficar triste, além de ter o seu orgulho ferido.
O rapaz de cabelos tricolores consente enquanto que estava incerto sobre deixar Atemu ganhar ou não devido ao fato de ser o seu mestre, além do alto título que possuía e em virtude dessa incerteza que permeava a sua mente, ele decide que evitaria a todo o custo de jogar publicamente contra o soberano daquele império e se chegasse o momento de fazer isso, inventaria algum mal estar para não ter que jogar contra o seu mestre.
O ex-sacerdote oculta o fato de ter ficado aliviado pelo fato deles começarem a conversar outros assuntos até que pedem para o adolescente de orbes ametistas contar sobre a sua vila natal, com o adolescente de orbes ametistas sorrindo enquanto contava como era a sua vida ao mesmo tempo em que ocultava a saudade que sentia.
Enquanto isso, longe de onde Yuugi e os outros se encontravam, Yukiko se encontrava descansando até que o entardecer surge no horizonte.
Então, ela sai da espécie de câmara e abre as suas asas imponentes, para depois, dar impulso com as patas traseiras para alçar voo rumo aos céus e somente após se distanciar do solo, a albina começar a bater as suas asas possantes de envergadura imponente.
Enquanto sobrevoava a capital, a meia dragoa sente uma leve emanação mágica e do alto, usa a sua visão especial ao fazer os seus olhos brilharem na cor azul, fazendo com que avistasse um homem com um capuz branco e cabelos esverdeados, sendo visíveis os seus olhos bicolores, com a albina sentindo que a magia irradiava do estranho pingente verde em sua testa.
Yukiko concentra o seu poder e o arrebata abruptamente ao mergulhar do alto em sua direção, com ela usando magia para ficar invisível ao mesmo tempo em que utilizava discretamente um selo mágico para impedir que a sua presa fugisse enquanto conseguia um pequeno fragmento da roupa dele.
Afinal, confiava em seus instintos e eles diziam o quanto aquele homem era perigoso.
Dartz grita quando sente a dor de ser arremessado contra dunas de areia longe da cidade, para em seguida, arregalar os olhos ao ver uma dragoa imensa pousar na sua frente, pois, Yukiko revelou a sua forma ao anular a magia em torno do seu corpo.
Conforme a observava, ele se recordava do que ouviu enquanto andava pela cidade em busca de vitimas para o seu Orichalcos. Ela era o dragão que o rei daquele império detinha em suas mãos e que havia recebido autorização para sair à noite, além de ter ouvido sobre a batalha dela contra os Deuses.
Enquanto ele a identificava, Yukiko usava a sua magia de forma discreta ao utilizar aquele pequeno fragmento da roupa dele como um meio para investigar o passado do homem a sua frente enquanto dividia a sua atenção entre o que descobria ao deixar parte da sua mente vagar pelas lembranças que adquiria pela magia utilizada e ao que acontecia na sua frente naquele momento ao observar a sua presa se erguer com dificuldade ao mesmo tempo em que o seu rosto se contorcia em dor, com a albina sentindo uma imensa satisfação ao ver o semblante de dor dele.
- O que você está fazendo aqui? – ela pergunta dentre rosnados ferozes porque ainda não havia recolhido lembranças suficientes e somente havia conseguido descobrir até aquele instante, todas as vitimas que pereceram ou que foram manipuladas cruelmente pelo homem que estava a sua frente.
Dartz nota que ela pergunta em kemético e decide responder na sua língua natal para aborrecê-la porque não a temia.
Afinal, ele acreditava que o Deus Orichalcos era muito mais poderoso do que ela e esperava derrotá-la para que pudesse continuar capturando almas para o Deus que servia porque o ex-rei de Atlântida percebeu que havia muitas almas excelentes naquele reino.
Inclusive, chegou a cogitar a hipótese de conseguir a alma do monarca daquele império após saber sobre a invocação dos Deuses egípcios, com ele chegando ao ponto de ir até o local da batalha e que ao usar os seus poderes, conseguiu sentir a emanação mágica residente de tais seres, fazendo-o acreditar que a alma do Faraó seria uma excelente oferta ao Deus Orichalcos.
Afinal, somente uma alma poderosa poderia controlar seres igualmente poderosos.
- Eu estou capturando almas para oferecer ao Deus Orichalcos através da pedra Orichalcos. – ele fala no idioma natal de Atlântida.
Dartz percebeu que os olhos dela haviam brilhado ao mesmo tempo em que falava, fazendo com que tentasse descobrir o motivo desse brilho, com ele desconhecendo o fato de que ela estava usando magia para compreender o idioma dele ao mesmo tempo em que terminava a sua pesquisa.
Ao terminar de buscar conhecimento do que seria o Deus Orichalcos ao mesmo tempo em que havia obtido o passado da sua presa, os seus olhos param de brilhar e ela demonstra a mais pura ira em seu semblante por alguns segundos, para depois, sorrir ao imaginar o desafio que teria em suas mãos.
- Eu entendi... Bem, eu acredito que posso fazer você se fundir a esse Deus para despertá-lo. Afinal, agora que recuperei as minhas memórias, vou poder lutar em um nível totalmente diferente do que lutei contra aqueles Deuses. Inclusive, se lutasse novamente, o resultado seria diferente.
Dartz fica estupefato ao ver que ela falou no idioma nativo que era usado em Atlântida, fazendo-o questionar como a dragoa a sua frente havia conseguido falar em um idioma que foi perdido ao longo do tempo e enquanto se encontrava pensativo sobre o fato dela saber pronunciar com perfeição o seu idioma nativo, surgem os subordinados dele em seu entorno, com Yukiko sabendo que a maioria deles havia sofrido uma lavagem cerebral intensa e inquebrável ao mesmo tempo em que os demais seguiam aquele homem porque compartilhavam do mal dele e sentiam prazer em provocar sofrimentos nos outros.
Enquanto eles apareciam, a albina havia realizado uma magia de contenção no entorno deles para impedir que qualquer um deles fugisse daquele local por meio de magia.
Afinal, ela não queria deixar as suas presas escaparem após encontrar uma aparente fonte de diversão. Pelo menos, é o que esperava ao permitir que eles começassem a sua concentrar a sua magia através das pedras verdes que portavam em suas testas ou em cima das roupas.
