Notas da autora

Yuugi fica surpreso quando...

Yoru e Kiara ficam...

Em um jardim, os amigos de Atemu se encontram com...

Yuugi fica curioso sobre...

Notas extras

Yo!

Eu modifiquei a capa. A deixei menos carregada de imagens e mais nítida.

Tenham uma boa leitura.

Capítulo 69 – Reunião com amigos.

Após o término da refeição, o Faraó se levanta com Yuugi se levantando em seguida, para depois saírem da mesa, seguidos dos demais que retornam aos seus afazeres, sendo que Mana caminha até o jovem de orbes ametistas que se despedia de Atemu, que passa o dorso da mão no rosto carmesim do ex-sacerdote antes de se retirar após se despedir, deixando um jovem extremamente corado para trás.

Yuugi leva a mão até onde o Faraó o tocou enquanto Mana falava ao ver a reação dele:

- Você é fofo. Eu já esperava algo assim. Deve ser difícil para ele ficar longe de você. – ela falava enquanto sorria.

O adolescente de orbes ametistas cora ainda mais, se era possível, para depois, murmurar envergonhado:

- Eu não acho que sou fofo.

- Eu acho. Ele deve ver você como um gatinho fofo.

Antes que pudesse responder, Kiara e Yoru se aproximam dele em suas formas animais sem o símbolo de lua crescente na testa, sendo que miavam enquanto se esfregavam nas pernas dele, fazendo-o sorri imensamente.

Então, o jovem de cabelos tricolores pega gentilmente a Kiara no colo para afagá-la, fazendo-a ronronar ao mesmo tempo em que Mana pegava Yoru que ronronava, pois, ambos haviam combinado de agirem como qualquer gato para que o disfarce deles funcionasse.

- Eles são fofos! – Mana exclama, acarinhando-o.

- Concordo. São bem fofos.

Após afagá-los, os colocam no chão, com o jovem de olhos ametistas olhando estupefato para eles ao verem que o seguiam, sendo que a jovem aprendiza comenta animada:

- Incrível! Eles gostaram de você. Você ganhou duas sombras.

- Você acha? Eu os acho fofos. Eles são versões pequenas e fofas de algumas feras que andavam nas florestas adjacentes a minha vila. Eu também nunca vi um gato fora desse império.

- Bem, é um crime punido com a morte tentar retirar um gato de Kemet. Alguns tentaram e falharam miseravelmente. A punição é bem clara.

Yuugi fica surpreso ao ouvir sobre a punição e conforme refletia o que sabia daquela cultura referente à importância dos gatos e a visão dos keméticos sobre eles, essa punição era perfeitamente lógica.

Claro, isso não significava que a aprovava. Ele somente reconhecia o fato de que seria o esperado naquela civilização.

A bronzeada pega na mão dele e o puxa para fora da sala, fazendo com que ambos corressem pelos corredores em direção a um dos jardins em que foi combinado o encontro, com o casal seguindo eles, sendo que conversam em pensamento através da ligação que ambos compartilhavam.

"Ainda bem que conseguimos nos aproximar dele."

"Sim, meu amor. Ficaremos junto dele conforme o pedido da nossa hime-sama (princesa)."

"Essa jovem kemética é muito animada. Está arrastando o Yuugi-kun. Coitado."

"Concordo. Ela é muito energética. O que achou da relação entre ele e o rei desse reino?"

"Eles parecem ter uma ligação e aquele Atemu-san o ama. O olhar que dedicava para ele quando o Yuugi-kun se servia era um olhar de adoração e amor. Eu acho que os sentimentos são verdadeiros."

"Concordo. Também pude ver o amor em seus olhos. Precisamos comunicar a hime-sama."

"Eu acho que a Yukiko-sama vai achar um absurdo. Ela tem uma opinião muito ruim sobre ele e com razão após tudo o que ele fez. Embora eu reconheça o amor que sente pelo Yuugi-kun, isso não significa que não o detesto pelo que fez contra a hime-sama."

"Eu também. Porém, termos que tentar ser parciais. Claro, é uma tarefa difícil, mas, necessária."

"Com certeza"

O casal continua conversando outros assuntos mentalmente enquanto seguiam Mana e Yuugi.

Não muito longe dali, Atemu decidiu passar em um local antes de seguir para o seu próximo compromisso diário.

Ele se aproxima da construção que destinou a Yukiko e ao sentir o cheiro dele, a albina eleva a sua cabeça, passando a olhar para o monarca que adentrava no local e que fala ao olhar para ela, vendo que a mesma estava deitada:

- Bom dia. Vejo que está relaxando. Apreciou o voo?

- Sim.

- Sobre o Yuugi, eu quero que me responda algo.

- O que seria? – a dragoa pergunta ao mesmo tempo em que arqueava o cenho enquanto cruzava os dois braços na sua frente.

- Eu esperava que o Yuugi tivesse algum trauma pelo que aconteceu nas mãos daquele bastardo. Mas, ao ver o meu corpo nu enquanto me banhava, ele não teve a reação que seria esperada. A única explicação plausível é que você protegeu a mente dele.

Ela bate levemente a cauda enquanto bufava de descontentamento ao imaginar o seu amigo sendo obrigado a banhá-lo, para depois, falar:

- Você está certo em sua dedução. Eu não podia permitir que ele vivesse traumatizado com o que ocorreu. Portanto, manipulei a mente dele para esquecer esse acontecimento. Foi o mesmo com Kisara. Por isso, eles estão agindo normalmente. Porém, não consegui fazer tudo o que desejava. Portanto, restou o medo pela captura violenta.

- E porque não pôde manipular esse medo para torná-lo uma memória sem qualquer importância? – o monarca pergunta arqueando o cenho.

- Eles iriam questionar como acabaram capturados. Eu acredito que é assustador o pensamento de alguém manipulando a sua mente e não desejava assustá-los. Portanto, somente anulei as lembranças deles nas mãos daquele desgraçado – ela rosna mostrando as suas presas ao se lembrar do comerciante – Para eles, ambos ficaram em jaulas e nada mais. Claro que eu também só pude alterar essas recordações quando ambos dormiram para que não sentissem essas mudanças na sua mente.

- De fato, seria muito assustador.

- Além disso, não aprecio modificações na memória de alguém. Somente faço se for estritamente necessário. Eu acho errado o ato de mexer na mente de outras pessoas.

- Concordo. – ele fala, apoiando o dedo no queixo, para depois, olhar para ela novamente – Tenha um ótimo dia. Quando a barca Mesektet de Ré começar a jornada no Duat, você poderá voar e será assim todos os dias.

A meia dragoa consente e o monarca se retira, sabendo que Yukiko era honrada e que isso a faria honrar o acordo entre eles, além de ter percebido que ela se sentia desconfortável com o fato de manipular a mente, tornando críveis as palavras dela sobre esse assunto.

Portanto, sabia que ela nunca iria manipular a mente do seu amado para fazê-lo fugir dele junto dela e essa confiança plena nas palavras da meia dragoa não o fazia temer esse poder porque havia percebido que estas alterações ocorreram após ela sair do corpo do seu amado, indicando que ainda tinha influência sobre a mente daquele que amava.

Após Atemu sair do local, a albina suspira enquanto decidia que iria aproveitar o seu voo à noite para buscar a aldeia natal do seu amigo enquanto orava para que pudesse recuperar mais habilidades e poderes mágicos que iriam permitir maior liberdade de locomoção, além de capacidade ofensiva e defensiva.

Afinal, havia sensações inquietantes e incompreensíveis que eram semelhantes ao que sentiu antes da invasão na vila do seu amigo.

Em um dos jardins do palácio, Yuugi estava perto do lago observando as plantas de papiros que adornavam as margens e os lótus na superfície da água, além dele ter avistado algumas íbis ao longe. Ele estava sentado na grama verde e fresca na sombra de uma das palmeiras altas, sendo que o local possuía também arbustos densos, árvores frutíferas e floridas que ajudavam a adornar o jardim. Uma leve brisa sopra gentilmente as franjas do jovem e os fios castanhos da aprendiza ao mesmo tempo em que sopra as folhas das folhagens densas que parecia selvagens e igualmente cultivadas, exibindo-se com orgulho e altivez.

Mana contou a ele sobre pequenos caminhos que se entrelaçavam pelos jardins e que levavam a belíssimos lagos e piscinas secretas cercadas por juncos e flores.

Inclusive, ela comentou sobre a beleza e imponência que era o jardim real e que era usado somente por membros da família real. Quanto a outras pessoas, somente os responsáveis pela manutenção e cuidado que podiam acessá-lo.

O ex-sacerdote confessava que estava surpreso por ver tanto verde e água naquele local, considerando as dunas de areia que adornavam o horizonte.

Ambos param de conversar quando escutam vozes que se aproximavam de onde estavam e ao olharem para o lado, observam um grupo se aproximando, com eles se levantando para recebê-los.

Jounouchi estava junto de Nuru que conversava animadamente com a sua irmã que estava ao seu lado. Honda, Ryou e Mariku estavam em uma conversa empolgada com o loiro fazendo algumas observações.

Quando os amigos de infância do Faraó avistam Mana, eles a cumprimentam a distância e ao se aproximarem deles, cumprimentam Yuugi que responde timidamente enquanto ficava aliviado ao ver que Kisara parecia feliz, além de estar vestida com vestes e joias que lembravam a de um nobre, sendo o mesmo para Nuru.

Nisso, eles passam a conversar, com o jovem de cabelos tricolores demonstrando animação, sendo que alguns servos servem bebidas e comida, com todos eles evitando que Mana provasse vinho ao limitá-la a água para aborrecimento da jovem que esperava burlar a proibição de bebida alcoólica.

Também foram trazidos alguns jogos como Mehen, Senet, Shen, Mancala, assim como os que foram importados do país de origem das mães de Ryou, Jounouchi e Honda, como Shoji e outros com o adolescente passando a jogar com os seus amigos enquanto passava momentos divertidos ao mesmo tempo em que sentia pena de Atemu e das obrigações diárias dele, sendo que dentre essas obrigações, havia os rituais diários que ele precisava fazer para garantir o bem estar do seu povo e a fertilidade do Nilo.

- Esses gatos são tão fofos! – Kisara exclama enquanto afagava Kiara.

- Com certeza. – Nuru fala consentindo ao mesmo tempo em que acarinhava Yoru.

- Gatos são bem fofos. – Ryou comenta.

- E são usados para a caça de aves. – Honda fala.

- Para as outras caças, eles levam cães. Minha família vai participar da caçada. – Jounouchi comenta – Pode acontecer algo interessante. Com certeza você vai estar lá, Yuugi, acompanhando Atemu. Certo?

- Eu não aprecio as caçadas. – Yuugi comenta coçando a nuca sem jeito.

- Todos recebem ordens de Atemu para abater o mais rápido possível e essa ordem sempre foi dada por todos os Per'a'ah. São proibidos quaisquer maus tratos. Quando o Netjer (Deus) Ré (Rá) renascer no leste (manhã) é a caça de patos e outras aves. Quando a barca Mandjet levar o Netjer Ré na sua jornada pelo céu (tarde) será a caçada de grandes animais. Quando a barca Mesektet do Netjer Ré começar a jornada no Duat, nós teremos um banquete e depois, os jogos.

- Você não precisa caçar. Muitos participam como acompanhantes. As mulheres caçam também e as caçadas sempre envolvem nobres e os companheiros deles.

- Minha mãe é uma caçadora assim como o meu pai. Normalmente, eles fazem uma competição amistosa entre si. – Ryou comenta em um suspiro – Bem, eles dizem que é amistosa, mas...

- Você precisa ver o embate entre eles, Yuugi. É incrível.

- Com certeza é memorável e é tão intensa que somente alguém sem noção iria intervir na competição entre eles.

- Se lembra de quando aquele nobre interviu, abatendo a presa que era da mãe do Ryou?

- Como podemos esquecer?

- Foi hilário.

- O que aconteceu? – Yuugi pergunta com evidente preocupação em seu semblante ao imaginar os piores cenários possíveis.

- Simples. Ela roubou todas as presas desse nobre. Ele não conseguiu abater um único animal. Antes que a flecha dele disparasse do arco o animal estava abatido. Ela se tornou a sombra dele e com o olhar mortal que estava dando para ele, o nobre sequer ousou reclamar enquanto suava frio. – o loiro termina em uma risada, seguida dos outros enquanto o ex-sacerdote ficava aliviado ao saber que não foi tão grave como imaginava ao mesmo tempo em que compartilhava os risos.

- E quanto a Atemu. Ele é bom? – Yuugi pergunta enquanto corava, sendo que o rubor em suas bochechas não passou despercebido para o grupo.

- Atemu é um exímio caçador e a sua precisão é incrível. Por ter sido o Iry-pat (príncipe herdeiro) antes de ascender ao trono junto com o fato de ser um Deus dentre os homens, ele teve a obrigação desde jovem de ser o melhor de todos. Ele é um exímio cavaleiro, guerreiro, espadachim, lanceiro, arqueiro, falcoeiro e estrategista, além de ser excelente em jogos, sendo que também domina a magia e é um magnifico duelista de Ka. Ninguém conseguiu derrotá-lo em jogos e em duelos de Ka. Você foi o único que conseguiu a proeza de derrotá-lo nos jogos. Acredite. Ademais, Atemu se tornou adulto aos olhos do pai desde que era jovem. Ele e Seto costumam fazer competições amistosas entre si, inclusive nas caçadas.

O adolescente estava estupefato ao saber das habilidades do monarca e conforme pensava sobre o fato de Atemu ter sido escolhido desde jovem para suceder o pai no trono junto com o fato daquele povo ver os Per'a'ah como Deuses, era esperado que fosse treinado de forma intensa e estimulado a ser o melhor como preparo para herdar o domínio de um império. O preparo vinha desde que era pequeno e isso era o esperado.

Mesmo assim, ainda se encontrava surpreso com o que haviam falado e ao se lembrar das palavras deles, pergunta:

- Como ele se tornou adulto aos olhos do pai quando ainda era jovem?