• Os personagens aqui presentes pertencem a Stephenie Meyer, mas o enredo é de minha autoria;

• Plágio é crime!

• Capa feita por mim;

• Prólogo é BPOV e os demais capítulos são EPOV;

• Você pode me achar no twitter como sadwardcullen


BPOV

Eu estava fazendo a última revisão no próximo livro que seria publicado pela editora. Um romance clichê, mas gostoso de ler. Poucas coisas em relação a ele necessitavam de minha atenção, era algo surpreendente considerando que era o primeiro livro da autora, mas ele acabou ficando com um ou dois capítulos a menos que sua versão original. A autora não ficou brava, ou pelo menos não demonstrou, o que era bem raro – e, mais raro ainda, havia concordado que a história ficara bem mais coesa após os cortes. Meu celular tocou sobre a mesa e eu o atendi sem nem ao menos olhar quem estava ligando, ainda muito concentrada em meu trabalho.

– Isabella Swan falando.

– Bella, você não vai acreditar! – uma voz animada e melodiosa soou do outro lado da linha, não era preciso muito para reconhecer a quem ela pertencia. Alice era minha melhor amiga há anos, nos conhecemos na época de faculdade; ela queria alguém para dividir o apartamento em que morava, já que se sentia sozinha, e eu precisava desesperadamente ir para o mais longe possível da bagunça do campus.

– O que houve?

– Eu ganhei! – seu grito me fez dar um pulinho na cadeira, porém eu não fazia a menor ideia do que ela estava falando – Isabella! Eu te contei sobre o sorteio! – Nada. Alice bugou irritada com minha falta de conhecimento sobre o assunto em questão – Para o cruzeiro!

Ah, aquele sorteio. Alice havia comentado, talvez mais do que uma vez, sobre o tal sorteio, mas eu não havia prestando muita atenção no assunto. Ela sempre escolhia os piores momentos para falar sobre banalidades comigo, como quando eu estava trabalhando, por exemplo.

– Sério? – perguntei. Estava realmente surpresa com a notícia, sempre acreditei que esses sorteios de tevê eram a maior furada – Parabéns, Allie.

E foi nesse exato momento que comecei a ficar realmente confusa, pois Alice desandou a falar sobre como nos divertiríamos e como seriam as melhores quatro semanas de nossas vidas. Aquilo não fazia o menor sentido já que ela tinha namorado e obviamente o levaria consigo. Me lembrava, agora, dela falando que era um cruzeiro romântico, ou algo assim.

– Bella, por favor, você está totalmente estragando o meu momento.

– Alice, espera, eu estou confusa! Como assim vamos nos divertir? Você não vai levar o Jazz?

– Ah, céus! Isabella Marie Swan, custa tanto assim prestar atenção nas coisas que eu te falo pelo menos uma vez nessa vida?

Eu era pura confusão, do que inferno Alice estava falando, afinal?

Merda – falei baixinho sabendo que ela não me escutaria. Soube, finalmente, sobre qual era o verdadeiro assunto daquela conversa assim que a lembrança disparou como um meteoro caindo violentamente do céu direto para a parte em foco da minha mente. Fazia uns dois meses desde que eu havia ido para a casa de Alice depois do trabalho e a encontrei toda sorridente, pulando de um lado para o outro como uma criança que acabara de descobrir que ganharia um bichinho de estimação, enquanto Jasper parecia cético, estirado no sofá com uma sobrancelha arqueada. Ele deu de ombros quando o olhei interrogativa.

Alice me contou naquela noite sobre o incrível sorteio que uma grande emissora de tevê estava realizando, o prêmio consistia em quatro passagens para passar quatro semanas, no final do ano, no magnífico Cruzeiro do Amor. Apenas casais eram permitidos e ela iria com Jasper, é claro.

– Eu primeiro pensei em dar os outros dois convites para Emmett e Rose, mas eles não podem deixar a oficina sozinha logo no final do ano, é a época com mais movimento – explicou – Depois pensei nos meus pais, mas Esme morre de medo de ir para alto-mar.

– E para quem vai dar, então? Ou vai vender pra alguém? – perguntei sem realmente me importar com a resposta, afinal eu tinha absoluta certeza de que ninguém ganharia e aquilo tudo se tratava apenas de uma estratégia de marketing da emissora.

Seu sorriso aumentou tanto que por um breve momento eu poderia jurar que seu rosto se rasgaria, um calafrio percorreu minha espinha. Então Alice começou a me contar sua ideia que, de acordo com ela, era perfeita!

– Você vai como namorada do Edward! – disse com toda simplicidade, como se fosse a coisa mais óbvia a ser feita.

Ah, Edward! Eu o conheci quando ele foi visitar a irmã pela primeira vez na faculdade após eu me mudar para o apartamento dela. Não vou mentir, meu coração quase saiu pela boca quando o vi. Como se já não bastasse ter as feições perfeitas – sério, deveria ser crime sair por aí com aquele rosto! Ele poderia facilmente causar um acidente – Edward também sempre foi muito educado e gentil. Foi uma grande decepção descobrir que ele tinha namorada.

De qualquer forma, acabamos nos tornando grandes amigos, sua companhia era sempre muito bem apreciada por mim. Inclusive, foi ele que me apresentou meu único namorado nesse meio tempo – Tyler era um cara legal, mas as coisas não deram certo conosco.

Acontece que, há cerca de um ano e meio, Alice me mandou uma mensagem animada demais dizendo que seu irmão estava solteiro, com muitos pontos de exclamação – ela parecia não se importar nenhum pouco com o fato de que ele estava sofrendo após descobrir que a namorada estava o traindo com um colega de trabalho. Ah, ela não era a mulher certa para ele, claramente, afirmou. Nessa mesma época, Alice começou a me convidar com frequência para jantares na casa dela, apenas nós duas, seu namorado e... Edward. Ela não tinha o menor interesse em esconder o fato de que queria que eu e seu irmão fossemos mais do que apenas bons amigos, mas eu jamais arriscaria destruir nossa amizade por causa de uma paixonite que tive no auge dos meus 19 anos, não valia a pena. Além do mais, ele continuava me tratando da mesma maneira de quando era comprometido, sem nunca demonstrar esse tipo de interesse por mim – bom, se eu for ser bem justa, depois da traição de Jéssica, ele não pareceu demonstrar esse tipo de interesse por ninguém, talvez só precisasse tirar um tempo para si mesmo.

– Será incrível! – Alice concluiu por fim após explicar como poderíamos usufruir dos luxos do cruzeiro, que valeria super a pena e seria muito divertido, bastava fingirmos sermos um casal. Confesso, não seria horrível, certo? Quer dizer, quando eu teria a oportunidade de ir à um cruzeiro marítimo novamente? Pelo menos essa foi a desculpa que me dei para concordar com Alice.

Acabei aceitando o convite, sabendo bem lá no fundo que ela jamais ganharia. Ninguém jamais ganharia, não é? Mas ela ganhou.