Disclaimer: Resident Evil não me pertence, ele é da Capcom e de todos os seus idealizadores. Se fosse meu, muita coisa já teria rolado.

Romance | What If | AU

Uma pequena continuação de All Mean to Be acompanhando agora como Chris estava lidando com o novo interesse amoroso da irmã mais nova.

Classificação T apenas por segurança.

Obsessed

Chris estava obcecado e Jill sabia exatamente como e quando isso começou, foi quando sua irmã mais nova saiu em um encontro com o novato. Desde então nada foi o mesmo.

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Chris estava obcecado e Jill sabia exatamente como e quando isso começou, foi quando sua irmã mais nova saiu em um encontro com o novato. Desde então nada foi o mesmo. Aparentemente eles já haviam se conhecido antes e depois de se trombarem várias vezes decidiram sair.

Jill conhecia as nuances do companheiro de equipe e atual affair, desde a veia pulsante na têmpora esquerda até o maxilar endurecido. Sim, Jill Valentine e Chris Redfield tinham um caso como as más línguas sussurravam pelos corredores do departamento de polícia, porém até agora não passava de um rumor e se dependesse dos dois continuaria. O trabalho deles era complicado demais para enxeridos se intrometerem por causa de um possível relacionamento. Nem mesmo eles sabiam onde iriam chegar.

Chris amava a irmã, eram apenas os dois no mundo e talvez fosse por isso que era tão obcecado. O que não percebia é que aos dezenove anos Claire não era mais uma criança, ela agora saia com caras.

– Não coloque imagens na minha cabeça – Chris pediu quando tentou alertá-lo.

– Você não pode controlar a vida dela – pontuou e procurou com os olhos algum apoio entre os demais colegas. – Não estou certa, Barry?

O colega se remexeu desconfortável em sua cadeira no escritório dos S.T.A.R.S.

– Não sei. Nós mal conhecemos o garoto.

– Exato! – Chris gritou em resposta como se tivesse acertado os números da loteria ou uma pergunta de auditório. – Ele pode ser um psicopata.

– Ou pode ser só o garoto que todo mundo pede favores.

– Ou pode ser o Norman Bates. Jill você é muito crédula.

Em resposta lançou um olhar atravessado.

– Se esse é o problema então por que não procura os antecedentes dele. Você é da polícia – Brad Vickers sugeriu despreocupado. Eles eram ridículos, todos eles.

– Boa ideia. Brad investigue sobre a vida de Leon Scott Kennedy.

– Por que eu?

– Porque você deu a ideia.

Brad faria exatamente o que foi pedido, não peitaria o colega, isso não era da sua natureza. Mas não significava que não reclamaria.

– Ok, eu faço, mas acho ridículo que todo esse tempo que nos conhecemos nunca me deixou chegar perto da sua irmã e agora esse novato já consegue um encontro.

– Você não saiu com a irmã dele porque tem medo de apanhar no treino depois – Joseph Frost zombou. – Tenho certeza que é culpa daquela franja de garoto educado dele, as mulheres desse lugar não param de falar nisso. O que você acha Jill?

– Que não faz o meu tipo – então olhou para Chris. Ambos sabiam totalmente o tipo dela.

No final não encontraram nada que incriminasse ou recriminasse Leon. Passado limpo, boas notas desde o colégio, formado com honra ao mérito. Mas Chris não desistiria assim tão fácil.

O segundo surto obsessivo ocorreu durante um treinamento. Jill e Chris vestiam roupas de ginástica e se encaravam em cima de um tatame sob o olhar atento do capitão Wesker. Estavam naquela já tinha alguns minutos, sentia o suor escorrer nas cotas.

– Você sabe de alguma coisa e não quer me contar – o parceiro resmungou, pernas flexionadas, mãos em modo de defesa e olhos alerta. A imobilização do oponente tinha mais a ver com agilidade do que tamanho ou força. – Vocês se tornaram amigas, sei que ela te conta sobre várias coisas.

– Não vou entregar sua irmã. Sem chance.

Eles começaram a rodar no tatame.

– Vamos lá, ninguém precisa saber.

– Redfield! Valentine! Mantenham o foco! – o capitão Wesker gritou.

– O cara é gente boa. Você mesmo viu isso quando fez o Brad procurar de forma ilegal pelos antecedentes dele. Admita que o Leon é um cara bom para a sua irmã – enquanto tentava convencê-lo acabou se distraindo e quando deu por si estava no chão com o peso de Chris sobre o seu corpo. Suas mãos estavam presas acima da cabeça.

– Jill ela está faltando a aula para se encontrar com ele. Não sei você, mas não é o tipo de coisa que acho que um bom rapaz faça.

Ele tinha razão e ficava insuportável quando isso acontecia.

Então teve uma ideia.

– Se eu te der uma dica você promete se comportar? – um sorriso maldoso cresceu em seus lábios, um sorriso que usava quando queria provocá-lo. O parceiro se remexeu e sorriu em resposta. – Chega um pouco mais perto. Isso. Lá vai... Pipoca.

– Pipoca? – ele perguntou para confirmar. Jill apenas balançou a cabeça afirmativamente. – Então só pode ser...

Mas antes que terminasse de falar ela impulsionou seu corpo para a frente como uma alavanca jogando-o para o lado e subindo em cima logo em seguida. Enroscou suas pernas nas dele e imobilizou seus braços.

– Acabou. Pausa de dez minutos – Wesker gritou indicando que havia terminado aquela rodada. Devido toda aquela movimentação o peito de Jill subia e descia enquanto sua respiração ainda estava acelerada.

– Venci – sorriu se divertindo com a expressão do companheiro logo liberando a pressão em seus braços.

– Você jogou sujo.

– Não, você que jogou. Deveria ter deixado a vida pessoal da Claire fora disso.

– Ao menos não foi tão ruim perder para você. Agora sei que o novato levou minha irmã no cinema e... – Chris sorriu, seus músculos relaxando sob o corpo dela, um sorriso que fazia seu próprio corpo se arrepiar em expectativa ao que viria. Olhou para os lados para ver se alguém estava ouvindo a conversa antes de continuar. – E esta é definitivamente minha vista preferida de você.

Ela era uma garota durona e se orgulhava disso, uma mulher num esquadrão especial precisava se impor, e ainda assim não pode evitar em ficar encabulada. O cretino era bom com as palavras, e para ser sincera aquela também era sua vista preferida.

Naquela noite Chris a arrastou para que seguissem o casal. Leon foi um verdadeiro cavalheiro, insistiu em pagar os ingressos, pipocas e refrigerantes. Suas mãos também passaram o filme inteiro dentro do seu próprio limite. Na verdade, pelo que viu de duas fileiras atrás, era Claire quem geralmente invadia o espaço dele. O pobre coitado estava aprendendo o que era se relacionar com um Redfield.

– Olha lá. Ele colocando o ombro para ela deitar – Chris cochichou. A que ponto chegaram, dois policiais investigando um casal em um cinema porque o irmão mais velho não sabia controlar o ciúme.

– Chris não sei se você reparou, mas foi a Claire que deitou no ombro dele, Leon não fez nada. E fica quieto, vamos ser descobertos.

– Essa foi a técnica dele, ficar parado induzindo-a a se movimentar antes.

Depois de passar boa parte do filme resmungando decidiram sair alguns minutos antes do final. Jill ainda queria saber como acabaria o filme, no entanto precisavam ser rápidos para que Claire não desconfiasse de nada.

– Sua casa ou a minha? – Chris perguntou casualmente dirigindo pelas ruas da cidade.

– Você na sua e eu na minha. Sua irmã vai dormir na minha casa hoje.

Claire ainda não sabia que estavam meio que juntos. Só Barry sabia e isso porque os tinha pego dando uns amassos no arquivo.

– Você está mesmo aceitando eles, não?

– Isso te chateia? – perguntou curiosa.

– Com você não, comigo sim. Não que eu quisesse aceitar essa relação deles mais rápido, mas acho que seria o melhor para todos se fizesse.

– Se te conforta Claire não era bem o Redfield que eu queria passar essa noite também.

Porém outras noites viriam, elas sempre vinham.

O final de semana estava chegando, já era tarde da noite e Jill levou alguns relatórios para terminar em casa. Munida de uma caneca de café quente começou a escrever. A melhor parte de dias assim é que poderia se trancar em seu apartamento, colocar roupas confortáveis e aproveitar a maravilhosa massagem que Chris fazia.

– Você bem que poderia me contar – o parceiro iniciou cauteloso. Estavam em sua cama, ele escorado na cabeceira e ela em seu peito.

– Contar exatamente o quê?

– Onde o novato levou a minha irmã essa noite.

Jill se lembrou de onde Claire disse que queria ser levada por Leon, porém não achou uma boa ideia reproduzir isso em voz alta. Não ao lado do obsessivo irmão mais velho da garota, ele não acharia nada engraçado.

– Quem sabe?

– Você! É óbvio que você sabe, mas não vai me contar com medo de eu seguir os dois.

– Você os seguiu até o cinema, não pode me culpar por tentar salvar o encontro deles.

– E você não pode me culpar por tentar proteger minha irmã. Ela tem a terrível pré-disposição de atrair confusão.

– Vocês dois têm e não é por isso que me afastei de você – respondeu levantando uma sobrancelha mesmo sabendo que o parceiro não veria. Uma mecha do seu cabelo escorregou e fez coceira em seu nariz.

– Mas é diferente. Trabalhamos juntos – respondeu verdadeiramente ofendido. Chegava a ser engraçado ver um soldado como ele, competente e decidido, tendo este tipo de reação.

– O que não te impediria de ser um psicopata.

Então Chris mudou sua tática. Suas mãos empurraram seu ombro para a frente e a deliciosa massagem voltou a aparecer.

– Eu não tenho o que é preciso para ser um psicopata, independente do que seja preciso para isso. Um parceiro que massageia tão bem assim não pode ser um cara ruim – suas mãos subiram para o seu pescoço com uma leve pressão e Jill fechou os olhos relaxando. Ele teria o que queria, contaria onde Claire iria, mas era bastante satisfatório vê-lo suando a camisa para isso.

– Não sei, se você massagear meus pés talvez eu pense no seu caso.

– Pretendo fazer bem mais do que isso – Chris sussurrou em seu ouvido. Ok, era golpe baixo.

– Você é terrível. Alguma vez já deixou de conseguir o que queria?

– Até hoje não.

Jill sorriu dando o braço a torcer. Independente da reação ele não iria atrás de Claire para fazer um escândalo, queria apenas acompanhar, mesmo que de longe, os passos dentro daquele possível relacionamento que estava surgindo.

– Você ganhou. De novo. Leon levou sua irmã para comer fora, algum restaurante, mas não sabemos qual. Aparentemente o novato gosta de fazer surpresas.

– O cara é tão irritante que não consigo nem achar um defeito para implicar – resmungou conforme o seu eu habitual adorava fazer. – O tenente Branagh tem me contado maravilhas dele, mesmo sem eu perguntar. É difícil lutar contra uma pessoa assim.

– Então não lute.

– Talvez eu faça isso, vamos ver como as coisas correm – então o parceiro olhou o relógio na sua mesinha e se movimentou. – Quase meia noite, acho melhor eu ir. Logo Claire chega. Ela dorme aqui hoje, certo?

– Este é o plano.

– Sabe, acho que devíamos contar a ela.

Jill parou o que estava fazendo e jogou em outro canto da cama os papéis de sua mão, de qualquer forma não conseguiria e nem precisaria terminá-los hoje.

– Que estamos dormindo juntos? – questionou verdadeiramente curiosa, mas também foi sua forma nada sutil de descobrir mais sobre o relacionamento deles.

– Não estamos só dormindo juntos, estamos realmente juntos – Chris respondeu. Eles começaram a se movimentar inquietos e o rapaz estava colocando suas botas. – Mas você está certa, não fiz nenhum pedido.

– Não é bem isso, decidimos ser cautelosos quanto a nossa relação porque trabalhamos juntos.

- Exato. E estamos assim há quase seis meses. Não há mais nenhuma mina nesse campo, desviamos de todas.

– Essa é a sua forma de me pedir em namoro? – perguntou divertida. Ele nunca tinha sido muito bom em expressar sentimentos em palavras, estarem juntos era quase um milagre e muita tequila.

– Se você aceitar sim, se não podemos voltar a falar sobre Claire e Leon.

– Você sabe como pedir uma garota em namoro, Redfield. E sim, aceito seu pedido, Claire vai nos matar por não termos dito antes.

Chris foi até ela na cama, se abaixou e acariciou o seu rosto. Quando descobriu o quão carinhoso ele poderia ser temeu que as coisas ficassem muito claras a todos, mas na verdade o seu profissionalismo sempre se sobressaia.

Seu telefone os interrompeu e Jill saltou da cama indo em sua direção. Assim que atendeu a voz de Claire a chamou do outro lado.

Não volto para casa hoje.

– O quê? – perguntou dimensionando a dor de cabeça que isso daria.

Estou ligando para avisar que vou passar a noite no apartamento do Leon, então não precisa me esperar – seu silêncio deve ter acionado algum alerta na garota que logo continuou. – Aconteceu alguma coisa?

– Não, tudo bem. Te dou cobertura.

Obrigada. Depois te conto tudo.

Ela com certeza contaria, não era muito boa com discrição. O telefone ficou mudo e Jill o devolveu para o gancho.

– Problemas? – Chris perguntou se aproximando.

– Não. Tudo normal.

– Era Claire?

Se algum dia Leon realmente estivesse em um relacionamento sério com Claire o aconselharia a nunca, de forma nenhuma, ficar preso entre os irmãos Redfield. Eles poderiam acabar com a sanidade da pessoa mais bem preparada que já existiu. Era um tipo diferente de tortura psicológica.

– Sim.

– Aconteceu alguma coisa?

– Não.

– Jill está me escondendo alguma coisa?

– Talvez.

– Claire não virá para casa e você dará cobertura comigo?

Agora eles eram namorados e Jill jamais contaria algo assim se não soubesse que poderia conter Chris. Foi por isso que decidiu ser sincera.

– Claire ligou para avisar que não viria esta noite. Ela vai ficar no apartamento do Leon.

Chris enrugou o nariz e fez cara de nojo.

– Céus, eu não precisava saber disso. Bom rapaz é o meu dedão do pé, o novato é bem esperto. Três encontros e levou minha irmã... Não quero nem pensar.

Sua agonia era divertida, mas logo passaria. Então decidiu ir até ele, tirou suas mãos da cabeça e o encarou sorrindo um tanto debochada.

– Sabe, já que Claire não virá esta noite pensei que poderíamos aproveitar. Seria injusto só um Redfield se divertir – ele sorriu em resposta demonstrando uma mistura de interesse e também de amargura. Comparar que sua irmã passaria a noite se divertindo com alguém não era uma boa ideia. – Minha cama ficou vaga, sabe?

Chris estalou a língua, passou suas mãos atrás de seus joelhos e a carregou até a cama no meio do quarto.

– Sua cama está ocupada já tem algum tempo, senhorita Valentine – se colocou em cima dela e tocou sua bochecha com o nariz em forma de carícia. – Céus, Jill, você me enlouquece. Acho que estou obcecado por você.

Ela então gargalhou. Chris Redfield era um homem de várias obsessões.

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Hey guys! What's up?

Voltei! Loucura, não? Vamos as explicações. Obsessed é claramente uma continuação de All Meant to Be e o que acontece é que quando terminei a primeira me senti bastante incomodada por passar quase igual a um caminhão desgovernado por cima do Chris, mas principalmente da Jill. Eu estava muito decidida em focar só em Cleon e não me perder no meio do caminho porque sempre faço essas coisas. Precisava manter o foco.

Mas então recebi um review comentando sobre Valenfield (absolutefaith muito obrigada por isso) e aquilo mexeu muito comigo. Porque eu sentia de verdade que não fui justa e deixei alguma coisa para trás, essa coisa foi Valenfield. Não fiz nem menção honrosa para disfarçar que passaria por cima. O fato é que ignorar este casal me incomodou a ponto de eu precisar escrever essa pequena shot. Espero que gostem e me perdoem se ficou muito OOC.

See ya soon.