Fanfic "Lizzie Mcguire"

Olá pessoal! Me chamo Beatriz, sou brasileira e nascida no Rio de janeiro. Peço por favor que me deem uma chance e traduzam essa FanFic no Google tradutor se necessário.

Comecei a assistir essa série a pouco tempo no Disney+ e simplesmente me apaixonei. Tanto, que até comecei a escrever essa Fic. Acho que Lizzie e Gordo mereciam uma continuação. Tenho esperanças de que a nova série ainda vá acontecer. Hey, Disney+, por favor! =(

Bom, espero que gostem. =)

Obs: "Lizzie Mcguire" e seus personagens não me pertencem!

Isso aqui é apenas uma Fanfiction! ;)

Capítulo 1

O relógio marcava 6:30 da manhã quando Lizzie abriu a porta de seu quarto já totalmente pronta para o seu primeiro dia no Ensino Médio.

"Já deu tudo certo, os professores me amam, as pessoas me admiram" pensava ela, como se a repetição desses pensamentos pudessem transformá-los em realidade. Ela estava vestindo um jeans e uma blusa nova que Miranda a ajudara a escolher a cerca de um mês atrás. Quando entrou na cozinha, apenas sua mãe já estava lá. "Nenhum sinal do Matt, ótimo", pensou ela.

- Oh, querida! Ainda é muito cedo, por que não dormiu um pouco mais, eu já ia te chamar...

- Mãe, eu tenho 15 anos e estou indo para o ensino médio! Não preciso da senhora pra me acordar ou- ou- fazer o meu café da manhã! - apontou exasperada para o prato de panquecas cortadas em formato de coração, na mão da mãe.

- Tudo bem, docinho. Apenas coma o seu café e não esqueça do almoço especial que preparei pra você aqui. Ah, e parece que vai chover, coloquei o guarda chuva na sua mochila e um casaco que...

- Mãe! - interrompeu Lizzie. - Eu sei me cuidar sozinha, não sou mais um bebê! Por favor pare de me tratar como tal. - disse rispidamente se jogando na cadeira e pegando apenas uma banana e um copo de leite para beber.

- Ok querida... tudo bem, me desculpa. - Disse Jo, tristemente. - Sempre soube que esse dia chegaria. Eu preciso respeitar o seu espaço. Entendi... Se precisar de mim estarei lá em cima com alguém que sei que ainda precisa de mim. - disse com os olhos marejados saindo pela cozinha e subindo as escadas.

- Querida, preciso de uma ajudinha com a gravata por favor! - gritou Sam Mcguire no andar de cima.

Ela iria compreender mais cedo ou mais tarde, pensou Lizzie, embora tenha sentido uma pontada de arrependimento. Amava sua família, até mesmo o Matt, mas eles não entendiam a pressão que estava em seus ombros naquela manhã. Também, como poderiam entender se ela não se abrira com nenhum deles as férias inteiras. Apenas Miranda sabia o que acontecera entra ela e Gordo em Roma.

Lizzie comeu seu café da manhã com tranquilidade sem a presença de nenhum parente para lhe interrogar ou dar conselhos não pedidos. Quando terminou, seus pais entraram pela cozinha e ela os beijou e pediu que a desejassem um ótimo primeiro dia de aula.

Combinara com Miranda de irem juntas e a mãe da amiga passou lá para lhe dar uma carona.

- Uau, ficou muito bom em você. - Comentou Miranda ao olhar para as roupas da amiga.

- É, o seu também. Falei que o preço iria recompensar.

- Pois é, aliás, obrigada mãe. - agradeceu a garota olhando para a mãe que apenas sorriu e olhou pelo retrovisor.

- Falou com o Gordo hoje? Tem certeza que foi uma boa ideia não chamar ele pra vir com a gente?

- Tenho, Miranda! Não nos falamos praticamente as férias inteiras, desde aquele terraço em Roma. Não fazia o menor sentido hoje simplesmente perguntar se quer uma carona pra escola.

- Mas Lizzie, ele é seu melhor amigo desde sempre! Sinceramente eu não consigo acreditar como você deixou essa situação chegar a esse ponto.

- Eu sei, Miranda! Mas desde Roma eu... eu... - então ela olhou para a mãe da amiga no banco da frente. - Na escola conversamos melhor, tenho que revisar aquele manual dos estudantes.

Miranda revirou os olhos e não insistiu no assunto. Logo as garotas estavam atravessando o gramado da nova escola e escolhendo um banco próximo a entrada para se sentarem.

- Pronto! Agora me fala, qual é o seu plano? Ignorar o Gordo até a formatura e passar o resto da vida infeliz?

- O que? - corou - Como assim?

- Ah, qual é, Lizzie! Dá pra ver no seu rosto toda vez que falamos sobre ele... você gosta dele! Tá na cara!

- O que? Eu não, quer dizer, é o Gordo de quem estamos falando, não Ethan Craft! - disse como se estivesse tentando provar algo, embora sentisse seu rosto esquentar.

- E de quem falamos as férias inteiras pelo telefone, mesmo que eu estivesse no México, conhecendo o amor da minha vida, cheia de novidades, coisas interessantes sobre outra cultura pra contar, sobre o que exatamente você mais quis falar? "Ah, Miranda, será que estraguei nossa amizade?", "Ah Miranda, será que devo ligar pra ele? Mas o que eu diria?", "Os olhos dele são tão azuis que consigo me perder dentro deles."

- Tá legal, já chega! E essa última parte você inventou! - interrompeu Lizzie, indignada.

- Mas eu sei que é o que você pensa.

- Miranda! Não está me ajudando! Eu beijei o Gordo e ele simplesmente me agradeceu! Quem faz isso nos filmes românticos que vemos?

Cartoon Lizzie revirando uma pilha de DVDs:

- Bom, acho que o tipo do Gordo mesmo.

- Lizzie, isso aqui é a vida real. Encare os fatos, você com certeza é a segunda garota que o Gordo beijou na vida! E você sabe que no fundo ele gosta de você desde sempre. Mas vai ver ele tem medo de se declarar e de ser chutado e acabar perdendo a amizade. Conheço casos de melhores amigos que se aventuraram por esses caminhos e atualmente nem conseguem se encarar.

- Acho que é tarde demais. - Concluiu Lizzie, tristemente.

- O que? Como assim?

- Miranda, olha pra nós, nem nos falamos mais!

- Porque são uns bobões. Olha, eu vou te perguntar uma coisa e quero que seja honesta comigo, Lizzie. - disse séria, olhando nos olhos da amiga.

- Ok...

- Você gosta do Gordo?

- Bem, ele é meu amigo... é claro que eu gosto dele.

- Lizzie! Você me entendeu!

- Tá ok! Ah Miranda... se você tivesse ido naquela viagem, você me entenderia melhor. O Gordo se sacrificou pela minha felicidade e o momento em que eu percebi que ele vem fazendo isso todos esses anos... foi no momento exato em que tinham fogos de artifício no céu e estávamos em um terraço romano, somente nós dois... simplesmente... aconteceu.

- Você se arrepende?

- Eu... não, não me arrependo. - disse com sinceridade se impressionando pela forma como saiu fácil essa afirmação.

- O que você gostaria que tivesse acontecido diferentemente de como foi?

Ela na verdade não havia pensado nisso. O que ela queria que tivesse acontecido entre eles e de que forma afinal?

Cartoon Lizzie na sacada de uma torre com cara de apaixonada:

"- Ah eu não sei... talvez uma declaração e uma promessa de amor eterno não seriam ruins."

- Eu não sei... Acho que se ele tivesse me beijado de volta ao invés de dizer "obrigado", eu não teria a imensa incerteza que há em mim, Miranda.

- Entendo. - disse a amiga, refletindo. - Bom, vocês precisam conversar e resolver isso logo. Eu não sei como fico no meio dessa situação. Ele também é meu amigo e me sinto muito desconfortável. Trate de falar com ele hoje!

- O que? Tipo, daqui a pouco?

- Na hora da saída é melhor. Vocês vem para minha casa, meus pais não vão estar lá. Vai rolar um jantar super importante de negócios e eles vão deixar minha irmãzinha na casa da babá.

- Pensei que você fosse a babá dela.

- Não hoje, eles vão voltar tarde. O que deixa vocês com toda a privacidade que precisam pra resolver seus problemas.

- E se ele não quiser ir?

- Ah mas ele vai querer. Vou falar que minha mãe trouxe várias iguarias deliciosas do México. Aquele moleque só pensa no estômago. Sinceramente não sei como você passou do Ethan pra ele.

- Miranda!

- Tá legal... desculpa.

- Ok, eu concordo com esse plano, mas estou muito nervosa, que-quer dizer o que eu vou dizer a ele? Como vamos executar esse plano sem falhas? Porque ao meu ver existem muitas variáveis, quer dizer, ele pode nem vir hoje à escola, pode ter ficado doente ou-ou...

- Relaxa amiga, a Miranda aqui vai resolver tudo pra você. - disse passando o braço por cima dos ombros de Lizzie enquanto se levantavam e iam em direção a entrada da escola. - Quer dizer, quase tudo, na hora de beijar o Gordo, você é quem vai ter que beijá-lo! Uau, nunca pensei que diria uma coisa dessas. Eca! Ah e olha ele chegando ali, parece bem saudável. - comentou apontando para o carro do pai do Gordo enquanto parava a uns metros de distância.

- Ah Miranda, vamos entrar logo! Anda, vem comigo. - disse Lizzie corando feito um pimentão, na tentativa de evitar um encontro desastroso entre eles. As garotas andaram pelos corredores procurando seus novos armários que ficavam lado a lado próximo ao refeitório. Elas viram quando Gordo passou rapidamente por elas sem as cumprimentar, subindo as escadas sem olhar para trás. Isso machucou Lizzie mas ela sabia que era melhor assim. Bem, até a hora da saída pelo menos.

Tudo parecia estar dando certo até que os três amigos foram para uma aula em que estavam na mesma turma. A professora já estava a frente do quadro esperando que os alunos se sentassem. Quando todos chegaram ela começou:

- Bom dia, alunos. Me chamo Senhorita Campbell. Hoje vou passar um projeto para vocês. Esse projeto consiste em dividir a classe em duplas que serão casais e terão de cuidar do primeiro filho. - concluiu apontando para uma fileira de bonecas ao fundo da sala.

- Já ouvi falar sobre esse projeto, mas pensei que fosse acontecer só lá no segundo ano. - cochichou Miranda para Lizzie que estava sentada ao lado.

- Ah não... Miranda e se... - começou Lizzie, desesperada, no entanto foi interrompida pela voz grave da professora.

- Nesse projeto vocês vão aprender a tomar decisões importantes juntos e verão como a singularidade humana é testada em momentos de união como o casamento e ao ter um filho. Suas decisões terão impacto na vida do outro. Parte dessa criança será nada mais nada menos que vocês mesmos espelhados nela. Que comportamentos de seus pais vocês levariam para educar seus filhos e quais não levariam? Esse projeto durará o ano inteiro e virá dele toda a nota de vocês.

Uma grande murmuração iniciou-se na sala de aula. Miranda e Lizzie trocaram um olhar preocupado.

- Silêncio, por favor! As meninas vão sortear seus maridos. Vocês começam o projeto com dois anos de casados e com um filho de seis meses de idade. Assim que sortearem, peguem uma boneca ao final da sala, por favor. Muito bem, vamos começar. - disse ao olhar para a folha de chamada nas mãos.

- Katherine Sanders!

Kate se levantou prontamente e sorridente e se dirigiu até a professora, sorteando o nome do futuro "marido".

- John Miller" - gritou a professora.

Um garoto se levantou. Ele era alto, a barba mal feita e os ombros largos não chamaram tanto a atenção de Kate quanto a jaqueta do time de futebol que ele estava usando. O cabelo dele deixaria até Ethan Craft com inveja, pensou Lizzie.

Kate sorriu ainda mais quando o garoto se aproximou dela e passou o braço por seus ombros dizendo:

- Ei, Senhora Miller, vamos lá buscar o nosso filho?

"O novo queridinho das garotas, suponho." Pensou Lizzie, por um momento esquecendo de seu nervosismo.

- Bem, a próxima será... Elizabeth Mcguire!

Lizzie quase caiu da cadeira, assustada. Levantando-se devagar se dirigiu até a professora e sorteou um nome.

Cartoon Lizzie com um chapéu preto e pontudo, sentada em um banquinho de madeira:

- Por favor, Gordo não! Por favor, qualquer um menos Gordo! Por favor!

- David Gordon! - falou a professora.

Lizzie ficou paralisada apenas despertando de seus devaneios quando sentiu a presença de alguém atrás dela. Quando se virou viu que se tratava de Gordo. Pela primeira vez em muitas semanas eles se encararam. Ele crescera nas férias... estava mais alto que ela alguns centímetros. Seu cabelo mais curto do que a última vez que o vira, agora sem cachos. O garoto tinha uma expressão receosa junto com uma pontada de raiva em seus olhos.

- Muito bem, peguem o filho de vocês e se sentem, por favor. Vocês terão muito tempo para compartilharem um silêncio constrangedor durante o casamento.

E com esse comentário os adolescentes obedeceram com seus rostos queimando de vergonha.

Após a aula cada um foi para um lado pois estavam em classes separadas. Miranda havia sorteado Larry Tudgeman e já estavam brigando no corredor:

- Meu filho não vai se chamar Luke Skywalker! Sem chances! - gritou Miranda.

- Acontece meu amor, que ele é 50% meu e somos casados, o que significa que vamos ter que resolver isso juntos, mas por mim tudo bem. Você poderia me convidar para jantar hoje na sua casa para discutirmos essa questão com a maturidade que um marido e uma esposa tem. Oh, você poderia fazer uma caçarola de atum que você sabe, é a minha favorita meu amor. - pediu Larry se aproximando de Miranda e colocando o braço em volta dela.

- Luke Skywalker, esse vai ser o nome do nosso filho! Ok, tchau! - disse a garota rapidamente se afastando de Larry.

Lizzie teria rido muito da amiga caso ela mesma não tivesse seus próprios problemas. Gordo a deixara com o "filho" deles nos braços e sem nome algum em vista.

Cartoon Lizzie com um bebê chorando nos braços:

- Sim, esse projeto é tudo que eu precisava em um momento como esse.

As próximas aulas se arrastaram e quando finalmente chegara a hora do almoço, Lizzie foi surpreendida com Miranda sentada a mesa junto com Larry e Gordo. Ela segurou firme sua bandeja pois não queria se desequilibrar e cair de cara no purê de batatas de aspecto duvidoso em seu prato. Aquele ainda era seu primeiro dia de aula e precisava que os alunos tivessem uma boa primeira impressão dela, pensou. Então, decidida, ergueu seu rosto e começou a caminhar em direção à mesa dos amigos.

- Oi, Lizzie. Senta aqui. - pediu Miranda apontando para o lugar entre ela e Gordo. A garota obedeceu sem falar nada. - Ah, está tudo certo para depois da aula. Vamos pra minha casa pra acertarmos tudo com relação ao projeto.

- Me parece ótimo. - ela conseguiu falar.

- Tudo bem pra você também, né Gordo? - perguntou Miranda.

O garoto demorou um pouco para responder então finalmente disse:

- Claro. Quero meu primeiro de muitos "As" do Ensino Médio. Agora se me dão licença... - e se levantou e foi embora sem terminar o almoço.

- Miranda! Isso foi pior se ele tivesse gritado comigo!

- Calma, Lizzie. Faltam poucas horas pra essa situação ser resolvida. - Enquanto isso Larry observava curioso do outro lado da mesa, de frente para as garotas.

- Então... o que há entre você e Gordo, Lizzie?

- Nada Larry, só... tivemos um pequeno desentendimento.

- Pois seja lá o que tenha acontecido, acho melhor consertar logo. Hoje eu ouvi o Gordo chorar no vestiário masculino e tenho quase certeza de que não foi porque eu tirei minhas meias pela primeira vez nesse mês para arejar um pouco meus pés.

Enquanto Miranda parecia enjoada a ponto de vomitar, Lizzie perguntou:

- Chorando? Tem certeza?

- Tenho. Eu nunca o vi chorar. Nem quando perdeu pra mim em diversas competições. - concluiu, sério.

Lizzie se sentiu horrível.

Finalmente o sinal tocou finalizando o primeiro dia de aula. Os quatro amigos se encontraram na porta da escola e começaram a caminhar em em direção a casa de Miranda que não ficava muito longe dali. O tempo estava horrível e começou a chover. Larry pegou seu guarda chuva e dividiu com Miranda, que surpreendentemente aceitou a gentileza sem questionar. Lizzie lembrou do guarda chuva que sua mãe colocara em sua mochila e fez um bilhete em sua mente de agradecê-la mais tarde. Percebeu que Gordo não pegara nenhum guarda chuva e estava ficando muito molhado então sem perguntar, estendeu o dela por cima dos dois. O garoto não protestou mas ela poderia afirmar que viu um pequeno sorriso se formar no canto de sua boca.

Após dez minutos de silêncio mais do que constrangedores eles chegaram.

Os pais de Miranda realmente não estavam em casa e eles teriam horas de privacidade pela frente. Certamente não seria nada confortável para Miranda ter que discutir com Larry sobre o "casamento" deles na frente de seus pais. O "bebê" Luke estava no colo do pai enquanto o mesmo o dava mamadeira.

Cartoon Lizzie:

"Onde será que ele arrumou uma mamadeira? Quem se importa, ele está sendo um pai MUITO melhor do que o Gordo!"

Curiosamente Larry parecia fazer um bom trabalho como pai e até mesmo como marido (ao seu modo). Mas não contaria isso para Miranda. Ainda não.

- Querem um refrigerante? - perguntou Miranda aos amigos enquanto se sentavam lado a lado no sofá da sala de estar.

- Sim, por favor. - responderam juntos.

Foi quando a garota estava indo para a cozinha que teve a ideia.

- Gente, vou pedir uma pizza, tô morrendo de fome. - disse, tentando parecer convincente. Ela então sorrateiramente desligou o fio do telefone, pegou o aparelho e fingiu discar um número.

- Oh não! Estamos sem sinal! Poxa, que coisa chata. - disse teatralmente. Lizzie olhou interrogativamente para a amiga.

- Ah, acho que vou ter que ir buscar a pizza. Larry, poderia me acompanhar, por favor?

Toon Lizzie com uma lupa e um chapéu de detetive:

"Tem alguma coisa por trás disso, tenho certeza!"

- Mas é claro minha querida. Acho que estamos finalmente entrando em sintonia no nosso casamento e é óbvio que eu vou pagar pela pizza. Espera só um momento por favor, está frio, tenho que colocar um casaco no bebê.

- Onde você arrumou essas coisas de bebê, moleque? - disse Miranda puxando o garoto pela gola da camisa.

- Miranda onde fica essa pizzaria exatamente? - perguntou Lizzie.

- Ah pertinho... do outro lado da cidade. - respondeu inocentemente.

- O que? Será que não tem um lugar mais próximo que venda pizza?! - perguntou Lizzie exasperada.

- Onde exatamente... Roma? - perguntou sugestivamente olhando para a amiga.

- O que? Isso não faz sentido, Roma fica em outro continente amor, embora a ligação desse prato com a nacionalidade italiana esteja correta. - observou Larry, terminando de vestir o "bebê" e pegá-lo no colo.

- Vamos Larry! - disse revirando os olhos e puxando o garoto até atravessarem a porta da frente.

Lizzie e Gordo ficaram sentados no sofá sem se encararem por alguns minutos até que ele disse:

- Ela esqueceu do refrigerante. - disse distraidamente se levantando e indo buscar a bebida na geladeira. - E ela que não pense que eu me esqueci das iguarias mexicanas que me prometeu. Deve ter alguma aqui em algum lugar... - disse procurando com a cara dentro da geladeira.

Lizzie cansada do comportamento do amigo decidiu então confrontá-lo e acabar logo com aquilo. Levantou-se e indo em direção a ele encarou-o e disse:

- Precisamos conversar.

- Hm... ok. - disse com o rosto inexpressivo.

Puxando então o amigo de volta para o sofá, ficou frente a frente com ele e criando um pouco mais de coragem, começou:

- Me perdoe por favor.

- Lizzie...

- Por tudo - continuou rapidamente, interrompendo o amigo. - Eu me arrependo de ter te ignorado todo esse tempo, por não ter te procurado pra conversarmos, por não ter respeitado os seus sentimentos, mas se tem uma coisa de que eu não me arrependo Gordo, é de ter te beijado. - concluiu.

O garoto que antes estava cabisbaixo olhou imediatamente para ela.

- Como assim? - perguntou confuso.

- Gordo... eu tive muito tempo para refletir sobre o que aconteceu entre a gente e eu me peguei lembrando de tantos momentos que tivemos juntos. - riu com os olhos marejados. - Você sempre esteve ao meu lado, Gordo. Até naquela viagem em família para aquele parque temático ridículo de velho oeste. - riu.

- Em minha defesa eu não sabia onde estava me metendo. - riu também.

- A questão é... eu não poderia estragar tudo entre nós. Eu tinha que descobrir o porquê de eu ter te beijado e sabia que tinha que ser sincera com você. Tinha muita coisa em jogo pra eu agir precipitadamente... eu tenho certeza que não conseguiria outro amigo como você, Gordo. Não me importa tanto o beijo e sim todo o caminho que percorremos até ele acontecer. Eu estive com dúvidas por todo esse tempo se deveria me abrir com você por não saber se você se sente da mesma maneira que eu me sinto... Mas quer saber, eu preciso te dizer... Eu te amo, Gordo. - disse olhando nos olhos do garoto que parecia muito surpreso com a declaração da amiga. - Mas eu te amo de um jeito que sempre amei.

O garoto foi de uma expressão de felicidade para desapontamento muito rápido.

- Quer dizer como amigo?

- Quero dizer de um jeito que sempre senti mas nunca parei pra pensar direito a respeito. Só preciso descobrir o que significa... preciso de um tempo, entende?

- Ah... - foi tudo o que conseguiu falar.

- Você é um cara incrível, Gordo. Eu sinto muito por te fazer sofrer. - disse olhando em seus olhos.

- Lizzie, eu me senti péssimo nessas últimas semanas com você não falando mais comigo. Tudo que eu queria era ter a minha melhor amiga de volta mas não sabia como. Eu só quero poder estar sempre ao seu lado, Lizzie. De que forma eu farei isso, deixo a decisão com você. - declarou Gordo suavemente, pegando as mãos da amiga.

Lizzie sentiu seu coração derreter completamente com aquele gesto do amigo. Sua respiração ficou irregular e tudo que conseguiu dizer foi:

- Eu-eu não sei o que fazer Gordo.

Gordo percebeu o nervosismo da amiga então se aproximou dela de forma que agora estavam a centímetros um do outro e suas respirações quase colidiam uma com a outra.

- Será... que eu poderia te ajudar? - sussurrou ele de repente não quebrando o contato visual.

Cartoon Lizzie com os olhos em formato de corações em um barco no meio do oceano:

"Caramba, como os olhos dele são tão azuis mesmo."

- O que? - ela perguntou confusa.

- Acho que posso te ajudar a descobrir o que fazer...

- E como você faria isso exatamente? - sussurrou de volta.

- Fazendo uma coisa que deveria ter feito em Roma em um certo terraço.

Ele então criando coragem se aproximou da amiga ainda mais e segurando seu rosto entre as mãos beijou-a nos lábios. Foi um beijo suave e rápido. Mas foi o suficiente para Lizzie sentir seu rosto esquentar e formigar onde ele colocara as mãos. Eles então se separaram e ficaram se olhando por alguns segundos até que ele perguntou:

- Ajudou?

Ela simplesmente sacudiu a cabeça positivamente enquanto puxava ele pela gola da camisa para outro beijo, dessa vez mais intenso colocando a mão em seu cabelo e aprofundando o beijo. Até que eles ouviram vozes na porta da frente e a chave girar na fechadura. Eles quase pularam do sofá assustados.

- Quem deve ser? - perguntou ela, corando violentamente.

- E eu que sei? Ah, vou lá ver. - disse se levantando com uma expressão de raiva.

Lizzie riu da reação do amigo à interrupção inconveniente. Ele saiu da sala deixando Lizzie pensativa atrás dele. Seu rosto ainda queimava mas ela realmente estava feliz por ter conseguido a resposta que vinha buscando por tanto tempo. Ela o amava. De verdade. Tinha certeza disso agora. Não pelo beijo, quer dizer, não apenas pelo beijo, mas sim por tudo o que o amigo representava na vida dela.

Fim do Capítulo 1.

Continua...