O Papa e a Prisioneira

Capítulo 1

Certos sentimentos podem durar anos, se esconder, adormecer, mas sempre estarão ali para assombrar os corações. Este era exatamente o problema para Francesco di Medici. Cardeal da Igreja Católica Apostólica Romana, meio-irmão do atual Papa, Alessandro XVIII, filho bastardo do anterior Sumo Pontífice Gregório XXX, Francesco era também Duque de Florença e Toscana, líder da família Medici, o máximo que seu pai fez por ele durante toda a vida. Por que o máximo? Pois Gregório jamais o assumiu como filho, o que o fez perder a eleição para Pontífice em favor do irmão mais novo. Claro que grande parte deste problema se dava pela existência de Catherina Sforza, sua meia-irmã, a filha do meio, que tivera a benesse de ser reconhecida pelo pai ainda em vida e se tornara a primeira mulher escolhida para integrar o colégio dos cardeais da Igreja Católica.

Ela definitivamente era um problema: pacifista, ia de encontro a conflitos armados, em especial por ser chefe do Departamento de Relações Exteriores do Vaticano, ao que os dois irmãos cardeais polarizavam o poder sobre o ocidente. O mundo estava dividido, o oriente pertencia a Imperatriz Methuselah, como geralmente se chamam os "vampiros", ao que o ocidente pertencia aos Terrans, os humanos puros, sendo comandados pelo Papa. O exército da Igreja era poderoso e a sua força de elite era a Inquisição, sob o controle direto de Francesco. Mas como unificar o mundo sob o controle do seu irmão adolescente e facilmente manipulável? O Duque de Toscana tinha um plano muito bom, precisava apenas de uma bala.

Enviando membros da Inquisição e mercenários, o então Cardeal organizara um ataque em Londinium, capital da antiga Inglaterra, com o objetivo de assassinar a nova rainha, Esther Blanchet, visto que a garota poderia sofrer grande influência de Catherina Sforza e acabar com o balanço do poder em Roma. Ocorre que ninguém esperava que Alessandro fosse intervir e se colocar na frente do tiro. Com a morte do rapaz, não era difícil incriminar a Catherina pela inépcia de fazer a proteção do Pontífice e da Rainha. A Duquesa fora condenada pelo Tribunal da Santa Inquisição e presa nas masmorras do Palácio de São Pedro, destituída de todos os seus títulos e privilégios, como uma reles cidadã comum, ou nem isso.
O caminho estava desimpedido para que o irmão mais velho tivesse tudo o que queria, restava apenas uma pergunta: o que ele queria?

Duas semanas haviam se passado desde a sua prisão e Catherina apenas esperava. Suas roupas estavam sujas, não lhe era permitido ver sequer a luz do dia, ela estava cansada e lhe negavam comida de verdade, fornecendo apenas alguns poucos pães e água. Não sabia o que lhe aconteceria, o que seu irmão teria em mente, mas não esperava coisas boas. Ela sabia que Francesco era obcecado por poder, só não esperava que chegaria a este ponto.

Naquela noite, antes de comemorar sua vitória no Moulin Rouge, o prostíbulo mais conhecido pela elite eclesiástica, Francesco sentiu a necessidade de rir pessoalmente da cara da irmã. Então, acompanhado pelo Padre Petrus, seguiu para a masmorra. Assim que abriu a porta e viu Catherina naquela situação, sorriu. Era exatamente o que queria. Dentro de um balde sujo, do lado de fora da cela, tinha dois pães que sobraram do jantar dos outros presos, então pegou com as mãos mesmo e entrou na cela, a porta fechou nas suas costas. Se aproximou dela e jogou a comida no chão, sorrindo ainda.

- Deve estar com fome, minha irmã.

Ela notou as vestes completamente brancas, pelo visto o irmão havia sido eleito pelo conclave como o novo Sumo Pontífice. No entanto, a Duquesa sequer sentia medo, ainda que estivessem sozinhos e a portas fechadas, olhando com desdém enquanto ele jogava a comida no chão.

- Veio apenas para tentar me humilhar? Está perdendo seu tempo.

- Vim mas, nem preciso. É só olhar para você - e se aproximou, puxando o ar mais forte. Balançou a cabeça negativamente com as mãos para trás. - Ou sentir seu cheiro.

E caminhou pela cela, em volta dela, pisando propositalmente na comida que tinha jogado para ela. Catherina acompanhou cada um dos movimentos do irmão, seguindo-o com os olhos a cada passo. Sequer tirou os pés de onde estava.

- Já viu, agora pode se retirar.

- Ora, não trate o único irmão que restou assim - falou em tom de deboche, enquanto passava por trás da irmã e tocava em uma mecha dos seus cabelos, olhando interessado, desfazendo o cacho esfregando um dedo no outro. - Porque não conta como matou seu irmão preferido?

Catherina franziu a sobrancelha com aquele comentário desprezível a respeito da morte de Alessandro. Sentiu que ele tocava em seus cabelos e imediatamente se virou, de forma agressiva, puxando os fios de volta para si.

- Eu jamais machucaria Alessandro. Eu o amava.

- Seu jeito de amar é bem diferente - provocou com um sorriso de canto.

Era claro que sabia a verdade, mas faria ela acreditar que estava errada pelo simples prazer de brincar com a mente dela. Afastou-se assim que ela puxou os cabelos, limpando a mão que usava para tocá-la nas roupas. Perguntou:
- Então porque não sai daqui?

Ela continuava a olhá-lo com aquele mesmo ar de enfrentamento, não relaxando em momento algum. Francesco era como uma fera cercando a sua presa e ela sabia disso.

- Eu sairia se os seus homens deixassem.

- Você é culpada, minha irmã. Tão culpada que nem luta contra - disse encostando-se na parede, olhando a irmã ter a audácia de enfrentá-lo nessas condições. Colocou a mão dentro do bolso e tirou uma moeda, jogando para cima e pegando no ar. - Se soubesse o que meus homens querem fazer com você, não iria querer sair daqui tão cedo…

E se aproximou dela, abaixou-se bem na frente da irmã como se fosse beijá-la e mostrou a moeda. Falou quase sussurrando, olhando para ela:
- Cara, eu deixo você sair e assisto o que vão fazer antes de chegar até a saída. Se não estiver satisfeito, libero os prisioneiros para brincarem também.

E girou a moeda no ar, que caiu nas costas da mão dele coberta pela outra. Sorrindo sem desviar o olhar, virou a mão e terminou de explicar:

- Coroa, e eu mantenho você aqui, presa. Quero ouvir o que você deseja.

Catherina sustentou o olhar dele com firmeza e agora também raiva enquanto chegava desconfortavelmente perto e dizia todas aquelas atrocidades.

- Você faria isso comigo? Faria isso com sua própria irmã? - Sua voz chegava a embargar de asco. - Você é desprezível.

Ele jogou a moeda para cima outra vez e pegou, como se estivesse parando com a brincadeira.️ Deslizou as costas de um dos dedos no rosto da irmã, afastando uma mecha do cabelo loiro dali. Sustentava o olhar fixado no dela e o sorriso sádico.

- Eu mesmo poderia fazer isso com você, minha querida irmã. Várias vezes - e jogou a moeda para cima novamente, que rodou e caiu nos pés dela. Coroa. - Que pena, queria tanto ouvir você gritar - disse se afastando decepcionado com o próprio jogo.

Catherina não entendeu nada e a confusão estava estampada em seu rosto enquanto via o dedo passar quase como uma carícia em sua pele. Então escutava aquilo e o ar lhe faltou. Agora ela estava efetivamente com medo, pois queria duvidar das intenções de seu irmão, mas não conseguia. Olhou também para a moeda, tinha que se livrar daquilo e, felizmente, a resposta lhe fora positiva.

- Francesco, eu sou sua irmã - falou para que ele se lembrasse que aquelas ameaças estavam indo muito além.

- Ah, agora somos família? - Perguntou com um tom de surpresa, soltando uma risada debochada - Mas não deixa de ser bem gostosa - falou o mais escroto possível, olhando a irmã de cima, como um pedaço de carne qualquer. - Sabe, minha irmã… - Disse voltando a andar pela cela lentamente, com as mãos para trás, bem confortável. - Mesmo suja assim, poderia te foder agora.

E abaixou-se para pegar a moeda, assoprando para tirar qualquer poeira. Balançou o objeto nos dedos, como se tivesse tido uma ideia.

- Já sei qual vai ser a opção de amanhã.

- Pare com isso… - Aquilo já era uma tortura, Catherina estava realmente começando a ficar nervosa com aquelas palavras. - Você não... Faria isso.

No fundo, ela sabia que ele faria sim, por todo ódio que sabia que ele nutria por ela.

- Hoje, prefiro uma puta limpa - e se aproximou da irmã, pegando em seus cabelos com a mão cheia e puxando, para que o olhasse enquanto falava. - Mas, amanhã pode ser você. Você comigo. Você com meus soldados. Você com os prisioneiros. Você com os cavalos da Inquisição… - E a cada opção que dava, o sorriso louco crescia ainda mais, pensando em tantas possibilidades.

Ela gemeu de dor quando ele a puxou pelos cabelos, ao que suas mãos iam direto para o peito do irmão para criar uma distância. Nunca o havia tocado antes e só então reparava mesmo como era alto.

- Pare! - A ordem saiu menos como imperativa e mais como um pedido desesperado.

Só quando pode ver o desespero nos olhos da irmã que parou, alcançando o seu objetivo. Melhor do que ver a humilhação, só o desespero. Soltou seus cabelos, derrubando-a no chão de qualquer jeito e se afastou rindo e balançando a cabeça, indo para a porta.

- Gostei. Vou comer a primeira que encontrar pensando em você hoje.

Catherina caiu no chão sentindo muita dor no pulso, provavelmente dera algum jeito. De baixo, o via seguir em direção a porta, o ódio refletido em seu olhar.

- Você é baixo, Francesco. O que nosso pai diria de você?

- Ele diria "parabéns por não ter comido essa vadia antes".

E sorrindo malicioso bateu na porta, o guarda abriu e ele saiu sem nem olhar para trás.

- Francesco! - Gritou furiosa, mas era inútil, pois o irmão logo deixava a cela e Catherina ficava sozinha.

Ela estava nervosa, desolada, muitíssimo preocupada com o quanto naquelas palavras foi para assustar e o quanto foi intencional.

Só no outro dia Francesco foi aparecer, exatamente no mesmo horário, a porta se abria. A diferença é que entraram mais três membros da Inquisição com ele. Sorriu quando viu a irmã, já girando a moeda no ar.

- Boa noite, minha querida irmã.

Sem uma janela ou um relógio, Catherina não tinha a menor noção de quanto tempo havia se passado naquela cela exceto pela fome que já corroía até sua alma. Estava rezando ajoelhada no chão quando escutou passos mais uma vez e a porta se abriu. Ela levantou e não esperava quando viu aqueles homens todos. Os confrontaria, não deixaria que percebessem o seu medo.

- O que significa essa invasão?

- Hora do banho.

Disse sorrindo largo, ao que dois dos homens avançavam na Duquesa e a prendiam pelos braços, arrastando-a para fora da cela e levando para um lugar ainda mais afastado, onde tinha um ralo no chão, um cano de água e uma cadeira mais afastada. Francesco sentou-se confortavelmente na cadeira, virado para onde caia água.

- Sabe como funciona, é só um banho.

E então a empurraram em direção a água.

Catherina não entendeu absolutamente nada do que estava acontecendo, sendo arrastada pelos braços por aqueles homens até uma ala que, a julgar pelo ralo no chão, era a ducha dos prisioneiros. Via a água cair, de forma alguma faria isso. O lançou um olhar de reprovação.

- Não espera que eu…

E foi empurrada com as vestes de cardeal para debaixo d'água. Seus cachos foram se desfazendo, revelando um cabelo bem comprido, ao que a saia vermelha ia colando em suas pernas. O peito arfava, subia e descia veloz dentro do corpete devido a água gelada que corria na prisão.

- Por que está fazendo isso?!

Todos os homens olhavam, inclusive Francesco, que acompanhava cada reação do corpo dela na água. Ver uma mulher toda molhada era bom, mas a Cardeal Sforza era melhor ainda. Com um toque de humilhação, não tinha quem pudesse reclamar.

- Quero ver se é tudo o que todos os homens de Roma esperam. Tire as roupas.

- Que?! - Perguntou indignada, chocada que realmente houvesse escutado aquela ordem. - Está louco se pensa que vou tirar as minhas roupas aqui!

E então chegavam mais homens para assistir o banho da Cardeal. Francesco apenas olhava, e então sacava a moeda.

- Cara, todos os homens saem e você tira a roupa só para eu ver - girou a moeda, pegou no ar, bateu nas costas da mão e não tirou de cima. - Coroa, dois dos meus homens vão te segurar e eu vou te dar banho na frente de todos. Você reza por qual?

Inflamada por toda aquela humilhação, Catherina respondeu entre dentes:

- Não... Se... Atreva…

Moveu a mão e os mesmos que trouxeram, pegaram Catherina pelos braços outra vez. Francesco se levantou com calma e foi andando para perto deles, ao que todos os homens que estavam ali começaram a gritar e fechar o círculo em volta deles, para ver melhor o que o chefe faria. A primeira coisa foi afastar os cabelos molhados do rosto dela, eram grandes, jamais poderia imaginar. Pisou na água com os sapatos mesmo e foi para trás da irmã, rompendo o cordão do corpete e puxando até conseguir abrir, jogando-o para o chão. Era só a primeira peça.

Catherina se debatia ao ser segurada por aqueles homens, mas era fraca demais para conseguir se soltar. Quando o irmão se aproximou, sentiu o seu coração na garganta e não conseguiu dizer nada enquanto seu corpete ia parar no chão, revelando todo o vestido vermelho. Ele estava falando sério e ela estava horrorizada.

Por trás dela, tocou os seios da irmã por baixo e os levantou, juntando-a contra o corpo por ali, os dois debaixo d'água sem nem se importar em se molhar ou com o quanto estava gelada. Sussurrou no ouvido dela:

- Esqueci de olhar a moeda… - E forçou o quadril contra a bunda dela, o bastante para sentir que estava excitado. - Mas, escolhi coroa.

Sentiu de imediato o toque e tentou se retrair, mas ele a segurava, ao que os corpos ficaram colados. As mãos iam para os seios, já rígidos com o frio da água, enquanto ela sentia algo atrás de si que realmente desejava que fosse o cano de uma arma. Agora as lágrimas começavam a cair e ninguém veria devido a água.

- Francesco... Pare, por favor…

Nunca passara por tamanha humilhação, ainda mais na frente de tantas pessoas.

E pedidos como "Fode ela", "deixe eu comer essa vadia" começavam a surgir, a ducha ficava barulhenta e Francesco pegava ar. Sorria o tempo todo, muito satisfeito com o que estava acontecendo. Afastou-se só para pegar a gola do vestido e rasgar o máximo que podia, deixando a irmã só com as roupas de baixo, e todos os homens foram à loucura. Alguns iam para frente e faziam como se fosse passar a mão nela, mas a regra era clara: Ninguém encostava até ele autorizar. Deslizou a ponta dos dedos bem no meio das costas da irmã até a calcinha, mordendo os lábios enquanto a olhava por trás.

- Definitivamente não vou parar, minha irmã.

Catherina temia bastante pelo que pudesse lhe acontecer, mas também desistia de lutar e apenas fechou os olhos escutando o vestido ser rasgado. Exibia agora um bonito sutiã de renda branca com uma calcinha combinando, além de ligas e meias de mesma cor. Já nem escutava mais os gritos. Assumia agora um tom mais sério, um tom de barganha:

- O que você quer de mim?

- Exatamente o que estou tendo - Olhou as ligas e balançou a cabeça, puxando e soltando só para ouvir o barulho. - É tão profana quanto suas roupas, Sforza?

E deslizava a mão para frente, tocando-a entre as pernas por cima da bonita calcinha, apertando-a ali.

Não havia mais qualquer esperança. Catherina se encolhia, as mãos na frente do busto e da calcinha, mas o irmão passava mais abaixo e tocava onde nenhum homem jamais esteve, fazendo com que ficasse muito vermelha e com que todos aqueles homens gritassem muito. Não queria demonstrar fraqueza, mas era uma situação complicada, pois ela sabia que seria pior se corresse.

- Faça logo o que tem vontade. Não quer me dar a maior das humilhações? Então faça - a todo momento ela estaria pensando em quem amava.

E antes mesmo que a irmã pudesse falar, Francesco abria o feixe do sutiã seguido de uma risada de satisfação bem no ouvido dela. Arrancou a peça sem cuidado algum e jogava para o chão, como todas as outras. Todos ali estavam descontrolados e a empolgação só aumentava. Forçou o membro novamente contra ela enquanto enfiava a mão por dentro de sua calcinha sem pudor algum.

- Já sentou em um desse, minha irmã? - Era o mais nojento possível, provocando com aquele ar superior de sempre.

Escutou a risada e sentiu que ele abria o sutiã. Jamais passara por algo assim em sua vida e, por mais que Terrans detestassem os Methuselahs, o irmão estava provando que os Terrans poderiam ser piores. Continuou a cobrir os seios e fechou os olhos tentando se manter calma e o mais fria possível, embora agora soubesse exatamente o que havia atrás de si.

- Não é de sua conta - respondeu, porém eles dois sabiam que ela era correta demais para já ter feito qualquer coisa fora de um casamento. Catherina jamais sequer beijara alguém.

- Resposta errada.

Então fechou a mão na calcinha dela e sem demorar puxou, rasgando a peça sem cuidado algum com o corpo da irmã. Levantou o pedaço de pano como um troféu, ao que todos batiam palmas e gritavam, como se o time tivesse feito um gol. Os mesmos dois guardas se aproximavam outra vez e seguravam os braços abertos de Catherina, expondo o que Francesco tinha feito. Saiu de trás da irmã depois que todos observaram muito bem e então se afastou um pouco, olhando por todo seu corpo, todos os detalhes. Sorriu.

- Agora entendo o motivo - e então começou a abrir o cinto, depois o botão da calça bem lentamente, enquanto voltava para perto dela. - Deve estar com fome. Vou te dar o que comer.

Deixou escapar um grito de susto quando ele arrancou a calcinha, chegando a machucar um pouco a sua pele com o rasgo. Estava quase completamente nua, apenas com as meias agora. Tentou resistir aos dois guardas que pegavam os seus braços e os abriam, ao que se encontrava completamente exposta, cheia de raiva do que estava acontecendo, mas principalmente por Francesco. Foi quando o viu abrir o cinto e escutou a ameaça.

- Covarde - não deixaria ser de graça.

Os guardas forçaram Catherina para o chão, para que se ajoelhasse na frente de Francesco. Olhou a irmã de cima e tocou com o polegar seus lábios, sorrindo de canto.

- Quietinha ou vai se fartar. Tem muita gente aqui querendo oferecer o mesmo - e já puxava o membro para fora da calça, movendo a mão por cima dele direcionado para a irmã.

Ajoelhada naquele chão imundo, se via forçada em posição de total submissão a Francesco, e tentou morder o dedo que ele passava em seus lábios, mas não conseguiu.

- Desprezível.

O xingou, e então o via colocar para fora e tocar, já duro e em sua direção. Seu automático foi chegar para trás o máximo que podia para escapar.

- Não!

Se divertia com o desespero da irmã, aquilo só o excitava ainda mais. Moveu a mão mais rápido, ao que ele mesmo ficava mais sério, prestando mais atenção enquanto se aproximava e tocava a irmã em um dos seios, massageando com certa força. Quando sabia que não iria mais aguentar, pegou a irmã com a mão cheia no rosto, forçando os dedos nas bochechas dela para que não tivesse força para morder e a inclinou para trás, deixando seu corpo entre as pernas, ainda com os guardas segurando firme. Encostou a cabeça do membro nos lábios macios dela e assistiu o líquido escorrer para dentro da boca da irmã enquanto a olhava de cima com cara de satisfação e prazer.

Ela estava presa, imobilizada, assistiu com horror enquanto ele ejaculava dentro de sua boca de uma forma que era impossível impedir. Primeiro não engoliu, expulsando parte do líquido com a língua, ao que caía nos seus lábios, peito e chão. Mas então engasgou e começou a tossir, sendo forçada a ingerir o que restava.

- Você é um monstro!

- Ah, você deixou escorrer! - Falou decepcionado enquanto fechava a calça e o cinto, arrumando as roupas ali na frente dela. Virou-se para os homens. - Não queremos deixar nossa querida Sforza com fome, não é? - E todos respondiam, Francesco tornara aquilo um grande evento. - Quem será o próximo? - Andou pelo local enquanto falava alto, como se estivesse escolhendo - "O homem generoso será abençoado, porquanto reparte seu pão com o necessitado".

E puxava dois soldados que estavam descontrolados por Catherina, já sabiam a regra: nada além do que o próprio Francesco tinha feito. Os dois iam para a frente dela já se tocando enquanto um pegava seus cabelos e o outro seus peitos. Francesco já estava sentado na cadeira de pernas cruzadas, assistindo tudo bem satisfeito.

Catherina sentia seu corpo já doer do esforço para se soltar, a humilhação não era melhor. Então via também horrorizada enquanto dois soldados se aproximavam e um a tocava, o outro segurava pelos cabelos. Parecia que teria que dar conta de todos aqueles homens então para satisfazer os desejos de seu irmão. "Depois os prisioneiros e depois os cavalos", lembrava o que ele mesmo havia dito. Então ficava sem reação, enquanto sentia dois novos jatos de líquido quente escorrendo em sua boca, em seu rosto, sem nem notar que uma fila estava se formando.

E Francesco deixou quatro, oito, dez fazerem o mesmo processo enquanto assistia com a mesma satisfação do primeiro até o momento que um mais emocionado deu um tapa no rosto da irmã. O Duque levantou no mesmo segundo inflado, claramente irritado com a atitude e tirou o homem de cima dela pelos cabelos, caindo por cima dele em uma sequência de socos. Todos se afastaram e o soldado não se atreveu nem a tentar se defender. Se levantou, os cabelos antes alinhados caiam no rosto. Deu mais dois chutes e um pisão no estômago, era descontrolado para tudo. Arrumou os cabelos e se aproximou da irmã, o que antes era uma arena quase tinha virado um enterro, o silêncio agora tomava conta do lugar.

- Solte minha irmã e saiam todos - ordenou se aproximando da irmã enquanto arrumava os cabelos novamente, ofegante pela briga.

Já havia perdido a conta de quantos homens, pois eram tantos que era melhor apenas não saber. Um deles então a estapeou, algo que não a surpreendeu, mas era ainda melhor do que o estupro. No entanto, o que não esperava era a reação de seu irmão, como uma criança que é a dona da bola. Ela sabia que Francesco era de personalidade difícil e que se inflamava com facilidade, mas aquilo ia além, pois ela via o sangue no chão. Quando ele se aproximou, seus olhos estavam baixos, imaginava que agora ele fosse pra cima dela, era a sua vez de apanhar como aquele homem, provavelmente até a morte. Com a ordem de que a soltasse, caiu sentada no chão, os joelhos e pernas doloridos demais para simplesmente levantar. Nem se mexeu. A porta estava fechada, aqueles homens do lado de fora. Ela ia morrer e não estava com medo.

- Apenas faça - pois também sabia que ele poderia levar dias naquela brincadeira.

Sozinhos, abaixou-se na frente dela e a olhou como quem analisa um animal machucado, observou seu rosto ferido e passou o dedo por cima do sangue que escorria do pequeno ferimento. Não tinha gostado daquilo e a graça tinha acabado.

- Paula.

Chamou e a freira entrava com roupas limpas e os produtos de higiene já utilizados pela Duquesa antes de ser presa, se aproximando dela. Francesco se levantou sem nem responder a irmã e avisou Paula.

- Ajude-a terminar o banho e sirva o mesmo que a cozinha do palácio.

Paula esperou Francesco sair e se abaixou perto de Catherina, entregando a mão:

- Venha, deixe eu te ajudar.

Catherina escutava os sons, mas não era como se os interpretasse, não era como se realmente entendesse. Estava tão cansada, faminta, machucada, que não reagia mais, apenas ia. Quando Paula estendeu a mão, deixou-se puxar para ser levantada no chão. A freira lhe deu banho, Catherina sentia dor demais até pra isso, mas não o bastante para impedir de vomitar até sair sangue. Depois a enxugou, vestiu e arrumou os cabelos o melhor que poderia, dado ser uma guerreira e não uma criada. A Duquesa não disse ou fez nada, como uma boneca.

Paula fez exatamente tudo o que Francesco mandou, levando o mesmo jantar do Palácio de São Pedro para Catherina depois que já tinha voltado para sua cela, colocando até uma porção extra de comida, já que sabia a quanto tempo a Duquesa não comia.

Após Catherina retornar para a sua cela e estar com roupas limpas, queria apenas deitar e dormir, porém lhe foi trazido o jantar, almoço ou alguma refeição. Estava tão faminta que comeu tudo o que trouxeram e depois se deitou no terrível banco de madeira, uma tentativa vã de dormir sem lembrar o que havia lhe acontecido. Ela chorava em silêncio.

N.A.: Depois de mais de um ano sem escrever, tô de volta! Fic completa já, vai ser editada aos poucos. Qualquer coisa, vem no inbox.