Emparelhamento: Emma/Regina

Sumário: Situado logo após Emma mostrar o anel de noivado com Hook, Regina descobre que ela não tem mais nada a perder e decide contar a Emma como ela se sente.

Declaração: Todos os personagens não são meus. Só quero brincar com eles.
Aviso1: Se você não gosta de romance entre duas mulheres, sinta-se livre para deixar a página.
Aviso3: Me desculpe por todos os erros que você com certeza vai encontrar aqui. Alguém gostaria de ser meu/minha beta. Isso me deixaria super feliz. Super! =]
N/A: Ei, você ainda está aqui? Então segure-se e aproveite!


Algo que eu não tive que ensinar, nem demonstrar, ela já sabia por si só. Ou já ansiava.

Regina estava empolgada com a feira da cidade esse ano, era umas das primeiras vezes em que ela poderia levar suas melhores produções e ter certeza de que os moradores de Storybroke realmente provariam suas iguarias, sem ter medo de serem envenenados ou enfeitiçados.

Eram três da tarde e o vento gelado começava a se espalhar pela praça, Regina estava pensando em tirar alguma pausa para conseguir se manter acordada até o fim do dia. Ela colocou a placa de "volto logo" sobre o balcão de madeira e saiu em direção ao Café da Vovó.

Chegando lá, não tão surpresa, ela encontrou Emma reclinada no balcão, conversando com uma Ruby muito animada. Assim que Ruby a viu e apontou para Regina, ela se virou.

O coração de Regina saltou umas duas batidas quando ela pegou aqueles olhos bonitos e gentis tão felizes em vê-la.

Ela não se recorda realmente de quando foi a ultima vez que conseguiu conversar com Emma. Além dos momentos em que precisavam se encontrar para deixar Henry, não havia momentos muito propícios para poderem conversar. Fazia sentido, afinal ela estava rodeada pela família, preparando o casamento com Hook, e não havia tempo demais sobrando na agenda.

Regina POV

Depois de um abraço relutante de boas vindas, a pergunta vem quase como um soco no meu estômago
-Regina! Você sumiu! Não gosta mais dessa versão de mim, não é?

Eu olho pra a mulher na minha frente e tento decifrar se isso é alguma brincadeira, ou se ela está falando sério. Alguns segundos passam enquanto eu apenas encaro os olhos dela em busca da verdade.

Diante do meu silêncio, ela ri e coloca a mão no meu braço, numa tentativa óbvia de aliviar o clima.

Nesse momento eu percebi que a pergunta era mesmo real.

Eu não imaginava que me afastar dela, poderia provocar essa reação. Não com essa intensidade, a ponto dela, de fato, me questionar abertamente sobre isso.

Eu não poderia responder ali, no meio de todas aquelas pessoas, não era o lugar apropriado.

Então respirei fundo e pedi, com toda a calma do mundo

– Será que você pode vir comigo?

Eu estiquei a mão, mesmo sabendo que ela nunca pegaria. Como o esperado, ela se endireitou e fez sinal pra eu mostrar o caminho.

Dei meia volta de abri a porta do café, saindo pela lateral dele, onde eu sabia que não teria janelas e nenhum curioso nos observando.

Quando eu achei que estava longe o bastante de todos, e ninguém prestando atenção em nós duas, a puxei pra um espaço completamente fora da vista.

Minha mão tremia levemente quando eu ergui pra colocar uma mecha de cabelo loiro solto atrás da orelha dela.
Eu sabia que ela queria me dizer um "o que foi?"

-Você sabe que eu nunca me cansaria de você, Emma.

Eu comecei respirando fundo, e sabendo que ela ia protestar.
-Me trouxe aqui pra isso?

Ela respondeu com o meio sorriso, e eu sabia que era só um jeito de me provocar.

Devagar eu dei um passo para mais perto dela, finalmente, depois de tanto tempo, encostando nossos corpos juntos novamente. Isso foi o suficiente pra conseguir fazê-la parar e prestar atenção de verdade no que eu tinha a dizer.
Minha mão, que estava a meio caminho de se soltar dos fios loiros, parou na aquela curva entre pescoço e queixo, a segurando no lugar e fazendo-a olhar pra mim.

Eu esperei aqueles olhos bonitos, que estavam brilhando com o sol fraco do inverno, encontrarem os meus. Eu já tinha pensado demais em contar a ela, em explicar como eu me sentia. E logo após ver aquele anel no dedo dela, eu não tinha mais como esperar o momento apropriado. Eu tinha que contar, e o momento era agora.

-Eu estou completamente apaixonada por você

Eu confessei baixinho, enquanto assisto as pupilas dela dilatarem levemente numa surpresa que não era tão óbvia assim.

Eu sabia que estava dando um passo muito arriscado nesse momento. Eu provavelmente a perderia de uma vez por todas logo em seguida. Mas eu já não tinha o que perder, não dá pra perder o que nunca foi meu.

-E eu não posso cometer os erros ou extravagâncias como têm acontecido recentemente. Eu não posso te envergonhar e nem te chatear.

Eu continuei, deixando bem claro que eu sabia que estava passando dos limites com meus olhares languidos, caretas de ciúmes e mãos serpenteantes demais após algumas taças de vinho com os amigos reunidos. Nós duas sabíamos disso. O afastamento momentâneo era para conter esses impulsos irresistíveis.

Ela olhou pra mim, com um misto de concordância e dor. Eu preferi não pensar que ela poderia querer que eu agisse daquela forma.

-Você sabe muito bem que eu não sou capaz de te esquecer. Mesmo que eu queira, não posso mais.

Eu disse, ainda esperando que nesse momento ela se soltasse do meu aperto. Ela continuou lá, aqueles grandes olhos verdes colados nos meus, e por um segundo, eu poderia imaginar que ela estava realmente sentindo o que eu queria dizer a ela.
Eu respirei fundo mais uma vez, estava pronta para dizer as palavras em voz alta e virar as costas e nunca mais ser capaz de ficar a sós com ela.

Olhei mais uma vez, para aquele rosto tão perto do meu, pra cada uma daquelas marquinhas ao lado da boca. Quando eu quase sem querer subi a mão para traça-las com o polegar, me perdi na cor e delicadeza daqueles lábios rosados de frio, e finalmente olhei para os olhos claros mais uma vez.

-Eu te amo.

Quando as palavras saíram da minha boca, nós duas prendemos a respiração ao mesmo tempo.

Eu estava pronta para me virar e ir embora, com meu coração quebrado e quase sem bater após ter finalmente dito o que o afligia por meses a fio.
Com olhos certamente resignados após a declaração, eu comecei a dar o primeiro passo para longe dela, deixando minha mão cair daquele rosto perfeito, guardando a última recordação do calor dela sob a minha palma.

Num momento, me pegando completamente fora de guarda, a mão dela segurou a minha no lugar, ainda segurando o rosto dela. E a outra agarrando meu casaco, me mantendo no lugar, sem poder me afastar.
De repente eu percebi que não tinha notado que ela tinha me segurando de volta.
Olhei para os olhos verdes mais uma vez e diferente da decepção que eu esperava lá, havia uma centelha brilhando fraca. Quase sem permissão.

Sem dizer uma única palavra, ela se inclinou na minha direção, e é só isso o que acontece, é o que ela sabe fazer comigo, essa a razão por essa paixão.

O encontro de um beijo, lábios macios juntos, respiração desenfreada e coração batendo forte no ouvido.

E em estado completo de choque, eu assisti, ou melhor, a senti fazer algo que era ainda mais íntimo do que qualquer beijo que já tivemos até aquele momento.

E ela faz isso, colar o rosto no meu, o perfil do próprio rosto no meu.
Pelo instante de uma respiração ou duas mais...

Aquele momento mais íntimo do que qualquer outro, aquele pequeno instante em que a conexão é tão pura e sincronizada entre nós. Quando é possível sentir as magias branca e roxa dançando uma valsa intrincada, se entrelaçando sem medo e sem vergonha.

Mil palavras e nenhuma palavra estão lá.

São segundos rápidos, mas que leva uma eternidade para senti-los e diluí-los completamente.

A maciez do rosto bonito contra o meu, cada curva minúscula num encaixe perfeito com as minhas, sem ensaio e sem pressa.

Sem pressa alguma...

Quando a peça que faltava cai no lugar perfeito e o tempo para por dois instantes... (Talvez alguns instantes a mais do que eu queira admitir).

Eu sinto isso, o que só ela sabe fazer. Algo que eu não tive que ensinar, nem demonstrar, ela já sabia por si só. Ou já ansiava.

O encaixe aconteceu, tão simples como o entrelaçar dos dedos.
Tão fácil e gostoso quanto o sorriso que eu deixo escapar toda vez que a vejo.

Num carinho de olhos fechados, intenso demais para permitir que qualquer palavra fosse dita. Inundando os meus sentidos com a presença dela, com o perfume dela, com o calor do corpo encostado no meu, a suavidade da pele na minha. A gentileza do toque, a urgência de uma demonstração de carinho presa a tanto tempo.

Eu a abracei novamente, quase com medo de quebrar o encanto, quase com medo de acordar desse sonho e completamente apavorada com o que viria em seguida.
Ela se afastou somente o suficiente para olhar nos meus olhos e aquela centelha com certeza estava lá, dessa vez um pouco mais forte e mais decidida.

-Eu também te amo.

Ela disse antes de sorrir e finalmente me puxar para um beijo, surpreso e, salteado de sorrisos e um riso no meio.

Aturdida pela realidade dos fatos, a única coisa que poderia passar pelos meus pensamentos, era um gigante neon piscando em vermelho:

E agora?

FIM


A/N:Eu acho que é obvio notar o quanto eu estou apaixonada pela minha musa atual. E completamente apavorada com o fato de que ela pode estar correspondendo.