- Como você os matou? - perguntou Carlisle em um tom de voz cortante.
Eu não acredite que aquele homem costumava brincar comigo de maneira tão gentil há uma semana.
- Eu não os matei - disse de maneira cansada. Não suportava mais repetir mesma a coisa de sempre.
Não sei porque ainda me importava em explicar. Ninguém acreditaria em mim, não importa o quanto eu insista, não importa que essas pessoas me conheçam há anos.
Ninguém vai acreditar em mim.
- Você não sente um mínimo de culpa pelo que fez? - sua voz estava cheia de repulsa e ele seus olhos, em vez do olhar gentil habitual, me encaravam com nojo. - Eles eram sua família! - rugiu e soltei um riso seco. Eu sabia disso, uma única pessoa que está algemada aqui depois de ter testemunhado a morta da família e sendo acusada injustamente, sou eu. - Eu nem sequer consigo olhar para você. Você ... Você me dá nojo Isabella.
Eu baixo a cabeça e olho para minhas mãos algemadas. Meus olhos ardem pela necessidade de chorar, mas eu as seguro. Palavras Suas me machucam mais do que ele pode imaginar, ele não faz ideia ... Nenhuma ideia do que está falando.
- Espero que você passe o resto da sua vida na cadeia - sentencia e se levanta da cadeira. Partindo sem olhar para trás.
Levanto os olhos e percebo que estou sozinha.
Nunca pense que estaria aqui. Sempre vi essas cenas nos filmes, a sala de interrogatório, as câmeras filmando cada movimento meu, o grande espelho a minha frente onde todos me observavam, e o detetive me fazendo acusações para que eu possa confessar.
Isso não parecia real e eu queria que fosse um pesadelo, queria acordar e abraçar minha mãe e chorar no seu colo.
Mas isso não era possível. Minha mãe não estava mais aqui, ninguém estava. A única pessoa que eu confiava estava me investigando por assassinato, meus amigos me jugando e minha família ... Morta, e eu a principal suspeita.
Eu queria que isso acabasse, mas eu não podia confessar, não foi minha culpa, não foi ...
Olho para minhas mãos novamente e sinto minhas lágrimas desceram, eu não quero que eles me vejam chorar, não quando ninguém acredita em mim. Por isso cruzo os braços sobre a mesa e deito minha cabeça entre elas. Parecia que eu estava dormindo, ninguém vai me ver, ninguém vai desconfia o que eu faço.
Tentando sufocar meus soluços, eu faço um pedido silencioso.
Por favor, alguém acredite em mim!
Voltando para minha sela, eu encontro minha companheira de sela deitada na cama olhando para o teto. Quando ela me vê entrando sorri e levanta, esticando os braços e boceja.
- Já voltou? - pergunta e eu massageio meus punhos doloridos pelas algemas. - Como foi?
- O mesmo de sempre - suspiro e vou a pia lavar o rosto.
Parecia triste dizer que a única amiga que tenho no momento é uma garota presa por tentativa de homicídio.
Seu nome é Rosalie Halle, ela tem 17 anos, é uma garota legal. Nunca imaginei que uma garota como ela está aqui, ela tinha uma vida perfeita, ou ao menos é o que todos achavam, por trás da sua beleza e popularidade, ela esconde um segredo sombrio.
Seu padrasto é um alcoólatra e a abusava desde a infância. Na ultima vez ela reagiu, pegou uma faca da cozinha e quase o matou enquanto se defendia. Seu julgamento está marcado para amanhã.
- Esses caras daqui são um monte de babacas - ela bufou e cruzou os braços. - São uns inúteis, isso sim.
Eu apenas forcei um sorriso e não disse nada.
Meu pai era policial, um excelente policial. Eu queria que existisse alguém como ele aqui, ele tentaria provar minha inocência até que se provasse o contrario. Meu próprio advogado parecia não acreditar em mim, ele não faz esforço muito para provar minha inocência. Para ele, eu era um caso perdido.
- Talvez ... - apenas murmurei e me virei para encará-la. - Está nervosa? Amanhã é o grande dia.
- Não, tenho quase absoluta certeza que eles vão me dar uma pena pequena - sorriu e ela tinha tanta confiança nisso que fiquei com inveja.
- Sim, venha me visitar quando sair. Parece que vou pegar prisão perpétua - abri um sorriso seco e ela me encarou com pena.
- Sinto muito Bella - agradeci com um aceno de cabeça.
Não gostava mais que me chamassem assim. Meu pai me deu esse apelido, meus amigos me chamavam assim. Agora tudo que eles fazem é me julgar.
- Não tem como eu escapar dessa, né? - murmurei e Rose colocam uma mão no meu ombro em consolo.
- Você já existe em confessar? - Rose sussurrou e meus olhos cresceram de espanto.
- Não - falei um pouco grossa.
- Não me entenda mal Bella, eu acredito em você, mas ... - ela hesitou, mas por fim falou. - Você pode ir direito para uma cadeira elétrica se confessar. Isso seria melhor que passar o resto da vida presa.
- Eu nunca vou fazer isso - sussurrei com urgência sentindo-me ofendida e ela se afastou.
- Só estou dando um conselho - se defendeu. - Mas se você quiser ficar aqui, é claro que venho te visitar quando eu for solta.
Agradeci e me deitei na cama, fechando os olhos e desejando dormir.
Não dormir direito desde aquele dia. Sempre que fechava os olhos eu via aquela cena na minha cabeça se repetindo muitos de vezes.
O homem com barba escura encapuzado, o sorriso diabólico em seus lábios, os corpos dos meus pais no chão em uma poça de sangue, o sangue escorrendo pelo pescoço da minha irmã. Ele parecia gostar ... Angela só tinha 10 anos, aquele bastardo a estrangulou como se ela não fosse nada, como se matasse um animal ele rasgou a garganta dela enquanto eu observava do inicio da escada tentando sufocar meu grito de horror.
Minhas mãos automaticamente se fechar em punho. Eu queria encontrar-lo, queria fazê-lo sofrer tudo que ele causou a minha família e pior. Mas eu não podia, não presa aqui.
- Almoço - falou um guarda colocando duas bandejas sobre o espaço da grade e Rose como pegou.
- Não estou com fome - falei quando Rose colocou a comida na minha frente e ela deu de ombros.
- Mais pra mim - disse contente e não pude evitar sorrir.
Eu não corrige culpa-la, ela estava tão magra. Ao que parece seu padrasto também a passar passar.
Suspirei e levantei da cama.
Se eu sentasse perto da sela, podia assistir à televisão que ficava no final do corredor. Ela não era grande e meus olhos ardiam pelo esforço, mas era melhor do que ficar sem fazer nada.
Sentei no chão frio, passava um desenho do infantil qualquer. Eu o conhecia, Angela costumava assistir e nós sempre brigávamos por isso, porque eu não queria assistir uma coisa boba assim.
A memoria me fez rir, faria de tudo, qualquer coisa para voltar a esse tempo. Mas esse tempo não podia voltar, Ângela não podia voltar, e eu me arrependia por discutir por uma coisa tão boba. Eu Deveria ter brincado mais com ela, Deveria ter passado mais momentos juntas, não Deveria a ter ignorado para sair com meus amigos.
Era engraçado como as pessoas se arrependiam tarde demais.
Os seres humanos são tão idiotas. Eu sou uma idiota.
Uma grande e completa idiota.
- Tome - escutei uma voz desconhecida e olhei para cima. Um policial ruivo estendia um lenço para mim. Eu o peguei rapidamente e sequei como minhas lágrimas.
- Obrigada - sussurrei e para minha surpresa completa, ele sorriu.
- Não há de que - disse antes de se afastar e fiquei observando suas costas de distanciarem.
Ninguém tinha sorrido para mim desde que vim parar aqui.
Ninguém.
- Você está pronta? - perguntei e ela sorriu, seu sorriso era brilhante e imenso.
- Como nunca estive antes.
Eu empurrei para trás seu cabelo loiro desajeitado e suspirei satisfeita ao me afastar.
Ela estava linda, não que não fosse antes, mas Rosalie tinha um modo desajeitado de ser, como se não ligasse para sua aparência e eu suspeitava que isso estava ligado ao seu padrasto abusivo e a ausência da sua mãe.
- Você está linda - murmurei e ela sorriu mais uma vez. - Eu ... - não sabia o que dizer, nunca fui boa com despedidas e sentir como se nunca mais fosse vê-la novamente.
- Bella - ela disse e me puxou para um abraço, surpreendendo-me. - Obrigada por ser minha amiga.
Essas eram as minhas palavras. Ela foi à única pessoa que me ofereceu um ombro amigo quando cheguei aqui, ela não me julgou, não me tratou mal como todos os outros e tinha sido a pessoa mais sincera que conheci.
Mas eu não sabia como lhe dizer isso. Então envolvi meus braços ao seu redor e a abracei com força.
- Tenho que ir - sussurrou e com relutância me afastei. Seus olhos estavam marejados assim como os meus. - Foi bom te conhecer.
- Eu sei Rose, também foi bom te conhecer - segurei suas mãos e as apertei. - Obrigada por ficar do meu lado. Espero que seja feliz.
- Não se preocupa comigo, aconteça o que acontecer, você tem que me prometer algo - pediu e fiquei confusa por suas palavras. - Não se importa com o que os outros dizem. Uma única pessoa que sabe a verdade é você e apenas você pode determinar o seu futuro. Lembre-se disso.
Franzi o cenho. Não entendia o que ela queria dizer, parecia que ela estava se despedindo, como se nunca mais fossemos nos ver.
- O que você ...
- Rosalie Halle - o guarda chamou da cela. - Chegou a hora.
Rose assentiu e se virou para mim, chamá-me uma ultima vez.
- Lembre-se, seja você mesma. Você merece ser feliz.
Rose se afastou e foi em direção de saída. O guarda me mandou ficar afastada e ele abriu a cela, permitindo Rose sair e outro guarda a algemou enquanto o outro terminava de trancar a porta.
Rose se virou para mim olhar e sorriu piscando um olho. Eu corri para um grau assim que eles se afastaram e se observaram sumir no corredor.
Suspirei sentando-me no chão frio e percebi que a televisão estava ligada no noticiário da manhã. Era sobre o caso de Rose e eles falavam sobre seu julgamento que aconteceria em algumas horas.
Eu esperei e fiquei assistindo.
Quase uma hora depois de vi Rose chegando em um caminhão da policia. Algumas pessoas gritavam palavras de encorajamento para ela e outras seguravam cartazes de apoio.
Essa era a grande diferença entre o meu caso e o de Rose.
Rose era uma vitima, ela apenas se defendeu e quase matou seu padrasto. Eu sou uma psicopata, era como eles me definiam, um perigo para a sociedade, uma pessoa sem alma que assassinou a sangue frio a própria família.
Um guarda passou pela minha cela e me viu assistindo o noticiário. Ele fez uma careta para mim e desligou a televisão, passou por mim e sussurrou "Criatura nojenta" antes de sumir.
Suspirei voltando para minha cama e olhando para o teto.
Conforme as horas passaram lentamente, houve uma comoção lá fora algumas horas atrás, mas eu não me importei.
Já estava farta de tanto tédio e deitei na cama de Rose, ela gostava de desenhar na parede ao lado da sua cama, e fiquei observando os desenhos.
Passei meus dedos pelas pinturas, ela é realmente habilidosa. Tinha alguns desenhos de crianças brincando em um pátio, uma mãe gravida acariciando a barriga, um caixão em frente a um grupo de pessoas de preto, uma garota chorando em um quarto escuro ... Não demorou muito para eu perceber que Rose havia recebido a si própria.
Meus dedos pararam em algo escrito debaixo da imagem das crianças brincando, era pequeno e estava borrado, mas podia ver claramente.
" Vou impedi-lo de machucar mais alguém."
Meus olhos se arregalaram e meu coração acelerou.
O que ela quis dizer com isso?
De repente como palavras que ela me disse antes de ir embora obrigado a minha cabeça e levantei em um pulo.
- Oh não, Rose, por favor, não me diga que vai fazer uma besteira ... - sussurrei e fui até a cela, batendo na mesma e mesma gritei. - Alguém ai? Oi? Alguém?
Alguns segundos depois um guarda apareceu. Olhou-me feio e não parecia de bom humor.
- O que foi? - rosnou irritado e nem isso foi o bastante para me assustar.
- O que aconteceu com Rosalie Halle? O veredito já saiu?
- Rosalie? - ele perguntou confuso e logo em seguida um flash de entendimento dos seus olhos. - Aquela vadia? Isso foi coisa sua, não foi?
- O que? - ele afirma se irritar por minha expressão confusa.
- Não se faça de desentendida. Aquela vadia conseguiu de algum jeito pegar um garfo e escondeu na roupa. Ela enfiou no pescoço do padrasto dela e em seguida os policiais a mataram.
Meus joelhos fraquejaram e cai no chão.
A única coisa que eu queria era saber:
Porque?
Por que Rose?
...
Minha nova cela era maior.
Era isso ou era a falta de uma cama no lugar. Ela parecia tão grande e tão solitária.
Fui transferida de sela para investigarem a minha antiga, querem saber como Rose arranjou aquele garfo, já instalada me interrogado, mas eu não sabia de nada.
Já fez quatro dias desde Rose morreu, ninguém estava autenticado isso. No inicio teve um alarde pelo que ela fez, mas aos poucos como as pessoas foram se esquecendo dela, aos poucos a sociedade voltou a ignorar os absurdos que acontecem na frente dela e tudo voltou ao normal, até a próxima Rose aparecer.
Eu não tinha uma nova companheira de cela, achavam que eu tinha algo haver com o que aconteceu com Rose, que a influenciei. Também não tinha mais televisão, não tinha mais televisão onde estava e eu sinceramente não tinha mais o que estava fazendo aqui.
Talvez Rose tenha razão. Eu deveria confessar, morrer parecia tão fácil.
Mas ao pensar nos meus pais, na minha irmã e aquele assassino, eu simplesmente não isolada. Ele tinha que pagar por isso, ele que deveria estar aqui.
- Jantar - um guarda falou e nem sequer me dei o esforço a olhá-lo. Estava deitada na cama com as costas viradas para cela e olhava para parede suja.– Você não vai comer de novo? - continuei em silencio e o escutei suspirar. - Vai morrer se continuar assim, sabe disso, não é?
- Não me importo - murmurei, mas ele escutou.
- Você nunca vai provar sua inocência se ficar deitado ai.
Meus olhos cresceram e levantei rapidamente da cama. Olhei para ele e percebi que era o mesmo guarda que tinha me dado um lenço antes. Eu não tinha visto desde aquele dia.
- Você acredita em mim? - perguntei com medo de sentir esperança e ele hesitou antes de responder, mas continuou.
- Talvez ... - disse vagamente e me aproximei da sela.
Não tinha olhado direito antes, mas ele é bonito.
Ele é alto e forte, não deveria ter mais que 26 anos. Seu cabelo era uma bagunça ruiva, seus olhos tinham uma tonalidade de azul claro, como a agua limpa do mar sob a luz do sol, seu rosto tinha traços bonitos, como se cada detalhe fosse feito com perfeição.
Ele é lindo.
- Porque? - murmurei agarrando como graus de ferro.
- Você não parece uma louca assassina, muito menos uma psicopata - disse e seus olhos eram tão profundos que pareciam ver minha alma. - Acredite, já estive na presença de um psicopata antes, sei quando vejo um, nunca vi você manipular ninguém e todos dias via você assistir a televisão ...
- Você me observava? - perguntei e ele desviou os olhos por um momento. Se afastando da sela.
- Vagamente ...
Não entendi como uma pessoa pode observar "vagamente" outra, mas não insisti.
- Como é o seu nome? - perguntei com curiosidade e pensar que ele não iria me dizer, mas falou.
- Edward.
- Não vai me perguntar o meu? - brinquei e os seus lábios ergueram.
- Sei tudo sobre você - arqueei uma sobrancelha e ele riu. - Quem não sabe quem é Isabella Swan? A garota de 18 anos que assassinou uma própria família.
- Mas você não acredita neles? - sorri sem humor. - A única pessoa que deveria acreditar em mim está me interrogando, por que você acreditaria?
- Porque eu conheço você.
Palavras Suas me chocaram por um segundo.
- Você me conhece? - perguntei, minha voz incrédula.
- Antes, seu pai falava sobre você e eu sempre a via quando você vinha visita-lo - explicou e o olhei pensativa. Eu conhecia a maioria dos colegas do trabalho do meu pai, mas eu nunca tinha visto-o por aqui.
- Eu nunca vi você aqui - comentei e ele passou a mão pela cabeça, parecia um pouco envergonhado.
- Eu hmm ... Acabei de me formar na academia. Antes era um visitante constante daqui, era hum ... Um pouco rebelde e seu pai sempre que eu prendia, passei várias noites nesta sela - apontou para onde eu estava e ri. Não lembrava á ultima vez que o tinha feito, mas era a primeira vez que ria em muito tempo.
- Você era um garoto malvado? - Provoquei e seus lábios se repuxaram em um sorriso de torto.
- Um pouco.
- O que você fez? - perguntei com curiosidade.
- Nada muito grande, agressão física era sempre o maior motivo, mas já roubei um carro uma vez, foi do meu próprio pai, mas ele não sabia. - nós rimos. - Já fui em cana algumas vezes por usar drogas - sua voz se fez séria. - Foi uma época sombria da minha vida e seu pai me atender muito, talvez, se não fosse por ele, nunca estaria aqui.
- Ele era um grande policial - comentei com orgulho e ele assentiu.
- Devo minha vida a ele e por isso quero te ajudar - prendi a respiração quando disse essas palavras. - Você não pode me dizer algo que pode te ajudar? Algo que não disse a alguém?
Pensei por um momento, mas balancei a cabeça.
- Eu disse tudo que sabia, mas eles não conseguiram encontrar nada, nem uma única digital. Era como se ele fosse um fantasma - murmurei apertando com força a grade. - Nem mesmo achou alguém com uma descrição que dei.
- Eu vi o retrato falado - comentou e em seguida suspirou. - Você não viu mesmo o rosto dele?
- Não, estava escuro e ele usava uma capa que cobria o rosto. Só o que vi foi à barba grande e o seu sorriso sádico - tremi leve. - Também tinha uma tatuagem no pescoço, parecia um escorpião.
- Hum ... Entendo, vou começar por essa tatuagem, mesmo que os pesquisadores já tenham procurado por isso também.
- Não tem nenhum caso semelhante a esse? - perguntei esperançosa.
- Não sei ... Temo que não, mas vou dar uma olhada nos registros só por precaução - ele cruzou os braços sobre o peito forte e franziu o cenho levemente.
- Obrigada Edward - murmurei e olhei em seus olhos para demostrar minha sinceridade. - Meu pai estava orgulhoso de você.
Ele colocou e colocou sua mão grande em cima da minha na nota, me deixando surpresa.
- Ele também estava orgulhoso de você - deu um apertou gentil na minha mão e sorriu. - É uma garota corajosa, suportou tudo isso e ainda está aqui, bem.
- Nem tanto ... - baixei os olhos e senti meus olhos queimarem. - Ás vezes acho que estou ficando louca, não consigo dizer se você é real ou é se um fruto da minha imaginação.
- Isabella ... - sussurrou e em seguida levou sua mão ao meu rosto e meus olhos quase saltaram de surpresa. - Você sente isso? - ele acariciou minha cara. - Isso é real, eu estou aqui e acredito em você. Não se preocupe, vamos dar um jeito.
Minhas lagrimas caíram e eu segurei sua mão no meu rosto, aproveitando aquela sensação.
- Obrigada.
...
- Não achei nada - sussurrou Edward com raiva e bateu o punho na nota me assustando.
Tinha passado três dias desde que ele disse que me ajudaria, mal o tinha visto durante esses dias e ele me disse que inventou uma desculpa sobre estar doente para faltar ao trabalho e ir investigar.
- Acalme-se Edward - passei meus braços sobre a cela e agarrei seu punho. Tinha machucado a pele e uma pequena quantidade de sangue saiu pela ferida. - Não adianta de nada se machucar.
- Seu julgamento é em 5 dias - ele disse se afastando e cerrou o punho. - Como posso me acalmar? Você vai ser condenado e levada para um presidio feminino. Eu não vou poder ir para lá ou te ajudar e Deus sabe o que vai acontecer a você quando chegar lá.
Descansei a testa sobre as classes e suspirei.
- Eu sei, provavelmente vou ser morto - sorri sem humor. - Vejo na TV essas mortes misteriosas que acontecem nos presídios, principalmente sobre pessoas odiadas pela sociedade. Eles vão me matar.
- Você não sabe - ele agarrou meu braço e olhei para cima, parecia angustiado e furioso. - Essas pessoas são doentes, eles não vão te matar tão fácil, vão te fazer sofrer e os guardas não vão estar nem ai pra isso.
Fiquei em silencio por um momento antes de suspirar.
- Estava pensando em confessar - confessei e seus olhos se arregalaram. - Posso morrer facilmente, uma cadeira elétrica parece mais confortável para mim do que um bando de presidiárias raivosas.
- Não - ele rosnou e fechou os olhos por um segundo tentando se acalmar. - Você não vai morrer assim, juro por Deus que vou te tirar desse lugar. Seja por bem ou por mal - jurou e me assustei por suas palavras.
- O que você vai fazer? - perguntei com medo que ele pudesse fazer algo que o prejudica-se. Não por mim, não por alguém como eu.
- Uma loucura, provavelmente - disse, seus olhos determinados.
- Edward, por favor, não faça algo que pode prejudicar-lo.
- Acalme-se Bella - disse e senti meu coração acelerar. Ele nunca tinha me chamado assim e pensei que odiaria ser chamada por esse apelido novamente, mas não senti. - Não vou fazer algo louco, além disso, ainda não desisti de você. Vou continuar investigando.
Assenti, mas meus olhos se desviaram para seus lábios.
Bella.
Senti meu coração pulsar novamente e mordi o lábio com força.
Não posso sentir isso.
Nunca.
- Promete não fazer uma loucura? - perguntei e ele assentiu.
- Prometo.
Edward não apareceu por cinco dias.
Finalmente o dia do meu julgamento chegou. O guarda que levou parecia contente e segurava meu braço com força, como se quisesse me impedir de fugir.
Como se eu pudesse.
- Onde está aquele policial ruivo? - perguntei não querendo demostrar que o conhecia e o guarda riu.
- Cullen? Ele foi considerado - disse e minha respiração falhou. - Ele foi visto pelas câmeras, estava sendo muito amigável com você e invadiu a sala de arquivos - disse me olhando irritado. Provavelmente achava que era minha culpa novamente. - Você pode ser uma maldita manipuladora, mas não vai estragar mais a vida de ninguém por muito tempo.
Soltei um riso sem humor e olhei para meus pés próprios.
Era isso então?
Eu não tinha mais ninguém ao meu lado. Minha família, meu tio Carlisle, minha amiga Rose, Edward ...
Eu estava sozinha de novo.
Por que estou viva ainda? Por que tenho que aguentar tudo isso?
Era melhor eu morrer de uma vez, antes que estragasse a vida de mais alguém. Todos perto de mim tem um destino terrível, talvez seja por isso que meus amigos se afastaram, talvez eu esteja destinada a ficar só.
E estava na hora de aceitar esse destino terrível.
- Vamos - disse rudemente o guarda me puxando para fora do caminhão blindado da policia.
Assim que me sai deparei com uma multidão enfurecida gritando coisas terríveis. Uma lata acertou minha cabeça e quase cai se não fosse pelo guarda que me segurava.
Minha cabeça latejou de dor e quando a toquei senti um liquido, olhei para meus dedos e vi que era meu próprio sangue.
- Vê isso? - o guarda sussurrou no meu ouvido. - Essas pessoas te odeiam cadela. Você é um mostro repugnante e vai pagar tudo por isso hoje.
Olhei para o guarda com raiva e cúspide na cara dele. Vi a fúria no seu olhar e sabia que ele queria me bater, mas não podia, não com tantos repórteres aqui.
- O que é seu está guardado - rosnou e me puxou em direção como escadas.
Olhei para trás, e uma fúria que nunca senti antes me bateu a essas pessoas me chamando de monstro. Avistei um cartaz mais ao fundo e estava escrito "Morra!" em tinta vermelha.
Nunca tinha sentido isso antes, eu estava tão furiosa, tão irritada ... O que eles sabiam? O que sabiam sobre mim? Eles não me conheciam, não sabiam que estavam sendo enganadas e eu era a única vitima disso.
Eu não tinha culpa de nada.
Quando eles descobrissem a verdade seria tarde demais. Carlisle, meus amigos, essas pessoas ...
Eu os faria se arrependerem.
Eles me matariam, eu me certificaria disso, e a culpa iria para sempre assombrá-los.
Quando o julgamento começou eu não me abalei, quando eu acusaram eu não reagi, escutei todas as pessoas próximas de mim acusarem bem diante dos meus olhos e apenas assisti sem demostrar nada, mas quando finalmente chegou minha vez de falar chegou, eu despejei tudo que queria.
- Isabella Marie Swan - o promotor começou. - Você negou até hoje todas as acusações. Diante de tudo que foi exposto, ainda pode dizer que é inocente?
Me levantei e encarei o juiz.
- Posso dizer algo antes? - ele assentiu e olhei para as pessoas presentes na sala. - Eu passei a minha vida toda convivendo com essas pessoas, um dia chamei vocês de amigos ... - olhei para Jessica, Kate e Irina que me encaravam com raiva. - De família - olhei para Carlisle que estreitou os olhos. - E de irmãos. Eu passei os melhores momentos a minha vida com vocês e fui tão feliz. Pensei que seria assim para sempre, que sempre seriamos amigos e que sempre confiar em vocês, pois passamos tantos momentos juntos, tantas memórias ... - sorri olhando para seus rostos. - Mas nunca imaginei que vocês eram esses tipos de pessoas, tão traiçoeiros e venenosos como uma serpente, me envergonho de vocês, te der compartilhado minha vida com as pessoas assim!
- Sua cadela falsa! - gritou Jessica.
- Vaca mentirosa! - gritou Tânia com fúria e todos os outros da plateia os acompanam nos gritos.
- Silencio! - disse o Juiz batendo o martelo na mesa, mas ninguém se calou.
- Eu odeio vocês! - gritei sentindo lágrimas escorrendo.
- Vaca!
- Colocar um!
- Vocês vão ter o que merecem! - gritei tentando me aproximar, mas os guardas me seguraram. - ODEIO VOCÊS!
- Silencio! - gritou o juiz novamente. - Se continuarem falando vão ser presos por desacato a autoridade! - ameaçou e todos quase que instantaneamente se calaram. O juiz me olhou e eu estava arfando como se tivesse corrido uma maratona. - Isabella! Como você se declara?
- Já que vocês querem tanto isso! Eu assumo! - gritei, como lagrimas progredindo pelo meu rosto. Olhei para todos, minha boca se abriu e fechou várias vezes. Eu tinha que dizer, tinha que falar ... Mas a minha voz não queria sair, sentia como se o ar tivesse fugido dos meus pulmões, minha garganta queimava e mordi o lábio com tanta força que senti o gosto de sangue invadir minha boca. Fechei os olhos com força e gritei. - Eu matei meus pais! Matei minha irmã! Matei minha família. Satisfeitos? Vocês queriam isso! Eu digo!
Estava acabado.
Tudo acabado.
Fui conduzida de volta para o caminhão da polícia.
Não fixe focar em nada, na minha sentença de morte, na multidão gritando comigo, me chamando de assassinada, nos objetos que jogavam em mim ... Tudo passava como um borrão.
Só pensar no que eu havia feito.
Eu fiz isso. Inocentei o assassino da minha família, o deixei livre para cometer outros crimes e machucar mais pessoas.
Não sei mais o que é certo ou errado. Não consigo distinguir mais nada.
Os policiais me eliminam no caminhão e correram para conter algumas pessoas quando elas correram revoltadas na minha direção.
Eles me trancaram e eu não pude ver mais nada.
Finalmente sozinha deixei como lagrimas caírem, cai pra frente de joelho e me joguei no chão. Não tentei abafar meus soluços, soltei um gemido estrangulado de dor. Meu coração ardia, queimava, me perfurava ... Eu sentia tanta dor.
Não me importei quando o carro começou a se mover, nem quando percebei que os guardas não voltaram. Apenas fiquei ali no chão, destruída, destroçada, triturada ... Era assim que me senti.
Não sei quando tempo andamos, escolhido horas, mas ainda continuava na mesma posição. O carro finalmente parou e escutei uma porta para abrir.
Bom ... Eles iam ter que me arrastar dali. Eu não tinha janela para levantar.
Mas então senti um toque gentil nas minhas costas e uma voz que nunca mais pensei escutar.
- Bella bebê ... - murmurou e me puxou para fora do chão. - Bella está tudo bem ...
- Ed-dwa-ard? - gaguejei levantando a cabeça e ele me envolveu com seus braços. Minha cabeça em seu pescoço sentindo seu cheiro amadeirado, suas mãos em minhas costas e suas pernas agachadas a minha frente. - O q-que faz a-aqui?
- Eu vim te buscar, disse que não deixaria você ser morta - seus braços me apertaram. Minhas mãos estavam tremulas e eu acho que não tinha força o suficiente, mas me afastei para olhar seu rosto.
- O que você fez? - sussurrei levando minhas mãos tremulas para seu rosto.
- Uma loucura - o canto dos seus lábios se elevou e seu famoso sorriso torto estava ali. - Desculpe, quebrei minha promessa.
- Você é louco - sussurrei e seu sorriso crescendo.
- Provavelmente.
Olhei para seu rosto bonito e me inclinei para frente. Meus lábios tocaram os seus em um beijo tímido, pensar que ele iria me afastar, principalmente por causa da bagunça que eu estava, mas me surpreendi quando ele subiu uma mão para minha nuca e outra para meu rosto e inclinou meu rosto em um ângulo melhor , aprofundando o beijo.
Seus lábios eram gentis, eu percebia que ele se esforçava para ser um cavalheiro, provando meus lábios lentamente, tocando meu rosto com delicadeza, como se eu fosse quebrar a qualquer momento e eu apreciei isso, mas não era o que necessitava no momento. Eu preciso me certificar que isso era real, que eu estava aqui e não jogada em uma sela sonhando com esse momento.
Eu preciso de mais.
Envolvi seu pescoço com meus braços e o puxei para mais perto de tentar fazer-lo perder sua resistência, e quando toquei a ponta da minha língua nos lábios, foi que ele gemeu e perdeu o controle.
Seus lábios definidos a se mover mais rápido e ele passou os braços de cobre minhas pernas e me levantou no colo se levantando sem parar de me beijar.
Senti o metal frio do caminhão tocar minhas costas e ele levou as mãos as minhas nádegas, puxando minhas pernas para cima e como envolvi ao redor do seu quadril. Podia sentir sua excitação tocar intimamente sobre o roupão cinza da cadeia e soltei um gemido alto com o contato.
O ar se fez necessário e nos separamos, mas ele migrou seus beijos para meu pescoço e quando deu uma mordida e um forte chupão na minha pele, gemi alto e ele afetado acordar de algum transe.
- Merda - praguejou e me soltou. Mas minhas pernas ainda estavam fracas, teria ido ao chão se suas mãos não me segurassem a tempo. - Me desculpa Bella, é só que eu ...
- Shiii ... - levei minhas mãos para seus lábios, impedindo-o de falar. - Eu quero isso Edward, quero você, quero me sentir viva ...
- Tem certeza? - perguntou cauteloso e assenti. Ele me pegou se a surpresa ao me prender a parede do carro de novo. - Desculpe, acho que não vou conseguir ser gentil.
E seus lábios estavam nos meus novamente.
Aquele sentimento que antes voltou com força total, presa por aquele prazer fenomenal, eu não me importei com mais nada.
Minhas mãos tiraram automaticamente seu colete à prova de balas e desabotoaram sua farda. Eu sabia que ele era um cara forte, seus braços sempre foram visivelmente musculosos, mas olhar para seu peito nu era ... Uau. Ele não parecia em nada com os caras que eu fiquei antes, havia algo sombrio e quente nele que me atraia de forma devastadora.
Me inclinei para passar a língua pelo seu peito, a pele estava um pouco bronzeada pelo sol e seus músculos, já duros, se contraíram pelo meu toque. Minha língua percorreu um longo caminho, subindo por sua clavícula em direção ao seu pescoço parando em cima da sua jugular. A veia estava pulsando e ele parecia fazer um esforço sobre-humano para me deixar explorá-lo, porém quando mordi seu pescoço, ele gemeu e um rugido feroz - que provavelmente deixaria até mesmo um urso com medo - brotou do seu peito e ele puxado perder o pouco controle que tinha.
Ele não foi um cavalheiro quando rasgou minhas roupas e me deixou apenas com uma calcinha, não foi nada gentil quando me tocou intimamente, me fazendo vir em seus dedos em poucos segundos, e parecia me preparar para sua entrada de forma impaciente.
Ele rasgou minha calcinha e levou uma mão para as suas calças, abrindo o zíper rapidamente e baixando um pouco as calças e a boxer, o suficiente para pegar seu membro entre as mãos e o levar em direção a minha entrada.
Eu gemi quando a cabeça do seu pau entrou em contato com a entrada da minha vagina e agradeci por ele entrar devagar. Nunca tinha feito sexo com alguém tão grande e grosso antes, mas quando finalmente entrou todo, me senti tão cheia e completa como nunca me senti.
- Bella ... - ele gemeu quando impulsionou para a frente pela primeira vez e joguei a cabeça para trás. Era tão bom que chegava a ser doloroso.
Suas investidas lentas, mas logo ele aumentou a velocidade, me golpeando tão forte contra a parede que eu senti o caminhão balançar.
Eu tinha me perdido, o prazer era tão imenso que tudo que eu fazia era gemer seu nome e fechar os olhos com força.
Nunca havia pensado que gostaria de fazer sexo assim, forte e violento, mas gostei, parecíamos dois animais reivindicando um ao outro. Minhas unhas arranhavam suas costas com força e uma pequena parte minha sabia que aquilo poderia doer, mas a outra parte, a maior, estava imersa demais no prazer para ligar para isso.
Edward também parecia alheio, sua boca estava em meu ombro, mordendo-o com força, mas eu não sinto nada a não ser nas suas investidas dentro de mim.
Eu senti meus músculos se contraindo e podia sentir que estava perto.
- Bella, bebê ... - ele soltou meu ombro. - Olha pra mim - fiz o que ele pediu e ele me olhava nos olhos. O azul claro estava normal e seu rosto estava suado pelo esforço. - Vem comigo, goza comigo ...
- Sim! - gemi alto quando percebi que estava mais perto e com algumas estocadas eu vim entorno dele mordendo seu ombro para impedir meu grito.
Edward me acompanhou segundos depois e poiou sua testa na minha. Nossas respirações ofegantes e nossos corpos suados, podia sentir as batidas do meu coração se acalmando os poucos.
- Edward? - sussurrei minutos depois.
- Zumbir? - murmurou ainda de olhos fechados.
- O que vamos fazer agora? - perguntei e ele se afastou para me olhar. Eu era uma fugitiva, ele um policial, meu cumplice. Isso não poderia acabar bem.
Apesar de tudo isso, ele sorriu.
- Para onde você quer ir?
- Para qualquer lugar, desde que seja com você - respondi rapidamente e ele voltou a encostar sua testa na minha.
- Então vamos embora daqui. Eu e você, sempre, juntos - prometeu e sorri.
Juntos ...
Parecia uma ótima ideia para mim.
...
- O que fazemos aqui? - perguntei com curiosidade e Edward ajustou meu boné, de modo que escondesse meu rosto das câmeras.
Estávamos em alguma cidade pequena chamada Forks, um paraíso verde sem fim. Tínhamos acabado de chegar.
Fazia quase três dias que tinha fugido da prisão. Edward conseguido um carro velho emprestado, disse que era de alguém de confiança, um antigo "parceiro" do seu tempo rebeldia e que imobilizados seguros.
- Preciso encontrar alguém - disse e segurou minha mão nos levando para algum lugar. - Ele vai nos ajudar a sair daqui, vamos para algum lugar seguro. Um país vizinho ou uma ilha deserta.
- Uma ilha? - perguntei impressionada e ele riu.
- Sim bebê. Meu pai era um velho escroto, mas tinha uma fortuna. Quando morreu, para sua infelicidade completa, eu era o único familiar dele, por isso fiquei com a integração toda.
- Você é rico? - torci o nariz e ele o beliscou, rindo. - Você não parecia alguém rico.
- Eu sei, não gosto de gastar a grana do velho, mas agora vou usar por um bem maior - ele sorriu e parou para tocar meu cabelo falso. - Não gostei dessa cor, prefiro o moreno. Fica bem em você.
Eu usava uma peruca loira, ele não havia gostado muito da minha escolha, mas eu sim. Era como se Rose estivesse do meu lado.
- Eu sei, vou deixar meu cabelo solto quando estivermos seguros - pisquei e ele abriu um sorriso atrevido.
- Ou quando estivermos sozinhos - moveu as sobrancelhas sugestivamente e ri socando de leve seu braço. - Vamos, vou te deixar em uma lanchonete.
- Porque? Eu quero ir com você - reclamei e ele balançou a cabeça.
- Pode ser perigoso para você. Eu volto logo, enquanto isso coma alguma coisa, só não deixe que ninguém veja seu rosto.
- Tudo bem - suspirei resignada e ele baixou o rosto para beijar meus lábios rapidamente.
Alguns minutos depois Edward me deixou em uma lanchonete praticamente vazia e me entregou alguns dólares, a cidade era realmente pequena e não tinha muita gente circulando na rua.
Fiquei dedilhando meus dedos pela mesa, tinha comido dois sanduiches e estava cheia. Edward ainda não tinha voltado e eu estava começando a ficar impaciente.
Quando o tempo ele vai demorar?
O único problema de cidades pequenas como essa, é que todo mundo se conhece. As pessoas cresceram juntas, então todos sabem quem são daqui e forasteiros, como nós, chamam bastante atenção por onde passam.
Já podia sentir alguns olhares curiosas na minha direção e baixei a cabeça, ajustando o boné e tornando praticamente impossível de ver meu rosto.
Olhei pelo vidro da janela e percebi que caia uma fina camada de chuva.
Foi então quando vi.
Vestia um capuz de chuva amarelo e andava rapidamente na direção da lanchonete que eu estava. Ele aplica a cabeça e olhou para trás quando alguém se aproximou e lhe falou alguma coisa, ele franziu o cenho e coçou a barba escura, se despediu da pessoa e entrou na lanchonete.
- Oi Carmem - cumprimentou e ela sorriu.
- Bom dia Billy, o mesmo de sempre?
- Você me conhece. Preciso de um bom café para acordar bem - seus lábios sorriram e eu fechei o punho.
Eu não tinha duvida.
Já havia visto esse sorriso antes.
Era ele.
O assassino dos meus pais.
O observei pelo canto do olho durante os próximos minutos, o escutei rir e falar animadamente com seus amigos. Eles não faziam ideia que falavam com um assassino e ele parecia tão amigável que chegava a parecer uma pessoa decente, mas eu sabia o que ele escondia por trás daquele rosto amigável.
Depois do que pareceram horas, ele se formou e se despediu dos amigos. Eu não poderia deixar-lo ir assim.
Deixei algumas notas de dólar em cima da minha mesa e o segui a distância.
Seus passos eram lentos e ele falava com alguns amigos no caminho. Ele se dirigiu a um canto remoto da cidade e entrou no que parecia ser uma obra em construção.
Olhei para os lados e percebi que não havia ninguém. Rapidamente corri para me espreitar pelo portão de ferro.
Olhei confusa para os lados, ele tinha sumido.
Andei lentamente pelo local, havia um grande buraco sendo cavado no centro da construção e grossas colunas ao redor sendo construídas. Olhava desconfiada para os lados, mas parecia que ele tinha desaparecido.
Me aproximei de uma pilha de tijolos e escutei um barulho atrás de mim, me virei, mas então senti algo bater na parte de trás da minha cabeça e cai no chão.
Olhei para cima e o avistei segurando uma barra de ferro, olhando com os olhos abertos e afiados.
- Quem é você? - perguntou em uma voz assuntoamente calma. - Seu rosto me parece familiar.
Apoiei o cotovelo no chão e tentei levantar, mas minha cabeça doía tanto que quase me fez desabar.
- Eu sei o que você fez, seu porto imundo! - rosnei e ele franziu o cenho.
Ele se aproximou e se inclinou na frente, ficando com o rosto próximo ao meu. Tentei me arrastar para trás com ajuda do cotovelo, mas então ele segurou minha mandíbula com a mão, apertando com tanta força que chegava a doer.
- O que eu fiz? - seus olhos estavam grandes e tinha algo doentio neles.
- Você matou a minha família bem diante dos meus olhos. Se embrulhado de mim? Seu assassino!
Ele enrugou a testa e em seguida um flash de entendimento por seus olhos.
- Ah, o do Swan? - sorriu e levou a outra mão para meu boné, arrancando-o junto com minha peruca loira. - Você é uma garota fugitiva, uma filha mais velha, não é? Isabella Swan.
- Você é desprezível!
- Fiquei triste ao saber que uma pessoa escapou, seu belo rosto ficaria maravilhoso cheio de desespero - ele alisou meu rosto com a outra mão e cuspi em seu rosto.
- Fique longe de mim!
- Cadela irritante - rosnou e me jogou no chão.
Flexionei meu joelho pra cima, acertando-o bem no meio das pernas e ele arregalou os olhos antes de cair no chão sem ar.
Aproveitei e levantei do chão me preparando para correr, mas mal dei dois passos e ele agarrou meu tornozelo, me fazendo cair.
- Sua puta imunda! - rugiu meu pescoço com as duas mãos enquanto me debatia, mas ele subiu em cima de mim e não consegui me soltar. - Vou fazer você encontrar com sua família.
Eu estava ficando sem ar, levei minhas mãos como suas e tentei tirá-las do meu pescoço, mas sua força era infinitamente maior que a minha. Aranhei sua pele com minhas unhas e me debatia desesperada, seu rosto estava contorcido em fúria e ele sorria, o mesmo sorriso diabólico que o vi fazer enquanto estrangulava minha irmã.
Senti uma coisa crescer na minha coxa e não podia acreditar naquilo, mas ele estava se excitando com aquilo.
Senti como lágrimas se acumularem nos cantos dos meus olhos ao me dar conta da verdade. Eu vou realmente morrer. Ele vai me matar.
Ofeguei a procurar de ar, mas este nunca veio, minha força começou a diminuir e minha consciência a querer embora. Estava prestes a desmaiar quando escutei um barulho baixo de disparo e senti o corpo dele parar.
Algo vermelho caiu por seu pescoço e ele desfaleceu ao meu lado.
Respirei com força, forçando o ar a entrar nos meus pulmões.
- Bella! - escutei uma voz familiar e olhei para cima.
Edward se ajoelhou a minha frente e me tocou em todos os lugares para me certificar que estava tudo bem.
- Eu quase morri de preocupação - disse e me puxou para seus braços, me abordando com tanta força que doeu. - Nunca mais desapareça assim de novo. Ouviu bem? Nunca mais!
- Como ... - minha voz saiu rouca e fraca e podia sentir minha garganta arde. Eu preciso de um bom gole de agua. - Como me achou?
- O celular que eu te dei tem um rastreador, coloquei por precaução, pensei que nunca teria que usar, mas estou aliviado que o fiz - ele se afastou para me olhar. - Por que fez algo assim? Você é louca? - gritou e senti as lágrimas caírem dos meus olhos.
- Ele é o assassino - sussurrei e seus olhos cresceram.
- Você nunca deveria ter o seguido Bella. Deveria ter me esperado e daríamos um jeito nesse mostro - apertou meus ombros e me olhou sério. - Prometa-me que nunca mais fará algo assim outra vez. Eu não vou conseguir viver sem você e esperei muito tempo para estarmos finalmente juntos. Prometa-me - seus olhos me encaravam preocupados e assentidos.
- Eu prometo.
Ele me levantar a levantar e pegar nos braços quando minhas pernas fraquejaram.
Olhei para o corpo de Billy caído no chão com um furo na nuca e sangue ao redor, desviei os olhos e envolvi o pescoço de Edward com os braços. Descansei minha cabeça em seu ombro e disse com a voz falha.
- Me leve embora daqui.
Ele começou a andar e fechei os olhos, sentindo-me em paz pela primeira vez em muito tempo.
Tinha acabado.
Finalmente.
Um dia depois eu e Edward dentro de um enorme barco na praia de La Punh.
Seu "amigo" tinha arranjado para nós em troca de uma pequena fortuna.
- Você sabe dirigir? - perguntei desconfiada e Edward riu.
- É claro que sim.
Minha voz ainda estava meio rouca. Edward disse que era sexy, mas eu sabia que ele tentava esconder a irritação, principalmente quando via as marcas rochas ao redor do meu pescoço.
Eu tinha comprado um cachecol para esconder, além de outras coisas, Edward havia dito pra compras muitas coisas. Aparentemente ficaríamos longas semanas vivendo no mar antes atravessarmos para as aguas internacionais e irmos para outro país.
Eu escolhi o Brasil, mas ele ainda estava em duvida.
- Pronta para fugir daqui? - ele perguntou ao ligar o barco e estendeu a mão, um agarrei sorrindo quando ele puxou meu corpo de encontro ao seu e passou seu braço ao redor da minha cintura, em um gesto possessivo.
- Sempre estou - me inclinei e tomei seus lábios com urgência.
Suas mãos desceram pela minha cintura e pararam em meu bumbum. Afastei-me rindo e dei um tapa de leve na sua mão travessa.
- Mais tarde - sussurrei em sua orelha. - Você tem que dirigir um barco.
- O que? Não é como se eu fosse bater em alguma coisa - ele riu e balancei a cabeça.
- Nada disso marujo - peguei o quepe em cima da cadeira e coloquei em mim enquanto sentava e cruzei as pernas. - A capitã dá as ordens aqui.
- Bebê ... - ele gemeu e fechou os olhos por um segundo. Mordi o lábio ao perceber uma saliência distinta crescendo em frente a sua calça. - Não faça isso comigo, já é uma tortura quando você não está fazendo nada.
- Bem, Sr. Cullen - levantei e parei a sua frente, colocando minhas mãos em seu peito e deslizando-as até seu estomago. - Você vai ter que aguentar. - ele soltou um gemido estrangulado e sorri deitando minha cabeça em seu peito, suas mãos imediatamente para minha cintura. - O que você quis dizer quando disse que esperou muito tempo para estarmos juntos?
Seu corpo estancou e, como estava com a cabeça colada em seu peito, escutei seu coração agitar.
- Edward?
Ele suspirou e me afastou para olhar em meus olhos.
- Você sempre ia visitar seu pai no trabalho - ele começou. - Eu te via ali, sorrindo para ele, um sorriso tão brilhante e feliz ... - levou uma mão ao meu rosto e me acariciou. - Eu não sei como aconteceu, começou como uma necessidade de ver você, mas depois eu precisava ver você. Seu pai notou minha mudança de comportamento e mais ainda, os olhares que eu dava a você, e ele conversou comigo, pensei que me mandaria ficar longe da sua filhinha, mas ... - ele riu com a lembrança e nesse momento meus olhos já estavam marejados. - Ele me um conselhou,eu não acreditei naquilo, mas ele me disse que se eu quisesse ter uma chance com você, teria que mudar e que não seria contra nosso relacionamento desde que eu me mantivesse no caminho correto. A partir dai ele me qualificar, fiquei livre das drogas, das encrencas e depois virei policial. Eu não sabia disse até pouco tempo atrás ... - ele sorriu limpando como lagrimas traiçoeiras que caiam dos meus olhos e continuado. - Mas seu pai já sabia que eu estava completamente apaixonado por você.
Meu coração disparou e senti coisas estranhas no meu estomago, coisas que me faziam querer rir como uma louca.
- Eu também estou apaixonada por você - sussurrei e ele sorriu antes de unir seus lábios aos meus.
Ele tinha me salvado da escuridão.
Tinha sido meu ar, minha esperança e meu apoio quando eu precisoi.
Não sabia o que aconteceria dali para frente.
Se esse era o famoso "felizes para sempre" que tanto falavam.
Mas de uma coisa eu tinha certeza.
Esse momento, "nós", esse amor existia.
Esse sentimento que sinto não pode ser errado, era puro e verdadeiro e eu jamais senti algo assim antes.
As consequências que se danem.
Não me preocuparia mais com o que pode acontecer de errado, com o que aconteceu ou que preço tenho que pagar por me sentir tão feliz .. Isso não importava mais. Isso é real, eu estou viva, eu posso tomar minhas próprias escolhas e eu escolho isso.
Afinal, é errado ser feliz?
