Notas iniciais:

Essa narração é parte de uma au!text postada no Twitter em 2019 chamada "Best Man". Ginny é escolhida para ser a madrinha do casamento de Rony e Hermione, e Harry é escolhido para ser o padrinho, mas eles não se conhecem a não ser por mensagens de texto. Cho, Ginny, Hermione, Luna, Parvati e Lavender são amigas (as duas últimas são mais que isso).

Você não precisa ler a au para entender essa fanfic.


Tweets 127-134.

Quando Ginny entrou no quarto de Hermione, encontrou a garota exatamente como Cho tinha mostrado no seu Instagram: roupa normal, escrevendo numa caderneta e mexendo no celular — apesar de ter ignorado completamente as notificações do Instagram e suas mensagens no WhatsApp.

— Mione, o que tu tá fazendo? — ela exclamou, assustando a amiga, que não tinha percebido sua presença — Falta uma hora para o casamento! Você precisa se arrumar!

— Mas eu preciso ter certeza de que tá tudo correndo bem — Hermione tentou argumentar.

— Não vai correr nada bem se a noiva deixar o noivo plantado no altar — Ginny a repreendeu — Francamente, se era pra ficar preocupada assim, devia ter contratado uma organizadora de casamentos, mesmo que fosse extrapolar o orçamento.

— Nem brinque com isso.

Depois dessa bronca, ela conseguiu convencer Hermione a finalmente colaborar. Parvati e a Srª Granger apareceram para poder ajudar na sua arrumação. Mesmo que pôr o vestido não fosse demorado, o problema seria fazer a maquiagem, penteado, pôr os acessórios na noiva nervosa e ainda chegarem na igreja à tempo. Hermione parecia finalmente ter percebido o que a sua demora poderia causar no tempo delas.

— Relaxe, é chique a noiva se atrasar — Parvati deu uma piscadela, antes de instruí-la a fechar os olhos para poder passar a sombra.

Lavender entrou no quarto, segurando a sacola onde tinham deixado os acessórios já prontos desde o dia anterior, imaginando a correria que seria na data.

— Pat, olhos na Mione — Cho disse.

Então Parvati disfarçou, fingindo que não tinha se distraído com o vestido de Lavender.

— Não me deixe com cara de palhaça — Hermione brincou, aproveitando a oportunidade.

— Eu teria que me esforçar muito para isso — ela deu mais uma piscadela para a amiga, antes de afastar-se, contemplando o seu trabalho — Os acessórios, garotas.

Ginny foi ajudar Lav a puxar as coisas da sacola. A Srª Granger pegou a maior caixa, indo até a filha.

— Não precisa de tanta coisa, gente — Mione disse.

— Precisa sim — Pat retrucou — Tradição de casamento.

— Algo velho — a Srª Granger abriu a caixa, mostrando o colar que tinha ganhado em um aniversário de casamento e que a sua filha admirava quando criança.

— Algo emprestado — Ginny mostrou a tiara que toda Weasley usava no dia de seu casamento — Não tivemos que pedir a tia Muriel, Fleur não devolveu.

— Algo novo e algo azul — completou Lavender, mostrando o par de brincos que a Srª Granger tinha comprado para combinar com o colar e uma pulseira azulada que elas tinham comprado para ela.

— Agradeça que não deixamos Gin vir com a história da liga por baixo do vestido — Cho lançou um olhar de censura para a ruiva.

— Não sei do que estão falando — ela se fez de ingênua.

Elas rapidamente arrumaram a noiva, depois que ela se recuperou de uma quase crise de choro — ainda bem que a maquiagem era à prova d'água —, e então desceram para que pudessem ir para a igreja.

Ginny foi no carro com Mione e os pais dela, podendo ver o quão nervosa ela estava.

— Eu sinto que esqueci alguma coisa — ela disse — Gin, eu tenho certeza que esqueci alguma coisa.

— Ei, você não esqueceu nada. Relaxa — a madrinha tentou acalmá-la — Respira fundo.

Hermione seguiu o seu conselho, tentando se acalmar. Não conseguia imaginar como era estar no lugar dela, prestes a passar o resto da vida com alguém. Devia estar cheia de dúvidas e incertezas.

Não demorou muito para estarem em frente à igreja. Ginny rapidamente abriu a porta do seu lado do carro. Precisava estar no altar esperando pela amiga, quem sabe tentar acalmar Ron um pouco.

— Não vai — Mione reclamou.

— A gente se vê daqui a pouquinho — deu uma piscadela para ela, antes de fechar a porta atrás de si.

Lavender, Parvati e Cho chegaram praticamente ao mesmo tempo que eles, em outro carro. Luna devia estar lá dentro havia muito tempo. Ginny trocou um olhar com as amigas, antes de ir em direção ao altar, onde os padrinhos dos noivos ficavam.

No caso, apenas ela e o tal de Harry Potter.

Estava tentando não pensar muito nessa parte.

Rony já estava lá na frente, conversando com a mãe deles, que tentava acalmá-lo. Assim que ele viu a irmã chegando, parou de falar, querendo enxergar algo na sua expressão facial.

Seria uma ótima hora para dizer que Hermione fugiu com um colega de trabalho dela.

Não, ela não seria tão maldosa a esse ponto. Mas que era uma oportunidade perdida era.

— Tudo certo — ela assentiu para o irmão — Ela está vindo.

Ele soltou o ar e assentiu para ela também.

Sua mãe deu um último abraço nele, antes de ir para perto de seu marido. A mãe de Hermione se aproximou, também indo para seu lugar. Ginny foi para o lado da Srª Granger, sentindo o olhar do padrinho de Rony, a quem ela não cumprimentou, antes da marcha nupcial tocar.

Hermione estava deslumbrante. Não tinha palavra melhor para descrevê-la. Assim que Rony a viu, foi como se todo o seu nervosismo tivesse se dissipado.

Ginny prestou tanta atenção à cerimônia quanto prestava atenção às missas de domingo que sua mãe a obrigava a ir quando criança. Ou seja, nenhuma.

Provavelmente Luna teria ótimas cenas da sua cara de paisagem olhando para o nada na gravação do casamento.

Ela só voltou a prestar a atenção quando era o momento dos votos.

— Escolher a pessoa com quem você quer dividir sua vida, é uma das decisões mais importantes que qualquer um pode fazer, sempre — Rony começou a dizer.

Hermione soltou um som estrangulado pela boca fechada e Ginny sabia que ela estava se controlando para não atrapalhá-lo e surtar que nem uma adolescente ali mesmo.

— Porque quando dá errado... Deixa sua vida cinza, e às vezes você nem nota, até acordar numa manhã, e perceber que anos se passaram. Nós dois pelo menos não tivemos que passar por isso, Mione — ele deu um sorriso para ela.

"Boa, garoto" Ginny pensou.

— Sua amizade trouxe um colorido novo a minha vida, e esteve presente nos momentos mais difíceis, e eu sou a pessoa mais sortuda do mundo por essa dádiva. Mais sortudo ainda sou por você ter aceitado ser a minha melhor amiga e namorada para todo o sempre.

Ele não estava lendo em um papel, então Ginny se perguntava quantas vezes ele tinha repetido aquele discurso até decorá-lo. Precisava reconhecer o esforço do irmão, ele tinha feito modificações maravilhosas no discurso.

— Espero saber dar valor a isso, talvez eu não tenha dado antes porque às vezes você demora a perceber que a melhor coisa que já aconteceu a você está ali, debaixo do seu nariz. Mas tudo bem, isso não importa mais. Independentemente do que aconteça, não importa onde a gente esteja ou com quem, eu vou sempre, com toda a força, verdadeiramente, completamente, amar você.

Hermione olhou para Ginny acusadora e ela negou com a cabeça como se dissesse "não olhe para mim, ele realmente acertou dessa vez". E então ela olhou de volta para o seu noivo.

— Eu esqueci os meus votos — ela disse com a voz embargada, fazendo todos rirem — Esse é o efeito que você tem em mim, Ronald Weasley. Você consegue me surpreender cada dia mais. E Deus sabe o quanto o amo por isso e como eu mal posso esperar para ser surpreendida por você todos os dias das nossas vidas.

— Sem pressão — disse Harry, fazendo os noivos e mais algumas pessoas rirem.

Então eles disseram os votos clássicos, que Ginny e toda a população mundial tinham decorado de tanto aparecer em filmes e séries, e trocaram as alianças.

— Eu vos declaro marido e mulher — disse o padre.

Ginny no mesmo instante saiu do caminho, pensando "Finalmente, não aguentava mais ficar em pé".

Levaria em consideração que as pessoas que chamasse para serem seus padrinhos de casamento sofreriam o mesmo.

O fim da cerimônia foi uma correria para cumprimentarem os noivos, as pessoas que não ficariam para a festa e o restante ir para a casa dos Weasley. Ela pouparia a parte da locomoção, se fosse a noiva, casaria no jardim de casa mesmo.

A decoração estava deslumbrante. A sua mãe realmente tinha conseguido se superar com o pouco que tinham conseguido. Ela gostava muito de fazer casamentos, tinha feito o de Bill e Fleur, e tentava convencer os seus outros filhos a seguirem o caminho dele.

Podia imaginar como ela perturbaria os garotos agora que o mais novo tinha se casado antes deles. Esperava que com ela demorasse mais.

Tirou o celular do decote do vestido — o único lugar que encontrou para guardá-lo — e tirou algumas fotos do ambiente, apesar de saber que Luna faria fotos bem melhores com a sua câmera profissional.

— Não precisa me ligar, eu já estou aqui.

Ginny ergueu as sobrancelhas e virou-se, dando de cara com Harry.

A voz dele era mais grossa do que ela imaginava que seria.

— Deus, eu pensei que você tirava essa cantadas de algum site da internet, mas agora tô vendo que você realmente improvisa — Ginny respondeu, fazendo uma careta de propósito.

— Você não aprecia as minhas cantadas, Ginny Weasley — Harry se fingiu de indignado.

— Continue tentando. Quem sabe um dia você acerta — ela deu uma piscadela para ele.

Cho atrapalhou a conversa deles, avisando a Ginny que era a hora dos discursos para os noivos, que já tinham se sentado, assim como outros convidados.

Algumas tradições ela nunca entenderia.

Seguiu a amiga para a mesa em que Lavender e Parvati estavam sentadas de mãos dadas sob os olhares indiscretos de algumas idosas fofoqueiras. Luna estava atrás da mesa, mas de pé para poder filmar os discursos. Ela estava realmente levando a sério o presente de casamento.

Quando Fred e George foram à frente, Ginny perguntou como que a sua mãe tinha permitido aquilo.

— É, o nosso garoto está crescendo... — disse Fred, fingindo estar emocionado Sinceramente,— Ron, ninguém esperava que você a pedisse em casamento.

— A gente esperava que ela te pedisse! — George frisou o "ela" — E então a gente acordou um dia e vocês estavam noivos!

— Está bem. Você pode ser um pouco lerdo...

— Insensível.

— Sem noção às vezes.

— Mas se tem uma coisa que ninguém pode duvidar...

— É que você é completamente apaixonado por essa garota.

— Então é isso. Não a deixe escapar.

— E lembre-se que ela sempre tem razão, mesmo quando não tem.

— Se vocês discutirem, a mamãe vai ficar do lado dela.

— A gente não tá brincando, ela realmente vai.

George pegou uma taça de cima de uma mesa e a ergueu.

— Então vamos dar um brinde aos noivos! É o que a gente mais vai fazer nos próximos minutos!

— Eu não sei quem escolheu esse champagne, mas está de parabéns — disse Fred, tomando um gole, antes deles saírem.

Alguns convidados pareciam ter gostado do discurso deles e até mesmo rido baixo em alguns momentos. Era o efeito que os gêmeos tinham. O discurso podia ser uam droga, mas eles tornavam engraçado.

— Isso foi horrível — Ginny disse para as amigas.

Elas assentiram em silêncio.

Pelo menos ela teria certeza de que o seu discurso não seria o pior da noite.

— Você ainda pode mudar de ideia. Nunca é tarde para isso — o Sr Granger disse a Hermione, fazendo algumas pessoas rirem, apesar de que ele estava falando sério — Nós vamos sempre te apoiar...

A Srª Granger deu um tapa no ombro do marido, fazendo-o se calar. Ela segurava uma taça na mão já, imaginava que era o costume.

— Um dia você chegou em casa totalmente irritada — ela disse — Disse que seu amigo tinha te apresentado o maior idiota da face da Terra. Eu nunca tinha te visto tão irritada com alguém a esse ponto antes. Lembro de pensar que vocês ficariam juntos algum dia porque, por mais estranho que pareça, os melhores relacionamentos parecem começar assim.

Ginny escutou uma risada um pouco escandalosa a essa declaração, que soava como um cachorro.

— Eu estava certa — a Srª Granger olhou superior para a filha, sorrindo — Então lembre-se de me escutar da próxima vez.

Parvati tomou um gole do champagne.

Ginny pôde ver sua mãe levantar-se da cadeira, mas não sair do lugar, o que indicava que ela seria breve.

— Hermione, você já é da família há muito tempo — disse a Srª Weasley, sorrindo — Esses papéis apenas oficializam isso. Seja bem vinda oficialmente a família!

Novamente, Ginny viu as pessoas fazendo brinde e tomando champagne, mas ela estava nervosa demais com o discurso para conseguir repetir os outros. Batia o salto insistentemente contra o chão, só não chamando a atenção por ser grama.

E então viu Harry levantar de uma mesa perto da dela, onde a chamou a atenção cabelos ruivos que não eram pertencentes a um Weasley e cabelos pintados de roxo.

— Eu fui convidado a ser padrinho pelo Rony, meu melhor amigo, e eu tinha combinado com a Ginny, a madrinha, que a gente ia sacanear o Ron juntos — ele disse, fazendo com que algumas pessoas girassem para olhá-la — Eu com as histórias de colégio e ela com as histórias da infância, mas isso não seria justo. A gente já sacaneia o Ron todo dia e hoje é um dia especial. Eu não perderia a oportunidade de envergonhar a Mione, uma oportunidade que nunca mais terei na vida...

Ginny negou com a cabeça. Ele realmente não tinha amor à vida.

— A sua mãe me ajudou — Harry disse a Hermione, fazendo ela olhar alarmada para o papel que ele tirou do bolso da calça — Obrigado, senhora Granger. Vamos lá... "Marietta Edgecombe, nós somos as garotas mais inteligentes da 2ª série. Mas essa sala é pequena demais para nós duas. Se eu fosse você ,pedia para mudar de sala por causa que eu vou terminar com vocês nos próximos testes. Ah! E sugiro que tire os olhos de Viktor Krum, ele é meu para sempre. Assinado, Hermione Granger".

Ginny não pôde evitar rir, nem mesmo pela sororidade em relação à amiga. Ela era tão fofa quando criança.

Hermione escondeu o rosto no ombro de Rony, com certeza vermelha de vergonha.

— Que isso, Mione. Eu não sabia que você era tão competitiva assim! — Harry brincou — Sinto muito por isso, Ron, achei que você precisava saber que você nunca estará acima de Viktor Krum, ele é dela para sempre. Felicidades ao casal!

Lavender distraiu Ginny da saída do padrinho, cutucando-a por baixo da mesa.

— É você agora — ela indicou.

Tinha que ser justo a última?

O discurso de Harry a tinha distraído do nervosismo do seu. Levantou-se da sua cadeira, indo em direção ao centro.

— Vocês sabiam que o momento de brinde aos noivos foi criado como uma precaução contra o envenenamento? Eu não sabia. Descobri pesquisando na internet como se faz um discurso de madrinha — ela começou.

Escutou algumas risadas leves.

Ela nem tinha feito uma piada!

— O Harry fez referência a Gilmore Girls. Ele achou que eu não ia perceber, mas eu percebi — comentou, olhando acusadora para o garoto, ainda indignada que ele adaptou a ideia de uma série de TV — "Quando você percebe que quer passar o resto da sua vida com alguém, você quer que o resto de sua vida comece o quanto antes". Se toda a proclama não demorasse esse tempo todo, com certeza o Rony casaria duas semanas depois do pedido. E, sério, quem pode culpá-lo? Nós tivemos um grande exemplo de amor em casa. Nossos pais são casados há mais de 30 anos e isso é muito hoje em dia.

Viu seus pais sorrirem para ela, a cabeça de sua mãe deitada no ombro de seu pai.

— Parece que as pessoas estão desistindo fácil demais. Eles são o que me fazem acreditar no amor, que ele pode dar certo. A vida não é fácil, não é para ser — ela virou-se para a sua melhor amiga e irmão — Então, quando vocês pensarem em desistir, pensem neste momento. No dia mais feliz da vida de vocês. Pensem em todos os momentos felizes, em quando vocês aceitaram se unir para todo o sempre, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, antes de dizer sem graça:

— Eu não consegui pensar em mais nada além dessa parte, então agora vamos fazer um último brinde aos noivos — ela pegou a taça de uma mesa aleatória, já que esqueceu a sua — E não se preocupem: o champagne não está envenenado, caso alguém tenha ficado preocupado com o começo do discurso.

Escutou algumas outras risadas, antes de todos erguerem as taças. Ela fez o mesmo e devolveu para a mesa que pegou, ainda tentando impedir o seu rosto de corar.

Depois disso, ela esgueirou-se para ajudar a mãe com as comidas e bebidas, aproveitando a oportunidade para fugir um pouco.

Do quê, ela não tinha certeza.

— Vem cá, você reclamou da minha referência a Gilmore Girls, fazendo uma referência a Vingadores? — Harry a encontrou na cozinha da casa, meia hora mais tarde.

— Não sei do que está falando — Ginny respondeu, separando as comidas veganas de Luna das outras.

Talvez ela fosse dar à amiga que não parava quieta na festa. Talvez fosse hora de dizer para ela dar uma pausa um pouco.

— Tony Stark no aeroporta-aviões da SHIELD, comentando que um dos agentes estava jogando em vez de trabalhar — Harry disse — "Ele achou que eu não percebi, mas eu percebi".

— Ora ora, temos um Sherlock Holmes por aqui — Ginny brincou — Ou um fã da Marvel.

Ele apoiou-se na mesa da cozinha, observando-a trabalhar.

— Não sei por que ficou tão preocupada, você foi bem no discurso — Harry disse.

Ela estalou a língua.

Eles claramente tinham opiniões diferentes sobre o que era "bem".

— É sério — ele insistiu — Vergonha foi o que Fred e George fizeram.

— Deixa só eles te escutarem falando mal do discurso deles — Ginny o alertou.

Ele deu de ombros, olhando pela janela da cozinha.

— Está fugindo de alguém? — ela perguntou, perspicaz.

— Mais ou menos — ele passou a mão pelo cabelo, como se fosse um tique nervoso — Você?

— Bom, você me encontrou — a ruiva respondeu com sinceridade.

Harry desviou o olhar da janela, erguendo as sobrancelhas.

— Estava fugindo de mim? — perguntou, surpreso — Por quê?

— Talvez eu não saiba lidar com a atração que sinto por você — ela brincou.

Mais ou menos brincadeira.

Ele cruzou os braços, também sorrindo.

— Ah! É mesmo? Que interessante! — exclamou — Bom, senhorita Weasley, não me deixa outra escolha a não ser convidá-la para dançar.

— Não estava fugindo? — ela retrucou, curiosa.

— Meu padrinho não vai me incomodar se me ver com uma garota tão linda.

Ginny realmente odiava o quanto ela corava com facilidade.

— Estou melhorando nas cantadas? — Harry perguntou, enquanto eles caminhavam para onde os outros convidados estavam dançando sob o entardecer.

— Talvez — ela conteve um sorriso — Continue tentando.

— Você é realmente difícil, Weasley.

Essa frase não soou tão machista quanto da última vez.

— Preciso de uma bebida — ela declarou, apenas algumas voltas depois que eles deram.

E o resto da noite foi como um borrão para ela.

Apenas uma coisa ela se lembrava com perfeição no dia seguinte: Harry Potter dançava muito bem.

E beijava também.