Tradução de "The first time as tragedy, the second time as farce." por Dissenter no AO3.
Uchiha Nagi estava morrendo, meio eviscerada por um homem em uma máscara laranja com olhos como os da família dela. Ele não falou nada enquanto a cortava, ela era somente outra morte insignificante no meio de tantas outras e isso foi o que provavelmente salvou a sua vida. Como ela não tinha tanta importância, ele não foi cuidadoso com ela. Apesar de ser um golpe fatal, não foi rápido e deixou-a com as entranhas saindo do seu estômago aberto. Não era uma morte rápida ou fácil de encarar. Ela estava sozinha, morrendo e com muito, muito medo e algo enterrado profundamente dentro da sua alma tinha sentido isso antes. E então ela lembrou.
Chrome acordou com uma dor familiar e em um corpo de criança. Ela juntou seus órgãos por um reflexo, já acostumada a construir seus órgãos de ilusões. Ela teve um momento de desorientação para identificar as memórias de Uchiha Nagi e para realizar que ela havia reencarnado. E levou outro momento para notar que alguém tinha tentado assassiná-la e pensaram que haviam conseguido. E ela notou que quem havia tentado matá-la viria checar os sobreviventes. Ela teceu uma ilusão sob o seu corpo à tempo, já que o homem da máscara voltou para checar os mortos. Foi uma longa meia hora, deitada muito parada em uma poça do seu próprio sangue esperando ajuda chegar.
…
Todos estavam mortos. Todos menos seu primo Sasuke, somente um ano mais velho que ela. O esquadrão Anbu havia pensado que ele tinha sido o único sobrevivente até que ela dissipou a ilusão e caiu aos pés do esquadrão de resgate. De acordo com os med-nin era um milagre que ela estivesse viva, sua sobrevivência claramente um acaso. Aparentemente, Sasuke não tinha sido nada disso. Primo Itachi, irmão mais velho de Sasuke tinha sido o responsável por matar todos e deixou Sasuke vivo de propósito. Pelo menos essa era a história e o que Sasuke tinha visto parecia combinar com isso. Chrome tinha suas dúvidas. Ela tinha visto o homem que quase a tinha matado e ele não se movia como Itachi. Mesmo assim ela segurou o seu silêncio e não disse nenhuma mentira, só que ela havia visto um homem de máscara com o sharingan e que tudo havia sido muito rápido, mas não falou nada sobre suas dúvidas. Havia algo mais em ação aqui e ela era a névoa. Ela sabia que não podia mostrar todas as cartas antes de conhecer o jogo.
…
Ela nunca foi particularmente próxima de Sasuke. Ele era o herdeiro do clã e um garoto. E honestamente ele era um pouco egocêntrico, enquanto ela era outra de seus vários primos, quieta e um pouco solitária. Agora ele era a única família que lhe tinha restado e ainda assim ela não se sentia próxima dele. Ele estava obcecado com poder, vingança, Itachi e ela sabia que ele não ouviria as suas dúvidas. Ele não pensava muito nela, tinha sutileza como uma fraqueza e dispensava ela como irrelevante para os seus planos. Era como se ele pudesse esquecer que Itachi o deixou viver enquanto ela havia sobrevivido depois de tentarem matá-la, quem quer que eles sejam. Entretanto, Chrome era a névoa e ela sabia o potencial de ser subestimada. Ela deixou Sasuke e a vila inteira pensarem que a sobrevivência dela era um acaso da sorte. Ela escondeu suas chamas e fingiu, fingiu que o seu agressor tinha cometido um erro e não a tinha ferido tanto quanto ele imaginou, fingiu que usou genjutsu ao invés das chamas da névoa para esconder o fato que ela ainda estava respirando. E foi recompensado pela maneira que as pessoas não deram importância à ela e a deixaram fazer o que quisesse. Enquanto Sasuke tinha a atenção, respeito e o escrutínio por ser o herdeiro dos Uchiha e a última esperança para a continuação do clã, Chrome estava livre para fazer o que ela quisesse.
Ela não precisava do respeito de Sasuke. Ela já havia aprendido em outra vida que família é algo escolhido, não algo com o qual você nasce. E ela podia sentir que a sua família escolhida estava ali em algum lugar. Ela só precisava encontrá-los. Talvez eles preenchessem o vazio deixado pela perda do clã dela.
…
Ela encontrou Tsuna primeiro, claro. Ele estava sempre no centro de tudo. Ele tinha se lembrado havia anos e estava na turma dela na academia o tempo todo. Ela não conseguia imaginar a dor de saber que a sua família estava em sua volta mas não tinha lembranças de você. Tsuna havia crescido no orfanato e havia lembrado quem ele era quando tinha 2 anos quando ele havia caído em um rio e quase morreu afogado. Ele estava sozinho e sem família e ele sabia exatamente o que estava perdendo. A solidão deveria ter sido insuportável antes que alguns guardiões começassem a se lembrar. Mesmo agora, as coisas ainda não estavam totalmente certas. Alguns guardiões ainda não lembraram, contudo Tsuna proibiu ela de tentar acordá-los, falando que eles se lembrariam no momento certo e não poderiam forçá-los. Ele era muito nobre para o seu próprio bem algumas vezes.
Tsuna levou-a até Mukuro-sama, um daqueles que já havia acordado. Ele se lembrava faziam dois anos e passou grande parte desse tempo usando as chamas da névoa para atrapalhar o conselheiro Danzo e sua operação Anbu eticamente duvidosa. Mukuro estava feliz em vê-la assim como ela estava já que não parecia certo que suas chamas ficassem separadas depois de tanto tempo juntas. Era bom juntá-las novamente debaixo do abrigo do céu de Tsuna. O clã dela podia estar morto, porém ela tinha o seu gêmeo de alma de volta, seu chefe e alguns dos seus amigos e o resto era só uma questão de tempo.
Os capítulos alternam pontos de vista de cada personagem. No próximo capítulo, um Sasuke confuso com as escolha de amizade de sua prima.
