Vermelho

Capítulo 2 - Parede


"Sábado às onze está bom para você?"

Uma semana, uma maldita semana inteira.

Ainda lembrava com detalhes da expressão confusa na cara da sardenta, assim como não conseguia esquecer do jeito que a bruxa havia me engolido por inteiro. Sete dias desde que deixei tornar o que apenas fantasiava no chuveiro real, e as memórias da filha da mãe me faziam querer adiantar o encontro desde domingo.

E ela estava atrasada, bruxa teimosa que insistiu em marcar o ponto de encontro no meio do caminho ao invés de me deixa-la buscar em sua casa. Não era como se eu não soubesse onde ela morava, ou fosse agarra-la e desistir de sair para comer. Poderia muito bem tê-la agarrado e então saído para o almoço.

Iria agarra-la depois, com certeza. E a desgraçada iria gritar a porra do meu nome.

Talvez fosse isso: eu precisava escuta-la tão desesperada quanto me ouvi enquanto afundava nela outra e outra vez. Apesar de tê-la feito gozar forte o suficiente para quase desmaiar, era eu quem implorava no final.

E eu não implorava, assim como não chamava bruxas para comer antes das onze da noite.

Ainda assim, ali estava eu, aguardando Ginevra Weasley antes das onze da manhã.

"Você me esperando para me dar comida, quem diria." revirei os olhos, e minha boca secou quando vi que a bruxa havia sim realizado meu pedido e vestido algo que eu fosse gostar de tirar.

"Está atrasada." me limitei em responder, minha parte possessiva colocando uma mão em sua cintura ao começarmos a andar.

Sabia que quadribol tinha o poder de esculpir corpos, e o esporte fizera um trabalho até bom demais com a bruxa ao meu lado. As pessoas que cruzavam com ela não tinham como não dobrar o pescoço pra essa bunda, marcada até mesmo com a saia larga. E eu estava a ponto de cobri-la com meu casaco para voltar a ter capacidade de raciocinar, meus olhos impossibilitados de deixar a parte do sutiã à mostra, que estava gritando para ser arrancado.

"Atrasada e indecente." Eu iria arrancar cada peça e fazer valer a tortura que a bruxa me proporcionava.

"Você que disse para vestir algo que fosse te dar tesão de tirar." ela repetiu minhas palavras e filha da mãe, deixando o simples ato de andar desconfortável ao me mostrar apenas o fantasma de uma renda. "Imaginei que fosse ficar feliz comigo vestindo verde e branco."

"Feliz até demais." admiti, permitindo meus dedos a acharem a pele descoberta entre a blusa verde colada e a saia branca, quase conformado que teria uma grande refeição antes de conseguir o prato principal.

Transar com Ginevra Weasley definitivamente não era parte de qualquer plano ao começar a frequentar o time que patrocinava. Não, meus olhos estavam em bruxas muito menos complicadas e muito mais sem graça. A ruiva brilhava no meio das jogadoras, e essa maldita força da natureza tornava todo o resto uma mera garoa.

Transar pela segunda vez com Ginevra Weasley era tão necessário quanto respirar para continuar funcionando, e não imaginava que pararia na terceira, muito menos na décima, se fosse assim a vontade mútua. E eu muito garantiria não ser ela a primeira a se cansar daquilo, a voz irritante em minha cabeça afirmando outra e outra vez que não tinha como se cansar do jeito que a bruxa rebolava enquanto montada em mim.

"Vai me falar qual é o plano?"

O plano é conseguir passar pela refeição sem te tornar uma no banheiro do restaurante, pensei.

"O plano é dividir um brunch enquanto conversamos." reforcei o óbvio, resolvendo deixar de fora o quanto iria fazer valer os sete dias que ela me fez esperar.

Escutei uma risada ao virarmos a esquina, a sardenta sacudindo a cabeça antes de me olhar.

"Comigo?"

Engraçado como o olhar desacreditado combinava muito bem com o que senti ao realizar pela primeira vez que só estava conseguindo gozar pensando nela. Combinava até mesmo com o que sentia agora, querendo mais que tudo tirar sua roupa e sabendo que não, eu não queria apenas tirar sua roupa, como fazia questão de mentir outra e outra vez para mim.

"Brunch comigo, brunch com uma Weasley-"

"Ginevra, não estamos mais no colégio-"

"Isso não te faz ser menos babaca." Outch. Tão na defensiva quanto eu estava antes de beija-la, e me perguntei se encostar meus lábios nos dela agora surtiria algum efeito positivo.

"Vou lembrar de ser um total babaca dá próxima vez que tirar sua roupa." respondi, apertando a mão em sua cintura e a trazendo perto o suficiente para sussurrar em seu ouvido. "Porque eu vou tirar. Você sabe que eu vou."

Eu poderia fode-la contra a parede agora mesmo ao vê-la se arrepiar com a ameaça. Poderia faze-la chorar cada sílaba, cada letra que queria ouvir, e maldita ideia de levar para um restaurante a única coisa que gostaria de comer.

"Malfoy, você-"

"Quando vou escutar você me chamar pelo nome?" reclamei, passando a mão na barba por fazer enquanto outra vez ponderava o quanto aguentaria ficar preso num espaço público com aquela bruxa.

Não era como se tudo que eu pensasse fosse sexo. Pelo contrário, eu pensava bem menos do que me davam crédito. O problema era que não havia achado ninguém interessante o suficiente para passar de uma foda, assim como não tinha o porque de eu negar uma quando me aparecia. E com tudo que era falado nas fofocas femininas, não faltavam bruxas para dividir minha cama.

Então esse fogo ambulante apareceu, tão solteira e tão ridiculamente gostosa e inacessível. Deuses, não havia colocado os olhos na Weasley mais nova desde os dias finais de Hogwarts, e a visão dela virando a garrafa de água na cabeça me fez lembrar o quanto eu gostava de camisetas brancas. Mesmo tendo a loira mais cobiçada do mundo mágico em cima de mim no fim daquela noite, foi minha mente lembrando do delineado daqueles seios que me fez perder o controle.

"Faz eu ter vontade de te chamar que eu chamo." Essa bruxa me fazia perder o controle desde então.

Se Ginevra me conhecesse, saberia o quão arriscadas eram as palavras que escolheu falar. Porque se antes eu apenas considerava em meus pensamentos fazê-la gemer no meio de toda Londres, agora a puxava para dentro de uma ruela sem pensar duas vezes.

"Já que insiste." disse, a confusão no rosto dela me divertindo enquanto eu tentava notar se éramos observados antes de encosta-la na parede de tijolos.

"O que você está fazendo?" A pergunta veio por mais que a bruxa soubesse exatamente o que estava prestes a acontecer, os olhos brilhando e os lábios formando um sorriso longe de um doce me revelando o quanto a dona gostava do perigo.

"Tentando amansar você." respondi, alcançando minha varinha. "Ou nós vamos passar a porra do almoço brigando."

"O que só prova que isso que você está tentando é um erro-"

"Oculto." movimentei o pulso ao ter certeza de que ninguém nos olhava, a varinha voltando para o bolso, minhas mãos voltando para o corpo sardento. Cinco minutos, eu tinha cinco minutos para deixa-la comportada o suficiente para não nos matarmos na próxima hora. "Quer testar?"

"Testar se vão nos prender por atentado ao pudor?" Mas o gemido ao ter o pescoço mordiscado, ela esfregando-se contra meus quadris enquanto me agarrava pelo cós da calça, só mostrava o quanto a bruxa não estava se opondo a minha ideia.

Ela nem mesmo sabia se o feitiço havia funcionado - ou se existia mesmo algum - antes de começar a me encorajar a perder a cabeça.

"Está vendo alguém olhando?" perguntei, abaixando as alças da blusa e revelando um sutiã tão verde quanto vestes sonserinas. A puxei contra minha virilha, já desesperado para senti-la, e gemi baixo ao ser recompensado com seu toque. "Eu quero conversar com você." sussurrei em seu ouvido, minha mão movimentando a dela devagar sobre o monte que havia se formado em minha calça. "Eu quero te levar para comer." abri meu zíper, abaixando o jeans apenas o suficiente para aquilo funcionar. "E eu quero comer você." escutei-a arfar ao me sentir pressionado contra seu abdome. "Estava disposto a fazer tudo nessa ordem, mas vou ter que inverter as refeições para esse encontro dar certo."

Pulsei quando senti a mão dentro da cueca me acariciar, se fechando na ponta de meu membro. Precisei juntar o resto de minha concentração para não deixa-la acabar com minha agonia quando Ginevra começou a movimentar a mão com uma urgência deliciosa.

"Você só pode ter aversão à camas." Prendi os pulsos sardentos sobre sua cabeça com uma das mãos, libertando-a da renda e mordiscando a pele rosa antes de continuar.

"Camas são para dormir, e como pode ver, você não me dá sono." Imitava o gesto no outro seio, os bicos rígidos denunciando o quanto a bruxa me queria entre suas pernas.

"Nós estamos no meio de uma rua-"

"É uma ruela." Chequei mais uma vez se alguém prestava atenção no que acontecia antes de começar a levantar sua saia.

"Que está na cara da avenida mais movimentada de Londres-"

"É uma parte trouxa, e eu tenho certeza que ninguém está nos vendo." Ou com certeza já teriam nos parado. Aquela bruxa com os peitos de fora era uma coisa difícil de não se notar, afinal.

E para provar meu ponto outra vez, prendi suas pernas em minha cintura enquanto me esfregava devagar sobre sua calcinha. Dava pra sentir como a filha da mãe estava molhada, o tecido úmido e quente deixando tão difícil manter qualquer movimento lento.

"Ninguém está nos vendo, Ginevra. E desde que você não grite para todo quarteirão ouvir, ninguém vai desconfiar." Me movi contra ela como se a penetrasse, a fricção o suficiente para arrancar um gemido dos dois.

Tão expressiva que desde antes do feitiço já me dava a resposta.

"Acho que não sou o único que gosta de uma foda exibicionista." sussurrei em seu ouvido, afastando sua calcinha com uma das mãos antes de roçar meu membro contra seu sexo. "Você está encharcada."

Me posicionei em sua entrada, a bruxa tão molhada que precisava me forçar para permanecer apenas na beirada. Deveria fazê-la implorar, mas sabia não ter autocontrole o suficiente para esperar tal. Talvez mais tarde, quando o simples mostrar de uma renda não me deixasse com tesão o suficiente para me arriscar em uma transa a céu aberto.

"Um Malfoy querendo foder numa ruela suja e trouxa, quem diria."

"E querendo foder uma Weasley, de todas as bruxas que poderia escolher." apontei no mesmo linguajar, me livrando do casaco que usava.

A vi outra vez confusa quando coloquei o sobretudo entre suas costas e a parede. A bruxa abria a boca para falar algo quando a penetrei sem aviso, a mão chegando tarde demais para tampar a boca enquanto ela contraía-se ao meu redor.

As próximas palavras quase não saíram, a voz rouca falhando ao sentir-me mais fundo.

"Preocupado com meu bem estar?"

"O jeito que eu te quero não é compatível com uma parede de tijolos." disse com a mesma dificuldade. "E eu preciso de você inteira para meus planos vespertinos. Mais crível?"

Ela deu o menor dos sorrisos.

"Como você consegue ser pomposo e ao mesmo tempo me deixar com tesão?"

"É um dom. Consegue gozar em três minutos?" perguntei, esperando terem passado apenas dois desde o começo do feitiço de glamour.

"Duvido você ser capaz disso." Os olhos castanhos se mostravam tão desafiadores quanto na nossa primeira vez.

"Não esqueça de não gritar meu nome."

E a mão voltou para a boca, meus lábios achando seu seio antes de começar a mover-me contra ela. Coloquei a mão livre entre suas pernas enquanto a preenchia com estocadas rápidas e fundas, e mordi a pele sensível ao sentir uma mão puxando meu cabelo. Ginevra era responsiva, muito mais do que qualquer das bruxas que dividira uma cama comigo, respirando pesado e apertando meus ombros com as unhas cada vez que a pressionava contra os tijolos.

"Ainda acha isso um erro, Ginevra?" falava entre estocadas, precisando admitir que sim, havia algo de muito excitante em transar num local tão público.

Ela estava me arruinando para todas as outras. Eu, que nunca nem mesmo considerei entrar em uma ruela trouxa, estava mais excitado do que nunca ao vê-la entre mim e a parede, os seios subindo e descendo com a velocidade que buscávamos nosso prazer. Uma semana desejando essa mulher, uma semana me aliviando debaixo do chuveiro ao começar o dia e antes de dormir, e ainda assim gozaria em minutos.

Mas o jeito que a bruxa estava molhada denunciava que eu não era o único com tesão desde antes de nos encontrarmos. Ginevra tentava tampar com a palma da mão qualquer som que ameaçava sair, mas se não pelos pequenos gemidos, qualquer um que passasse por perto conseguiria escutar o que acontecia pelo barulho tão característico de uma boa foda, os sons me deixando muito próximo de terminar tudo.

Vê-la gozar mordendo forte um dos dedos, senti-la tão apertada enquanto tremia contra a parede massageava meu ego de uma forma fenomenal. Menos de dois minutos e ela se desfazia em meus braços, e minha mão que antes a fazia gemer agora a segurava com força pelos quadris, aumentando o ritmo das estocadas ao me sentir tão perto de explodir finalmente dentro dela ao invés de contra a parede do banheiro.

A penetrei forte o suficiente para arrancar um choro, a boca sugando com vontade meu pescoço sendo responsável por me fazer jorrar dentro dela, não me importando em ser silencioso enquanto era tomado por um orgasmo forte o bastante para escurecer minha visão. Sentia prazer em cada parte de meu corpo, e ainda gozava quando Ginevra tampou minha boca na hora em que um trouxa passava a centímetros de nós.

Por Salazar, se todas as vezes fossem assim, nunca me cansaria daquilo. Se todas as vezes eu gozasse mais forte do que a última, iria ficar pior do que um viciado.

Encostei a testa na dela, suspirando ao achar seus lábios carnudos pela primeira vez no dia. Ela tinha gosto de menta, tão bom quanto o sabor de nosso primeiro beijo no banheiro do vestiário. Poderia ficar enterrado ali o dia inteiro, e considerei mandar o brunch para o inferno e lançar mais um encantamento antes de recomeçar.

"Dois minutos, vinte segundos." menti ao deixa-la, não fazendo ideia de quanto tempo se passara. Vi nossos líquidos escorrerem por suas coxas antes de nos fazermos outra vez apresentáveis, amaldiçoando a bruxa por até aquilo me dar tesão. "Que merda, ruiva. Eu não era assim precoce nem na época do colégio." disse, fechando o zíper e voltando a por o sobretudo.

"Mentiroso." ela respondia enquanto voltava a cobrir os seios, a marca que deixei mal escondida pelo tecido. Sabia que a que carregava em meu pescoço deveria estar até pior, mas estava longe de me importar.

"Você nunca quis experimentar os benefícios da sala precisa comigo para saber." provoquei, a beijando com vontade antes de voltar a falar. "Por mais que você fique adorável com essa cara de satisfeita, precisamos nos apressar. Temos um minuto e quarenta segundos para virarmos o quarteirão antes de cancelarem nossa reserva." daquela vez falei a verdade, checando no relógio que usava o quão atrasados estávamos.

"Nós vamos comer aqui?" ela perguntou, incrédula. "Aqui, num restaurante trouxa?"

"No melhor brunch de toda Londres, sim." disse, a levando de volta para a avenida trouxa segundos depois do encantamento acabar.

Ginevra com aquela expressão desacreditada era adorável - ainda mais corada e exalando meu cheiro.

"O que foi, surpresa pela escolha do lugar?" só voltei a falar ao chegarmos na frente do restaurante francês, quase contente ao vê-la muito menos resistente do que minutos atrás. Ao menos agora sabia bem como convencê-la no futuro.

Arrisquei um beijo em sua testa enquanto esperávamos arrumarem nossa mesa, a puxando para contra meu peito antes de continuar.

"Já disse que os tempos do colégio passaram."

E o brunch foi mais longo e confortável do que poderia imaginar.


Nota da autora: E eu, que não imaginava que teria uma recepção tão boa por aqui, chego com mais uma parte! E sim, essa fic vai seguir assim em todos os capítulos. Me aguardem!

Sugestões? Críticas? Querendo algo em específico? Hahahaha #peçam

Beijos!