Santuário de Athena, Atenas, Grécia, 2018
POV Saori
Ela se lembrava como se fosse ontem. O dia que ela achou que o inferno acabaria. E ele só começou.
Quando Saori aceitou a sua missão como Athena, a deusa da guerra justa e da sabedoria, aquela que protege a Terra e a humanidade, a primeira coisa que lhe passou pela sua cabeça foi o porquê ela precisava reencarnar a cada 200 anos para enfrentar o mal. Afinal, se ela era uma deusa, ela não podia acabar com o mal de uma vez?
Hades. Era ele quem era o mal, que ela precisava sempre combater.
Saori, de todas as outras encarnações, foi a que teve menos sorte. Mal tinha nascido e já teve que enfrentar a rebelião de um dos seus cavaleiros. Saga, atormentado pelo mal, tentou matá-la inúmeras vezes, até que os cavaleiros de bronze o enfrentaram corajosamente e o venceram. Ela nunca havia se sentido tão fraca, ao ver seus cavaleiros duelando entre si e se matando, e ela nada podia fazer a não ser rezar e enviar seu cosmo para confortá-los. Mas Saga não era o verdadeiro mal, era apenas mais uma alma humana que ela não conseguiu salvar, e que ela carrega o peso disso até então. Ele se matou na sua frente, e até hoje aquilo dói.
Como ela poderia salvar a Terra toda, se nem um cavaleiro com a alma ferida ela conseguia salvar?
Então chegou Hilda de Polaris, a representante de Odin em Asgard. Mais uma pobre alma atormentada, com a sua vontade sendo controlada pelo Anel de Nibelungo. Ela viu todos os seus guerreiros perecerem, todo o sangue que foi derramado no solo asgardiano, para tentar protegê-la, ainda que seus guerreiros deuses não soubessem que ela era manipulada. E Saori tentou, mais uma vez, fazer alguma coisa. Mas ela não sabia o que fazer, então enviou o seu cosmo para, mais uma vez, tentar confortar seus cavaleiros. No fim, ela conseguiu salvar Hilda, mas muito sangue foi derramado.
Como ela poderia salvar a Terra toda, se nem sete guerreiros deuses ela conseguia salvar?
Aí veio Poseidon, e Saori pensou que esse era o grande mal a ser derrotado. Poseidon utilizava o corpo de Julian Solo para conseguir alcançar seus objetivos, e até se utilizou de Hilda de Polaris e a controlou, por meio de Nibelungo, para tentar deter Athena. Saori tentou se convencer que aquele era o grande mal, mas algo havia de errado. Não era para Poseidon despertar agora, só na próxima geração (1). Por que Poseidon despertou? Além disso, ela não conseguia sentir o grande mal nele. Por mais que ele quisesse matar a humanidade para criar outra, ele ainda estava tentando salvar alguns humanos, e isso incluía ela mesma. Ele valorizava a coragem e a firmeza dos humanos, e assim como ela, queria a paz na Terra. Só que ele achava que era necessário acabar com tudo primeiro, e ela não permitiria isso.
Só que o destino gosta de pregar peças. E o mal por trás de todos aqueles planos de Poseidon não era Poseidon.
Era Kanon, seu cavaleiro. E ele só havia se tornado mal por sua culpa.
As regras do Santuário, do seu Santuário, eram claras. Só poderia existir um cavaleiro de ouro de Gêmeos. Se existisse um outro (o que era raro, visto que o parto de gêmeos é sempre muito complicado), esse outro seria a sombra, o substituto, o segundo. Teria que viver escondido pelo resto da vida, ou até que o irmão mais velho morresse, para que tomasse o lugar dele. Daqui até lá, deveria ser nada mais do que uma sombra, alguém que deve ser escondido de todos.
Ela devia saber que nenhum ser humano quer se sujeitar a isso. Nem o rapaz Defteros (2) se submeteu, e ele nunca teve más intenções. Por que Kanon se submeteria? Óbvio que Kanon amaldiçoaria o próprio destino. Quem quer perder a própria identidade para ser sombra de alguém? Quem fica feliz com uma instituição que te trata como um ser maligno, só pelo fato de que você nasceu alguns minutos mais tarde que seu irmão gêmeo? Quem fica feliz em ser escondido do mundo, enquanto vê o irmão mais velho se encher de glórias?
Óbvio que ele seria mais uma alma atormentada. Por culpa dela. Aquilo aconteceu embaixo do seu nariz, e ela não fez nada.
Então, mais uma vez, ela não sabia o que fazer. Então foi rezar no pilar principal, recebendo uma parte da água do mundo e enviando seu cosmo para confortar seus cavaleiros.
Como ela poderia salvar a Terra se nem a alma atormentada do seu cavaleiro e o jovem possuído por um Deus ela conseguiria salvar?
Foi então que ela descobriu, e resolveu dar um basta. Hades era a reencarnação do mal, era ele quem queria dominar a Terra e a humanidade, que sempre esteve sob seu controle. Mas a conta não fechava. Por que as outras Athenas não conseguiam derrotá-lo de uma vez por todas? Por que trancafiá-lo se ele sempre reencarnava de 200 em 200 anos?
Ela descobriu. Da pior maneira possível. Um de seus cavaleiros, o Andrômeda, seu amigo Shun, que ela viu crescer, era o corpo escolhido para ser o receptáculo do deus Hades. Não havia criatura mais bondosa no mundo do que Shun, e ele o escolheu como se Shun fosse uma roupa a ser vestida.
Chega. Aquilo precisava acabar de uma vez por todas. Dessa vez, ela não salvaria apenas a sua geração, como todas as outras que viriam.
Por isso, ela foi atrás de Hades até os Campos Elísios. E dessa vez, deu o seu sangue, literalmente, para os cavaleiros despertarem suas armaduras divinas e lutarem. Assim, mataram Hypnos e Thanatos. E ela lutou, finalmente lutou, com toda a garra que pode, contra Hades, e o matou.
Matar Hades lhe custou algumas coisas. A mais preciosa delas, Saori ainda chora até hoje.
Seiya.
Pégaso era sempre um cavaleiro próximo de Athena, em todas as gerações. Na geração anterior, o jovem Temna (2) protegeu Sasha como se fosse sua irmã, até o fim de seus dias. Ela esperava que com Seiya fosse assim, que eles seriam próximos, pois assim eram suas estrelas e destinos.
Mas Seiyaera especial. Ele era diferente de tudo que ela e todas as outras Athenas haviam visto. Pois ele não era devoto a Athena, a deusa. Ele amava a Saori, a humana. Mesmo que Saori fosse uma mera mortal enfrentando os deuses, ele estaria do lado dela, juntos, contra o mundo. Mesmo que ela caísse em desgraça, mesmo que ela perdesse os poderes, ele estaria lá. Pois ele a amava, como um homem ama uma mulher, amor romântico. Amor humano, mortal, mas que só ele, entre todas as gerações de Pégaso, havia despertado nela.
E tanto a Saori, quanto a Athena perceberam. Foi a primeira vez que as duas se apaixonaram por um homem. Mas havia fardos a serem carregados.
Seiya morreu. E ela viu tudo, e não pode fazer nada, a não ser chorar.
Como ela poderia salvar a Terra se nem o amor da sua vida ela conseguia salvar?
Ela admite. Quando matou Hades, havia muito mais do que determinação em seu coração. Havia um certo ódio também. Como ele achava que tinha o direito de matar aquele que a amou como mulher? Quem era ele para matar o homem, o único homem, pelo qual ela se apaixonou? Ali, ela entendeu a fúria do pai Zeus, quando alguém mexia com uma de suas amantes. Porque aquilo não era justo.
Então ela matou Hades, atravessou o corpo do deus com o seu báculo. Tudo acabaria ali, seria o fim do sofrimento. Ela poderia viver em paz, assim como a humanidade.
Ledo engano.
Logo após a batalha contra Hades, o mundo dos mortos começou a entrar em colapso, pois seu dono havia sido destruído. E quando ela tentou transportar os cavaleiros para a Terra, ela percebeu que havia algo de errado.
"Athena, a partir de agora, você e todos os seus cavaleiros estão sob custódia. Apresente-se ao Olimpo imediatamente, junto com os cavaleiros de Bronze ou a humanidade sofrerá as consequências". Essa era a voz de Zeus, o Deus-rei. Ela tinha que obedecer.
Uma reunião extraordinária foi convocada no Olimpo. Aparentemente, os deuses não gostaram nada do que viram. Um dos deuses mais fortes, pertencente a Trindade dos deuses mais poderosos, havia morrido. Claro que, sendo imortal, um deus não morre, mas ele deixou de ter forma, se tornando um deus fraco, apenas um espírito vagando.
Nisso, a atitude de Athena desagradou os Olimpianos, que se sentiam ameaçados com o que ela e os cavaleiros de Athena estava fazendo. E diferente das outras vezes, ela havia matado um deus, e, portanto, precisava ser punida.
E assim começou o inferno.
Na reunião extraordinária, estavam presentes todos imortais. Deuses, heróis, criaturas, ninfas, espíritos. Mas só os Olimpianos possuíam direito de voto, pois Zeus quis que sua filha tivesse um julgamento digno, para avaliar os danos que ela havia causado. De um lado, os que eram a favor de sua absolvição argumentavam que Athena nunca tinha a intenção de interferir em nenhum domínio de nenhum deus, e que só o fazia quando os outros deuses queriam interferir nos seus domínios. Além disso, Athena nunca se utilizou de métodos injustos de guerra, pois seus guerreiros nem armas utilizavam. Aqueles que queriam sua condenação, afirmavam que ela passou dos limites ao matar um deus, e pior, um dos deuses mais poderosos, que controlava o mundo dos mortos. Os danos causados por aquela ação seriam incalculáveis, e ela deveria pagar por isso.
A reunião durou 22 anos. Um piscar de olhos para os deuses, uma eternidade para os humanos.
Durante esses 22 anos, ela ficou no Olimpo, junto com Shun, Shiryu, Hyoga, Ikki e Seiya, que não havia morrido, mas sim, estava com a alma selada e, portanto, estava inconsciente de tudo que ocorria. O seu Santuário se tornou um anexo do Olimpo, e o tempo, que não passava na moradia dos deuses, também não passou no Santuário. Isso ocorreu, pois, logo após a morte de Hades, Zeus tomou o Santuário, colocando-o sob sua custódia, para saber se os cavaleiros que sobraram seriam culpados ou não. Assim, Shina, Marin, Jabu, Ichi, Geki, Nachi, Ban, Kiki e Seika não envelheceram e o que era anos, para eles também se passou como horas. Até mesmo a Shunrei (a quem Saori tinha uma admiração especial, pois ela sabia que amar um cavaleiro era o mesmo que pedir para sofrer) teve que vir para o julgamento. Os deuses queriam todos os envolvidos naquela ocasião.
Após anos de espera, veio o julgamento final. Os deuses deveriam votar se Athena sofreria punições graves ou não.
Foi uma disputa acirrada. Zeus, Deméter, Ártemis, Hefesto e Hermes ficaram do seu lado. Hera, Ares, Apolo, Vênus (3) e Dionísio votaram contra ela. Faltava o voto de Minerva. Que dessa vez, não estava nas mãos dela, e sim de Poseidon. Aquele que, por conta de um voto, o de uma mulher, perdeu o controle sobre a Ática e, portanto, sobre Atenas, a cidade que só lhe homenageava pois ela ganhara a região (4). Poseidon, agora no corpo de Julian Solo, que era agora tão Poseidon quanto Saori era Athena, e que estava acompanhado dos únicos que lhe haviam sobrado: Thetys e Sorento. Ela olhou para Poseidon, que não parecia o imponente deus dos mares, mas sim Julian, um homem cansado e até mesmo ressentido com ela, com tudo que ela fez.
Ele olhou para ela, e ela assentiu com a cabeça. Tudo bem, ela merecia.
- Durante muito tempo, desconfiei e zombei da humanidade – disse Poseidon – Tomei mulheres e homens para mim, criei intrigas e confusões entre os humanos e até os destruí uma vez, por meio do dilúvio.
"Quero que Athena saiba, que nada do que estou fazendo, estou fazendo por ela, e sim pelos humanos. Pois eu vi milagres acontecerem, e vi humanos que ainda podem ser bons e podem purificar o coração. E sei que é só a menina indomável que é capaz de protegê-los. Eu voto pela sua absolvição".
O silêncio de segundos pareceu durar meses. E de repente, uma revolta se estendeu no Olimpo. Gritos, protestos, exclamações por todos os cantos. Como assim, ele havia a perdoado? Ela o selou! Se ele estava sem poder, era culpa dela! Por que fez aquilo?
Após Zeus conseguir acalmar a todos, se reuniu com os deuses que votavam para estabelecer os parâmetros. Assim, quando voltou, deu a sua sentença.
- Athena, por seis votos a cinco, acaba de ser inocentada de suas acusações. Assim, ela não perderá seus poderes, assim como não perderá a posse sobre a Terra e a proteção da humanidade. Não será expulsa do Olimpo nem cumprirá nenhum tipo de sentença. Seus cavaleiros vivos não sofrerão nenhum tipo de punição.
Athena respirou, aliviada.
- No entanto, você não pode passar impune.
Meus deuses, não.
- Nada poderemos fazer sobre o cavaleiro de Pégaso, pois quem o selou foi Hades. A não ser que um milagre ocorra, o humano continuará do jeito que está, inconsciente e condenado ao silêncio.
Uma dor surda no seu corpo, como se tivesse batido muito forte contra a parede. Mas o pior estava por vir.
Seiya não, pelos deuses. Seiya, não.
Segurou as lágrimas o máximo que pode.
- Além disso, os deuses têm sede de vingança. Como a vitória foi apertada, darei uma punição para você, minha filha, como uma forma de recompensá-los. Admito que é pouco, em comparação ao que fizeste, mas que será suficiente para todos.
"Você não constituirá mais exército. Seus cavaleiros que sobraram viverão vidas humanas normais e não lutarão mais ao seu lado".
"Bom," Saori pensou, "eu já queria isso de qualquer jeito".
- O báculo dourado volta para as minhas mãos. Você não terá mais Nike em sua posse, mas terá a garantia da ausência de sua necessidade, pois os deuses não tentarão dominar seu território.
Saori riu internamente da inocência do pai, mas entendeu. Desde que não tocassem nos humanos, principalmente em seus cavaleiros, vivos ou mortos, tudo estaria certo.
- E todos os cavaleiros de ouro, os mais poderosos entre seus cavaleiros, terão suas almas seladas e sofrerão por toda a eternidade pelos pecados que cometeram. Eles deverão servir de lição pelo que fizeram para as próximas gerações.
Isso não.
- Pai, por favor não! – chorou Athena – Por favor, eu imploro! São mortais, meros mortais, não podem sofrer por toda a eternidade! A culpada foi eu, eu que criei o exército, eu que os coloquei em batalhas! Livre Seiya e os cavaleiros de ouro do sofrimento eterno, por favor!
- Essa é a decisão do Olimpo. Nada poderá ser feito.
A palavra final do Deus-rei era lei.
O selo foi retirado do Santuário. A reunião extraordinária foi desfeita. Isso foi no ano que os humanos chamam de dois mil e oito depois do nascimento do Deus que a maioria da humanidade adora, Jesus Cristo.
Mas ela, deusa, acabara de morrer ali.
Não seria capaz de suportar ver seus cavaleiros sofrendo. Nenhum deles. Pensou nos mais próximos, que chegaram a conviver com ela. Pensou em Mu, e toda sua paciência e serenidade, sempre obediente as suas ordens. Aldebaran, sempre expansivo, brincalhão, com um bom espírito e que lhe fazia sorrir nos momentos difíceis. Pensou em Aiolia, o leão indomável, que apesar da impulsividade, era combativo, prestativo e bondoso, sempre guiando os cavaleiros de bronze. Shaka, o mais próximo de Deus, o mais sábio, sempre tinha um conselho para lhe dar quando necessitava, um ombro amigo para acolhê-la quando ela se sentia perdida. Dohko, o mais velho de todos, que ficou 243 anos esperando o selo de Hades enfraquecer, e o guardou, só para avisá-la da batalha, mostrando sua lealdade. Milo, que sempre seguia seu cosmo, era companheiro e amigo, com uma sede por justiça e vontade de proteger a humanidade tão forte e inabalável. E pensou em Kanon, o homem que voltou do mar somente para ajudá-la na batalha, que, por fora, aparentava ser frio e inabalável, mas por dentro, tinha tanta justiça e afeto pela humanidade como qualquer outro cavaleiro. Sim, afeto pela humanidade, pois Kanon tinha sentimentos confusos, e embora ele não conseguisse entender, ela entendia, e muito bem.
Pensou até mesmo nos cavaleiros que não conviveram com ela. Máscara da Morte, que sim, era leal a ela, mas o mal o corrompeu. Aiolos, meus deuses Aiolos, que tão novo enfrentou todo tipo de mal para salvá-la quando ela era apenas um bebê, entregando-a para um desconhecido, confiando seu mundo para ele. Pensou em Shura, o cavaleiro mais leal, que foi ludibriado pelo mal, mas que ainda assim deu a sua vida para salvar Shiryu. Camus, que também deu a sua vida para dar o último ensinamento para seu pupilo Hyoga, para que ele a protegesse. Afrodite, que desconfiava dela, mas que ainda assim tentou lutar pela justiça na Terra. Shion, seu grande mestre, que também esperou mais de 200 anos para vê-la, protegeu e administrou o seu Santuário durante todo esse período, apenas para enfrentar o mal mais uma vez. E pensou em Saga, que foi corrompido pelo mal, viu ele mesmo fazer atrocidades, mas que, no fundo queria perdão, queria se livrar de todo aquele sofrimento. Foi nele que ela confiou para matá-la, pois ela sabia que ele não era um humano comum, tinha algo a mais ali, um cosmo quase divino que ela não seria capaz de explicar.
Todos eles, presos. Suas almas seladas. A estátua que simboliza a prisão de suas almas no meio do Santuário, como exemplo para quem desafiasse os deuses.
Saori decidiu seguir a vida em frente, apesar do enorme buraco no peito. Quis seguir uma vida normal, e quis que seus cavaleiros seguissem uma vida normal. Realocou os poucos que sobraram para o Japão. A dor e o sofrimento persistiam, principalmente por ver Seiya daquele jeito, mas não podia fazer nada. Ao menos, podia utilizar seu cosmo, para que Seiya pudesse manter a boa-forma e a juventude.
Isso foi durante oito anos. Até que algo muito estranho aconteceu.
Ela e os cavaleiros sentiram um cosmo poderoso, arrebatador, que era capaz de preenchê-los e de sufocá-los. Aquilo era o cosmo de um Deus, ela sabia, eles sabiam. Logo depois, apareceram vários cosmos, inúmeros, e ela não conseguia distinguir. Depois, tudo desapareceu, como se nada tivesse acontecido. Insatisfeita, ignorou todos os bons avisos, jogou os cavaleiros e amazonas no avião e se mandaram para o Santuário.
A estátua que simbolizava a prisão dos cavaleiros estava quebrada. Os cavaleiros de ouro conseguiram fugir (5).
Zeus sabia que não foi ela quem tinha feito aquilo. Poseidon, Ártemis e Hefesto também. Mas os outros deuses desconfiaram e imaginaram que ela tinha armado um plano para libertar os seus cavaleiros de ouro. O que não fazia sentido, pois nenhum dos cavaleiros de ouro a procuraram depois de suas fugas. E pior, ela não sabia onde eles estavam. Então, nos últimos dois anos, a Fundação tem se dedicado a tentar achar os cavaleiros.
Mais uma vez, ela era convocada para a luta, e ela sabia que aquilo era um chamado. E diferente das outras vezes, ela não ficaria rezando, como uma menina desamparada. Se os deuses queriam acabar com aquilo que ela amava e protegia, teriam que enfrentar a sua fúria primeiro.
(1) Poseidon fala, no mangá, que ele só gostaria de despertar em 200 ou 300 anos. Como a Athena reencarna mais ou menos de 200 em 200 anos, seria tarefa da Athena do século XXII ou XXIII lidar com Poseidon. Seria, se não fosse Kanon rs
(2) Eu vou usar o Lost Canvas como geração anterior. Primeiro pq lá é tudo fechadinho, sem alteração do tempo, com Athena própria e tudo. E pq eu gosto mais hehe
(3) Eu vou usar o nome romano de Afrodite para falar da deusa. Então aqui, ela será chamada de Vênus, pq já existe um Afrodite né.
(4) Cavaleiros do Zodíaco chega a mencionar, mas não aprofunda. Athena e Poseidon brigaram pela Ática, região onde fica Atenas. Então os dois deram um presente para a cidade, que votaria qual deus seria o protetor da região. Poseidon deu para a cidade uma fonte de água salgada, enquanto Atena deu uma oliveira. Quando votaram, os homens preferiram Poseidon, e as mulheres, Atena. Mas reza a lenda que havia uma mulher a mais na cidade, que deu o voto decisivo para a deusa da sabedoria. Daí vem o "voto de Minerva" (a lenda varia nesse ponto, mas a essência é essa). Athena ficou com a cidade, que se tornou Atenas, mas Poseidon deu o castigo, que não permitia que as mulheres Atenas votassem e participassem da Pólis.
(5) A inspiração é na estátua do Prólogo do Céu mesmo. Mas a fic não é continuação do Prólogo do Céu, só pega alguns conceitos.
Oi pessoal! Além disso, há algumas observações.
A história de CDZ se passa em 1986, todas as sagas (Santuário, Asgard, Poseidon e Hades) aconteceram naquele ano. O julgamento, que paralisa o tempo, vai durar 22 anos, terminando em 2008. Quando termina o julgamento, Saori e os cavaleiros sobreviventes estão todos moleques ainda. Em 2016, os cavaleiros de ouro serão ressuscitados com a idade que tinham quando faleceram (exceto Aiolos, que ressucitará com a idade que teria se estivesse vivo em 1986, ou seja 27 anos e Dohko, que eu explico daqui a pouco). Em 2018, ano que começa a história, Saori e os bronzeboys serão 10 anos mais velhos que a história original, mas os golds serão apenas dois anos mais velhos. Fica assim:
Saori, Seiya e Shun terão 23 anos.
Shiryu e Hyoga terão 24 anos.
Ikki terá 25 anos.
Jabu terá 23 anos, Nachi e Ichi terão 24 anos e Geki e Ban terão 25 anos.
Shina, Marin e Seika terão 26 anos.
Kiki vai ter 18 anos (imagina o Kiki na escola. É. pqp.)
Dos golds, fica assim:
Saga e Kanon terão 30 anos.
Mu, Aldebaran, Aiolia, Shaka, Milo e Camus terão 22 anos.
Máscara da Morte e Shura terão 25 anos.
Afrodite terá 24 anos.
Aiolos terá 29 anos (pois, na série original, ele deveria ter 27, mas morreu aos 14). Não faria sentido ele ser o irmão mais velho de Aiolia com uns 16 anos de idade.
Dohko terá 263 anos, mas como ele deixou de ser uma uvinha passa fofinha e ficou gostosão, com seus jovens 18 anos na série, ele pensará (e terá o corpo) como o de uma pessoa de 20 anos.
E do reino do mar será assim:
Julian e Sorento terão 26 anos.
Thetis terá 25 anos.
Espero não ter sido muito Nolan, que tenta explicar tudo na história, mas esse eu achei que seria necessário. Imagina calcular tudo isso kkkk melhor dar a informação.
