O QUE PODERIA SER DIFERENTE?

Lindo dia de primavera. Ela se levanta e se espreguiça, tinha dormido muito bem. Procura os chinelos, calçando-os vai até a janela e abre as espessas e enormes cortinas que davam visão para o jardim do palácio. Abrindo a janela, sai até a sacada maravilhada.

De repente uma voz ecoa dentro do quarto:

- Bulma querida! Chama a voz. – Já foi para a sacada! Constata a Sra. Briefs mãe de criação da princesa.

A Sra. Briefs é casada com o professor Briefs, um brilhante cientista, rei regente e que também é responsável por toda a parte tecnológica do planeta. Um homem comum e simples, dono de um enorme coração. A princesa confia muito no professor, assim como seu falecido pai que o nomeou. Ninguém o trata pelo título de rei, mas sim o de professor

- Venha querida precisa se trocar! Chama ela enquanto abre a porta do quarto e manda que as serviçais entrem.

Num instante o quarto fica cheio delas, cada uma com um afazer diferente. Bulma cumprimenta todas e conversa com cada uma. Cristal é um planeta pacífico, povo gentil, e todos adoram sua princesa. Com os empregados não era diferente todos a amavam

A Senhora Briefs observava Bulma. Sua maneira doce e meiga de tratar as pessoas, não importasse quem. Sempre gentil, generosa, pronta a se doar, ajudar e até se sacrificar por aqueles que amava. "Tão inteligente minha menina" pensou. E de fato, a princesa era. Desde peqena demonstrou grande habilidade e facilidade com tecnologia, chamando assim atenção de muitos, inclusive do professor Briefs, hoje seu mentor.

- Venha tomar seu banho querida! Mais uma vez a voz da sra. Briefs se destaca no quarto.

Ela ajuda Bulma a se despir e a observa entrar na banheira cheia de água morna e muita espuma.

- Obrigado mãe! Agradece a princesa enquanto observa a mãe se afastar e fechar a porta.

Mãe, era assim, que a princesa chamava a sra. Briefs. Foi ela quem ajudou a rainha Stella a dar a luz. Era um parto difícil, nem com os anos de experiência na profissão foram capazes de salvar a rainha e melhor amiga. Antes de morrer Stella pediu que ela cuidasse da menina e contasse que ela foi muito amada, e foi o que ela fez. Dona de um sorriso cativante e de uma personalidade única e espontânea, a sra. Briefs era uma pessoa muito querida por todos. Como não podia ter filhos se apegou a menina chegando a gerar leite para poder amamentá-la. Foi á única mãe que a teve princesa. Por isso, ela sempre a chamava de mãe. No começo isso a incomodava, muitas vezes corrigia a princesa que insistia dizendo:

- Você também é a minha mãe e eu sou feliz por ter duas mãe!

Diante de tão sinceras palavras, ela permitiu e também passou a se referir a princesa como filha.

Terminando o banho, Bulma se enxuga e pega a roupa deixada pela mãe. Saindo do banheiro senta no descanso de pés de uma poltrona, e espera a mãe sentar-se atrás para escovar-lhe os longos cabelos azuis e fazer uma trança. Terminada a trança, vai até o espelho e se observa, Observa também sua marca de nascença. Uma pequena fada desenhada no pescoço. Uma fada delicada mas que quando brilha intensamente parece causar alguns estragos. A princesa pega o cordão que sempre usa. É um cordão que possui um relicário em forma de coração.

Assim que põe o cordão, Bulma abre e observa a foto dos pais por un instante com olhar triste. A sra. Briefs observa a cena e ao perceber a tristeza da filha tenta distraí-la:

- Quem será que ocupará este espaço em branco? Pergunta em tom de brincadeira, referindo-se ao espaço vazio dentro do pingente. Isso faz com que a princesa olhe para ela. – Será um belo príncipe? Alguém forte e corajoso? Brinca ela, fazendo as empregadas rirem.

Bulma faz uma careta diante da brincadeira:

- Diz isso como se eu tivesse alguém em mente. Sabe que não procuro ninguém. Tudo tem o seu tempo. Diz ela parecendo sensata.

– E ele aparecerá na hora certa. Diz a mãe abraçando-a. – Vamos descer, o café está na mesa.

Chegando a enorme mesa de café elas sentam-se. Após uns minutos, se junta a elas o professor Briefs.

- Do que falavam? Pergunta curioso.

- Dos preparativos para o aniversário de Bulma. Responde a sra. Briefs empolgada.

- Mamãe não faça nada exagerado! Pede ela comendo um pedaço de bolo.

- E desde quando eu exagero em algo? Perguntou surpresa. – E depois mocinha, a gente faz dezoito anos apenas uma vez! Tudo precisa ser majestoso e lindo. Diz ela sonhadora.

- Já vi que não adianta argumentar. Fala Bulma tomando um gole de café.

- Não se abata querida. Diz o professor afagando a mão de Bulma. – Você sabe que não adianta discutir com sua mãe. E ela tem razão, só se faz dezoito anos uma vez. Deixemos que ela providencie tudo. Diz ele tranqüilizando-a.

- Mas é que eu não entendo! Diz Bulma por fim. - É só mais um aniversário e para mim aniversários são todos iguais, o que muda é sua idade. Por que este seria diferente? O que acontece quando se faz 18 anos? Pergunta curiosa.

- É uma data simbólica! Começa a fase adulta de uma pessoa, iniciando assim mais liberdade, independência! Insiste á senhora Briefs e levando a mão ao coração continua: - E eu sinto que este ano será diferente em nossas vidas.

- Liberdade? Independência? Sei... Então quer dizer que finalmente vão me deixar sair em viagens diplomáticas? Indaga a princesa curiosa. O professor Briefs toma um gole de café para esconder o sorriso. A sra. Briefs limpa a garganta:

- Bem... quer dizer... então.. balbucia ela

Nesse momento Bulma para de comer e responde:

- Então nada irá mudar! Diz aborrecida.

- Entendo que queira viajar querida, e acredite em mim você irá. Mas por enquanto não tivemos uma oportunidade. Defende o professor enquanto continuam o café.

No resto da manha Bulma acompanha as reuniões com ministros. Discutem todos os assuntos do planeta Cristal e ela sempre diz o que pensa e também dá ordem aos novos projetos. Após a reunião é hora do almoço. Na parte da tarde ela descansa um pouco e volta aos afazeres uma hora depois. Vai ao laboratório de tecnologia e ajuda na construção de novas armas, defesas, e objetos que são comercializados a população.

Enquanto ajuda alguns estagiários da fábrica eles recebem uma tentativa de comunicação:

- Princesa! Chama um dos cientistas. – Captamos um sinal fraco de comunicação.

- De onde vem? Pergunta franzindo o cenho.

- Vem da Terra alteza. Responde o rapaz enquanto tenta melhorar o sinal. Finalmente um mapa se abre e ele aponta para uma ilha no meio do mar. – Vem desta ilha majestade. Aponta o local do sinal.

Bulma aproximasse e não reconhece o lugar.

- Tente estabelecer nova comunicação ou melhorar o sinal. Pede ela.

Alguns minutos se passam até que uma figura estranha e de bastante idade aparece na tela.

- Saudações Stella. Saúda o velho. – Esta pode ser minha última tentativa de comunicação. Estou sendo atacado, se puder ouvir esta mensagem me ajude por favor. Repito me ajude! A mensagem começa a falhar ouve-se uma explosão e alguns gritos. A tela volta a ficar preta.

O rapaz tenta novas comunicações mais nada acontece. Bulma fica chocada. "O velho chamou por sua mãe? Não sabe que ela faleceu há muito tempo? Ou será uma mensagem perdida?

- De quando foi essa chamada? Indaga a princesa

- Cerca de 50 minutos atrás. Responde o rapaz.

- 50 minutos? Tem certeza? Pergunta enquanto ela mesma sem esperar resposta vais até o computador para verificar. Certificando-se que é verdade fica estarrecida. Quem poderia ser esse senhor que tentou se comunicar com a mãe dela, sem saber que a mesma tinha morrido? Sem usar formalidades? Após tantos anos? Um turbilhão de perguntas que só seriam respondidas indo até lá.

- Preciso saber quem é. Preciso ir até lá. Diz Bulma em voz alta.

- Impossível. Responde o rapaz para espanto da princesa. – A Terra fica há 5 horas de distância daqui. Também estamos apenas com as naves unitárias, e as de segurança para fugas em massa. O General Tenshin está em missão, levou muitos soldados. A princesa não teria escolta suficiente. Recordou-lhe o rapaz.

"Ele tem razão" Raciocinou ela. Mas se usasse as cápsulas unitárias poderia viajar muito mais rápido, e sem chamar atenção. Chegaria em apenas 2 horas. E depois, era comum viajantes solitários pelo espaço, desse modo não chamaria a atenção. - Prepare uma cápsula unitária para mim. Ordenou ela.

- Não pode ir sozinha princesa! O rapaz quase berrou. Bulma então tapou-lhe a boca e pediu que falasse mais baixo. - Jamais deixarão que saia sozinha e não temos tantas cápsulas unitárias para que um exército possa acompanhá-la.

- Preciso ir! Insiste imprudente. - Eles jamais me deixarão, e esse senhor pode ser o único a saber sobre o passado da minha mãe e essa marca no meu pescoço. Insiste ela. O rapaz fica na dúvida. Então sem alternativas Bulma endurece. Fazendo a expressão mais severa que consegue ela comunica: - Prepare uma cápsula para mim, é uma ordem! Seja sigiloso e cauteloso, estamos numa missão importante e eu exijo que me obedeça. Quando terminou mal podia acreditar. Fora ela mesma quem disse aquilo?

O rapaz ainda perplexo pelas palavras da princesa parecia estático. Até que nova ordem o fez correr: - Ande logo! Ordenou mais uma vez. Tudo pronto, ela seguiu ao Planeta Terra.

Uma hora depois, o professor entra no laboratório enquanto confere alguns documentos na mão. Ele para, para dar atenção à um jovem cientista e depois outro, até que ergue os olhos e não acha a princesa. Curioso ele pergunta:

- A princesa já se retirou? Engraçado, disse que iria me esperar para juntos trabalharmos naquele novo projeto? Deu de ombros. Seguiu para o computador principal e abriu o comunicador verificando as mensagens. Foi então que descobriu a mensagem do ancião. Franzindo o cenho chama o jovem cientista ao lado:

- De quando é essa mensagem? Pergunta enquanto ele mesmo verifica. - Três horas atrás? Volta a brir a mensagem com o ancião quando sua mente parece acordar. " Mas este é o velho Kame" "Faz muitos anos, pensei que estivesse morto! Chamando por Stella? Meu Deus! Pobre homem preciso fazer alguma coisa."

-Quanto tempo até o retorno das tropas? Perguntou a outro rapaz.

- Quatro horas senhor. Respondeu

Abrindo a comunicação o professor chama pelo general Tenshin. Aparecendo na tela de pronto o general diz:

- Saudações professor! Nossa missão foi um sucesso! Mais um aliado, nova aliança e tudo com diplomacia. Orgulha-se.

- Parabéns General. Preciso que você altere a rota para a Terra, estou mandando as coordenadas. Recebemos um pedido de socorro há mais ou menos 3 horas atrás. Um ancião parente da rainha, seu nome é Kame. Estou enviando uma foto. Creio que de onde esteja o tempo será menor. Acredito que dessa vez a diplomacia não fará parte general. Adverte ele.

- Entendido! Estaremos prontos para tudo professor. E desliga a comunicação.

Nessa hora o rapaz que tempos atrás ajudou a princesa suando frio aproximasse.

- Ela fez o quê? Quase grita o professor. Todos na sala olham arregalados, nunca viram o homem daquele jeito. - Como você permitiu? Indagou ao rapaz furioso. - Por que não me contou assim que entrei? Andava de um lado ao outro.

- Ela ordenou que só contasse horas depois. Disse apavorado

-Abra nova comunicação com o general. Agora mais do que nunca ele deve chegar lá o mais rápido possível. Disse angustiado. - Quero o número da cápsula que decolou! Tentem rastrear sua localização e estabelecer comunicação! Ordenou

O rapaz que anotou o número da cápsula antes da princesa embarcar entregou ao professor. "Pelo menos os polpou tempo" pensou

- Também coloquei a marca da realeza na cápsula professor. Assim saberão que não se trata de qualquer viajente e sim de alguém de suma importância. Disse orgulhoso do feito.

O professor cai de costas no chão:

-Você fez o que? Rapaz, assim saberão que se trata da princesa e ela corerrá ainda mais perigo. O professor estava exasperado.