Disclaimer: Naruto pertence ao Kishimoto-sensei ;D


Capítulo II

Sasuke imaginou que no primeiro dia em casa depois de quase um ano fora poderia não se importar com o mundo por um momento e permanecer deitado no conforto de sua cama, inalando o perfume macio dos cabelos de Sakura, sendo aquecido pelo calor reconfortante do corpo dela, como sempre quis todas as noites em que precisou dormir a beira de um córrego ou na primeira pousada que encontrava no caminho.

Mas não. Havia um pequeno detalhe em seu plano mal executado. Ontem deveria ter passado no escritório do Hokage para reportar a missão, e ao invés disso resolveu mandar todos ao inferno para ir para casa o mais rápido que pudesse para arrancar as roupas de Sakura na cozinha. Bom, não estava em seus planos chegar a esse ponto, mas a culpa era totalmente dela. O que essa mulher fazia com ele? Culpava os onze meses sem tê-la em seu abraço para correr o risco de serem pegos por sua filha. Droga. Malditos hormônios incontroláveis.

Antes que se desse conta, Sakura já havia levantado para tomar banho e lhe questionava se não deveria ir até a Torre. Sasuke ia perguntar como ela tinha coragem de lhe fazer essa pergunta tomando banho – e se ela não percebera ontem que ele não estava em condições de controlar o que realmente queria fazer com ela – mas Sakura, pela porta fechada do banheiro, lhe adiantou que se ele demorasse muito não duvidava que um kage bushin de Naruto aparecesse no quarto deles querendo o relatório. Isso o convencera. Apesar de agora, terminando de subir as escadas da Torre, estar se perguntando se realmente tinha sido a melhor decisão.

Deveria ter entrado naquele banho com sua esposa.

- Olha quem apareceu. – Naruto falou assim que Sasuke abriu a porta do escritório, terminando de colocar uma pilha de papéis no chão. – Achei que não ia largar a Sakura-chan hoje, pelo que deu a entender ont-

Sasuke atirou a primeira caixa ao seu alcance no amigo, fazendo-o rir e ignorar completamente seu olhar irritado.

- O que você queria que eu pensasse, Sasuke?

- Que parasse de entrar na minha casa sem ser chamado.

- Se for pra me poupar de uma cena daquelas vou até considerar mesmo.

- Como se isso o tivesse impedido antes, idiota. – Sasuke estreitou mais os olhos, lembrando as incontáveis vezes em que Naruto havia atrapalhado os dois nos momentos mais inoportunos. Como ele conseguia fazer isso?

A risada do loiro interrompeu seus pensamentos assassinos.

- É bom ter você de volta, Teme.

- Hn.

Naruto cruzou os braços, pensativo.

- Faz o que? Quase um ano? – Naruto perguntou, sorrindo em seguida, enquanto coçava a cabeça. – Sakura-chan as vezes tem vontade de me matar por mandar você nessas missões.

Essas palavras o atingiram de uma maneira que não esperava. Esse sempre era um assunto que revirava sua alma. Odiava deixar Sakura e Sarada por tanto tempo. A cada dia longe delas era um pedaço seu que se desfazia lenta e dolorosamente e ansiava pelo encontro com seus sorrisos e abraços calorosos. Mas fazia isso para proteger a vila. Sua família. Sakura sabia disso.

Naruto não pode deixar de notar o silêncio um pouco mais longo de Sasuke antes que ele retrucasse:

- Sakura entende.

- É, mas você a conhece o suficiente pra saber que tem momentos que ainda assim ela quer me matar. – Naruto brincou.

- Hn. Essa fila é grande, Naruto.

Naruto revirou os olhos azuis.

- Estou querendo agradecer pelo seu sacrifício de ficar longe da sua família pela vila, idiota.

- Você sabe que não estou sendo obrigado, Naruto. Sakura e Sarada sabem disso também. – Sasuke respondeu. Fazia por elas. Principalmente por elas.

Naruto entendeu as palavras que seu amigo não precisou pronunciar, e assentiu, sorrindo. Sabia como as duas significavam o mundo para ele. O mundo que um dia fora tão escuro.

- Eu sei, Teme. Então aproveita que está de volta para ficar com as duas. – Naruto sorriu ainda mais. – Sarada-chan sente demais a sua falta.

Sasuke assentiu, pensando que Naruto não fazia ideia como sentia a falta dela também, todos os dias.

- Ah! – Naruto exclamou, lembrando. – E nem preciso dizer que a Sakura-chan tem sempre um fã clube atrás dela, né? É bom aproveitar esse tempo aqui pra afasta-los, Sasuke.

- O que? – O cenho de Sasuke franziu perigosamente. O que diabos ele estava falando? – Ela é minha esposa, idiota.

Naruto deu de ombros, respondendo:

- É, mas o marido dela ficou fora quase um ano. É verdade que todos os homens tem medo de você e ninguém se aproximaria da Sakura-chan, mas ouvi falar que tem meio que um fã clube dela por aí. – O loiro deu de ombros. – Você não pode culpa-los, ne? Ela é uma das melhores ninjas de Konoha, a melhor médica, e claro que a Hinata é a mais bonita do mundo, mas a Sakura-chan tamb-

- Eu sei, Naruto. Sou casado com ela.

Sasuke não conseguiu esconder a irritação nem nos olhos e nem na voz ameaçadora. Era só o que faltava. Não faziam ideia de quem era o marido de Sakura? Que poderia enumerar em uma lista interminável as formas mais criativas de morrerem em suas mãos, passando por todos os elementos da natureza e indo até suas habilidades com espada, taijutsu, Magenkyou Sharingan e Rinnegan? Ou realmente não tinham amor à vida? Não importa. Resolveria esse problema agora.

- Quem são esses imbecis? – Sasuke perguntou.

- O que? Não tenho a menor ideia. Tenho um País inteiro pra tomar conta! Você acha que eu- Ei, Sasuke! Não vá destruir Konoha ou vou ter que arranjar uma missão pra você de novo, seu idiota!

Mas ele já havia sumido com o Rinnegan.

Ah, droga.

Espera. E ele não tinha que lhe dar o relatório da missão? Ah, maldito!

(...)

Tentando não ser dominado pela vontade de simplesmente jogar Konoha inteira nas chamas de Amaterasu para consumir o tal fã clube de Sakura, Sasuke decidiu que a melhor maneira de encontrar os malditos que estavam atrás de sua esposa seria perguntando diretamente para ela o que diabos de história era essa. Afinal, Naruto era um imbecil. Ele poderia estar inventando apenas para lhe irritar, o que não seria novidade.

Seria realmente possível que alguns idiotas teriam a coragem de dar em cima da esposa de Uchiha Sasuke? Seu cenho franziu mais um pouco.

Para sua sorte, Sakura ainda não havia ido ao hospital. Ela estava do lado de fora, fechando a porta de casa, prestes a ir, quando apareceu alguns passos a sua frente. Cenho franzido. Muito. Os doces olhos verdes piscaram duas vezes, confusos, e em seguida preocupação refletiu neles. Ela se aproximou.

- Aconteceu alguma coisa, anata?

- Naruto.

Sakura não pode evitar a baixa risada, guiando os dedos para a testa de seu marido, tentando inutilmente desfranzir o seu cenho tão irritado.

- Não pode, Sasuke-kun. – Sakura comentou, com um sorriso capaz de derrubar exércitos inteiros. – Você está em casa, não é? Hoje é um dia maravilhoso.

E roçou os lábios no rosto dele em um leve beijo, conseguindo por um breve momento desfazer um pouco a irritação de Sasuke. Assim que pousou seus olhos amáveis no marido novamente, percebeu que o silêncio persistente dele não a convencia de que estava tudo bem, e então cruzou os braços, desconfiada.

Será que Naruto realmente havia feito alguma coisa séria?

- Não me diga que o Naruto mandou você pra outra missão, anata! Você mal chegou!

- Não, Sakura. – Sasuke responde, contrariado. A ideia de perguntar a Sakura sobre essa história parecera ótima quando não estava encarando os olhos verdes determinados agora, que o desafiavam a engolir o maldito ciúme que sentia dela. Tentou controlar a impaciência na voz, apesar do cenho permanecer franzido, frustrado. – Que fã clube é esse atrás de você?

As sobrancelhas de Sakura se ergueram o mais alto possível. Fã clube?

- O que? Nenhum que eu saiba. – Sakura respondeu em um tom de quem não dava muita importância ao assunto.

Sasuke esperava que seu olhar intenso e o cenho franzido a fizessem contar a verdade, mas apenas arrancaram uma risada dela. E odiava admitir, mas era a risada que parecia melodia aos seus ouvidos. Ah, droga. Estava sendo enfeitiçado de novo.

- Anata, mesmo se tivesse eu não me importo. – Sakura murmurou, sorrindo, um leve rubor em suas bochechas. – Sou sua esposa e é você quem eu amo.

Pronto. Era o genjutsu de novo.

Sasuke nem se importou. Sabia muito bem que Sakura precisava piscar seus belos olhos verdes e o presenteá-lo com seu sorriso encantador para fazer desaparecer qualquer sentimento de raiva ou frustração que o assombrasse.

Seus olhos suavizaram, perdidos nos dela tão brilhantes, e a beijou nos lábios suavemente, esperando que ela entendesse que também a amava mais do que poderia dizer em palavras.

Quando se afastaram por alguns milímetros, Sasuke adorou o rubor e o sorriso tímido que permaneceram no rosto dela, ouvindo-a murmurar:

- Esse beijo aqui fora já valeu por um "eu também amo você".

Um sorriso de canto apareceu nos lábios do Uchiha, os dedos acariciando o rosto dela suavemente. Poderia ficar ali para sempre, eternamente preso nesse genjutsu que ela lhe lançava de forma tão eficiente, sem lhe dar chance de escapatória.

Sasuke não conseguia lembrar desde quando isso passou a acontecer, mas percebia que não dava a menor importância. Sakura conseguia faze-lo esquecer absolutamente tudo o que acontecia ao redor, qualquer traço de ciúme em seu peito, ou os seus neurônios gritando para que colocasse Konoha em chamas negras por terem olhado para ela.

- Você não sabe como o que eu mais queria era ficar aqui o dia todo com você, Sasuke-kun, mas eu realmente preciso ir ao hospital. – Sakura lamentou com um breve suspiro, e se aproveitou do momento único para beija-lo novamente nos lábios.

Não era todo dia que ele não se importava com gestos afetivos em público – muito menos um beijo! – apesar de estarem na porta de casa e não haver uma alma viva ao redor.

O beijo se encerrou mais rápido do que o Uchiha gostaria e em seguida ele estava vendo sua esposa se afastar em passos flutuantes, com um sorriso tão grande que poderia ser visto em suas costas. Deveria estar feliz por ela estar animada daquele jeito – afinal, quantas vezes já a fizera sofrer naquela vida? – mas vê-la a caminho do trabalho, sozinha e com o tal fã clube a espreita o dia inteiro finalmente o fez sair do genjutsu.

- Você sabe que vou matar todos eles, um por um, Sakura. – Ele avisou para as costas dela antes que esquecesse, mas a única resposta que conseguiu dela foi um olhar brincalhão por cima do ombro e uma risada.

Ah, droga. E ela ainda não o levava a sério?

- Quem você vai matar, Papa? – Sarada de repente abriu a porta, curiosa.

- Uns idiotas que não dão valor a vida. – Sasuke respondeu automaticamente, cenho franzido novamente.

- E Mama deixou? – Sarada pergunta, surpresa.

- Sua mãe não tem muita escolha. – Sasuke a olhou de esguelha, percebendo para quem estava falando essas coisas. – E você não deveria estar escutando conversa de adulto, Sarada. Esqueça o que ouviu.

Antes que Sarada pudesse abrir a boca, confusa, seu pai havia entrado em casa, deixando um rastro de frustração no caminho. Quem eram esses malucos que tiveram coragem de irritar seu pai? Suspirou, resignada. Imaginou que se Konoha estivesse ardendo em chamas negras quando voltasse do treino já saberia o porque.

(...)

Certo, não iria mentir que algumas tarefas no hospital havia deixado a cargo de Shizune. E alguns papéis precisaram ser resolvidos mais rápido que o normal. Ninguém havia reclamado, afinal era a chefe do serviço, e se havia alguém que poderia delegar funções para sair pelo menos um dia mais cedo do trabalho era ela. Afinal, quantas vezes fazia isso no ano? Sakura era conhecida inclusive por ser a única que não tirava folgas, e apenas colecionava mais e mais trabalho ali dentro. Era mais do que merecido sair mais cedo naquele dia.

Precisou ignorar alguns olhares surpresos ao fazer isso, mas não se deu ao trabalho de explicar sua real motivação – apesar de saber que todas as mulheres do hospital já estavam cientes, e alvoroçadas, com a chegada do seu marido em Konoha. Bom, não explicaria a ninguém que estava saindo mais cedo por causa dele. Ou talvez devesse avisar apenas o público feminino e lembra-las que quem estaria com ele em alguns minutos seria ela.

Sakura abafou uma pequena risada. Nem o fã clube fiel dele lhe importava. Sentia que seu coração batia na altura das nuvens, tão leve, tão feliz, tão inundado de amor por ele estar de volta finalmente depois de quase um ano. Nada e nem ninguém conseguiriam arranca-la de seu estado de êxtase. Queria apenas voltar correndo para casa e se jogar no abraço forte dele, o lugar onde realmente pertencia.

Porém antes que seu corpo ouvisse sua mente acelerada e ansiosa, Sakura lembrou de parar na Floricultura Yamanaka para comprar as flores que já faziam parte do ritual do retorno do seu marido. Não poderia deixar de leva-las. Avistou a loja alguns metros a frente, observando um cliente saindo e ouvindo a voz de Ino em agradecimento.

Sabia que deveria se preparar para ouvir as piadinhas no minuto que entrasse na loja.

- Alguém se deu bem ontem a noite, hein? – A voz da loira acompanhou o sorriso maroto no rosto bonito dela.

Mesmo sabendo o que a aguardava, Sakura nunca conseguia controlar o rubor dos comentários indecentes que sua amiga fazia, principalmente porque ela sempre estava certa. Estreitou os olhos, irritada.

- Ino! Não temos mais dezoito anos para termos essas conversas assim!

Por sorte estavam sozinhas na loja, mas Ino já havia feito comentários piores com a loja não tão vazia. Essa Porca!

- Mas eu sinto falta de falar essas coisas com você. – A loira reclamou, com uma mão na cintura, ignorando o rosto ainda vermelho de Sakura e seus olhos furiosos.

- Você é impossível. – Sakura resmungou, se apressando em escolher as flores que levaria antes que sua amiga se atrevesse a comentar algo que a deixaria ainda mais ruborizada. Como a odiava as vezes.

Ino apoiou o cotovelo no balcão, recostando a mão no queixo e observando com seus atentos olhos azuis Sakura escolher cuidadosamente as flores mais bonitas da loja. Era sempre o mesmo ritual. Sakura aparecia na loja de vez em quando para jogarem conversa fora – entre o trabalho e as tarefas domésticas/maternas – mas apenas em uma ocasião os orbes verdes eram tão analíticos escolhendo as flores para comprar, e era quando Uchiha Sasuke anunciava através de uma carta o seu aguardado retorno após uma longa missão.

Algumas vezes ele aparecia de surpresa, deixando-a exatamente assim: a própria felicidade prestes a entrar em combustão a qualquer momento. Havia um pequeno sorriso no rosto da amiga médica, fazendo com que um maior aparecesse nos lábios da Yamanaka.

Durante muitos anos rivalizaram pelo amor desse homem, mas sempre soube que o coração dele não pertenceria a ela. Apesar do caminho tortuoso que os dois precisaram seguir, Sakura sempre seria a única que ele escolheria. Enxergava tão claramente isso. Em cada olhar discreto que os dois trocavam e a forma como a expressão de Sasuke suavizava ao vê-la, a cada vez que Sakura arrancava um sorriso dele, a cada vez que entravam na loja com sua filha, Sarada. A prova mais viva do amor que possuíam, da família que estavam construindo.

Ino sentia o coração se alegrar com os pensamentos, porque sua amiga não merecia nada menos que isso. E a admirava mais ainda por estar sempre aguardando por ele a cada vez que ele precisava passar longos períodos longe da vila. Como agora. Como ela pulsava de felicidade por tê-lo de volta depois de tanto tempo.

- Estou feliz por você, Testuda. – Ino comentou, sorrindo genuinamente. – Fazia um tempo que o Sasuke-kun não pisava na vila, não é?

Sakura sorriu um pouco mais, detendo a mão que segurava um ramo de uma rosa, o pensamento distante.

- Sim, quase um ano. – Ela respondeu.

- Eu juro que não sei como você consegue. – Ino comentou, e Sakura deu de ombros.

- Bom, você sabe. Ele sempre foi o amor da minha vida. – E sorriu novamente, sentindo um leve rubor no rosto concordar com suas palavras.

Ino sorriu.

- E você sempre foi o dele. – A loira comentou.

Sakura rapidamente lembrou como Sasuke já havia lhe dito isso, e como guardou esse momento no lugar mais íntimo em seu coração. Sentiu o rosto arder um pouco mais, o que claramente a entregou para sua amiga, que logo riu.

- Conte logo. – Ino falou.

- Nem pensar. – Sakura se apressou, rindo também.

- Você sabe que vou entrar na sua mente se não disser.

- Ino! – Ela não se atreveria, não é?

- Ah, Sakura, eu adoro saber dos momentos românticos de vocês. E eu só acredito porque você me conta. – Ino falou, fazendo uma expressão pensativa em seguida. – É tão difícil imaginar o Sasuke-kun sendo romântico.

Sakura não conseguiu conter a risada novamente.

Ela não poderia estar mais enganada. Poderia dar muitos exemplos, como da noite anterior e daquela manhã, mas segurou sua língua para evitar informações desnecessárias para sua amiga curiosa.

- Eu garanto que ele é romântico do jeito dele, Ino. – Sakura respondeu. – Mas nada que você precise saber. E nem tente entrar na minha cabeça!

As duas trocaram um olhar desafiador por alguns segundos antes de dividirem uma risada calorosa. Sakura sabia que sua amiga não descansaria enquanto não soubesse de alguns detalhes de sua vida amorosa com o homem mais cobiçado – e mais temido – de Konoha, mas tinha coisas mais importantes para fazer agora do que atualiza-la das suas atividades românticas.

Como por exemplo: estar ocupada em alguma naquele momento com seu marido.

- Preciso ir, Porca. Tenho que fazer o jantar, ainda mais que o Sasuke-kun está em casa. – Sakura abriu um sorriso sonhador, suspirando ao colocar as flores no balcão. – Vou levar essas.

- Não vou impedi-la só porque terei mais histórias para arrancar de você depois. – Ino argumentou, erguendo uma sobrancelha de forma marota, e antes que Sakura pudesse corar mais, Ino se agitou, animada. – Ei, Sakura, por que não marcamos um jantar essa semana, todos nós?

- Você esqueceu quem é o meu marido? – Sakura ergueu uma sobrancelha para ela, cética. Ela só podia estar brincando.

- Sakura, ele é anti social, mas não vai deixar você ir sozinha. – Ino ergueu um dedo, enfática. – Ainda mais depois dessa história do seu fã clube.

Sakura franziu o cenho, confusa, perguntando:

- E que história é essa afinal? Você que inventou isso?

- Não, você que é cega de não ver. – Ino deu de ombros. – E eles mais loucos ainda. Devem ter esquecido quem é o Sasuke-kun e do que ele é capaz.

Um suspiro escapou dos lábios de Sakura. Lembrava perfeitamente do cenho franzido dele de manhã. Comentou, resignada:

- Eu sei muito bem do que ele é capaz: de encher o hospital de homens quebrados pra que eu conserte depois.

- Então nem você sabe do que ele é capaz., Sakura. – Ino falou, com uma sobrancelha erguida. – Não vai sobrar uma poeira desse fã clube pra contar história, muito menos para chegar a tempo no hospital. A menos, é claro, que você o ocupe de outras formas.

O sorriso malicioso de Ino fez Sakura enrubescer até o último fio de cabelo, e a loira teve tempo ainda de desviar do primeiro objeto que Sakura encontrou para arremessar nela.

- Você é impossível, sua Porca!

Antes que Sakura pudesse continuar as ameaças de morte a Ino, a porta da loja se abriu para a entrada de Hinata, acompanhada da Himawari. A Yamanaka percebeu a oportunidade de ouro que teria antes de Sakura sair da loja ou antes que inventasse mais alguma desculpa.

- Hinata! – Ino a cumprimentou com um enorme sorriso. – Na hora certa! Estamos marcando um encontro com todo mundo essa semana.

A Uzumaki abriu um animado sorriso enquanto sua filha corria para escolher flores, e Sakura viu que não adiantaria tentar comprar briga agora que havia uma criança na loja.

- Jura? – Hinata perguntou. – Naruto-kun vai ficar tão animado! Ele adora quando nos reunimos!

Sakura sabia que deveria estar odiando Ino por estar colocando-a nessa encruzilhada – afinal, quem teria que convencer Sasuke a ir seria ela, e essa tarefa seria uma missão Rank-S – mas talvez fosse o fato de seu espírito ainda estar flutuando nas nuvens da felicidade, pois apenas suspirou, com um pequeno sorriso.

- Bom, Ino vai organizar, já que ela deu a brilhante ideia. – A Uchiha comentou, se adiantando para a saída. – Tenho que ir. Me avisem quando decidirem o dia.

- Já entendemos que você tem que recuperar o tempo perdido com o Sasuke-kun, Sakura! – Ino falou para Sakura, que tentou fechar a porta antes de ouvir toda a sentença, porém seus ouvidos captaram inclusive as risadas das duas dentro da loja.

Tentou ao máximo esconder o rubor no rosto durante o caminho inteiro para casa. Ah, droga. Iria mata-las.


:D

Desculpem a demora, mas enfim postei o segundo. Espero que gostem. Gente, só para deixar claro que o ritmo dessa fanfic é mais descontraído, para mostrar o dia a dia da família Uchiha, e claro, cenas SasuSaku. Em breve teremos um pouco de drama, mas não darei esse spoiler, hauauhauah.

Muito obrigada pelos comentários, por terem favoritado a fic e o meu profile! Fico muito feliz! Digam o que acharam desse!

Prometo que o próximo capítulo sai mais rápido :D

Kiyuii-chan