Parte 3: Contra-Ataque


Próximo do asteroide 87-MPR, uma junção de energia se formou, criando um túnel de luzes rodopiantes do qual surgiu uma espaçonave que foi chegado perto do asteroide sem ser detectada.

"Tivemos sucesso, Torca. Graças à transdobra, chegamos ao nosso destino. Lá está: a estação 87-MPR."

"Ótima manobra, K-9. Congratulações."

"Ei, e quanto à mim? Me deu um duro danado conseguir a localização da base. Não mereço algum crédito?"

"Ninguém disse que não merece, Noctorro." Stinkbomb veio para perto dele e deu-lhe um beijo no rosto. "Não se acostume."

"Ora, não vou mesmo...mas obrigado."

"Oh, o amor não é lindo?" Zombou Bantor dos dois autobots. Só não teve prolongação da discussão devido ao sinal emitido do painel principal.

"Pessoal. Alvo bem à frente. Tomem seus assentos e se preparem para tudo." Alertou Torca, indo até o painel de armas da Kay-Em; Stinkbomb sacou seus revólveres laser; Bantor manteve seu braço-bazuca engatilhado; Noctorro afiou suas garras retráteis; Armordillo girava suas furadeiras a todo vapor; e K-9 mantinha o sistema de defesa da nave em funcionamento.

"Vai começar." Exclamou o líder autobot.


"ALERTA GERAL. TODOS OS VEHICONS EM POSIÇÃO DE COMBATE." A pesada voz do comandante soava por cada canto da instalação. "Isto não é treinamento. Usem todo o fogo que tiverem pra abater a nave invasora. Suprimento de energia perpétuo pra quem a destruir e quem me trouxer provas concretas de sua total aniquilação, incluindo de toda a tripulação, será meu substituto no comando. Agora, mexam-se."

O exército de robôs negros se dividiu para diversos setores da estação, todos em posição com suas armas de ataque no espaço pra destruírem os intrusos. Era a chance que cada um aguardava desde sua contratação, não só de ficarem supridos de energia para a vida toda, como também de liderarem a base tão logo pudessem ter chance.

Uma vez avistado o alvo, foi uma chuva de lasers, mísseis e raios que tomou o espaço de assalto. A maioria dos tiros apenas desviou do alvo e o restante atingiu vários meteoros e corpos celestes vagantes do espaço. Para um transporte antiquado, a Kay-Em tinha um sistema de manobras evasivas bem moderno e de rápido atendimento.

"Então, o que estão achando? Eu turbinei esta gracinha e nem as espaçonaves da nova geração tem tanta capacidade de deslocamento."

"E como, K-9. Retiro metade das coisas que falei da Kay-Em e se tiver mais alguma surpresa, retiro a outra parte também."

"Vou cobrar a promessa, viu, Bantor?" Falou a autobot fêmea sem tirar a visão do ataque.

"Hora de dar cabo da artilharia. Aos módulos de combate." Ordenou Torca, seguindo pro lado oeste da nave, ao passo que Noctorro ia pro lado leste. Do exterior, 2 pequenas naves desengataram das laterais, cada uma indo pra uma direção.

"Torca para Noctorro. Na linha?" "Positivo, chefe. Tenho os esquemas das localizações de cada canhão e disparador. Pronto pra atirar geral."

"Excelente. K-9, está em posição?" "Sim, Torca. Mísseis perseguidores prontos pro disparo." "Se é assim, FOGO."

Ao comando, vários mísseis saíram da proa do transporte espacial e uma vez liberados, soltaram de seu interior inúmeros projéteis menores, voando no espaço para alvo específicos. Devido ao seu tamanho, escapavam sem dificuldades dos raios da estação e conforme cada um ia avançando, explodiam para cada impacto feito, inutilizando as defesas frontais.

"Viram isso? Quem falou que não se adapta novos truques à veículos velhos?" Stinkbomb comentou orgulhosa.

"Bantor chamando Torca. Os canhões de frente foram destruídos. Danificações em pelo menos 30%."

"Ok, Bantor. Noctorro e eu arrasaremos com as armas laterais. K-9, siga com o ataque usando o feixe de partículas."

"Certo, pessoal. Divirtam-se...e tomem cuidado. Desligando."

"Está bem. Vamos, Noc. Hora de tiro ao alvo." E seguindo o comando, Noctorro partiu em direção ao setor esquerdo da estação, alvejando cada arma e defesa segundo era detectada pelo computador de seu módulo. Sendo um exímio piloto, sabia realizar manobras ousadas e rasantes o bastante pra desviar dos tiros. Torca não era um piloto do mesmo nível de seu amigo, mas não ficava nem um pouco atrás quando o assunto era abrir fogo, embora não fosse sua função original ser guerreiro.

"Espero que isso acabe de uma vez. Mal aguardo que cumpramos nossa missão e façamos os culpados pagarem."


"Ei, estamos sendo atingidos." Falou V-N 1, buscando não entrar em pânico por causa das explosões sofridas. "Aqui é N-V 1. Informe de danos."

"V-N 4 do setor G. Nossas armas foram derrubadas. Tá tudo uma bagunça aqui."

"V-N 53 do setor J. Armamentos inutilizados. Mecanismos quebrados e munição explo..." CABRUUUM.

"Estamos perdendo comunicação. Quem quer que sejam, tem a localização e posição de cada arma nossa. Parecem que sabem de cada lugar da estação como que vista num projeto."

"impossível, 13. Não existem cópias do projeto da instalação. É uma construção original de engenharia decepticon. Não há como..."

"Sendo sincero, 89, não é uma obra original decepticon. As plantas desta base foram elaboradas por arquitetos autobots e roubadas durante a guerra. A maioria dos responsáveis pelo trabalho foram capturados e mortos, embora segundo rumores, um deles escapou e ficou na encolha."


"E é por isso que conheço cada palmo deste lugar, Stinkbomb. Elaborei a maior parte da estrutura, incluindo os pontos estratégicos do arsenal externo."

"Foi por isso que precisou mudar de ofício, Bantor?"

"Sim. Caso os decepticons descobrissem que um dos inventores da base ainda funcionava, o prenderiam pra ajudar em melhorá-la. Uma lástima que meu talento tenha sido usado pelas mãos inimigas e do rumo que terá que tomar, mas prefiro destruí-la à isso." Bantor mal continha a mágoa em sua voz por seus sonhos despedaçados, mas agora era hora de focar no presente e na missão.


"Comandante. Temos danos sérios em toda parte, de explosões à perda de força. Sejam quem for, sabem como evitar os disparos e a localização exata de cada canhão, lança-míssil e tudo que temos."

"E quanto ao disparador solar?" Uma verificação rápida, não durando mais que uns segundos. "Disparador solar intacto. Plenamente carregado."

"Perfeito, V-N 1. Atire nos intrusos agora."

Obedecendo a ordem de seu líder, V-N 1 digitou as instruções até a arma, considerada a principal da estação. Uma vez conectada, tratou de carregar e ser posta na mira da Kay-Em.


"Galera. Acho que temos mais um obstáculo. Vejam o que está surgindo da parte superior." K-9 acionou a tela detectora, revelando o imenso canhão movido a força do sol se erguendo em toda sua glória.

"Creio que isso não constava nos planos originais da fortaleza. Estou correta, Bantor?"

"Sem tirar nem pôr, Stink. K-9, tomara que tenha algo que sirva pra driblar esse infortúnio."

"Agora que falou, meu amigo...tenho algo que poderá ser útil. Torca, Noctorro. Mantenham as posições. Ativar escudo camuflador." Apertando um botão no alto do parabrisa, a nave foi imersa numa grande camada de gases, escondendo-a.


"Então querem esconder a nave? Perda de tempo e uma grande tolice. Temos sensores que captam a mais sofisticada camuflagem. Preparar artilharia. Alvo travado...carregar...FOGO."

O poderoso feixe de energia cortou a imensidão espacial, voando até a nuvem que cobria a nave e...passando reto por ela, como se não houvesse nada. Vehicon 1 tomou um tremendo susto.

"N-não. Não, impossível. Eu a tinha na mira. Não havia como refletir o disparo ou desviar. Foi como se...não houvesse coisa alguma lá."


Aproveitando a chance bem à mão, Torca e Noctorro concentraram seus disparos contra o disparador, reduzindo-o em centenas de peças quebradas e destroçadas.

"Atenção, Kay-Em. Torca chamando. Última defesa da base derrubada. Preparem-se para a invasão. Noctorro e eu estamos nos dirigindo aí para acoplamento. Entendido?"

"Positivo, Torca. Ganchos de recolhimento ativados." Ligando um novo comando, K-9 liberou os ganchos, recolhendo os módulos menores. Com todo o grupo reunido, a nave partiu à toda pela entrada principal da estação, disparando vários mísseis e abrindo o caminho. Uma vez aberta, a espaçonave seguiu pro hangar interno.


"Atenção todos os soldados. No momento que saírem, desçam fogo. Sem prisioneiros."

Sob a ordem de V-N 1, os vehicons ficaram em posição de atirar. Não iam arriscar em investir contra a nave em si, já que poderia haver a suspeita de ter cargas explosivas ocultas em seu casco, já que esse modelo foi utilizado com tal estratégia no passado.

Uma vez aterrada, a Kay-Em levantou sua porta de acesso, ao passo que os soldados-robôs ficaram à postos. Entretanto, ninguém pôs um dedo ou nariz pra fora. Calmamente, seguiram bem devagar para a entrada, bem de olho nela e ao chegarem numa certa distância, uma saraivadas de tiros veio por baixo, derrubando os soldados mais próximos.

"Há. Como vehicons são tapados. Nem se deram ao trabalho de olhar nas saídas dos trens de pouso." Comentou K-9 com grande humor, reengatilhando seu rifle de plasma.

"Então, hora da caçada."

"Sei que está entusiasmado, Bantor, mas não nos desviemos do objetivo central. Derrubem eles, mas sem mortes, não nos é permitido ir além do limite permitido."

Bantor não gostou de ouvir, mas sabia de que era o necessário para acabar com aquele tormento infringido à ele e seus amigos. Sem questionar, regulou seu braço-bazuca em nível não-letal. Os demais se puseram a fazer igual e saíram abrindo fogo contra o exército.

Noctorro deu cobertura aérea, transformando-se em jato e atirando contra o teto, usando os escombros para derrubar os vehicons. Quem não era alvejado buscava sair do caminho, sendo alvos fáceis pro grupo invasor.

Ainda que não usasse seu modo robô, Armordillo sabia como escapar das emboscadas. Quando tentavam pegá-lo, perfurava o chão com suas brocas superafiadas e voltava com rapidez, derrubando os soldados em diversos buracos.

Stinkbomb e K-9 eram uma dupla perfeita quando o assunto é luta em equipe. Segurando-se nos braços uma da outra, usaram de giro rápido com sequência de chutes ligeiros, acertando cada um dos robôs e revezando a posição. Quando os vehicons se juntaram pra tiros à distância, mudaram para suas formas de carros de corrida, atropelando cada um que viam e ainda que vários deles tentassem alcançá-las, já que seus módulos básicos eram também carros, nenhum tinha potência o suficiente para pegá-las, resultando em trombadas e capotadas. As duas fêmeas bateram as mãos em comemoração.

Torca não tinha o mesmo designer físico dos companheiros quanto à rapidez ou poder de voo, porém fazia uso de sua força e resistência como ninguém, sem levar em conta sua capacidade de improviso em usar não só a força dos adversários contra os próprios até utilizar de recurso locais, incluindo os escombros como forma de defesa pra ele e os amigos. Sob sua liderança, a equipe ia subjugando os vehicons, conseguindo assim sair do hangar.

De fora do hangar, os autobots trataram de se reorganizar. "Está bem, gente. Temos um trabalho a cumprir antes que mais guardas venham atrás de nós. Bantor. Ative o mapa." Ao comando de Torca, um mapa do complexo apareceu, exibindo os esquemas de corredores, salas e tudo mais.

"Beleza, turma. A localização do alvo não está longe, mas deve haver mais defesas além dos vehicons e precisamos nos assegurar que não o percamos. K-9, Noctorro e Armordillo, sabem o que devem fazer. Stinkbomb e Bantor, venham comigo. Estão prontos?"

"SIM." Gritaram juntos. "Ok, e tomem cuidado, amigos." "Deixe conosco, Torca, e se cuidem também." Falou K-9. Os dois grupos se entreolharam mais uma vez e separam-se.


O lugar estava tomado por uma confusão sem limites. Apesar de em maior número, os vehicons tinham grande problema de organização entre si sem a presença de um líder, saldo raras exceções tipo o V-N 1, em matéria de liderança, deixavam bastante a desejar. De outro ângulo, K-9 e Noctorro tinham grande mão para comandar e trabalho conjunto, em colaboração com Armordillo para abrir caminho.

"Eles podem ser fortes, mas não são bem coordenados sem um chefe."

"Não digo com frequência, mas tem razão, garota. Já vi computadores WMS com mais memória do que eles, e olhe que são das antigas. Pelo menos, uns 150 mil anos."

O autobot broca pareceu achar algo e apontou pra um determinado corredor.

"Olha. Armor deve ter encontrado o local que buscávamos. Bom serviço, baixinho." Noctorro deu um tapinha sobre a carroceria do amigo, seguindo com ele e K-9 até o destino marcado.


Na parte superior da base, Torca e cia. iam derrubando mais inimigos e em sua forma de caminhão, não teve um que ficasse em pé depois de atropelado. Foram rodando até chegarem ao objetivo: o corredor que levava até aos aposentos do comandante.

"Então é isso. Não parece grande coisa."

"As aparências podem enganar, Stinkbomb, especialmente se essas estátuas forem o que penso ser." Comentou Bantor, pegando um pedaço de metal do chão e jogando-o pelo corredor. Mal deu dois metros, uma das estátuas acendeu os olhos e disparou um raio laser, derretendo o metal. "Viu o que falei?"

"Afirmativo, Bantor. Devia saber que ele se precária contra intruso, mas creio ter aqui algo capaz de resolver a questão." Torca abriu seu compartimento e retirou um tipo de granada. "Fiquem longe que isto vai causar um bom estrago." Com Bantor e Stinkbomb refugiados no corredor lateral, o líder ativou a granada e jogou-a com força, escondendo-se com rapidez. em pleno ar, o objeto foi alvejado por mais um laser, mas ele brilhou com tanta força que o corredor foi tomado por uma potente explosão - BUUUUUM -, tremendo até fora dele. Depois de reagrupados, os autobots viram o estrago feito. Cada estátua tinha sido reduzida a ferros e fios queimados.

"Caramba. Nem te pergunto onde conseguiu um troço desses." Disse Stinkbomb bem aparvalhada pelo choque.

"Isso é bom, pois é de fabricação encomendada. Agora, vamos acabar com ele." Com suas armas empunhadas, os três amigos foram pelo corredor destroçado até a porta dupla, seriamente danificada mas ainda fechada. "Vejo que ele não economizou quanto a proteção. Temos que abrir essa tranca."

"Quanto à isso, é minha especialidade." Stinkbomb puxou uma mangueira das costas e lançou um jato de líquido azul sobre a porta, que gradualmente foi se dissolvendo até ficar mole o bastante para ser empurrada. "Ácido concentrado de nível 7. Ainda tenho a mão certa pra essas coisas."

"Bem arranjado, garota. Agora, se me dá a honra..." Stinkbomb permitiu e Bantor estendeu seu braço direito como um amola, derrubando a porta como se fosse papel.

Dentro da sala, reinava um grande silêncio, sem um único movimento feito. O grupo recém-chegado olhava por todos os lados, notando como o lugar parecia intocado.

"Está muito quieto aqui. Fiquem alertas."

"Sim, Torca. Não se sabe de onde pode vir uma armadilha ou cilada."

"Meio quieto pra um lugar que sobreviveu a uma explosão, Bantor. Será que ele está mesmo ou terá sido...?" Mas a fêmea nem teve como terminar de dizer, pois uma rajada de tiros veio por trás de uma mesa tombada. Por pouco, ninguém foi alvejado, mas Bantor foi mais ligeiro e disparou seu laser até um espelho, refletindo o raio e acertando o atirador, tomado pelo dor quando sua mão foi acertada.

"Arghhh. Malditos. Não vão me pegar, eu juro."

Torca veio em sua direção. "Acabou. Fim da linha pra você, Scourge. Sabia que esse dia chegaria."

"V-vocês chegaram muito cedo."

"Os outros disseram isso também, mas sabe o que digo? Nunca é cedo demais." Stinkbomb falou como que zombando do comandante ferido.

"Eu não vou. Não farão comigo o que fizeram aos demais. NUNCA."

"Sabia que esse dia viria de uma forma ou outra. Trate de aceitar, pois não se foge dos pecados cometidos." Concluiu Bantor.

"Como falam os seres da Terra, eu ainda tenho um ás na manga." E num súbito golpe em sua mesa, Scourge acionou um botão, ligando várias luzes no recinto. "Acabei de acionar a autodestrição da estação. Levem em conta que devem ter demorado uns 10 minutos pra virem do hangar pra cá, e é esse o tempo que levará pra tudo isso virar poeira cósmica. Podem se salvar ou se arriscarem em me capturar e sendo levados pro outro mundo por um esforço inútil. Decidam. Ha, ha, ha, ha, ha." Dito tal frase, Scourge ativou uma porta secreta por trás de si e escapou. Stinkbomb tentou saltar pra pegá-lo, mas a porta logo se fechou. Ela tentou abri-la sem sucesso.

"Me ajudem. Ele vai escapar." "Não creio que ele irá longe. Melhor irmos logo, mas falta pegarmos 'aquilo'. Bantor, pode deter a autodestruição?"

"Deixa eu ver." O engenhoso autobot mexeu em alguns botões e comandos aleatórios. Após um minuto, pareceu ter conseguido sua meta. "Boa e má notícia. A má é que não deu pra parar a contagem, mas a boa é pude ganhar mais um tempo. Pelo menos 5 minutos de pausa e após, a contagem será retomada."

"Quinze minutos. Isso deve ser o bastante. Vocês dois revistem a sala que eu cuido da comunicação." Torca ligou o sistema de transmissão para todas a base: "Atenção, tripulação da 87-MPR. Seu ilustre comandante Scourge, sem ligar para suas vidas, colocou a base para se autodestruir em menos de 15 minutos. Se prezam suas existências, fujam para se salvarem. Eis aqui o contador correndo." Uma numeração apareceu em todas as telas da base, regredindo a cada segundo. "Isso é tudo e tenham um bom dia. Obrigado."

Sem hesitação, os vehicons abandonaram seus postos, correndo histericamente e de vez por outra, se esbarrando e tropeçando, cada um mais apressado em pegar os módulos de fuga e naves de escape mais perto que tinha.

"Certo, um assunto resolvido. Stink, Bantor. Conseguiram achar?"

"Estamos revirando cada centímetro, mas temo que..."

"ENCONTREI." Gritou Stinkbomb, exibindo a caixa guardada no cofre agora aberto. Olhando dentro, o que viram os congelou momentaneamente, mas a sensação de pavor deu lugar a de alívio por terem achado o que buscavam. Sem demora, deixou o aposento.


Abrindo outra passagem depois de sair do corredor de fuga, Scourge se viu em seu hangar particular com uma espaçonave pronta pra decolar.

"Perfeito. Agora vou-me daqui e nunca que aqueles lixos robóticos conseguirão me por um dedo..." Mas ele estava tão concentrado nos pensamentos que nem reparou um certo ponto diferente no chão, que cobria um buraco bem fundo, levando-o a uma súbita queda.

"Que droga. Que imbecil cavou um buraco no meu hangar?"

"Se quer saber, olhe a resposta do meu lado." Disse Noctorro com Armordillo girando a broca eufórico.

"Seus trastes. Andem, eu ordeno que me soltem daqui." O derrotado líder esbravejou com o punho fechado em ameaça.

"Claro. Com todo prazer vamos te tirar." K-9 apontou uma arma de feixe pra Scourge, disparando e prendendo-o num tipo de campo de força que o levitou do buraco. Scourge batia em vão no campo para sair.

"Abram isso. Eu quero sair."

"Vai sair, mas só na hora certa." Noctorro falou lhe apontando com grande desprezo.

Armordillo se virou como que tivesse detectado algo e alertou os amigos. K-9 se virou pra ver.

Um grupo de vehicons com armas de prontidão cercou o grupo. Scourge sorria em triunfo quando um aviso foi escutado nos autofalantes e telas funcionais.

"Atenção, tripulação da 87-MPR. Seu ilustre comandante Scourge, sem ligar para suas vidas, colocou a base para se autodestruir em menos de 15 minutos. Se prezam suas existências, fujam para se salvarem. Eis aqui o contador correndo. Isso é tudo e tenham um bom dia. Obrigado."

"Soldados, não escutem. É um truque. Sou seu líder e exijo que me soltem. É uma ordem."

"Rapazes, afirmo que não é truque. Busquem pensar bem. Vão usar o pouco tempo que tem para salvarem um líder que os desprezou com um ato tão viu ou irão serem espertos e escaparem vivos? Podem ser vehicons, mas são seres conscientes e olhem que podíamos tê-los destruídos e optamos por não fazê-lo."

Os guerreiros ponderaram na argumentação de K-9 e tomaram a decisão: embarcaram na nave do ex-comandante e abriram a porta externa, escapando pro espaço sideral. Depois disso, os três autobots e seu cativo fugiram dali.


A autodestrição já dava sinais que funcionava, pois partes das paredes e teto caiam, pequenas explosões surgiam e tremores tomavam o lugar, sendo mais fortes a cada instante e nem davam bola pros vehicons ocupando os meios de fuga disponíveis, que por sua vez, ignoravam os autobots. Torca, Stinkbomb e Bantor se apressavam, mas era meio difícil de correr, mesmo nos modos veiculares. Por fim, puderam chegar ao hangar principal, mas nada do resto da equipe.

"Essa não. Não chegaram até agora?"

"Eu não faço ideia, Bantor. Devem ter se perdido ou encurralados."

"Vou procurar eles. Se eu não regressar em 5 minutos..."

"Nem precisa falar nada, Torca, pois já chegamos." Anunciou Noctorro, aterrissando e se transformando com Scourge aprisionado. K-9 veio a seguir, montada em Armordillo. "Desculpe o atraso. Trânsito congestionado, mas temos um presente aqui."

"Maravilha. Todos à bordo da Kay-Em. Temos menos de cinco minutos antes de tudo evaporar."

Dentro da nave, todos ja haviam se assentado e prontos para a decolagem, mas veio um novo problema: parte do teto desabou sobre o buraco feito na entrada, fechando-o.

"Não. Essa não. A saída fechou."

"Sem pânico, Stink. K-9, pode disparar contra a porta e arrombá-la?"

"Temo que não, Torca. Nesta distância, seríamos atingidos em cheio pelo impacto. Se pudesse haver um meio de soltar a porta..." Os sensores óticos de Bantor brilharam como estrelas.

"Tem, sim. É um tiro no escuro, mas se esta estação seguiu o esquema original de construção, os batentes laterais e diagonais superiores estão seguros por pinos de segurança. Se atirarmos nos pinos, a porta se deslocará e será puxada pra fora. Não sei se mantiveram assim, mas é nossa única chance."

"Se é nossa melhor chance, vamos arriscá-la. Armordillo, não tire sua visão de Scourge por nada. Pessoal, me sigam."

Torca e seus amigos deixaram a nave e trataram de mirar suas armas contra os pontos indicados por Bantor, quando sem aviso, três vehicons vieram pra perto. Os autobots já se preparavam pra lutar, mas um deles ergueu a mão em paz.

"Parem. Não queremos lutar. Vamos ajudá-los se em troca, nos tirar daqui. Perdemos nosso módulo de escape e resta só nós."

Noctorro olhou desconfiado. "E podemos confiar em vocês?"

"Nos pouparam e revelaram o tipo de líder que servíamos, mas se quer uma razão mais sensata: ou nos ajudamos ou morremos aqui. Está bom o bastante?"

Sem escolha e crendo em sua sinceridade, Torca os autorizou a se unirem à eles. "Em posição ao meu comando. Três, dois, um, FOGO."

A chuva de raios, feixes e mísseis bateu contra a porta lacrada, acertando as laterais indicadas e sem demora, pareceu dar certo, pois via-se os batentes serem forçado pra trás como que sugados. Com a tarefa feita, todos regressaram para a nave, inclusive os vehicons intitulados 1, 13 e 89. Num minuto, a porta foi arrancada pelo vácuo, levando os escombros consigo. Com a saída liberada, a Kay-Em se colocou na posição de decolagem, girando seus trens de pouso de um modo extraordinário e já posicionada, tratou de decolar velozmente.


Bem afastados do asteroide, o grupo pôde presenciar sua total destruição. Restos de rochas e metal torcido e disforme voaram pra todas as direções, sendo que alguns passaram rente a espaçonave. Do grupo, Bantor se sentiu meio melancólico pela perda de sua criação, ainda que tenha sido feita por outras mãos. Stinkbomb lhe pôs o mão no ombro em apoio.

"Não fique assim. Um dia, talvez ela possa ser refeita e bem utilizada. Estou certa disso."

"Sim, quem sabe. Obrigada, Stink e a propósito, K-9...Incrível como adaptou a nave pra fazer aquela manobra de girar. Como prometido, retiro a segunda parcela de coisas más que falei da Kay-Em."

"Valeu, Ban. Sempre soube que era um robô cumpridor de votos."

"E falando em votos, acho que por fim cumprimos o nosso." Torca veio pra perto do prisioneiro que se debatia furioso. "Hora de voltar para casa, mas antes...devemos uma carona pros nossos amigos vehicons. Onde deixamos vocês?"

"Se não parecer incômodo ou fora de sua rota, ficamos no planeta Pirofax." Falou V-N 1.

"Não é problema, está no caminho. K-9, para Pirofax e aí...casa." E num só comando, a transdobra foi acionada, levando a nave autobot por outro túnel espacial.

Continua...


Não cite antes, mas como precisava que houvesse algumas fêmeas no grupo, usei os que mais poderiam se encaixar por seus designers originais de BW e no caso, foram Stinkbomb e K-9.