Capítulo 3

Havia prometido ir no dia anterior mas, algo de errado aconteceu no meio do caminho. Francesco se perguntava o que tinha acontecido para a irmã chegar ao orgasmo sem nem ele se esforçar e mesmo tendo feito com vários outros, foi algo que aconteceu só com ele. Algo ali o balançou. Mas era óbvio que jamais daria o braço a torcer. Foram cinco dias pensando nisso, até ficar irritado o bastante para querer descontar na própria irmã. Pelo comunicador, avisou Petrus.

- Preciso de um cavalo na ducha dos prisioneiros.

Até Petrus estranhou aquele pedido e acabou se intrometendo:

- Senhor, tem certeza que quer fazer isso? Quer dizer... é um cavalo - ele achava que era demais para uma mulher.

- Faça.

Não gostou de ser questionado e antes mesmo da resposta, desligou o comunicador, já a caminho da cela da irmã. A porta se abriu e Francesco entrou.

- Sentiu saudades?

Mas dessa vez Catherina nem se moveu da cama. Lá ela estava, lá ela continuou. A última refeição ainda estava sobre a mesa, intocada. A Duquesa comia minimamente para não desmaiar e apenas o desjejum. Mas estava acordada, definitivamente acordada desde que havia escutado os passos do irmão no corredor, já reconhecia os sapatos.

Antes mesmo de falar qualquer coisa, pode ouvir o barulho dos cascos do cavalo passando na frente da cela, sorrindo largo. Disse empolgado:

- Chegou o grande dia!

Ela também ouviu os cascos e o relincho, acabou sorrindo em sua falta de esperança.

- Papai realmente devia ter te dado mais atenção, quem sabe não teria ficado assim.

Era uma clara referência ao fato dele ser um bastardo que nunca foi reconhecido de forma oficial, diferente dos outros dois.

Aproximou-se e deu um tapa no rosto dela sem cuidado algum, era a primeira vez que alguma provocação dela tinha surtido efeito. Porque estava tão irritado? Tomou a irmã pelos cabelos e a olhou nos olhos.

- Eu não me importo.

Forçada a levantar da cama, o olhou bem e então ficou em pé, mesmo tendo os cabelos puxados. Apenas resistia aquele olhar, o que era extremamente incômodo, pois tinham os mesmos olhos.

Quando ele travou o olhar no da irmã, teve certeza que tinha algo muito errado. Desviou e soltou seus cabelos, indo para a porta. Dois homens de capuz entravam com Paula amordaçada e amarrada com as mãos para trás.

- Fiquei sabendo que essa vagabunda estava te ajudando.

Realmente acreditou que ele fosse embora, até ver Paula presa. Aquilo era a mais.

- Ela não fez nada além de ser leal a você. Solte-a!

- Eu ouvi ordens? Você está me dando ordens, é isso mesmo? - Perguntou em um tom ameaçador, como se não estivesse desafiando. Deu um tapa no rosto de Paula, percebeu que incomodava a irmã. - Eu sei que ofereceu ajuda.

- Pare! - Catherina gritou, não queria ver a outra sofrer por culpa dela. Passou na frente e ficou entre eles dois e agora havia fogo em seu olhar. - Deixe-a ir e eu participo do jogo doentio que você vai inventar hoje.

- Vocês duas vão participar - e dois homens entravam na sala com cordas nas mãos, indo em direção a Catherina. - Amarrem forte.

Então arrancaram seu vestido e prenderam suas mãos para trás, seus pés e seus joelhos sem cuidado algum, aproveitando para passar a mão no corpo perfeito que a irmã do Papa tinha. Por algum motivo, desta vez ver outros homens passando a mão nela não o agradou tanto mas, não disse nada. Se aproximou e colocou a irmã no ombro como um saco de batatas, batendo na bunda dela enquanto fazia o caminho da ducha.

- Espere!

Catherina tentou impedir, mas logo tinha as roupas arrancadas e era amarrada, bastante machucada no processo. Logo Francesco a estava carregando no ombro, era mais forte do que ela esperava, e a levava na direção que sabia ser do chuveiro.

Foi batendo na bunda da irmã como se estivesse tirando algum som, assobiando o percurso todo enquanto caminhava lentamente até a ducha. Presos e soldados se misturavam, estavam todos ali amontoados para assistir o que iria acontecer, gritando pelo nome de Francesco como se estivessem em uma arena. Colocou a irmã no chão, perto do cavalo, e os mesmos que amarraram ela já vinham para segurar. Por algum motivo não estava conseguindo gostar tanto quanto das outras vezes. As vozes gritando estavam mais atrapalhando do que incentivando.

Havia gente demais, aquilo havia se tornado um espetáculo. Foi colocada ajoelhada no chão mais uma vez, um homem segurando cada braço seu, que podia-se ver estar ferido nos locais em que antes estivera amarrada. Olhava para o chão, agora a humilhação havia atingido um novo nível.

Gostava de toda a situação, os homens ameaçando ela e Paula, que era jogada ao lado de Catherina também sem roupa mas, algo estava incomodando. Tinha perdido a graça e Francesco era o garoto mimado que pegava a bola e ia pra casa, então foi exatamente o que fez. Levantou a irmã pelos braços, jogou no ombro outra vez e voltou para a cela, movendo a mão de uma forma que fizessem o que bem entendessem com Paula. Muitos homens, uma mulher amarrada e um cavalo, nem conseguia imaginar o resultado. Ou conseguia, já que era o que pretendia com a irmã mas, mudou de ideia no caminho.

O que poderia estar havendo? O que poderia ser pior do que aquilo para o irmão pegá-la e levar embora sobre o ombro mais uma vez?

- Francesco! Me ponha no chão!

Não fazia absolutamente a menor ideia de para onde estava indo, porém, com os braços livres, se agitava para que ele a soltasse.

Não se importava com o que ela fazia, com o quanto batia, só queria levar o brinquedo dele embora. Entrou na cela e jogou a irmã na cama sem dizer nada, estava com raiva, irritado e sem entender nada. Abria as calças com urgência enquanto olhava Catherina, assim que conseguiu tirar, puxou-a pelas cordas das pernas, colocando de quatro por cima da cama e o procedimento era o mesmo: Cuspia e a penetrava sem cuidado algum. Só queria estar dentro dela.

Levada de volta para a sua cela, não houve nem tempo para argumentar qualquer coisa e já estava sendo mais uma vez atacada, invadida, com as pernas ainda amarradas e bem fechadas, o que a fazia gemer alto de dor.

E então tudo voltava ao normal. Ele ouvia a irmã gemer de dor e sorria, era aquilo que queria, se sentir bem fazendo mal para ela. Batia, apertava, puxava pelas cordas e entrava nela com total brutalidade, como se realmente estivesse punindo por algo.

Em algum momento que Catherina não saberia precisar, a dor foi reduzindo, se tornando aceitável, foi virando prazer, presa, submissa, e ainda assim conseguia estar minimamente bom, apenas o suficiente para não levar muito tempo e seus gemidos pararem, ficaram mais fracos, quase silenciosos. Estava mesmo sendo bom?

Quando os gemidos diminuíram ele achou estranho, e então a puxou pelos cabelos para olhar o que estava acontecendo e também só pelo prazer de machucar. Ergueu o corpo da irmã e a segurou com a outra mão pela cintura, apoiando o ombro na parede para não perder o equilíbrio, se perguntando se a irmã realmente estava gostando.

Soltou um grito quando teve os cabelos puxados e, embora não fosse a melhor posição do mundo, colocou uma mão na parede para não cair também e assim continuar a sentir. Ela sentiu tanto que logo soltava um gemido um pouco mais alto e mordia o lábio inferior chegando a um orgasmo.

Quando percebeu que a irmã tinha alcançado o orgasmo se afastou e empurrou ela para frente mas, dessa vez puxou suas mãos para as costas, fazendo com que encostasse o rosto onde dormia, bem empinada para ele. Abaixou e tocou os lábios no final das costas e desceu passando a língua, parando onde estava mais molhado e chupando com vontade, como um beijo.

Deitada, imaginou mil coisas que ele poderia fazer, mas certamente levou um tempo para reconhecer que agora havia algo diferente, macio, úmido. Uma língua? Uma língua? Ela estava tão molhada lá, conseguia sentir como ele deslizava com facilidade.

Com uma mão abria ainda mais a irmã e mantinha o que fazia com a boca. A outra mão soltava os braços dela e ia para o membro, tocando-o até sentir que ia gozar, quando se levantou e direcionou para a bunda da irmã, soltando o ar mais forte enquanto finalizava ali por cima dela.

Ela não chegou a ter um orgasmo dessa vez, mas definitivamente aproveitou muito enquanto ele estava chupando, o que ele estava fazendo, sentindo depois o jato quente em sua pele.

Assim que terminou, deu um tapa nela sem força, como quem diz "tá liberada" e se afastou já subindo as roupas. Foi em direção a porta sem nem olhá-la ou fazer alguma piada, aproveitando para passar a mão no rosto e limpar. Bateu na porta e Petrus abriu, Paula ainda servia de brinquedo para os outros.

Catherina recebeu o tapa leve e então se levantou, sentando-se na cama, ainda amarrada nas pernas, mas os braços soltos, então ia tentando desfazer os difíceis nós sozinha. Vendo o irmão indo para a porta, o chamou:

- Francesco, por favor. Não deixe que machuquem Paula, ela não fez nada de errado.

Usaria uma carta que não sabia se era exatamente uma carta devido a sua situação, mas usaria mesmo assim:

- Eu faço o que você quiser, qualquer coisa.

Não que ela não já fizesse qualquer coisa, mas agora faria de forma espontânea.

Francesco parou e olhou para a irmã, aquilo tinha chamado muito a atenção dele. Ainda não tinha o que pedir, mas com certeza teria em algum momento.

- Qualquer coisa? - Então sorriu, pois aquilo era algo que poderia guardar para depois.

O olhar dele a assustava de verdade, mas não deixaria transparecer. Se manteve firme e respondeu, ainda barganhando.

- Não meta mais ninguém neste assunto que é meu. Temos um acordo.

Queria deixar claro que ele não trocasse Paula por outra vítima ou que tornasse depois a torturá-la mais uma vez.

- É apenas entre eu e você - ela repetiu, deveria ser a única vítima.

Olhou bem para a irmã, ela estava tentando e a oferta era muito boa. Sabia que em algum momento da vida seria necessário usar isso, Catherina não ficaria ali para sempre. Sem responder, abriu a porta e foi para onde todos os homens estavam, felizmente ainda não tinha usado o cavalo.

- Leve Paula para a cela da minha irmã.

Ordenou e então Petrus saia empurrando todos que estavam em cima da amiga, pegando-a nos braços claramente incomodado com o que fizeram com ela e não podia fazer nada para impedir. Levou Paula, que chorava baixinho amarrada e encostada no peito do colega de serviço. Colocou-a sentada ao lado de Catherina e saiu, alguns homens de capuz reclamavam e olhavam pela porta, tinham perdido o brinquedo. Francesco aparecia na porta outra vez, repetindo a frase dela, confirmando que tinha aceitado a proposta:

- É apenas entre eu e você.

Por um instante ela achou que havia perdido e que ele não aceitaria o acordo, porém, quando viu Paula, conseguiu tornar a respirar. Ele havia aceitado. Não parecia feliz ou satisfeita, pois estava longe de qualquer das duas coisas, mas aquilo já era um começo. Balançou a cabeça de forma positiva para o irmão e concordou.

- Isso - seu medo era estar assinando a sua sentença.

Francesco fechou a porta ainda olhando a irmã e foi direto para o seu quarto tomar banho e pensar no que tinha acontecido. Deitado na banheira, coberto de água, questionava o motivo de não ter terminado o que tinha começado. E então percebeu que estava pensando na irmã outra vez e ficou irritado com ele mesmo. O que estava acontecendo?

Uma vez que o Duque havia saído, Petrus entrava na cela e ajudava Paula com os nós, ao que a freira ajudava Catherina também.

- Obrigada - a freira agradeceu.

A Duquesa não via como poderia ficar pior para ela própria depois de ver o cavalo, então não se incomodava em ter ajudado quem tinha demonstrado se importar.

- Não o provoque mais - falou.

Petrus então dava um vestido básico para cada uma e dizia imperativo:

- Parem de conversa ou vão voltar pra lá.

Paula se vestiu e deixou a cela acompanhada do colega. Catherina ficou sozinha, se deitando na cama de madeira, olhando para o teto escuro. Por que ele havia aceitado? Por que havia parado? O que diabos estava se passando?

Tinha tirado a freira da vigia da cela da irmã então obviamente precisaria de outra pessoa confiável para cuidar dela mas, quem? E mais uma vez estava pensando na Duquesa. Respirou fundo e se levantou da banheira, se trocou e pela hora, deveria estar acordando mas, iria dormir.

Pouco mais de duas horas de sono, Francesco sonhava com a irmã. Algo completamente fora do que tinha feito ou que esperava com ela. Acordou assustado, isso estava fugindo do controle.

N.A.: Se a pergunta é "ele ia usar o cavalo?", a resposta é "sim".