Conheçam Hayato, o karma coletivo dos Nara.


Quando Hayato tinha 4 anos, ele conheceu Sawada Tsunayoshi e seu mundo mudou. Ele havia se lembrado. Anos que ele passou seguindo, lutando e protegendo o homem na frente dele, o melhor homem que ele já havia conhecido e o único homem que ele seguiria na vida. Se bem que… ele não era bem um homem agora. Na realidade era um adorável e fofo garoto de 4 anos, mas ele não se importou pois os olhos dele eram os mesmo e quando ele viu Hayato, eles se iluminaram, reconhecendo-o. Décimo parecia uma criança, mas ele claramente lembrava de sua vida passada e eles podiam começar da onde tinham parado. Hayato não teria que refazer a amizade deles desde o começo ou algo assim.

Essa realização aconteceu nos primeiros momentos que eles entraram pelas portas da academia ninja. O que era um pouco inconveniente. Hayato não conseguiu se focar nas lições com as novas memórias de uma vida que ele já havia vivido circulando em sua cabeça. Ainda bem que ninguém esperava que um Nara prestasse muita atenção na aula. Mesmo que ele tivesse recebido alguns olhares estranhos sobre o entusiasmo no qual ele havia se apegado a Tsuna, Hayato não se importava com o que as pessoas pensavam, então ele não deu muita atenção.

Tsuna era um ponto brilhante em uma vida que estava...inconfortavelmente parecida com a antiga, para ser perfeitamente honesta. A mãe de Hayato tinha sido uma civil, de uma vila sem nome e seu pai era um ninja que ela tinha cuidado até recuperar a saúde após ela encontrá-lo machucado na floresta. Tudo muito clichê. Uma coisa levou a outra e o pai de Hayato tinha voltado para Konoha, deixando a mãe de Hayato grávida involuntariamente. Passaram-se 3 anos e ela, doente, mandou uma mensagem à Konoha dizendo para o pai de Hayato vir buscá-lo.

E isso foi uma revelação e tanto. Para começar, o homem em questão era casado e a esposa dele ficou, indiscutivelmente, chateada pela revelação que o seu marido estava com uma civil qualquer enquanto estava fora de casa. Outro ponto era que ele era um ninja de clã, um Nara para ser preciso, e clãs tinham regras bem estritas sobre deixar crianças bastardas perdidas no interior, a maioria dizendo para o não. Então o pai de Hayato tinha entrado em apuros, com a esposa, com o clã e aparentemente com o Hokage também, já que ele havia dado um olhar de reprovação quando foi pedido uma licença para se ausentar para buscar a criança que ele não sabia que existia.

O pequeno Hayato não estava feliz em fazer as malas para viver com um pai que ele nunca havia conhecido, então ele havia nutrido um certo… ressentimento com a situação toda. Os Naras os chamavam de besta do abismo. O pai de Hayato ainda recebia olhares de ódio do clã e Hayato sentia um certo nível de satisfação sobre isso, já que o idiota havia engravidado e abandonado a mãe dele.

Ainda sim, Hayato não era exatamente um dos membros mais populares do clã. Os Naras eram tranquilos, mas eles não sabiam o que fazer com uma criança que entrava em uma fúria homicida quando alguém o irritava e consistentemente interrompia as sonecas alheias com seus gritos raivosos (Ele tinha 3 anos e tinha problemas. Era compreensível dentro dessas circunstâncias.)

Ele suspeitava que os Naras o haviam enviado para a academia em uma vaga esperança que isso fosse acalmá-lo ou pelo menos cansá-lo de um jeito que ele parasse de ser uma ameaça. Isso meio que funcionou (usando o termo muito vagamente), ao menos na presença de Tsuna. Ele estava meio furioso e mais obsessivo pelo menos. As memórias da sua vida passada deram a ele alguma perspectiva. Como uma família, os Naras não eram tão ruins e ele não os odiava. O problema era que o clã não estava com muita disposição para apreciar esse fato já que o fato de ir a academia também levou Hayato a descobrir as etiquetas explosivas.

Não importava o que eles fizessem. Eles escondiam as etiquetas e em um dia Hayato descobria como fazer as suas, maiores e melhores. Eles trancavam os materiais de caligrafia e ele destruía os cadeados. Eles conseguiam cadeados melhores e ele roubava os suprimentos da academia. Era um pesadelo. Explosõesem todas as horas do dia e da noite. Explosões chamativas e destrutivas (e altas). Hayato sentia-se mal por fazer isso, mas era problema dos Naras, que eram preguiçosos. Ele era um dos que era consciente e se esforçava para melhorar suas técnicas, enquanto eles estavam dormindo. Eles não tinham a simpatia dele.

Tsuna suspirou um pouco quando explicou isso para ele, então Hayato cortou um pouco o treinamento nas terras do clã (pelo menos de manhã bem cedo e durante a sesta do meio dia). Ele não queria deixar Tsuna triste e ele sempre podia treinar nos campos da academia. Metade do clã construiu um santuário para Tsuna quando eles viram que ele era o responsável pela redução das interrupções nos cochilos.

Bianchi ainda era a sua irmã mais velha e uma das únicas pessoas no clã que o entendia. Ele não estava certo se ela lembrava ou era um pouco menos apática que a maioria dos Naras, mas pelo menos ela não olhava para ele como se ele fosse uma punição celestial pelos erros da vida passada. Ela até gostava dele de uma maneira distante, como "garotinho fofo que eu sou relacionada e então posso atormentar". Ela estava ocupada com a sua própria carreira ninja, então eles não passavam muito tempo juntos, mas aparentemente a reencarnação tinha acertado um botão de reset e agora Hayato podia estar na presença dela sem desmaiar, então eles treinavam juntos algumas vezes. Era bom. (Mas ainda sim ele evitava a comida dela. Algumas lições duravam mais de uma vida e Bianchi ainda estava treinando para ser uma especialista em venenos.)

Mesmo que o clã o achasse um incômodo, eles eram remarcavelmente tranquilos. Possivelmente a melhor família que ele podia esperar ter reencarnado. Eles não o entendiam, não sabiam o que fazer com ele e ressentiam a maneira que ele interferia na rotina de sono deles, mas ainda sim, eles não interferiam nas suas escolhas. Eles aceitavam sua amizade com Tsuna, a quem eles viam como uma boa influência e também o seu hábito de treinar fora dos terrenos do clã (o que eles consideravam um alívio.) A vida era boa. E então o idiota do baseball apareceu. Hayato não estava contente em vê-lo. Não mesmo. Ele não havia sentido falta da sua cara ou da sua risada ou das suas estúpidas habilidades com a espada. Não, a última era mentira. As habilidades de espadachim dele eram bem úteis. Mas o idiota ainda era irritante e Hayato ainda estava irritado que ele havia aparecido.

Yamamoto não havia ido para a academia ninja até que ele havia acordado. Ele estava se direcionando para uma carreira civil até se encontrar com Tsuna em um incidente que havia lembrado Hayato daquela vez no telhado da escola e havia terminado com Yamamoto lembrando da vida que todos eles haviam partilhado. Depois disso não havia questão sobre seguir a carreira ninja ou civil. Yamamoto transferiu-se para a academia ninja para estar com Tsuna, Hayato e Mukuro (que havia se inserido na sala de alguma maneira e sem ninguém notar que ele estava ali o tempo todo). Se existia uma parte de Hayato que sentia-se quente e feliz no pensamento que todos eles estavam juntos, ele levaria para o túmulo. Os idiotas não precisavam desse encorajamento.


O próximo é Shikamaru, o único que nota uma conspiração se formando na sala abaixo.