O chão cinza de rocha sólida era contrastado por um teto tomado por nuvens vermelhas. O local seria completamente dominado pela escuridão, não fosse a luz emitida por um gigantesco globo pendurado no teto.

Vislumbrando a cidade micênica de longe, estavam quatro gigantes. O terreno onde estavam ficava em uma posição elevada proporcionando a eles uma visão privilegiada da capital subterrânea.

Em resposta ao avassalador som de trovões e aos clarões produzidos por relâmpagos, os ciborgues se posicionaram de joelhos. A tempestade de raios sempre precedia a chegada de seu mestre. Em sua frente, ergueu-se um enorme pilar de fogo. Seu tamanho fazia até mesmo os oficiais micênicos parecerem pequenos em comparação. Em meio as chamas, surgiu um imponente torso humano sobre o qual residia uma cabeça esquelética.

A manifestação do Imperador das Trevas era capaz de dar calafrios até mesmo aos seus subordinados habituados com o "espetáculo".

- Scarabeth, fico feliz em vê-lo aqui. Presumo que a operação foi um sucesso?

Scarabeth não precisava ver as expressões de desgosto na face de seus companheiros para saber a insatisfação deles com seu retorno.

- O corpo de Kenzo Kabuto foi recuperado, imperador. Dynastes sobreviveu à batalha, e está pronto para participar da próxima fase.

- Seguiu o exemplo de seu comandante. Recuou como um covarde quando poderia ter vencido.

- Bem colocado, Grande Marechal do Inferno! Até aplaudiria sua bravura por ter lutado até a morte, mas... – Um largo sorriso acentuou o tom zombeteiro do General das Bestas Aéreas. A cabeça mecânica de Birdle era decorada com uma longa crista branca. Ela apresentava características de uma ave, embora sua boca fosse repleta de dentes afiados. Uma estrutura azul dava suporte para suas longas asas, as quais eram completadas por extensas tiras roxas. Sua cabeça orgânica branca estava rodeada por cabelos verdes. Em seu canto inferior, a pele adotava uma coloração vermelha intensa.

Hell estava prestes a retrucar quando foi interrompido pela gargalhada do Imperador das Trevas.

- General Birdler, você deveria mostrar mais respeito para com seu superior. – O tom irônico era claro em sua voz.

- Mil desculpas, Imperador das Trevas. – Birdler fez uma reverência para seu líder.

O Grande Marechal do Inferno fechou os olhos. Não podia perder a paciência. Restando tão poucos oficiais micênicos, Birdler era intocável. O general sabia bem disso e estava aproveitando cada oportunidade para provoca-lo. Seus antigos subordinados podiam ter todos os defeitos do mundo, mas ao menos Ashura e Brocken prestavam o devido respeito a sua genialidade. Hell mal podia esperar pelo momento no qual não teria mais de lidar com o General das Bestas Aéreas.

- General Julicaesar, quando poderemos contar com as contribuições do Dr. Kabuto?

- Ainda não temos como saber, vossa majestade. – O General do Exército super-humano ergueu a cabeça. - Irá demorar mais de uma semana só para restaura-lo.

- Tudo bem. Ainda temos tempo. - O Imperador das Trevas observou cuidadosamente seus subordinados. Quatro de seus sete generais pereceram durante aquela batalha fatídica. A seu pedido, Birdler e Julicaesar ficaram para trás enquanto todos os outros embarcaram em Demonika. Ele havia perdido até mesmo os membros da inteligência Maquis Janus e Ministro Argos. Scarabeth, por outro lado... - General Birdler, aquela sua Besta Guerreira ficará pronta para o ataque?

- Sim, vossa majestade.

- Ótimo. Comande-a ao lado de Scarabeth na próxima batalha. Isso é tudo. - O gigantesco mar de chamas se extinguiu.

O Grande Marechal do Inferno e Julicaesar retornaram imediatamente para a cidade.

- Por que você me defendeu? – Disse Scarabeth.

- Não me entenda mal. Por mais que você tenha abandonado seu posto e fugido, Hell quem estava no comando de Demonika. Vocês deram muita sorte de Great Mazinger ter sido lançado tão tarde. Se não fosse isso, teriam perdido a fortaleza e Kenzo Kabuto ainda estaria vivo.

- Quando conseguirmos destruir os robôs da Fortaleza, o Imperador vai...

- Vai o que? Perdoar você? – Birdler riu. - Não seja ridículo. Se você tivesse concertado os motores como foi ordenado, nossos camaradas poderiam estar vivos. Seu sucesso pode até livra-lo de uma execução, mas não há nada que você possa fazer para se redimir. – Ele fez menção de ir embora, mas parou de repente. – Mais uma coisa: tome cuidado ao lado de Julicaesar. Você sabe, ele não é tão misericordioso com desertores quanto eu.

O rosto de Scarabeth se fechou. Ele deveria ser o mais brilhante dos sete generais, no entanto, naquele momento era motivo de chacota. Morrer junto aos outros teria sido um completo desperdício de seus talentos. Como eles não poderiam ver isso? Se isso significava viver em desonra pelo resto seu vida, assim fosse. De uma forma ou de outra, ele conquistaria o mundo em nome do Imperador das Trevas.


Tetsuya fechou os olhos.

Nenhum rastro foi encontrado. Depois de mais uma manhã patrulhando, havia retornado de mãos vazias. Não importava o quanto se distanciava da Fortaleza Científica, os micênicos não faziam nenhuma aparição. Mesmo criando as oportunidades perfeitas para uma emboscada, os seus inimigos permaneciam resolutos em não ataca-lo. Isso não era bom.

Gennosuke certamente sabia o que Tetsuya estava fazendo. Contudo, o novo diretor não o havia pedido para parar até o momento. Ele deveria concordar com sua abordagem ou simplesmente estava tentando evitar dar uma ordem à qual Tetsuya não obedeceria. Se fosse esse o caso, Yumi estava se preocupando sem necessidade.

O roubo do cadáver era perturbador. Apenas isso. O diretor estava morto e nada poderia trazê-lo de volta. Caso surgisse uma oportunidade, Tetsuya recuperaria o corpo, caso não... Não faria diferença alguma. Comparado à morte dele, aquilo não significava nada. Tetsuya não podia se deixar distrair. A missão, derrotar o Império Micênico, vinha em primeiro lugar.

Talvez estivesse um pouco aborrecido com aquilo. Era natural, não era? Só precisava de um pouco mais de tempo para se acostumar com esse novo desenvolvimento. Por outro lado, quando Shiro ficasse sabendo as coisas entre eles ficariam ainda piores. O tempo não resolveria isso. Tetsuya bufou. Não podia fazer nada a respeito disso.

Ele podia, no entanto, prepara-se para o próximo ataque. Embora detestasse admitir, a palavra de Hell era sua única pista.

Existiam pouquíssimos locais com quantidade significativas de japonium. O mineral só existia no Monte Fuji, em outras palavras, todos os pontos de extração estavam próximos da Fortaleza Cientifica. Tetsuya seria capaz de interceptar qualquer ataque em pouquíssimo tempo.

O cenário era favorável para o seu retorno à linha de frente. Com Koji ferido, Dr. Yumi não teria opção a não ser enviar Great. Tetsuya só precisaria ouvir as instruções e agir de acordo. Gennosuke Yumi perceberia que foi um erro de julgamento não tê-lo enviado para derrotar a Besta Guerreira inseto, e a situação não iria se repetir de novo. Se ele o tivesse dado ouvidos desde o principio, Great Mazinger teria feito a besta em pedaços antes dela poder cogitar uma fuga.

A água estava fria demais. Suas mãos estavam tremendo.

Tetsuya saiu do chuveiro.

Seu regime de treino o havia proporcionado um corpo com músculos bem definidos. Somados a sua altura, eles o tornavam uma figura imponente. Não tinha barba ou bigode, mas seu rosto contava com costeletas acentuadas. Olhando no espelho, podia jurar que havia envelhecido três anos além do normal desde o começo de sua batalha com os micênicos. Parecia cansado. Isso era só por fora. Tetsuya podia continuar lutando contra aqueles monstros por décadas, e assim faria se fosse necessário.

- Você ainda vai demorar, Tetsuya? – As batidas na porta o trouxeram de volta para realidade. Havia passado muito tempo ali.

- Já estou saindo.

Tetsuya vestiu suas roupas, e abriu a porta. Sayaka estava esperando no corredor, próxima a uma das janelas.

Como de costume, sua longa cabeleira castanha estava enfeitada por uma tiara. Seu rosto tinha traços finos e delicados. Diferente do habitual, ela vestia longas luvas azuis e um avental. Ao seu lado, estava um carrinho, e em cima dele um balde d' água, um esfregão e outros materiais de limpeza.

- Que atitude bacana. Você também está lavando roupas nas horas vagas? – Julgando pela maquiagem e cabelo, Sayaka também parecia estar surpresa por estar naquela situação.

Ele parecia estar mais tranquilo para estar a provocando tão casualmente. - Se você não quiser tomar outro banho, é melhor me deixa em paz. – Brincou de volta.

Olhando para o banheiro, Sayaka ficou aliviada. Não saberia como reagir caso se deparasse com um ambiente realmente imundo. No caso daquele banheiro, ela até mesmo poderia se safar fazendo um serviço mal feito. Sayaka lamentou não ter nascido maliciosa o bastante para fazer uma coisa dessas. Levaria a tarefa a sério. – O papai me mandou fazer isso como punição por ter acobertado o Koji. – Ela suspirou. - Como ele ainda vai precisar de tempo para se recuperar, a primeira semana é minha.

- Vocês se arriscaram bastante.

- Eu sei. Eu sei. – Ela colocou o balde no chão. – Mas ele nunca nos castigou desse jeito antes. E não faltaram oportunidades.

- Ele esta usando você como exemplo. – Com exceção do dia em que Great fez sua primeira aparição, Gennosuke não deveria ter muitas impressões positivas a respeito de Tetsuya. – Com você aqui, ele passa uma mensagem clara para o restante da equipe: suas ações terão consequências e não darei tratamento especial para minha filha.

Sayaka colocou a mão sobre o seu queixo. Refletiu por um instante e disse: – Você acha? Não consigo imaginar ele pensando desse jeito.

- Seja como for, estou indo. Divirta-se com a faxina.

- Espera! Queria lhe pedir um favor.

- De jeito nenhum. Você quem se colocou nessa situação.

- Não é isso! – Ela deixou escapar um longo suspiro. – Eu também quero ajudar a lutar contra o Império Micênico.

Tetsuya voltou sua atenção para ela. Não havia escapatória. Nunca haveria um bom momento para fazer pedido. Sayaka hesitou antes de continuar.

– Depois do que aconteceu... O Koji e Shiro não vão ter paz até derrotarmos eles. – Não era fácil ver os dois daquele jeito. Ela havia passado por muita coisa ao lado deles no Laboratório Fóton Atômico. - O papai também não vai deixar a Fortaleza Científica. – Sayaka não gostava de se quer imaginar a sensação de perder seu pai. - Eu gostaria que você me ajudasse a treinar.

O pedido o pegou desprevenido.

Estou ocupado procurando pelos micênicos, pensou Tetsuya. Ele não podia aceitar mais responsabilidades.

- Você já sabe pilotar. Você ajudou o Koji nas batalhas contra Dr. Hell. – Sentiu-se mal por rejeitar o pedido. Ele simpatizava com o desejo dela de querer fazer mais. No entanto, agora ele tinha outras prioridades.

- Você e a Jun treinam desde criança. O Koji é bem mais talentoso que eu. Se continuar como estou, Diana não vai conseguir acompanhar Great e os outros.

- Peça uma atualização para o seu pai. Com armas melhores, talvez a Diana consiga se sair melhor.

Sayaka balançou a cabeça negativamente. – Não posso chegar assim e pedir melhorias. – Ela colocou as duas mãos na cintura e continuou. – Os técnicos estão ocupados com a nova arma da Vênus. Além disso, antes de pedir que os recursos da Fortaleza Científica sejam investidos em mim, primeiro preciso mostrar meu valor. Afinal, como você mesmo falou, meu pai não vai querer que o restante da equipe pense que estou recebendo tratamento preferencial.

Como era teimosa. A essa altura, Tetsuya já havia deixado claro sua falta de interesse em aceitar o pedido. Mesmo assim, ela estava usando todas as suas forças para rebater cada um de seus argumentos. Com toda aquela determinação, em seu lugar, Jun teria aceitado treina-la. Em outras palavras, se Sayaka estava pedindo ajuda a ele, ela tinha optado por ir atrás dele primeiro.

Suas buscas não estavam dando resultado. Ainda assim, ele não queria desistir após ter dedicado tantos dias a essas patrulhas. Por outro lado, ela pediu a ajuda dele. Não de Jun. Não só Sayaka se sentiria mais a vontade conversando com outra mulher, mas o fato de Vênus A e Diana A serem quase tão semelhantes entre si quanto os dois Mazinger só reforçava a ideia de Jun ser uma melhor opção.

Ainda assim, ela pediu ajuda para Tetsuya.

Ela não tinha visto seu desempenho na batalha final contra Demonika? Não, com certeza viu. Como também deveria ter ficado sabendo das outras batalhas nas quais se saiu muito bem. Aquela havia sido uma exceção. Um dia ruim, um dia terrível. Ele não cometeria os mesmos erros de novo.

As buscas poderiam parar, por enquanto. Ajudando Sayaka ele estaria fortalecendo a Fortaleza Científica. Só precisa pensar nisso como enfrentar o império indiretamente.

- Muito bem, você venceu. Quando terminar aqui, encontre-me na sala de treinamento.

- Isso! – Comemorou Sayaka.


Jun levou a mão à testa. Sua cabeça estava doendo, mas não era por causa do ferimento sofrido durante a luta contra Dynastes. Ela não sabia quanto tempo havia ficado encarando aquela porta. Quando finalmente estavam se conformando com a perda do diretor, eles receberam aquelas notícias terríveis. Ela estava cansada de tudo aquilo.

- Posso entrar?

- Pode.

Mesmo com as cortinas fechadas, a luz do sol permeava o quarto. Estava quente. Isso não foi suficiente para tira-lo da cama. Shiro estava enrolado em seus lençóis com a cabeça voltada para longe da entrada.

- Eu falei com o Koji. – Jun se sentou na beira da cama. - Você não precisa ir para escola hoje se não quiser.

Sem um fim em vista para os ataques de Bestas Guerreiras, mais famílias estavam optando por educar as crianças em casa. Jun não se incomodava com a ideia. Shiro, por outro lado, se sentia solitário quando passava muito tempo na Fortaleza Cientifica. Todos ali eram muito mais velhos que ele. Raramente alguém tinha tempo de lhe dar atenção. Em razão disso, ela havia dado a sugestão de manda-lo para escola. Dessa forma, ele poderia conviver com crianças da sua idade.

- Eu vou. – Shiro se levantou. Ele estava suado.

- Koji está bem agora, mas ele caiu da moto ontem à noite.

- Foi grave?

- Não. Ele só vai precisar de alguns dias para descansar.

- Hm. – Ele já havia se acostumado com seu irmão, e todos os outros pilotos, acumulando machucados em sua luta por justiça.

Os dois deveriam ter brigado na noite passada, concluiu Jun. Ao menos desse jeito Shiro não lhe pediria para explicar melhor como esse acidente aconteceu. Durante quase metade de seu tempo na Fortaleza Científica, Shiro não sabia que Kenzo era seu pai. Ela e Tetsuya não lhe disseram nada, embora tivessem deduzido a verdade observando a maneira como o diretor tratava o menino.

- Arrume-se. Estarei esperando na mesa.

Shiro foi em direção ao seu armário.

A memória ainda era vivida na mente dele. Seu pai revelou ter sobrevivido ao acidente no laboratório o qual deveria tê-lo matado junto com a da mãe de Shiro. A história era, no mínimo, estranha. A felicidade de finalmente estar reunido com seu pai seria o suficiente para fazê-lo acreditar em qualquer coisa não fosse um pequeno detalhe: ele já tinha ouvido a mesma história antes.

Visando manipula-lo para sabotar Mazinger Z, Dr. Hell criou uma ginoide com a aparência de sua mãe. Shiro recebeu de braços aberto a máquina que afirmava estar vivendo escondida após ter sobrevivido milagrosamente ao acidente. Eventualmente, ele percebeu a verdade. Shiro acabou em uma situação onde foi forçado a destruir a cópia com suas próprias mãos enquanto ela insistia ser sua verdadeira mãe. Por conta disso, no começo, não conseguiu aceitar o retorno legítimo de seu pai.

Como o destino podia ser cruel. Se não fosse essa coincidência inacreditável, talvez ele pudesse ter mais facilidade em se aproximar de Kenzo. Mesmo depois de convencido, o relacionamento entre os dois não foi conturbado. Como diretor da Fortaleza Cientifica, Kenzo estava quase sempre ocupado administrando a base, tendo reuniões e desenvolvendo novas armas. Não havia muito espaço para passar tempo com seu filho.

Ele não podia continuar lamentando para sempre. Shiro levou as mãos ao rosto e esfregou os olhos. Jun estava se esforçando para não parecer triste na frente dele, ele tinha que ser forte também.


- Ele quer ir à escola.

- Imaginei. – Koji estava apoiado no parapeito.

Sendo capaz de submergir para evitar ataques inimigos, a Fortaleza Cientifica ficava localizada sobre o oceano. Sua vasta estrutura se estendia por vários metros por baixo d' água. Sobre o nível do mar, o edifício tinha diversos andares. Jun e Koji estavam no terraço logo abaixo da torre no topo da construção. A pequena ilha de ferro era conectada à praia por uma extensa ponte retrátil.

Jun se juntou a Koji. Dali era possível ter uma boa vista para o mar.

- Não quer que eu conte para ele, não é? – disse Koji. Jun estava com os braços atrás das costas. Sua mão direita agarrada com seu antebraço esquerdo. Seus olhos fixados no chão. - Você esteve tomando conta dele nesses últimos tempos. Se não acha que é uma boa ideia, pode falar.

- Eu não queria esconder dele, mas talvez o Tetsuya esteja certo. – A palavra chave era "talvez". Jun duvida muito que os micênicos se dariam ao trabalho caso não tivessem algo em mente, e infelizmente trazer o diretor de volta parecia a explicação mais provável. Por mais absurdo que tudo aquilo fosse. - Ainda não temos certeza de nada, não devíamos preocupar o Shiro com isso.

Koji ficou em silêncio por alguns instantes. Ele não gostava de ideia de manter segredo sobre isso. – Você tem razão.

- Bom, vamos voltar lá para dentro. O café da manhã de hoje não foi dos melhores, então vou cozinhar algo para vocês dois antes de levar o Shiro à escola.

Antes que ele pudesse se mexer, o terraço foi obscurecido por uma sombra enorme.

O robô estava em uma trajetória direta para os céus. Um pequeno jato vermelho voava indo em encontro com o topo da cabeça dele. Com um encaixe perfeito, ambas as máquinas se combinaram no meio do ar.

- Scrambe Dash! – Das costas dele, surgiu uma massa vermelha. O material foi rapidamente adotando o formato de um par de asas.

Great Mazinger pousou na praia.

Do interior do oceano, surgiu uma silhueta feminina.

Comparada aos outros robôs, Diana A não era muito grande. Este fato era ainda mais evidente naquele momento. Frente-a-frente com Great Mazinger, os quase 10 metros de diferença fortaleciam ainda mais o contraste entre as duas figuras. Enquanto os Mazinger eram fortalezas de ferro robustas, construídas para se assemelharem a demônios, as máquinas de Jun e Sayaka possuíam uma abordagem diferente.

Diana A foi feita com características femininas acentuadas. Seu corpo tinha proporções semelhantes à de uma ampulheta: quadris e ombros de tamanhos parecidos, além de uma cintura bem definida. O rosto de Diana A tinha feições mais humanas que a de ambos os Mazinger. Em seu torso, destacavam-se as pontas de um par de misseis posicionadas do lado de fora reforçando ainda mais sua semelhança com uma mulher. O formato do topo da sua cabeça remetia a um vazo. Em seu interior estava um domo transparente que protegia Sayaka e sua moto, Scarlet Mobile. Quando o veículo estava dentro do robô, sei painel de controle servia para controla-lo.

Seu corpo era tingido por diferentes tons de azul e roxo. Em vermelho estavam seu rosto, mísseis e mãos.

- O que esses dois estão fazendo?

- Eles só devem ter vindo treinar. – Koji passou cambaleando ao lado dela e voltou para dentro da Fortaleza.

- Sayaka, o que você foi fazer com sua vida... - Jun deu de ombros. Ela precisaria se preocupar com isso em outro momento.