Vermelho

Capítulo 3 - Mesa


Talvez eu fosse teimosa como ele insistia em falar. Talvez eu devesse parar de ser teimosa, e parar de me fazer de difícil, e parar com a fachada de bruxa forte que não precisava de ninguém.

Não que eu não fosse forte, ou que precisasse de qualquer outra pessoa que não eu mesma para me sentir completa. Mas as defesas que nunca eram abaixadas ao redor dele poderiam simplesmente cansa-lo - e então eu perderia o melhor sexo que já tive na vida.

Não que fosse apenas o sexo, minha mente fez questão de me lembrar outra vez.

"Pensativa, vermelha?" O ex-sonserino escostou os lábios no meu ouvido ao falar, a voz quase engolida pela música alta.

Não tinha sido um plano encontra-lo ali, eu me dando a noite de sábado livre justamente para tentar tirá-lo da cabeça.

"Difícil ser pensativa quando mal consigo ouvir meus pensamentos." respondi no mesmo volume, virando a tequila e chupando o limão que segurava, sabendo o quanto me arrependeria daquela terceira dose no dia seguinte.

"Eu tenho um lugar melhor pra gente pensar." ele repetiu minhas ações, e notei não ser a única olhando com desejo aquele meio sorriso.

"Não sei se você lembra, mas nós não viemos exatamente juntos para essa festa." fiz questão de lembra-lo, apontando para onde meu grupo dançava. "E provavelmente não vamos sair juntos dela, então-"

"Eu posso sair dessa festa com você." a loira que há segundos atrás só observava de longe me cortou, e eu estava a ponto de responde-la de um jeito que passava a quilômetros de distância da educação quando achei uma pontada de diversão nos olhos cristalinos. Ele e seu enorme bem massageado ego masculino adoravam aquele tipo de atenção, e o que mais queria no momento era chutar ambos onde doía.

Talvez eu realmente fosse teimosa. Por exemplo agora, independente do quanto meu corpo gostaria, eu era teimosa demais para me deixar ser arrastada até o banheiro daquele lugar. Ou qualquer que fosse o canto que ele resolveria usar para me deixar ainda mais viciada no jeito que mexia os quadris contra os meus.

Mas o talvez não se aplicava para outro de meus atributos: orgulhosa era uma palavra que me definia. Ciumenta vinha logo atrás. E a combinação das duas qualidades passava longe de ser um mar de calma, e era por isso que eu abandonava o copo vazio na bancada e voltava para a pista de dança sem olhar para trás.

Malfoy não era nada meu além de um amigo com benefícios, repetia outra e outra vez em meus pensamentos. Se é que pudesse chamar um caso de amigo, meu cérebro mudando a definição para conhecido enquanto tentava fazer a pontada que sentia no peito diminuir. Ele não era nada além de uma boa foda, e com certeza eu também não passava daquilo, e malditos olhos que marejavam por qualquer besteira.

Fechei-os e me deixei levar pela música, não me importando ao sentir uma mãe estranha apertando minha cintura. Ele era livre para levar quem quisesse para a merda do banheiro, assim como eu também era para rebolar contra um total desconhecido enquanto meu cérebro se convencia de que não ligava.

Nós não éramos nada, haviam sido o que, três, quatro encontros? Suspirei: sabia que tínhamos saído seis vezes, assim como sabia que o bruxo sumira por uma semana inteira antes de eu acha-lo ali. Suspirei outra vez ao sentir seja lá quem fosse que estivesse dançando comigo me deixar sozinha na pista de dança, a vontade de gritar vindo forte e eu considerando simplesmente aparatar dali e ir sofrer em minha cama.

Deveria ter ficado em casa: não era num clube justo com ele que meu cérebro conseguiria focar em outra coisa.

Foi só quando fui puxada de uma forma conhecida, o corpo atrás de mim se mostrando tão familiar ao se modelar contra o meu, que me deixei encontrar os olhos que ansiava em outra vez ver. Olhos claros nem um pouco contentes.

"Se eu te ver outra vez praticamente transando de roupa numa pista de dança com um estranho-" A mão que segurava minha cintura não deixava eu me afastar, a voz sem qualquer ponta de brincadeira. "Que Salazar te ajude, Ginevra."

"Nós não somos nada pra-"

"Você é minha." A afirmação veio com uma mordida nada gentil em meu ombro, e teria ficado irritada caso as sensações entre minhas pernas não me tirassem qualquer capacidade de pensar. Filho da mãe, desgraçado, que abandonou o que poderia ter sido uma transa fácil só para acabar ainda mais comigo. "Você é minha, Ginevra. Diga que é minha."

Eu era dele desde a primeira vez que o desgraçado me tocou, meu cérebro nem mesmo tentava negar a afirmação enquanto ele me puxava contra si pelos quadris. Talvez tivesse sido dele até mesmo antes disso, lembrando-me de todas as noites que tinha deixado seu nome sair de meus lábios enquanto pensava tê-lo entre minhas pernas.

"Eu não sou de ninguém, Malfoy." neguei a afirmação, mas minha voz me traía, passando longe da firme que ele usara. "E eu posso me esfregar em quem eu quiser." continuei no mesmo tom fraco antes de ter a cabeça forçada para trás, ele mordendo e marcando meu pescoço exposto.

E ali estava eu, uma Weasley, derretendo nas mãos de justo um Malfoy para todos do mundo mágico apreciarem.

"Você está testando minha paciência hoje, vermelha." escutei, os lábios finos ainda contra minha pele. "Talvez se eu te debruçar numa mesa e deixar essa bunda da cor do seu cabelo, você aprenda uma coisa ou outra." Amaldiçoei ter um corpo tão traidor ao ficar molhada com apenas uma ameaça.

Fui virada para ele, o bruxo nos mantendo próximos num aperto menos gentil que o normal. Ele realmente tinha se incomodado com o que vira, era tão óbvio quanto minha irritação com a bruxa que se jogara em cima dele.

"Eu nem toquei naquela mulher." ele disse, o olhar ainda sério, a respiração que cheirava a whisky me intoxicando tanto quanto o perfume que parecia ter sido feito para o bruxo. "E explicava que não, eu não estava sozinho, até ela apontar para minha suposta companhia sendo agarrada por Merlin sabe quem."

Ele queria gritar. Eu queria gritar.

A mão que me segurava pelos cabelos não era gentil, quanto menos os lábios que torturavam os meus. Entre mordidas e puxões, eu descobria que diferente de mim, Draco Malfoy não corria ao sentir qualquer ponta de ciúme: ele atacava. E por mais que eu tivesse aprendido a gostar de um toque mais delicado, a quase agressividade daquele beijo me fazia enumerar todas as possíveis coisas que poderiam causar aquela emoção novamente.

"Nós vamos embora." ele não esperou qualquer resposta verbal antes de me puxar para fora da pista, nos guiando até o corredor que dava para a saída do clube.

Fui empurrada para a parede, por um momento achando que embora queria dizer embora da pista, embora para qualquer lugar escuro o suficiente para ele copiar o dia de nosso primeiro encontro no meio de uma balada bruxa. Era assustador pensar que eu, sinceramente, não estava me importando tanto quanto deveria, meu cérebro não vendo qualquer impedimento para minhas mãos pararem de abrir sua calça.

Mas no outro segundo senti tudo girar, e agradeci por ter parado na terceira dose de álcool. O enxergava direito pela primeira vez na noite, a camisa amassada e a calça social o deixando tão desejável quanto a combinação jeans e camiseta quase sempre presente.

E Draco pareceu fazer o mesmo, a mão bagunçando o cabelo ao observar o vestido mais colado que o habitual escolhido para a noite, o salto alto que usava me deixando quase na altura de seu queixo.

"Você está praticamente nua." a voz veio com uma mistura de raiva e desejo, os olhos estreitando antes de me debruçar sobre uma enorme mesa de madeira. "Esse vestido branco e nada é a mesma coisa." senti sua mão levantar o pouco de tecido que cobria minhas nádegas, e ele sibilou quando o vestido chegou em minha cintura.

Escutei o zíper abrindo antes dele abaixar minha calcinha, e gemi em antecipação ao sentir a ponta de seu membro roçando entre minhas coxas. E assim fácil, eu tinha ido embora com ele - e duvidava que voltaríamos para qualquer festa naquele sábado.

"Me fala em quem você pode se esfregar." ele ordenou, debruçando-se em cima de mim, a barba por fazer me causando o melhor dos arrepios ao roçar na minha nuca. Draco ensaiou uma estocada e me movi em sua direção, apenas para ele recuar.

"Eu posso me esfregar em todo mundo." falei com raiva, testando até onde ia a paciência e a veracidade da ameaça de minutos atrás. Já estávamos numa mesa, afinal.

Meu orgulho ainda me colocaria em maus lençóis. Ou em lençol algum - ainda precisávamos descobrir como usar uma cama, e pelo visto, não seria aquela a noite. Não contive um grito com o tapa estalado que veio, forte o suficiente para fazer a pele queimar, contido o bastante para não causar nada além do formigamento.

Debruçada numa mesa, com uma nádega queimando e tão, tão pronta para ele. Se há um mês atrás me falassem que Draco Malfoy faria eu me contorcer de tesão com um tapa, eu não acreditaria. Senti as pontas de seus dedos roçarem pela pele marcada, frio encontrando calor, e dei o menor dos suspiros quando o toque desceu até meu sexo que gritava por atenção. Ele tirou a mão antes de me dar qualquer alívio.

"Silêncio." o bruxo lançou o encantamento, abandonando a varinha ao meu lado antes de voltar para o meio de minhas pernas. "Em quem," A mão outra vez me puxava pelos cabeços, os lábios chupando meu pescoço. "Você pode se esfregar?" Voltou a me perguntar, outra vez posicionado em minha entrada, e eu sabia o que precisava falar para ter o que queria.

Mas vê-lo sem seu controle habitual era delicioso, e saber o quanto o bruxo queria que eu fosse apenas dele era responsável por me deixar pulsando sem ele sequer me tocar.

"Em quem eu quiser, Malfoy."

Deveria ser algum tipo de masoquista, pois o segundo tapa fez meu gemido ecoar pela sala gigantesca. Pressionei as coxas juntas, tentando amenizar a tensão que se criava em meu sexo, mas ele voltou a abri-las com um dos joelhos antes de eu conseguir qualquer fricção.

"O quão forte preciso te foder pra fazer você gritar meu nome?" O terceiro tapa não veio, mas a mão que passava de um jeito suave pela nádega que pegava fogo fazia o calor se dissipar por todo meu baixo ventre. "Pra você entender que só eu posso te tocar aqui?" Me contorci em cima de sua mão quando ele deixou seus dedos correrem onde eu tanto ansiava, Draco só aumentando minha vontade ao tirá-los depois de apenas provocar.

"Mais forte do que você consegue." menti, já prestes a implorar, do mesmo jeito que quase fiz antes mesmo de saber o quanto era bom tê-lo dentro de mim.

Soltei um grito rouco ao ser preenchida sem aviso, Draco confiando igualmente no feitiço e estabelecendo em poucos segundos um ritmo rápido. Ele batia outra e outra vez num ponto que me impedia de ficar quieta, os dedos apertando contra minha pele com força, e eu estava tão, tão perto. Só precisava de um toque a mais, sua mão entre minhas pernas, meus dedos achando o lugar já inchado, só um toque-

"Você não goza," e meus pulsos eram pressionados contra a madeira, a voz em meu ouvido divertida ao me escutar lamentar. "Até me responder em quem você pode esfregar essa bunda, Ginevra."

Me contorci embaixo dele, a ameaça deixando meu corpo em chamas. Tão perto, eu já estava tão perto e a única coisa que me faria curvar os dedos do pé seria o que acabaria com as poucas defesas que ainda me restavam. Admitir que era só ele quem eu queria ao meu lado era um caminho sem volta, tão sem volta quanto enfim usar seu nome. E eu precisava de defesas tanto quanto precisava dele.

Maldito dia em que me deixei ser dominada justo por aquele bruxo. Ele realmente tentava me fazer gritar seu nome, as estocadas fortes o suficiente para a mesa gigantesca arrastar-se pelo chão. Mal conseguiria andar quando acabássemos, mas não conseguia sentir nada além do desespero para ser tocada.

"Por favor," implorei pela primeira vez, lutando inutilmente contra as mãos que me continham. "Por favor, por favor-"

E estava prestes a implorar de novo quando ele saiu por completo de mim. Ainda me surpreendia com a força do bruxo, me virando como se eu não pesasse nada e achando meus lábios antes de voltar a me preencher. Draco me segurava pelas coxas, soltando incoerências enquanto voltava a achar o ritmo de antes.

"Fala que só se esfrega em mim." pediu, no mesmo instante que inclinava-se o suficiente para pressionar meu sexo do jeito que precisava. A urgência que vi nos olhos claros foi a mesma de nossa primeira vez, a mesma que eu fingia não ver todas as vezes que fingíamos que o que fazíamos era apenas casual.

Nem pensei antes de responder.

"Só em você," me agarrava nas beiradas da mesa, já sentindo a proximidade da tensão deliciosa que tanto ansiava. "Só em você, só em-"

O orgasmo me alcançou com a mesma força que Draco me tomava. Meu gemino encheu a sala, o ponto que era estimulado outra e outra vez me fazendo explodir de um jeito diferente. Os lábios voltaram a me beijar apenas quando meus gemidos cessaram, o bruxo me mostrando outra vez o quão verdadeiro era quando dizia adorar me ouvir gozar.

"Só você." Minha cabeça ainda estava leve quando sussurrei entre beijos molhados, ele começando a perder o ritmo. "Só tem você."

As palavras pareceram bastar, Draco soltando um gemido alto ao fechar os olhos e jorrar dentro de mim. Ainda respirava pesado quando voltou a me olhar, os azuis me mostrando uma vulnerabilidade que eu não estava preparada para ver. Ali estava outra vez o sentimento do qual eu andava correndo e que tanto gostava quando era compartilhado.

"Até sua casa grita Malfoy." quebrei o silêncio com a única coisa que conseguia pensar.

"Ela é grande e te dá tesão?" A voz saiu rouca, ele me fazendo arfar ao mover os quadris.

"Mais para afiada e exibicionista."

"Me contento com isso." Puxei o ar outra vez ao ter o seio mordido por cima do vestido, Draco voltando a se debruçar sobre mim. "Por Salazar, o que você fez comigo? Mal acabamos e eu te quero de novo, bruxa."

"Quantas horas para chegar no seu quarto?" provoquei enquanto admitia para mim mesma a verdade naquelas palavras. Ainda estava sensível pela força usada nos últimos minutos, mas o jeito quase preguiçoso que ele agora usava para mexer-se me fazia esquecer qualquer desconforto.

"Mais do que o necessário." ele dizia ao nos colocar sobre a superfície de madeira, outra vez testando o feitiço silenciador ao enterrar-se fundo em mim. "A mesa vai ter que bastar."

Tinha certeza de que quebraríamos o móvel.

"Depois fala que eu que gosto de locais inusitados." respondi enquanto voltávamos a achar um ritmo, prendendo minhas pernas em sua cintura.

"Melhor do que o meio da rua." Já conseguia escutar as juntas da madeira rangendo, as pernas denunciando não serem tão fortes quanto a força que o bruxo usava para me marcar dele.

"E você escolheu ambos." Não que Draco parecesse se importar com uma mesa que aparentava custar mais do que meu salário, estando muito mais focado em voltar a testar o quão forte precisaria ir para seu nome sair de meus lábios.

"E você gostou dos dois." Pude ver a frustração ao ter controle o suficiente para fazer minha voz sair tão neutra quanto a dele, assim como pude senti-lo novamente aumentar a intensidade, seus lábios tomando os meus num beijo possessivo.

E conseguia perceber o balançar cada vez maior, cada estocada me testando enquanto sentia o calor reacendendo em meu baixo ventre. Adorava escuta-lo, descobrindo com ele o quanto era excitante não ser silencioso. Draco passava tão longe do silêncio, mostrando calor tanto nos beijos quanto nos encorajamentos que sussurrava cada vez que se enterrava em mim.

Estava outra vez tão próxima, tão prestes a me entregar ao escutar o quão delicioso era me ter ao seu redor, quando um som tirou minha concentração.

Crack.

Não era a mesa.

"Tem gente aqui?" a resposta positiva veio com ele nos colocando no chão, xingando ao sair de dentro de mim e alcançar a calcinha abandonada no chão.

"Por que acha que eu usei um encantamento?" Não.

"Eu não sei, pros seus vizinhos talvez?" NÃO.

"Sua voz não é tão potente pra incomodar meus vizinhos." Coloquei a única peça de roupa que faltava, querendo cavar um buraco no chão de mármore antes que seja lá quem fosse abrisse a porta. Porque o barulho que chamou nossa atenção vinha, definitivamente, do lado de fora. "Inferno, nunca acerto esse feitiço."

Por mais que abaixasse o vestido e desse um jeito em meu cabelo, por mais que Draco fechasse a calça e tentasse arrumar a perna da mesa que sim, estava torta e a ponto de quebrar, estava muito claro para quem quer que entrasse ali o que acontecia há segundos atrás.

E eu sabia, pela expressão concentrada e quase preocupada do bruxo, que haviam duas possíveis pessoas que poderiam virar a maçaneta.

"Malfoy, não me diz que-"

"Segure-se."

Aparatamos no segundo seguinte, achando meu sofá ainda com o estômago revirando ao abrir os olhos. O loiro soltou um suspiro aliviado antes de copiar a posição da mesa agora na superfície macia, e eu estava próxima de socá-lo.

"Você está dizendo que eu acabei de-"

"Acordar minha família inteira, provavelmente." Mas o beijo no pescoço não estava funcionando para me deixar mais relaxada. "Acho que tinha muito álcool no meu sangue pra ligar - e pra acertar o feitiço." O empurrei para o lado, pela primeira vez não sentindo vontade de continuar o que me atormentava até nos sonhos.

"Oh Merlin, você é realmente um babaca!" levantei, mas não consegui ficar muito tempo de pé, o bruxo me puxando para seu colo e arriscando um carinho.

Por que era tão difícil negar um beijo para ele?

"Eu não sou." O sorriso continuava ali, assim como seu desejo. "Se fosse, teria gozado no primeiro minuto e te deixado na mão. Sabe como é difícil me segurar com você gemendo daquele jeito?" Os lábios em meu pescoço faziam um bom trabalho em me fazer voltar a querer abrir aquela calça. "Ainda mais bêbado e metendo com força o suficiente pra quebrar uma mesa."

Draco percebeu que minhas mãos pararam no zíper por tempo demais, e me colocou sentada ao seu lado mesmo quando tentei retomar a ação.

"Agora você não quer mais?" sabia que minha voz tinha saído mais hostil do que o necessário, mas ele não pareceu se importar com meu novo mau humor, a mão em meu rosto carinhosa demais.

"Nunca quebrei uma mesa ou qualquer outra coisa na mansão."

"Isso é para me fazer sentir especial?"

"Uhum." Ele era inacreditável. "Funcionou?"

Sacudi a cabeça, pensando que seria melhor acabar com qualquer conversa e continuar o que fazíamos antes de quase termos sido pegos quando o bruxo continuou.

"Eu nunca levei ninguém lá, Ginevra. E pretendia aparatar no meu quarto, que tem um encantamento permanente como todos os outros quartos da mansão, mas aparatação e álcool não combinam e ver você com esse vestido-" O jeito que ele bagunçava os cabelos era tão bom de olhar quanto os olhos claros. "Desculpa."

Um pedido de desculpa, de um bruxo que tinha aprendido não saber o significado dessa palavra.

"Não quis te deixar desconfortável vermelha, nunca. Eu quero é sempre o contrário, eu te quero à vontade do meu-"

"Cala a boca." o cortei, a preocupação e carinho que conseguia escutar naquelas palavras parecendo me cortar.

Ele era só uma foda, apenas um jeito de me aliviar após uma semana exaustiva, e eu detestava ver qualquer coisa além de desejo quando o olhava. Aquela pontada de dor que via machucava, assim como incomodava a vontade que tinha de reafirmar que era só dele. De chama-lo pelo nome enquanto me perdia em seus braços.

Draco não se atreveu a falar mais nada, mas o beijo que veio era mais alto do que qualquer confissão. E cada toque de seus lábios, de suas mãos, dele, parecia reafirmar o que tanto me amedrontava.

Eu poderia ser tão teimosa quanto quisesse, mas a forma que meu nome deixou seus lábios no fim da noite tornava o fato impossível de se negar.

Não era apenas sexo. Nem para mim, nem para ele.


Nota da autora: E de repente, eu to escrevendo uma quase história na minha tentativa de só treinar uma escrita mais safada. Pra todos que estão lendo e esperando Escarlate, eu vou postar até o final da semana, gente! Tá quase pronto! Prometo! E pra todos que estão lendo e gostando, comentários são sempre bem vindos, né.

Adorei as sugestões recebidas e todas vão ser colocadas em prática em breve!

Beijo grande e se cuidem ;)