EPOV
Encarei meu reflexo no espelho pela décima vez naquela noite enquanto tentava decidir se o que eu estava vendo no reflexo me agradava de alguma forma ou não. Alice havia pedido pra que nos vestíssemos socialmente, mas nada muito exagerado – eu estava acostumado a usar pijama ou terno, não havia um meio termo. Coloquei uma camisa social com as mangas dobradas e alguns botões abertos, uma calça e tênis, pareceu-me apropriado.
– Eu disse que não precisaria disso – Isabella resmungou enquanto saia do banheiro. Me virei para olhá-la, ela estava balançando um par de sandálias de salto alto na altura do meu rosto – Afinal, quem precisa de salto em uma viagem de navio, certo? O plano era só ficar descalça na beira da piscina tomando todos os drinks possíveis e tentando inutilmente pegar um bronzeado, mas é claro que Alice enfiaria um salto alto na minha mala.
Ela se sentou no sofá e começou a colocar as sandálias, seu vestido preto colado no corpo subiu alguns centímetros por suas coxas quando ela cruzou as pernas e meus olhos se fixaram ali. Errado pra caralho, eu sei. Voltei a me olhar no espelho antes que ela percebesse e aquela situação se tornasse constrangedora, tentei ajeitar meu cabelo e fracassei, como já era de costume.
– Você parece um pouco irritada, quer falar alguma coisa? – Ela soltou o ar dos pulmões com força e levantou a cabeça. Pelo reflexo do espelho vi que ela estava me olhando, parecia indecisa sobre se iria falar ou não. Sorri como forma de incentivo.
– Acho que isso não vai dar certo, Edward – sua voz havia tomado outro tom, já não havia irritação, apenas receio – Alguém vai acabar percebendo que não somos um casal e seremos expulsos.
– Expulsos? – eu ri, me virando novamente para ela – E o que farão? Nos atirar ao mar? – apesar do meu tom de brincadeira, eu já havia pensado naquilo. É claro que não poderiam realmente nos jogar para fora do navio, mas se alguém descobrisse que estávamos mentindo, provavelmente teríamos que lidar com uma quantidade de situações desagradáveis que eu não estava nenhum pouco a fim de encarar – Relaxa, tudo bem? Nós só temos que fingir que somos um casal, não é tão difícil assim.
– Ah, é? Você já fingiu namorar alguém antes?
– Não, claro que não. Mas já namorei e você também, é só fazermos o que fazíamos quando estávamos namorando outras pessoas e vai ficar tudo bem.
Notei um tom rosado atingir as bochechas de Isabella, me peguei pensando no que ela havia entendido da minha fala. O que quer que tenha sido, se ela quisesse...
– Você sabia que existem cadeias dentro de cruzeiros? Eles podem nos prender – sua voz me tirou de meus pensamentos.
– Não estamos cometendo nenhum crime, não seja absurda.
– Mas...
– Alice vai nos matar se nos atrasarmos. Você acha que estou bem? – caminhei pelo quarto como se estivesse desfilando e parei de frente para ela, fazendo-a rir.
– Você está sempre bem, Edward.
Estendi minha mão para ela que se levantou e cruzou o braço ao meu. Às 19:00 em ponto chegamos ao restaurante, que àquela altura já estava com lotado, Isabella entrou na minha frente e eu apoiei minha mão na base de suas costas, guiando-a para onde eu havia avistado Jasper e Alice sentados. Ela não pareceu se incomodar com o toque, o que foi ótimo já que eu sequer havia pensado muito bem no gesto até ver o olhar sugestivo de Alice.
Puxei a cadeira para que Isabella se sentasse e me acomodei ao seu lado.
As luzes do salão estavam baixas, quase nulas, apenas o palco arredondado era iluminado por lâmpadas, enquanto as mesas eram iluminadas por velas. Notei que, aproveitando o momento e falta de claridade, muitos casais se beijavam nada discretamente. Por sorte, Jasper e Alice ainda possuíam alguma dose de bom senso e não tornaram aquela situação ainda mais desconfortável. Eles estavam apenas conversando, planejando o que fariam no dia seguinte.
Acabaram se decidindo por visitar o salão de jogos e nos convidaram para acompanha-los. Eu aceitei, mas Isabella negou prontamente.
– Preciso trabalhar – justificou-se.
Fiquei perplexo, nem eu havia levado trabalho para o cruzeiro. Ela deve ter notado minha expressão.
– Foi o único jeito que consegui de convencer minha chefe a adiantar minhas férias – se defendeu – Tenho que entregar uma revisão quando voltarmos.
Alice pareceu querer dizer algo, sua boca se abriu e permaneceu assim por um tempo, então ela apenas balançou a cabeça e olhou para o lado. Rapidamente um sorriso surgiu em seu rosto e notei que ela estava acenando para Angela e Ben do outro lado do salão. Eles começaram a andar em nossa direção.
– Ajam naturalmente, crianças – Alice sussurrou para Isabella e eu.
Quando chegaram perto o suficiente, minha irmã os convidou para se juntarem a nós, o que eles aceitaram.
– Alô? Oh, olá! – uma mulher alta e esguia, de pele escura e cabelos negros que iam até a cintura falou ao microfone no palco – Meu nome é Zafrina, alguns de vocês já me conheceram. Espero que o acolhimento de vocês tenha sido satisfatório, qualquer reclamação, por favor, não se acanhe. Nosso objetivo é proporcionar a melhor experiência possível durante nosso tempo juntos. Hoje teremos um jantar especial em comemoração ao início da viagem e logo após ocorrerá nossa primeira Noite de Karaokê, espero que se divirtam!
Assim que ela desceu do palco, garçons surgiram de todas as partes trazendo o cardápio. Havia duas opções de entrada, três de prato principal e três de sobremesa, tudo por conta da casa, além do champanhe. Fizemos nossos pedidos e aguardamos enquanto conversávamos, pouco tempo depois os garçons voltaram com as entradas.
– Então você é fotógrafa?
– Fotojornalista – Angela respondeu enquanto ajeitava seus óculos – Eu trabalho no The Seattle Times.
Os olhos de Isabella brilharam com a informação. As duas e Alice passaram um bom tempo conversando sobre seus trabalhos, parecia uma competição de quem amava mais o que fazia, mas de uma forma saudável. Pareciam um trio de amigas de longa data. O prato principal foi servido e a conversa diminuiu enquanto comíamos.
Quando a sobremesa chegou, a garrafa de champanhe já estava vazia há muito tempo. Ao final, concluí que se houvessem mais jantarem como aquele, eu precisaria visitar a academia do navio. Permanecemos à mesa conversando e só nos levantamos quando foi anunciado o início da Noite de Karaokê, nenhum de nós tinha o menor interesse em participar, nem mesmo Alice. Fomos até o deck para continuar o assunto que deixamos pela metade.
Tanto Alice e Jasper quanto Angela e Ben estavam abraçados. Minha irmã me encarou com exagerada intensidade e quando a olhei de volta, ela começou a mudar o foco de seu olhar de mim para Isabella e vice-versa, demorou um pouco até que eu percebesse que Isabella estava abraçando o próprio corpo para se proteger da brisa gélida que vinha do mar.
"Certo...", pensei, "o que eu faço?"
Alice permaneceu me encarando, esperando que eu fizesse algo. Ao contrário dela, ficou bem óbvio que Isabella não estava esperando nada de mim – ela só não deu um pulo quando a abracei pois eu a estava segurando. De qualquer forma, não houve reclamações, talvez por estarmos na companhia de Angela e Ben, talvez porque o frio falou mais alto, mas ela apenas me abraçou de volta e se aconchegou em meu peito.
Esperei me sentir desconfortável de alguma forma, ou sentir que Isabella estava desconfortável, mas isso não aconteceu. Aquilo era... bom. Muito bom. Apoiei meu queixo no topo de sua cabeça e voltei a prestar atenção na conversa, sentindo uma necessidade idiota de sorrir todas as vezes que me lembrava a quem eu estava abraçado.
Já era tarde da noite quando voltamos para nossos quartos. Isabella foi para o banheiro tomar seu banho antes mim, aproveitei para me deitar um pouco no sofá, toda aquela comida havia me causado uma certa leseira. Tirei meus sapatos e fechei meus olhos inocentemente, acabei cochilando após alguns minutos. Fui acordado de forma nada delicada.
Eu estava no chão, cada músculo do meu corpo reclamava.
– Há! – a risada de Isabella me despertou – E você ainda queria passar a viagem inteira dormindo aí, que piada.
Revirei os olhos e me levantei com certa dificuldade, ela até tentou me ajudar, mas não fez muita diferença. Caminhei até minha mala e peguei a primeira calça que vi, de moletom cinza, uma camiseta branca e uma cueca, então fui para o banheiro sentindo o peso do mundo sobre meus olhos. Meu sono foi completamente embora assim que abri o registro do chuveiro e senti a água desnecessariamente quente atingir meu rosto.
– Porra! – gritei rápido e alto demais, devido ao susto. Do lado de fora pude ouvir Isabella gargalhar e pedir desculpas – Como você tomou banho assim? – minha pergunta só a fez rir ainda mais.
Troquei a temperatura do chuveiro para algo mais aceitável, mas não gelado, o interior do navio era bem fresco durante o dia, mas havia esfriado consideravelmente desde que anoiteceu. Não me demorei muito no banho, desejando me jogar na cama e finalmente dormir o sono dos justos.
Quando saí do banheiro, vi Isabella sentada na escrivaninha lendo algo.
– Sabe, faz mal para a pele tomar banho com a água tão quente – pontuei ao me deitar, Isabella se virou na cadeira e me olhou incrédula – O que foi?
– Desde quando você entende de pele?
– Eu meio que fiz faculdade de medicina, lembra? A gente estuda uma coisa ou outra sobre pele – ela mostrou a língua – O que você está fazendo?
– Estava adiantando um pouco o trabalho de amanhã, mas estou tão exausta – Isabella fez uma careta e bocejou.
– Deixa isso aí, vem deitar comigo – sorri e estendi os braços como quem pede colo, ela riu e caminhou até a cama e se deitou – Agora é sério, a pele é literalmente uma barreira protetora, não a comprometeria se eu fosse você.
– Sempre tomei banhos quentes e sou saudável como um cavalo, muito obrigada – seu tom de voz era tão sério que precisei segurar a vontade de rir. Quem usa esse tipo de expressão?
– Não custa nada diminuir um pouco a temperatura da água de vez em quando – dei de ombros.
– Mas é tão gostosinho – ela fez um beicinho fofo, seu lábio inferior se projetando para frente. Demorei um pouco para conseguir lembrar do que estávamos falando.
– Você é doida, Isabella.
– Uh, você é tão sensível.
– Ou talvez sua pele que já tenha perdido toda a sensibilidade, sabe, por causa da água quente... – retruquei recebendo um leve tapa no braço.
– Deixa minha pele em paz, Cullen – ela tentava parecer irritada, mas ria junto comigo.
– Só estou tentando te ajudar – coloquei as mãos pra cima em sinal de rendição.
Nós continuamos conversando por um longo tempo até que Isabella parou de me responder. Olhei para o lado e a vi com o rosto amassado contra o travesseiro, sua boca ligeiramente aberta em um biquinho, ela parecia serena. Sorri para a cena e tirei uma mecha de cabelo que caía sobre seu rosto, as pontas dos meus dedos roçando suavemente sobre sua pele.
Senti o impulso de me aproximar mais, acariciar cada centímetro de seu corpo, mas apenas retirei minha mão e me virei para o outro lado, ficando de costas para ela. Fechei meus olhos, sentindo o cheiro de morango do shampoo de Isabella que inundava o quarto e esperei até que finalmente conseguisse desligar minha mente e adormecer.
[...]
Ouvi algumas batidas na porta da suíte, passos e então o barulho da porta sendo aberta. Isabella estava conversando com alguém, mas eu estava com sono demais para sequer tentar descobrir o dono da voz. Enfiei minha cabeça embaixo do travesseiro e resmunguei, tentando voltar a dormir. Depois de alguns minutos a conversa cessou e eu consegui apagar novamente.
Algum tempo depois, não sei dizer exatamente quanto tempo, senti alguém me chacoalhando levemente. Soltei um grunhido e me virei para o outro lado, parecia que apenas metade do meu cérebro havia despertado.
Subitamente, o cobertor foi arrancado de cima de mim e eu despertei – mais pelo susto do que por qualquer outra coisa. Abri meus olhos e não vi nada a princípio, mas então me virei e encontrei Isabella com um sorriso enorme em seu rosto.
– Bom d... – ela começou a falar animadamente, mas então seus olhos desceram pelo meu corpo e ela corou. Olhei para a mesma direção que ela olhava, eu não havia sido o único a acordar.
"Maravilha", pensei ironicamente.
– Bom dia Isabella – sorri largamente – Vejo que você está envergonhada, lembre-se que você causou isso a si mesma.
Ela cruzou os braços e me encarou com uma feição de falso aborrecimento. Me espreguicei e sentei-me na cama.
– Que horas são?
– Hmm, umas nove, eu acho – Isabella andou até o sofá e se sentou, evitando me olhar – Você deveria se arrumar logo para irmos tomar nosso café. Alice já deve estar nos esperando.
– Alice?
– Oh, sim, ela veio aqui nos convidar, e com isso quero dizer "nos obrigar", a tomarmos o café da manhã juntos.
– Certo – então havia sido ela quem bateu na porta mais cedo.
Me levantei e peguei minha mala no chão, colocando-a sobre a cama para pegar uma bermuda, vestiria a mesma camiseta com a qual dormi.
– Você está muito confortável para alguém que está com o pau duro.
– É uma reação fisiológica completamente normal, Isabella – falei calmamente, ela me olhou e virou o rosto rapidamente – Você acabou de falar da minha ereção e esqueceu, sério?
– Dá para você ir para o banheiro logo? – ela estava quase gritando, eu quis rir, mas guardei o sentimento para mim – E não demore! Só servem o café da manhã até as dez.
– Sim senhora – fui para o banheiro.
Eu não estava excitado, só precisava urinar – o que era ótimo, tudo que eu não precisava era ter que bater punheta com Isabella escutando. Me despi e fui para o box, tomei uma ducha rápida apenas para tentar acordar melhor. Após o banho, me enxuguei e coloquei a roupa. Isabella ainda estava sentada no sofá quando saí do banheiro, só então reparei que ela estava usando um curto vestido amarelo e florido, não me lembrava de já tê-la visto naquele tipo de roupa.
– Uau, você está linda – falei sem pensar, ela me olhou surpresa.
– Oh – seu rosto começou a tingir-se de vermelho, com aquilo eu estava acostumado. Nunca conheci alguém mais propenso a corar do que Isabella Swan – Eu não estava... esperando por... isso – ela balançou a cabeça, parecia nervosa. Aquela não era a primeira vez que eu a elogiava, não havia motivos para ela ficar tão constrangida... Ou era? – Espera, isso quer dizer que não sou bonita normalmente?
Revirei os olhos.
– Por Deus, Isabella, você é maravilhosa sempre. Foi só um elogio, relaxa.
Achei que ela fosse explodir de tão vermelha, mas Isabella apenas sorriu e agradeceu enquanto tentava inutilmente disfarçar sua timidez.
Saímos do quarto e nos encontramos com Jasper e Alice no caminho, então fomos para o restaurante. Escolhemos uma mesa com lugares suficientes para nós quatro e então nos sentamos. Logo uma garçonete se aproximou e anotou nossos pedidos, já estávamos comendo quando Alice trouxe o assunto do salão de jogos à tona, confirmei que realmente iria com ela e Jasper, o que a deixou genuinamente feliz.
– Bella, você realmente não pode ir? – Alice trabalhou em sua melhor feição de cachorrinho abandonado, mas aquilo pouco fez efeito em Isabella, que apenas riu e negou com a cabeça antes de dar a última mordida em seu waffle – Tudo bem, tudo bem... Eu entendo. Mas não pense que a senhorita vai escapar de mim no resort, viu?
Terminei meu café e chamei a garçonete novamente, pedindo nossa conta. Pagamos pela comida e nos despedimos de Isabella enquanto ela voltava para a suíte.
[...]
Olhei para Jasper e vi a face inocente de uma criança na entrada da Disney, não havia outro jeito de descrever, ele estava no paraíso. Não era por menos, o salão de jogos do cruzeiro era simplesmente absurdo.
– Certo, devo admitir que eu não estava esperando pela pista de boliche – Alice falou enquanto caminhávamos até o centro do salão para dar uma boa olhada em nossas opções – Ah! Eu quero! – ela apontou com o dedo indicador para o Simulador de F1 e começou a pular no lugar totalmente animada. Jasper riu e lhe deu um beijinho na testa.
Nós dois compramos fichas para o simulador e fomos realizar nosso sonho de infância de dirigir em alta velocidade sem nos importar com as leis de trânsito – ou com a possibilidade de acabarmos mortos. Jasper preferiu dar uma conferida no que tinha de bom no Arcade. Jogamos boliche e sinuca, demos boas gargalhadas no Simulador de Voo, apostamos um contra o outro no Arcade e Alice não poderia sair dali sem colocar seus anos de aula de dança em prática na Máquina de Dança.
Alice me obrigou a dançar com ela, depois fez o mesmo com Jasper, quando dei por mim já estava dançando a segunda música com meu cunhado.
– Caramba, Edward, você é horrível dançando.
Eu estava acertando todos os passos, mas conseguia ver do que Alice estava reclamando. Parecia que todas as minhas engrenagens estavam enferrujadas, eu me mexia como um verdadeiro robô. Eu até poderia ter um ótimo reflexo e coordenação, mas zero talento para dança – em contrapartida, Jasper parecia ter recebido aulas particulares.
– Vai amor, acaba com ele!
No fim, eu estava com medo de sequer pensar no rombo que aquelas poucas horas de diversão haviam causado no meu cartão. Mas como minha irmã adora pontuar: dinheiro gasto com nossa felicidade é investimento – e, puta que pariu, eu estava realmente feliz por passar aquele tempo com duas das minhas pessoas favoritas no mundo. Eu via Jasper quase todos os dias, é verdade, mas vê-lo no trabalho era completamente diferente. Fazia tempo que não nos divertíamos juntos daquela forma, foi como voltar no tempo.
Nós voltamos para o restaurante e minha barriga roncou quando nossos pratos foram finalmente servidos. O lugar estava vazio, já que nós havíamos ido comer muito mais tarde do que o costume, havia apenas outros dois casais ali.
– Então... – Alice começou após limpar a boca com um guardanapo de pano – Como foi a primeira noite com a Bella? – ela balançava as sobrancelhas sugestivamente.
– Cresça – evirei os olhos, o que fez o casal rir – Foi tranquilo, nada demais.
– Nada demais? Você dorme com um mulherão daqueles ao seu lado e é essa a sua resposta, Edward?
– O que mais eu diria? A gente só dormiu.
– E você gostaria de ter feito algo mais do que dormir? – Jasper perguntou.
– Cara, para de tentar me analisar. Você é meu amigo, não meu psicólogo.
– Ei, irmão, relaxa. Foi uma pergunta genuinamente amigável, eu juro.
– Ah, eu não sei para que tanto cu doce – Alice interrompeu – Vocês dois são lindos, inteligentes, interessantes, se dão super bem e estão solteiros, não vejo o motivo para não tentarem algo à mais.
A mania de Alice de se meter onde não é chamada é um dos traços mais marcantes de sua personalidade e na maioria das vezes eu achava aquilo até mesmo encantador, mas tudo dependia da situação e na vida de quem ela estava se metendo. Quando sua vítima era eu, era simplesmente irritante.
– Desculpe, minha querida irmã, eu não vou arriscar foder com uma amizade de anos só para te agradar – sorri.
– Não é com a amizade que eu quero que você foda, é com a Bella – pontuou. Olhei incrédulo para Alice, não fazia muito tempo e eu estava lhe dando mamadeira para que ela parasse de chorar. Onde foi que eu errei? – Edward, você é um cara legal, tenha um pouco mais de fé em si mesmo. Vocês dariam certo.
– A psicologia tem alguma teoria que explique essa compulsão por ser intrometido? – perguntei à Jasper, minha irmã o olhou enfurecida.
– Nem pense em responder essa pergunta, cowboy.
Nós dois rimos.
– Tudo bem, Edward, não vou ficar me metendo nesse assunto – ela deu uma garfada em sua salada e a levou até a boca.
– Vou fingir que acredito nisso, tampinha.
