Segurei o bebê com um pouco mais de força em meus braços, rindo ao constatar que ele deslizaria fácil caso não fizesse isso. Seu chorinho cessou rapidamente e aqueles olhinhos azulados me encararam, se aninhando um pouco mais e me fazendo derreter completamente. Me ajeitei um pouco melhor na banheira, fazendo o mesmo com meu pacotinho e só assim, nessa nova posição, me dei conta de que Edward estava certo o tempo todo. Ele estava ao meu lado agora, observando a cena maravilhado e deu um beijo carinhoso em minha testa quando me virei para anunciar, em um sussurro:

- É uma menina…

Não estava preparada para a reação de meu marido naquele instante. Edward simplesmente… Desabou em lágrimas. As mãos cobrindo o rosto e um choro alto, enquanto Angela dava leve batidinhas em seu ombro e o avisava que precisavam cortar o cordão umbilical. "Claro, claro", murmurou, e eu esperaria que ele o fizesse para poder entregar nossa menininha em seus braços.

- Oi, filha… Seja bem-vinda. - disse, em meio às lágrimas também. Ela era perfeita, dos pés à cabeça, e quietinha como jamais havia visto. Nem todos os vídeos de parto que eu havia assistido se comparava àquilo. Sussurrei sobre estar feliz em conhecê-la, que já a amava, e recebi em retorno um leve chorinho.

- Parabéns, papais! - Angela comemorou.

Minutos se passaram e eu continuava fascinada. Poucas palavras saíram da minha boca. Kate registrava tudo, percebi, e não pude deixar de sorrir e lacrimejar quando Edward, levemente tenso e esperando pacientemente, ergueu os braços quando a ofereci e aninhou nossa filha no peito, agora desnudo. Nossa filha. Ele não parecia mais o médico experiente, que realizava partos por aí, e sim, o pai de primeira viagem, tão assustado quanto eu com aquele serzinho.

- Oi, pequenininha. - murmurou, passando a mão por sua bochecha. Os dois conversaram por alguns minutos, Edward enfatizando o quão feliz estava por tê-la nos braços e aproveitei esse momento - com a placenta já para fora de mim - para sair da banheira, me trocar, colocar um daqueles absorventes gigantes e finalmente me deitar na cama, com muito cuidado e amparada por Angela e outras enfermeiras.

O papo dos dois iria longe, pensei, e quando já estava devidamente deitada, senti minhas pálpebras caindo. Eu me sentia esgotada, mas queria mais um momentinho com ela. Com eles. E precisávamos de um nome.

- Quer tentar amamentá-la? - ofereceu Carmem, ajeitando um cobertor em cima de mim.

Acenei com a cabeça e Edward a entregou, permaneceu ao meu lado, prestando atenção nas dicas. Tentei, da melhor maneira possível, fazer com que o processo não fosse dolorido. Como mãe de primeira viagem, a sensação toda de amamentar foi… esquisita. Reclamei baixinho algumas vezes, assumo. Mas olhar nos olhos dela, tão pequenininha, encolhida e bochechuda, fazia tudo valer a pena. Ela tinha minha boca, minhas orelhas, mas o resto… Bebê Cullen era Edward. Me perdi novamente por um bom tempo olhando, contemplando o que havíamos feito.

- Caprichamos, certo? Ela é linda. O que me faz lembrar que... Precisamos de um nome. - afirmei, saindo daquele transe. A equipe havia nos deixado sozinhos por alguns minuto e uma luzinha fraca iluminava o quarto, me fazendo lembrar da imensidão de luzes ao lado de fora. Quase Natal.

- Podemos pensar nisso depois. Com calma. - Edward sussurrou, passando a mão de leve pelos meus cabelos. Sua camisa já estava de volta ao corpo.

- Tenho certeza de que você já tem um nome em mente. Acertei? - e em resposta, meu marido me deu seu melhor sorriso, as bochechas esquentando e provocando um rubor em seu rosto. Sabia! - Vamos Edward, desembucha!

Achei que, por sua vergonha, meu marido demoraria a soltar os nomes que tinha imaginado, mas dei um sorriso encorajador e me surpreendi ao ouvir quando O nome praticamente cantou em seus lábios.

- Meadow.

Meadow… Meadow, Meadow... Repeti o nome algumas vezes, em silêncio, e depois chamei a bebê em meus braços. Ao ouvir o nome, ela simplesmente abriu um pouco os olhinhos, como se reconhecesse que estava sendo requisitada. Meadow Cullen.

- Pensei na clareira. - justificou, encarando nossa filha. Seus olhos brilharam um pouco e suspeitei que as lembranças de momentos específicos na clareira, estivessem passando por sua memória. - Nenhum outro nome fez sentido para mim. Tentei juntar o nome das nossas mães, mas aparentemente Emmett odiou a ideia e criou apelidos horríveis para me perturbar.

O encarei, com lágrimas nos olhos, ignorando completamente a última parte e levando minha mente para aquele lugar, com o céu limpo, o sol brilhando levemente sobre a grama verde. Lembrando do pedido de namoro, e depois, dos encontros e piqueniques que fazíamos lá sempre que Edward tinha uma pausa na faculdade ou trabalho. Visualizei nós três na clareira, eu, Edward e… Meadow.

- Meadow Lily Cullen. - sussurrei.

- É lindo. E parece apropriado. - Meu marido riu, indicando a porta, onde nossa guirlanda de lírios estava pendurada, anunciando a chegada de uma nova vida. Do nosso maior presente de Natal.

—-

Ficamos o resto da noite naquele quarto e esperamos pacientemente por Meadow e os resultados dos exames. Edward acompanhou alguns, enquanto eu cochilava ou escutava os conselhos de Carmen sobre recém-nascidos. Alguns eu discordei veementemente, mas escutei de coração aberto.

- Olha só quem está aqui, mamãe! - Edward trouxe Meadow, que estava irritada e com fome, percebi pelo choro estridente, e a colocou em meus braços. - Daqui a pouco vamos para um quarto mais aconchegante.

Tirei o seio direito para que Meadow se alimentasse e percebi os poucos fios de cabelo castanho que existiam em sua cabecinha. Nada de presilhas por enquanto. Ela estava menos inchada e Edward garantiu que em alguns dias tudo estaria nos conformes, inclusive a pele levemente descascada.

- Todos estão loucos para conhecê-la. Se tudo correr bem, poderemos levá-la para casa amanhã. - senti sua mão acariciando meus ombros bem devagar. Uma massagem mais tarde seria mais do que bem-vinda. Devo ter dito isso em voz alta, porque meu marido riu e aumentou um pouco da pressão.

- Como assim, "se tudo correr bem"? Tem algo de errado?

Meu coração acelerou e meus olhos, antes em Meadow, dispararam em questão de segundos para Edward. Não havia preocupação em seus olhos, apenas… Uma leve frustração.

- Ela ainda não evacuou. - deu de ombros. - Isso não é um problema, mas… Pode atrasar nossos planos de Natal. Sei como você gostaria de estar em casa, abrindo presentes e recebendo a família.

Suspirei. Ele estava certo, especialmente em querer passar minha noite com a família, bem longe de um quarto de hospital, onde as paredes pareciam mais brancas do que costumavam ser. Em frente a lareira, ouvindo o tilintar dos copos quando o relógio finalmente desse doze badaladas e Esme liderasse o discurso inspirador sobre a importância da família. Mas isso só seria importante nesse momento, se tivéssemos Meadow conosco.

- Ainda temos até amanhã…Certo? A ideia de passar o Natal aqui não me agrada muito. - suspirei, trocando a bebê para o peito esquerdo. - Quando vamos trocar de quarto mesmo?

- Em alguns minutos. - ele respondeu, soltando meus ombros e indo diretamente para a poltrona ao lado da cama.

Enquanto conversávamos sobre coisas banais, que não envolvessem Natal ou até mesmo o cocô de nossa filha, observei meu marido lentamente fechando os olhos e os abrindo repentinamente, para mostrar que, sim, ele estaria prestando atenção a cada detalhe do que eu falava. Edward não tinha pregado os olhos desde que Meadow nascera, e isso tinha sido há seis horas, segundo o relógio pendurado na parede. Aos poucos, diminuí meu tom de voz e ambos, pai e filha, caíram no sono. Meadow tinha literalmente largado meu peito e dormido com a boca aberta. Seria difícil registrar isso em câmera sozinha.

Eu não estava com tanto sono assim, tinha cochilado várias vezes, algumas milagrosamente durante as contrações e o silêncio naquele momento era… Reconfortante. Me encostei no travesseiro e consegui pegar o celular, que Edward tinha deixado ao lado. Olhei pela galeria cada clique dos últimos acontecimentos, proporcionado por enfermeiras, Edward e até mesmo eu.

- Sra. Cullen? - chamou Carmem, entrando de fininho no quarto. Quando encarou Edward dormindo, apenas olhou com carinho e balançou a cabeça, como se o que quisesse dizer fosse banal demais para atrapalhar seu sono ou nosso momento de sossego.

- Não se preocupe, pode me falar. - garanti, abandonando o celular e dando meu melhor sorriso. - Ele pega rápido no sono, vai sobreviver se tiver que acordar.

- Vamos trocar de quarto, Sra... Tem outra grávida vindo. - e indicou para que um jovem enfermeiro, chamado Seth, trouxesse a cadeira de rodas de volta até mim. - É um pouco menor, mas ainda sim aconchegante.

Me inclinei para entregar Meadow a ela, apenas para me sentar na cadeira com a ajuda de Seth, e dei um leve chutinho em Edward, o acordando. Como havia dito a Carmem, meu marido acordou, me ajudou com tudo, organizou o novo quarto com alguns de nossos pertences e se recostou novamente na nova poltrona, ao lado do sofá e perto da janela dessa vez, caindo no sono em menos de cinco minutos.

As horas passaram tranquilamente e posso afirmar que tivemos uma madrugada tranquila, com Meadow acordando pouquíssimas vezes e Carmem ou outras enfermeiras vindo nos checar sempre que possível. Checar nossa filha na verdade, que ainda não tinha eliminado o mecônio. Agora sim eu sabia o nome do primeiro cocô de um recém-nascido. Checamos a fralda mais uma vez, antes do banho, pontualmente às oito da manhã e absolutamente… Nada. Apenas xixi.

- Vocês precisam tomar cuidado com a orelha dela. E esfregar bem devagarzinho. - Fiquei de olho em todo o processo, acenando para tudo, enquanto Meadow abria a boquinha e se mexia à medida que entrava em contato com a água. Fiz duas notas mentais. Providenciaria aulas de natação assim que ela crescesse um pouquinho e deixaria Edward como o responsável pelos banhos.

Ele parecia encantado, rindo, conversando com ela e assegurando que o próximo banho seria muito mais legal.

- Meadow, construímos um banheiro para você. - disse, enquanto secava sua cabeça minúscula na toalha que levamos. - Não é rosa, porque sua mãe não é fã de cores específicas para meninos e meninas, mas tem flores amarelas e brinquedos. Muitas coisas coloridas.

E em resposta, Meadow apenas bocejou. Passamos a tarde assim, nossa filha dormindo, ocasionais choros e resmungos, Edward e eu nos revezando entre trocas de fralda, mamada, checagens em mim… Essas eu odiava. Mas, estávamos agindo como um time.

Em algum momento do dia, meu cabelo estava seco e brilhante, minhas roupas confortáveis substituindo as camisolas, afastando qualquer indício de que tinha acabado de dar à luz. E o relógio marcava cinco horas da tarde.

Seis horas.

Nove horas.

Não iríamos para casa. Edward insistiu que ligássemos para Renee, avisando nossa atual situação. Ela atendeu na primeira chamada, prometeu que avisaria aos outros e insistiu em vir nos ver. Charlie ficaria com Vanilla em casa. Em segundos minha mãe estava aqui, paparicando a neta, tirando fotos e uma breve conversa com Edward do lado de fora foi o suficiente para me arrastar até a cafeteria.

Não quis sair de perto de minha filha, mas meus protestos foram ignorados.

- Uma volta vai te fazer bem. Meadow está dormindo, fico aqui com ela. - disse Edward, me garantindo apenas com o olhar que eu deveria ir. Uma das vantagens do parto normal era essa, eu me sentia bem em andar pelo quarto, quase sem dores, apenas uma leve sensação de vazio. Vazio no lugar onde minha filha estava.

- Edward disse que você foi ótima! - observou minha mãe, tomando um gole do café recém comprado, o cheiro forte me causando uma leve ânsia, que disfarcei movendo a cadeira alguns centímetros para trás com o corpo. - Meadow é perfeita! Não acredito que não quis ninguém aqui com vocês nesse momento, meu amor.

- Ela é linda, a cara do pai. - suspirei, recordando de todas as expressões faciais que a pequena nos apresentou hoje, mostrando mais uma vez que era Edward cuspida. - Mas era um momento nosso, mãe. Acho que precisávamos passar por isso sozinhos e você sabe, precisarei muito de você e Esme nos próximos dias.

Segurei sua mão, brincando um pouco com os milhares de anéis dourados que Renee usava. Sempre tão elegante. Pensei nos acessórios que tinha comprado para ela e agora estavam embaixo da árvore, em embalagens decoradas com sinos. Uma leve irritação me atingiu, seguido de um sentimento de culpa. Eu tinha tido uma filha, saudável, linda, perfeita e mesmo assim, bem no interior, gostaria de estar em casa, em nossa sala de jantar, comemorando meu feriado favorito. Uma verdadeira egoísta.

- Não faça isso com você. - murmurou Renee, acariciando as marcas deixadas pelos acessos em minhas mãos. - Todos nós sabemos que você está radiante por Meadow, mas não gostaria de estar aqui.

- Estou sendo egoísta, mãe… - reclamei, fixando meu olhar em seus lindos olhos azuis. Sua expressão era de serenidade pura, mas um vinco se formou em sua testa assim que voltei a falar. – Olho essas paredes brancas, as luzes na cidade, minha casa decorada… Não queria que esse fosse o meu natal, muito menos o primeiro natal dela.

E talvez por isso doesse tanto em mim, não estar aconchegada em volta a lareira, ninando meu bebê nos braços, abrindo presentes e dividindo aquele momento como uma família completa. Uma família que eu sequer sonhava em ter, porque Edward e eu vivíamos o momento e algo dentro de mim dizia que seríamos apenas um namoro de longos anos. Eu queria mostrar a Meadow a árvore gigantesca que sua avó paterna tinha montado, acrescentando em um dos ramos uma bolinha com a foto do nosso primeiro ultrassom, e queria que ela estivesse rodeada com todo esse amor. Mesmo que em meus planos até um dia atrás, ela ainda estivesse no útero. As lágrimas corriam livremente agora por meu rosto.

- Malditos hormônios… - grunhi, aceitando de bom grado o lenço branco que surgiu a minha frente.

Minha mãe manteve sua expressão serena, concordando quando reclamei da provável bomba de hormônios que meu corpo estava sentindo nesse momento, além da estranha sensação de sentir meus órgãos "soltos", de alguma forma.

- Talvez, Bella, Meadow ter nascido próximo a uma época que você tanto ama, signifique algo. Mais do que isso, acredito que esse lugar, - e apontou para o hospital inteiro com o dedo indicador - essa experiência aqui, hoje, vai ressignificar tudo o que você acha que sabe e acredita sobre o Natal, minha filha.

Renee suspirou, tomando mais um gole do café e sua expressão entregava que estava prestes a me dar uma bronca, mas simplesmente desistiu e deu de ombros, se ajeitando na cadeira.

- Charlie e eu, nós dois gostaríamos que as coisas sempre saíssem do jeito que você queria, especialmente quando descobrimos que teríamos uma menininha. Você já era a princesa dele. Porém, certa noite, seu pai voltou frustrado, algo na delegacia o tinha chateado o suficiente para que voltasse com a cara emburrada. Sentamos, conversamos e percebemos que nunca, por mais que nos esforçássemos muito, poderíamos evitar que frustrações surgissem na sua vida.

Com as mãos entrelaçadas nas minhas, os olhos brilhando, ela continuou:

- Precisamos delas. Você vai se lembrar com carinho disso, desse momento. Então torne-o o melhor possível. Faça com que seja memorável para vocês. Vem, vamos comprar algo gostoso para levar ao mais novo papai.

Sequei minhas lágrimas e antes que ela me puxasse de novo até a lanchonete, a abracei fortemente, sussurrando um "muito obrigada", pois suas palavras tinham me acertado em cheio. A vida tinha me dado coisas maravilhosas, me proporcionado momentos únicos. Até mesmo agora, quando eu acreditava ter sido injustiçada, ela estava me ensinando e sim, me tornando mais forte e madura.

Meu primeiro ato como mãe seria tornar este Natal adorável para Meadow e Edward, então comprei dois copos de chocolate quente, duas fatias grandes do último bolo restante e com a ajuda de Renee, caminhei até o quarto, me sentindo muito melhor do que antes.

Abri a porta lentamente, observando a luz fraca que preenchia o espaço. As janelas estavam com as persianas abertas e Edward estava ali, parado e de costas, mostrando a Meadow os flocos de neve que caíam, porém, não foi essa cena que fez com que novas lágrimas caíssem livremente por meu rosto.

Ao lado do sofá, um banquinho segurava, em cima dele, uma pequena árvore de Natal, com três presentes que reconheci o embrulho prontamente - eles estavam na nossa árvore. E em frente ao nosso sofá, uma mesinha, com uma vela acessa no meio. Renee passou por mim e depositou o que compramos em cima dela, tomando cuidado para não atrapalhar os guardanapos vermelhos que Edward tinha arrumado. Ela acenou e saiu, sem dizer uma palavra. No fundo, apenas a música natalina que vinha do celular de meu marido.

- Edward? - chamei, minha voz não passava de um sussurro. - Onde você arrumou tudo isso?

E quando ele se virou, sorrindo, percebi a roupinha que Meadow usava. Era um conjuntinho natalino, com calça e toucas de listras vermelhas, combinadas, e uma blusa que dizia "Melhor presente!"

- Assim que descobrimos que a data do parto era prevista para Dezembro, saí na rua com Alice para comprar algo para você e encontrei esse conjunto. Ela insistiu tanto para que eu comprasse, que acabei cedendo... Tenho que agradecê-la por isso.

Peguei meu celular na cama e tirei uma foto, antes que ele protestasse ou voltasse a falar. Aquilo precisava ficar registrado não apenas em minha memória.

- Quero essa foto depois. Enfim... As enfermeiras me ajudaram arrumando uma vela e a árvore. Nós a pegamos da sala de descanso dos médicos, nenhum deles pareceu se importar muito, segundo elas. E sua mãe trouxe os presentes. Um para você, um para mim e o da pequenininha. Vamos Bells, troque de roupa, separei um suéter vermelho para você antes de virmos.

- Por isso a insistência em arrumar minha mala? - perguntei, arqueando uma sobrancelha e erguendo a peça de roupa que estava em cima da cama. - Você não existe, Edward.

- Vamos, anda logo!

O sorriso que Edward me deu assim que saí do banheiro, um pouco mais decente, iluminou mais ainda o quarto e foi o suficiente para me atirar em seus braços, agora livres, já que Meadow dormia no bercinho.

- Obrigada por isso. Não só por esse Natal improvisado, mas por tudo. Não acredito que encontrei você, te amo, Edward Cullen.

- Você não percebe, não é? - indagou, me fazendo olhar para cima, para seus olhos. - Minha vida não seria absolutamente nada sem você, Isabella. Eu é quem tenho que agradecer, porque se você não tivesse tropeçado em mim naquela festa, quando éramos adolescentes, provavelmente eu estaria agora em casa, sozinho, tomando algumas cervejas e me perguntando quando a vida realmente começaria para mim. Eu te amo mais que a minha própria vida.

Seus lábios foram até minha testa, depositando gentilmente um beijo, e ficamos assim, agarrados, na nossa bolha. Em algum momento, Carmem entrou no quarto e perguntou se gostaríamos de uma foto em família e foram necessários vários cliques para que a foto perfeita saísse.

Assim que Carmem saiu, nos sentamos no sofá, em frente a mesinha. Levantei meu copo de chocolate quente em direção ao de Edward, em um brinde improvisado e disse, com Meadow em meus braços:

- À nossa família!

- E ao nosso primeiro Natal! – completou.

- Ao nosso primeiro Natal.