N/A: Fiquei muito feliz com as revisões da Mamacris e de Fushigikage. Muito obrigada gente pelos adoráveis comentários! Amei todos!
Isenção de responsabilidade: The Mentalist pertence a Bruno Heller e não ganho nada financeiramente escrevendo, apenas o prazer de criar uma história.
CAPÍTULO IV
Depois do primeiro encontro, Patrick e Angela estreitaram sua relação: sempre que podiam, ficavam juntos, mesmo que fosse apenas para ele ajudá-la a guardar as ferramentas, ou ela acompanhava seus shows e vez ou outra servia como ''alvo''. Patrick tornou-se mais tolerante com as agruras do pai; já não ficava tão aborrecido com as saídas dele, com o desperdício do dinheiro que ganhavam tampouco com a pressão de Alex para que conseguissem mais público e mais lucro. Aos poucos, o próprio Patrick viu-se aperfeiçoando seu ''dom vidente'', especialmente quando acompanhava Angela a um passeio pelo parque.
Eles gostavam de se sentar em um local estratégico, no qual poderiam ver o público que frequentava o parque e ali, Patrick desnudava as pessoas, apontando um adúltero, uma mulher ressentida, um jovem preocupado com algo, possivelmente suas notas; Angela ria muito e sentia-se estranhamente bem ao lado dele, confortável e segura.
Ele era diferente dos outros garotos com os quais havia saído antes: geralmente, eles eram superficiais, interessado em aproximar-se dela pelo fato de ser uma Ruskin. Seja pelo dinheiro de sua família seja pelo peso do nome no meio circense, logo Angela terminava porque não se conectava a ninguém. Com Patrick era diferente; sempre atencioso, ouvia pacientemente suas reclamações sobre seus pais e seu irmão Danny, o qual estava aprendendo a dar pequenos golpes, a desgosto do pai. Ela podia confidenciar a ele que não gostava daquela vida nômade, do status do nome Ruskin e dos olhares inexpressivos das pessoas que se aproximavam apenas para conseguir algo. Ela não tinha amigos, não conseguiu terminar o Ensino Médio que tanto queria tampouco suas adoradas aulas de piano. No fundo, ela queria ser pianista e tocar para uma grande plateia, em um teatro sofisticado, peças tanto clássicas quanto modernas. Ela ressentia-se do fato de que seu futuro tinha sido traçado por seus pais: assim que atingisse idade, ela deveria casar-se com um primo ou outro rapaz escolhido cuidadosamente para prosseguir com a tradição Ruskin de ser os reis do metal no mundo circense. Ela tinha sonhos incompreendidos e Patrick segurava sua mão docemente, sorrindo, circulando os polegares de modo carinhoso. Com ele, ela permitiu-se chorar sua sina.
Patrick, por outro lado, estava totalmente entregue a uma nova emoção, a qual ele não tinha ideia de que poderia sentir: amor. Esse sentimento ele só pôde observar de perto com seus amigos Pete e Sam; eles eram um casal feliz, que se entendiam, brincavam entre si e raramente discutiam. Como sua mãe morrera cedo, ele não conhecia o relacionamento de seus pais e no fundo, tinha medo de perguntar e descobrir que eles não se davam bem. Ele preferia alimentar a fantasia de que foram felizes e que seu pai, no fundo, no fundo, sofria com a falta da esposa. Até encontrar Angela, Patrick teve alguns encontros rápidos e superficiais. Ele nunca abriu-se para uma garota. Nunca deixou-se ler, deixou-se conhecer de verdade por alguém. Ele mantinha uma máscara firme de graça e charme, só para conseguir uns amassos e se tudo desse certo, uma relação sexual rápida atrás de algum trailer ou barraca.
Mas com Angela, ele sentia-se especial; ela via toda sua escuridão, toda sua malandragem para enganar as pessoas e mesmo assim, ela dava a ele o sorriso mais doce e o olhar mais caloroso que jamais ele recebeu de alguém. Estar com ela é como se todos os dias fossem ensolarados, acolhedores e felizes.
Em uma tarde de domingo, eles escapuliram do parque e foram fazer um piquenique em uma colina. Tinha duas semanas que eles se viam no parque, mas Patrick ainda não tinha tomado coragem para beijá-la; os beijos que trocaram foram singelos, quase infantis. Mas naquele domingo, ele tomou a firme decisão de experimentar seus lábios por completo. Desfrutar o gosto de sua boca, testar a textura de sua língua. Ele estava espantando com si mesmo, afinal, com outras garotas, já na primeira saída, ele tomava a boca e língua de maneira quase animal. Porém, com Angela, ele sentia-se tímido, quase que constrangido em macular algo tão puro e sincero.
Caminharam calados, segurando a mão um do outro até descobrirem uma árvore frondosa no alto da colina. Resolveram esticar a toalha que trouxeram, sentaram e começaram a tomar seus lanches, apesar que Patrick estava tão nervoso que mal conseguia mastigar. Ele lançava para ela olhares furtivos enquanto Angela simplesmente admirava o ambiente.
''- Aqui é tão bonito, não é?" – ela disse virando para ele com um largo sorriso no rosto.
'' – É sim.'' Ele balbuciou quase que mecanicamente.
'' – Você está bem?"
''- Estou. É que ficar aqui com você é tão inebriante. Você é muito linda.'' Ele respondeu sério, olhando intensamente nos olhos dela. Então, tomando coragem, ele largou seu sanduíche mal comido de lado, levou uma das mãos ao rosto dela e aproximou-se devagar:
'' – Você é tudo que sonhei pra mim.'' Ele murmurou próximo a sua boca, deixando ali um beijo suave. Ele intensificou as carícias com sua boca e com a língua, pediu permissão para entrar na boca dela. Ela respondeu imediatamente, e suas línguas dançaram uma com a outra em uma explosão de amor. Eles abraçaram-se com força, Patrick com as mãos em sua cintura, subindo e descendo em suas costas; ela afundou as mãos em seus cabelos, mantendo sua boca colada na dele. Eles afastavam-se por alguns segundos para tomar ar e voltavam ao beijo mais alucinante e amoroso que qualquer um deles já havia experimentado.
Patrick sentiu seu corpo começar a responder a este carinho intenso e seu pênis endureceu; ele abandonou a boca dela e colou vários beijos molhados em seu pescoço, e uma de suas mãos apertou seu seio com um desejo incontrolável. Ela gemia sob seus carinhos e desesperada procurava sua boca para retornar à sensação de posse e luxúria. Ficaram assim por alguns minutos até que se separaram, juntando a testa um no outro, sorrindo amavelmente um para o outro.
'' – Isso foi incrível.'' – ele disse quase sem fôlego.
'' – Ah, por favor, Pat. – ela desdenhou.
'' – Verdade.'' – ele afastou para o olhar no rosto dela, puxando uma mecha de seus cabelos encaracolados para trás de uma orelha. '' – Estar aqui com você, beijar você, é algo simplesmente mágico, que nunca senti antes.''
Ela sorriu, acarinhando seu rosto com o dedo, traçado cada pedaço do seu rosto. Ela deu-lhe um selinho e voltou para seu sanduíche. E ele, continuou encarando-a como se fosse a figura mais linda do mundo. Ela, um tanto envergonhada, deu-lhe um tapinha no braço e levantou as sobrancelhas indicando que ele continuasse com seu lanche. Ele sorriu largamente, e retomou seu sanduíche.
Eles ficaram entre beijos e abraços por mais um tempo e quando perceberam que era hora de voltar, caminharam, quase se arrastando, de volta ao parque. Ele a acompanhou até seu trailer, segurou sua mão com força, dando-lhe um beijo casto em seus lábios.
Patrick caminhou meio sem rumo, não querendo voltar a seu trailer e enfrentar a dura realidade com seu pai. Querendo permanecer um tempo a mais em sua bolha de felicidade, ele resolveu visitar seus amigos Pete e Sam. Ele bateu na porta do trailer deles, esperando que estivessem em casa, já que as tardes de domingo eram as mais movimentadas no parque. Sam abriu a porta e sorriu ao vê-lo:
'' – Patrick, há quanto tempo!''
''- Tenho andado um pouco ocupado.''
'' – Ah sei...anda de namoro com a menina Ruskin não é.'' Ela torceu seu rosto maliciosamente.
'' – É, bem, sim.''
'' – Entre, estou fazendo um chá. Estou no intervalo da minha atração.'' – Sam convidou-o calorosamente.
Ele entrou e se sentou à mesa, com um ar de sonhador. Sam lançava olhava de soslaio, e percebeu que nunca o tinha visto assim.
'' – Ela deve ser especial, não?!'' – perguntou colocando uma xícara de chá fumegante na frente dele.
'' – Hum? Quem?'' ele perguntou, como se de repente tivesse sido tirado de um traze.
'' – Por favor, não desconverse.''
Ele curvou seus lábios um em sorriso leve, e tomando um gole de chá, seus olhos mantiveram-se sonhadores.
'' – Olha só, vivi para ver Patrick Jane apaixonado.'' – Sam riu em sua xícara.
'' – Não estou apaixonado.'' – ele protestou.
'' – Então, porque está assim todo bobo.''
'' – Angela é especial. É uma garota bem-nascida, inteligente, forte, determinada. Ela é uma ótima amiga, só isso.'' Ele baixou os olhos para encarar sua xícara, percebendo que o chá tinha uma cor muito interessante.
'' - Ah, entendi. Ela é apenas mais uma então?''
'' – Não. Ela é incrível.'' Patrick encerrou, encarando Sam e descobrindo que sua amiga estava certa: ele estava profundamente apaixonado por Angela.
