Parte 4: O Custo
Retornando à Alvorar-3, a Kay-Em reapareceu da passagem de transdobra, aterrissando próximo das ruínas do antigo complexo de pesquisa. De dentro dela, Torca e seus amigos levavam preso em correntes anuladoras seu prisioneiro, Scourge, e determinados à fazer que a justiça seja cumprida.
"Ande. Vamos indo." Bantor ordenou, puxando a corda ligada às correntes. "Não temos o dia todo, embora seja figura de linguagem, mas entendeu o que quis dizer. Vai."
Scourge nada podia fazer, já que as correntes diminuíam sua força e o impediam de se transformar. Seu semblante baixo e enfraquecido refletia seu estado interior quanto ao que sabia que lhe esperava.
"Por favor, por favor. Não foi minha culpa. Foram os outros que causaram tudo. Não fiz nada." Stinkbomb o observou com profundo desgosto.
"'Nada', você diz. Apenas tomou parte de uma chacina contra quem não tinha lhe feito coisa alguma e por quê? Diversão e farra. Isto é o que define como 'nada'?"
"Eles que fizeram tudo, estou falando." "E nada fez pra detê-los. Não tomar parte de uma ação já te torna mau, não importa o quanto seja do bem."
"Não perca combustível ensinando moral pra um verme mecanizado desse tipo, Stink. Ele não vale nem seu peso em ferro e sucata." Noctorro falou com vontade de bater na cabeça do prisioneiro, mas sabia que tinha de se conter.
"Escutem, não façam isso. Não era pra ter sido daquele jeito. Era só uma brincadeira. Não era pra ninguém morrer."
"Oh, verdade? Não me pareceu nada divertido do que ocorreu naquele dia." Torca comentou com ironia e raiva misturadas em sua voz.
6 anos atrás...
"Pessoal. Até que enfim pude obter uma amostra do resíduo. Vejam só." K-9 exibiu o béquer com a substância negra que parecia se mexer dentro dele.
O grupo aproximou-se bem intrigado para verificar o conteúdo do frasco. Armordillo, sempre curioso por novidades, prestava bem atenção na substância e tomou um susto ao vê-lo pular pro seu lado. Stinkbomb veio pra perto dele.
"Ei, ei. Calminha, amiguinho. Ele não vai te morder."
"Mas em compensação, se colocar sua mão nisso, não vai restar muito dela e daí, cabe trocar ela."
"Apesar da sua piadinha, Noctorro, creio que este elemento depois de processado, virá a se tornar a última palavra em combustível capaz de vir a ser até melhor que o energon e essa foi a causa de nos alojarmos neste planeta, uma vez que seu interior está repleto de rios internos deste material."
"Claro, Razorbeast, que dou meu apoio em suas pesquisas para novos recursos, bem como todos aqui ao redor. Todavia, deve ter consciência que algo desse tipo pode levar bastante tempo para obter seu ponto certo."
"Em pleno acordo, Torca. Como cientistas, é mais do que óbvio nosso dever de aplicar testes minuciosos antes da liberação de novas fórmulas e inventos. Desejo recursos mais seguros e aplicáveis para nós, transformers, tanto autobots quanto decepticons. E outro ponto a ser observado..."
Nessa hora, algo como o impacto de uma explosão abalou as estruturas do laboratório, levando seus ocupantes ao chão. K-9, por milagre, impediu o frasco de cair e quebrar.
"Ei, o que está acontecendo? Erupções vulcânicas?"
"Improvável, Torca. Esta área não tem instabilidade geológica nem aquecimento geotérmico. Vou dar uma verificação." Bantor correu ao monitores e pôs na tela. O que viram não tinha nada de natural: uma espaçonave de combate pairava em plenos céus, tendo um lançador de bombas pronto para soltar mais uma.
"Estamos sob ataque. Piratas espaciais ou algo parecido. Tente se comunicar, Noctorro."
"Já estou na linha, Torca. Atenção, nave não-identificada. Aqui é da colônia científica UBK-01 de recursos e pesquisas. Qual é a razão pro ataque? Identifiquem-se ou iremos nos defender."
Nenhuma resposta foi dada de volta, exceto mais uma bomba descarregada em outra área mais perto que a anterior. Outro tremor abalou o laboratório.
"Malditos. Querem nos despedaçar, mas não será com facilidade. K-9, levante as defesas. Acione o escudo elétrico e erga os canhões de plasma."
"Odeio dizer isso, chefe, mas as defesas estão momentaneamente desativadas. Precisei fazê-lo para trocar alguns componentes." A notícia de Bantor foi recebida como um tiro na cabeça. O grupo foi tomado pelo medo, mas não o suficiente.
"Acha que pode arrumar?" "Creio que sim, mas precisarei de alguns minutos." Outro estrondo e desta vez, partes do laboratório foram arrancadas com o impacto.
"Não acho que teremos nem segundos. Não queria dizer, mas precisamos fugir."
"Essa sim é uma decisão sensata, Stinkbomb. Autobots, abandonar o recinto."
"Esperem. Tenho que salvar os dados obtidos. São anos de experimentos realizados e a maioria nem está devidamente documentada."
"Sinto muito, Razorbeast, mas nossas vidas são prioridades e como líder deste posto de pesquisa, me vejo no dever de cumpri-las. Para a nave e depressa."
Deixando o local completamente às pressas, os autobots conseguiram sair antes do último bombardeio, que reduziu o complexo à escombros e metal retorcido. Precisaram ainda tomar mais distância por causa dos tanques de energia reservas que logo foram tomado pelas chamas e explodiram. O grupo por um triz escapou da área da devastação.
Mudando para suas formas de veículos, fizeram o esforço supremo para tentarem chegar ao transporte, porém a nave invasora mostrou-se mais ligeira e os interceptou, mirando várias armas de feixe prontas para disparar. Sem escolha, o grupo teve que se render, embora o que haveria em seguir os teria feito escolher morrerem na hora.
"Ora, ora, ora. Vejam só o que fisgamos." Falou um dos tripulantes da nave, revelando-se ser como os demais, um decepticon. "Saudações, auto-latas. Sou Mega-Octane e meus associados Ro-Tor, Rollbar, Movor, Armorhide e Scourge."
"Afinal, o que é que vocês querem?" Esbravejou Noctorro, sem conter nem um pouco a ira que o tomava. Ro-Tor achou aquilo gozado.
"O que queremos, o garotão quer saber. Simples: diversão e farra. Captou ou seus receptores de som estão defeituosos?"
"Chama isso de diversão? Devastaram nosso laboratório, arruinaram séculos de pesquisa e desenvolvimento de novas descobertas revolucionárias que trariam prosperidade para nossa raça e outras espécies. Não passam de brutamontes com defeito nos cérebros, se é que os possuem."
"K-9 tá certa, sem falar da loucura em suas ações insensatas. Esse ataque é uma violação concreta e clara do tratado de paz cibertroniano." Torca explicou, olhando diretamente pro líder dos atacantes.
"Tá, tá, tá. Pra mim, isso não passa de papo de geniozinhos. Quem tá aí pra um tratado besta ou brincadeiras de laboratório?"
"Falou bem, Rollbar. Somos guerreiros e fomos construídos pra tal. Quem vai ligar se um mero laboratório for pelos ares ou darmos uma prensa num bando de autobots medíocres?" Movor pareceu achar graça na questão aberta por Armorhide. Na verdade, haviam espalhados pelo espaço inúmeros decepticons que não concordavam com o fim do conflito e iam procurar algum desafio que valesse enfrentar, fosse de acordo com o tratado ou não.
"Olhem. Já tiveram sua 'diversão'. Vão de uma vez e nos deixe em paz."
"Iremos quando nós determinarmos, bonitinha." Mega-Octane segurou a face de Stinkbomb quase fazendo-a beijá-lo. Armodillo tentou impedir, mas o grande decepticon o chutou pra longe. "Fica fora dessa, pirralho." Stinkbomb soltou-se e deu um amparo ao amigo.
"Vocês pensam que isso vai ficar assim?" Razorbeast brandiu em ameaça. "Tão logo os Auto-Conselhos Autobot e Decepticon saibam de sua selvageria, não terão lugar onde possam se esconder, suas velharias eletrônicas.
"Hmmm. Pena termos de escutar isso e uma vez que seria imprudente deixarmos testemunhas..." Scourge fez um sinal para os parceiros e todos sacaram suas armas. Estando de joelhos, os autobots não tinham qualquer vantagem, nem se pudessem se transformar. Todavia, nenhum deles mostrava submissão ou pavor perante os assassinos. Eram autobots e iam morrer como tais, com coragem e bravura.
"Não será com facilidade que nos reduzirão à peças quebradas." Abrindo seu compartimento das costas, Razorbeast pegou a amostra do elemento negro e a jogou contra os decepticons, acertando Mega-Octane bem no rosto.
"AHHHH. Isso queima. Tirem daqui, rápido." Ro-Tor e Armorhide agarraram a coisa viscosa do rosto do líder, sentindo a queimação em suas cobertura de metal e em poucos instantes, tiraram a substância viva e dispararam contra ela, evaporando-a. Mega-Octane segurava a face, que não sofreu quase nada de dano, exceto uma pequena marca que cortava seu rosto na diagonal.
"Chefe? Tá tudo bem? Algum dano?" "E-estou legal, Rollbar, apenas um arranhão, mas tem alguém que vai pagar pela ousadia. Decepticons, agarrem-no em cada membro."
O grupo segurou Razorbeast pelas pernas e braços. Mega-Octane o pegou pelo corpo e Scourge, a cabeça. O autobot se debatia pra fugir, mas era em vão. Torca e os demais não puderam se mexer, pois Movor programou os canhões da nave pra acertá-los caso se mexessem.
"Certo, turma. Quando eu disser 'agora'. Um, dois, três...AGORA." Os robôs fizeram do cativo um cabo-de-guerra, puxando-o em várias direções. Razorbeast buscou resistir, mas num rápido impulso de todos, seu corpo acabou despedaçado, ficando cada parte com um decepticon.
"Devo dizer a verdade. Os autobots vão longe quando se esticam no objetivo. Ha, ha, ha, ha, ha." Comentou Scourge, rindo ao levantar a cabeça decepada do robô cientista. Os demais viraram os olhos para escapar do horror.
"Acho que iremos embora daqui com uma lembrancinha, no fim das contas." Mega-Octane segurou com firmeza o corpo morto de Razorbeast e sacou sua espingarda laser, apontando pra cabeça de Torca. "Algum último lembrete, amigo?"
"Lembre disso, Mega-Octane: nenhum ato maligno passa ileso para sempre. Cada um de vocês vai pagar pelos crimes cometidos. Seus pecados serão cobrados. Nós juramos."
"TODOS JURAMOS." Gritaram os cativos sem mostrar qualquer pavor perante os inimigos.
"Ah, que belo discurso, e como pensa que farão isso depois de mortos? Vão regressar do outro mundo pra dar o troco? Eu pagaria para ver." Armorhide tirou um sarro dos prisioneiros ao calibrar sua pistola. "E assim que encerrarmos com vocês, vamos reduzir a pó aquela sua nave velha. Fala sério, aquilo lá nem sucateiro aceita."
"Nem ousem encostar um dedo sujo na Kay-Em. Ela é tudo de bom e mais capacitada que essas lixeiras voadoras que se intitulam 'espaçonaves modernas'." K-9 ameaçou como que rosnando.
"Bem, se gosta tanto dela, te farei um favor: vou casá-la com sua preciosa tranqueira...NA MORTE." Foi a última declaração de Movor um segundo antes de apontar sua arma para a fêmea e apertar o disparador.
Hoje...
"Ainda crê que foi divertido?" Indagou o autobot caminhão ao preso.
"Não pensem que sairão dessa. Acham que podem escapar?"
"Ora. Você e sua trupe se safaram, não lembra?"
"Mas já fomos punidos demais, considerados repudiados."
Auto-Conselho Decepticon, 6 anos atrás, 1 mês depois...
"Chegando a seguinte conclusão, o Auto-Conselho considerou os seis decepticons culpados por violação do tratado de paz, ataque deliberado, destruição de uma importante colônia de pesquisas e chacina voluntária de cidadãos cientistas autobots." Declarou o chefe do conselho responsável pelo julgamento.
"Meritíssimo. Essas acusações foram forjadas. Nós que fomos as vítimas." Declarou Rollbar.
"Ele tem razão. É verdade que entramos no espaço aéreo pertencente a colônia, porém queríamos parar lá pra reparos e abastecimento. Aqueles autobots loucos nos viram e abriram fogo contra nós."
"Disse bem, Movor. Tivemos uma recepção à base de canhões de laser e mísseis. Não nos restou opção senão revidar. Fizemos de tudo para contê-los, mas os caras pareciam cães mecânicos com problemas nos disjuntores de comportamento. Não desejávamos que fosse desse jeito, mas não restou escolha."
"Uma bela argumentação, Mega-Octane, e admito que seria plausível o bastante para absolvê-los..." O semblante calmo do juiz deu lugar a outro mais severo. "...se não fosse por esta evidência." Uma grande projeção tomou o salão, exibindo a chacina realizada pelos acusados, tomados pelo pavor de verem sua obra ali ao vivo e a cores.
"Mas, mas...como conseguiram? O laboratório foi destroçado de cima à baixo. Não tinha vigilância em parte alguma." Protestou Scourge.
"Infelizmente para vocês, uma das câmeras de segurança sobreviveu ao ataque e a recuperamos, juntamente com a gravação de todo o ocorrido."
"Tá, e daí? Massacramos um bando de autobots fracotes, porém não é isso que os decepticons fazem de melhor? Esse tratado de paz é uma grande bobagem. Devíamos esquecer e voltar aos tempos de guerra. Levar os decepticons ao auge de sua glória nas batalhas e conquistas." Armorhide deu uma parada e seus amigos se ergueram num brado.
"DECEPTICONS...PARA SEMPRE."
"Ordem. Ordem. Nos velhos tempos, seriam desmontados e seus bancos de memórias colocados em um centro de detenção, mas é preciso que sejam um exemplo dos desejosos em voltar para aquela carnificina. Sendo assim, nunca mais serão considerados decepticons, nem transformers e muito menos cybertronianos. Os declaro como meros rejeitados por toda a sociedade de Cybertron."
Levados até o centro do salão, os seis acusados foram postos de joelhos, ao passo que um grupo de guardas carregando maçaricos ligados, vieram diante deles e passaram o fogo em suas insígnias decepticons, marcando círculos com linhas diagonais nelas, como que formando um sinal de proibido.
"Agora são oficialmente párias da sociedade. Nenhum cybertroniano os acolherá ou lhes prestara ajuda ou auxílio. Vivam em vergonha pelo resto de suas existências. Encerrada a sessão. CLAP." Bater de martelo.
Hoje...
"Depois daquilo, tivemos que viver como fugitivos, buscando nos consertar com peças usadas e mal feitas. Claro, até que não estava tudo ruim, até acontecer...de sermos perseguidos um por um, e nem suspeitávamos de quem fosse inicialmente. Achávamos que eram caçadores de recompensas, mas..."
"Viram que se tratava da gente. Não disse que pagavam em nos ver voltar para nos vingarmos? Bem, podem desembolsar os créditos." Noctorro fez graça ao falar. Os demais riram junto. Scourge não via aquilo como uma situação hilária.
"Escutem. Eu suplico. Já deram cabo dos outros. Se vingaram. Conseguiram sua meta. Me deixem viver, pois já em vida estou pagando pelo crime. Sou um dejeto jogado de lado o qual ninguém deseja. Isso não é o suficiente?"
"Temo que não, pois nossa missão consiste em pegar todos e sem exceção. Admito que se preparou muito bem nestes 6 anos que ficou escondido, entretanto, teria sido mais fácil ter se rendido logo de cara. Foi algo que Ro-Tor aprendeu do pior jeito." Terminando a explicação na mesma hora que pararam na beirada do fosso, Bantor ligou um controle em sua mão e acionou um guindaste. Foram alguns minutos de demora, mas logo ele foi inteiramente içado. A mente de Scourge se tomou de terror ao ver pendurados num suporte seus companheiros decepticons, derretidos até a pele com vários mecanismos expostos, sendo não mais do que esqueletos cobertos de pouco metal e um lodo negro que parecia se mexer.
"Oh, não. Não, Isso é um pesadelo. Não pode ser. Não." Scourge desabou diante da cena. Stinkbomb lhe olhou com severidade.
"Não é sonho, meu caro. Este líquido é bem mais forte do que se supunha. Lamentável que com a perda dos dados e pesquisas, acabaram-se as chances de gerar um novo combustível, mas reconheço sua eficiência em absorção. Dá um excelente tratador de refugos."
"Não podem. Não façam isso. Eu não queria isso. Ei, você." Ele se virou para Armordillo. "Armordillo, não é? Diga para eles. Por favor, diga que não passou de um acidente."
Armordillo veio para perto do ex-decepticon e pela primeira vez, mudou de sua forma de broca para robô. Ele ficou na frente de Scourge em silêncio.
"Não, não. Pela matriz. Não." Scourge se desesperou de total medo ao ver a face semi-destruída de Armordillo, na qual um dos sensores óticos tinha se fundido com o rosto, exibindo também fios e ligações partidas como resultado do tiro que tinha tomado de Mega-Octane quando se via preso no solo por seu pé. Regressando à forma de broca, o pequeno autobot tomou distância, deixando seus amigos prenderem o cativo junto com os demais corpos. Nessa hora, K-9 reparou no rosto do ex-líder.
"Olhem só. Um dos sensores óticos de Mega-Octane ainda pisca. Esse cara é insistente. Ainda acho bem curioso ele ter sido o segundo a capturarmos."
"Certamente, Torca, e creio que em respeito à sua perseverança, não deveria continuar com tal sofrimento." Bantor levantou seu braço-extensível e fechou a mão na cabeça semi-funcional, a esmagando sem demora. Limpando a mão, ajudou no acorrentamento do prisioneiro.
Uma vez pronto, Scourge começou a ser abaixado ao posso repleto da substância negra que remexia como água, parecendo com feras ansiosas por comida. O decepticon banido se remexia com todas as forças com a intenção de se libertar, mas as amarras energéticas impossibilitavam até a menor das chances.
Conforme ia descendo, os autobots observavam sem reagir ou demonstrar emoção pela pena ali sendo realizada. Apesar de não mostrarem, em seu interior sentiam-se satisfeitas e realizados pelo cumprimento de sua missão. Foram 6 anos de espera, mas por fim, acabou.
Scourge parecia bem apavorado, mas lutava com bravura pra se soltar. Concentrando toda sua força, arrancou um dos suportes das amarras, libertando o braço direito. Agora com a mão livre, soltou a esquerda e depois, as pernas.
"Ha, ha, ha. Não é desta vez que me lançarão ao caldeirão de fundição." Dito tais palavras, Scourge pegou para subir pela corrente do guindaste.
Lá em cima, notaram uma mexida no guindaste. Olhando para baixo, o que observaram os deixaram de boca aberta.
"Não é possível. Ele se soltou e está escalando de volta."
"Quem diria, K-9, que ele é persistente, mas ele não contava com uma coisa. Certo, Noctorro?"
"Exato, Torca: ninguém foge do seu destino, seja escolhido por ele ou não." Remexendo bem os dedos, o autobot voador liberou suas afiadas garras e partiu a corrente, jogando o suporte diretamente pro fundo.
Scourge notou a corrente caindo e buscou se segurar na parede, mas mostrou-se um ato vão, pois a parede desabou, jogando-o para a morte.
"AAAAAAHHHHHHH." Caindo em meio ao elemento vivo, o rejeitado tentou ficar acima da superfície líquida, porém bem devagar, terminou puxado para dentro, afundando. Num último esforço, deu um impulso mais longo para tentar fugir, mas acabou por ser sua tentativa inútil e final, ficando coberto até a cabeça do lodo negro e arrastado de uma vez às profundezas. Depois...nada restava ver.
"Que bom. Por fim, o ciclo se fechou." Torca falou ao pôr os braços por cima dos ombros de Stinkbomb e Bantor. K-9 e Noctorro viam tudo de mãos dadas. Armordillo veio para perto, se transformando e encarando os amigos com sua face inacreditavelmente restaurada.
"Se está pensando que terminou...sim, Armordillo. Chegamos ao término da missão." Disse o líder autobot.
"Então...é o fim?" Pela primeira vez em anos, o autobot broca falou.
"Sim. Só resta um detalhe final. Amigos autobots, sabem para onde irmos com isto." Torca exibiu a caixa que obteve do quarto de Scourge, ciente do que significava.
Continua...
A primeira ideia da morte de Scourge se daria com ele caindo em lava fervente, mas daí me recordei de um episódio de Creepshow, A Balsa, e considerei ser uma punição mais sofrível e criativa para ele.
'DECEPTICONS...PARA SEMPRE' é pra mim uma das frase mais famosas da franquia TF, principalmente quando foi dita em BW por Ravage.
