nota da autora: eu sou dona de um estoque de velas aromáticas, mas a Saga Crepúsculo nunca foi minha. Sorte a nossa que Stephanie Meyer deu aval pra fanficarmos com o universo dela, não é mesmo?

Meus eternos agradecimentos à Clozinha, por inspirar a história, e à Taty, por ter achado um tempinho, mesmo com a rotina super puxada, pra me ajudar com a betagem.


. : meninas das flores : .

Olhei em volta do ateliê, admirada com a quantidade de peças penduradas nos cabides das araras. As paredes claras eram tomadas por um caos artístico composto por dezenas de croquis, quadros e fotografias. Em um canto havia uma mesa longa com dois computadores e no meio da sala uma outra, duas vezes mais longa, com várias almofadas com alfinetes, tecidos, fitas métricas e tesouras. No canto oposto às araras era possível ver três máquinas de costura profissionais e, espalhado pelo ambiente, 4 manequins. Havia também um pequeno palco circular que, nesse momento, estava abaixo dos meus pés.

Eu estava usando um vestido em um tom que Alice chamou de "azul infinito". O tecido era leve e tinha transparência com um padrão de bordado em renda no mesmo tom do tecido. Por dentro tinha um outro vestido no mesmo tom, mas sem transparência, que continha uma enorme fenda na perna direita. O contraste disso com o tecido transparente por cima era lindíssimo, e eu me permiti apreciar minha própria imagem no espelho enquanto Alice ajustava um decote em "v" profundo que parava alguns dedos acima do meu umbigo. Era revelador, mas a sobriedade do vestido de dentro, bem como as mangas no tecido da transparência, faziam da peça algo extremamente elegante.

— Eu sabia! — Alice exclamou por trás de mim, também olhando nosso reflexo no espelho à frente. — Esse tom é perfeito pra você.

— Estou bastante impressionada também — sorri, virando-me apenas para arfar quando notei que as costas eram cobertas apenas pelo tecido transparente.

— Alice?!

A safada apenas deu de ombros e sorriu.

— Anda tira logo pra eu poder fazer esses reparos de uma vez.

— Quer um café? — Perguntei depois que troquei o vestido pelo roupão e a notei se deslocar para uma das máquinas de costura com o vestido em mão.

— Agora não, obrigada. Bella, ele não te pediu em casamento esse ano?

— Pediu — ri e notei a ausência do anel em meu dedo. — Tirei o anel antes de tomar banho pra tardar o esverdeamento e esqueci de colocar.

— Como foi dessa vez? — Perguntou com diversão. Ri um pouquinho antes de começar a explicar e me sentei em uma das cadeiras, próximo de onde ela estava costurando.

— Ele é ridículo. Acredita que o cafajeste apareceu na porta do meu trabalho em cima de uma caminhonete tocando piano com uma das moradoras da casa de repouso? — Sorri quando notei os ombros dela sacudirem com uma risada. — Seu primo é ridículo, Alice! Veio cantando e tocando I can't help falling in love do Elvis, usando uma idosa pra deixar tudo ainda mais emotivo. E pra complementar tudo, fez a Kate jogar pétalas amarelas sob nós dois quando ele se ajoelhou e me deu um buquê de tulipas e um anel maior do que minha cabeça — gargalhei e notei que ela tinha apenas um sorriso pequeno no rosto. — Achei que ele ia ser incapaz de fazer extravagância maior do que um ultraleve no Central Park, Alice, mas ele literalmente parou o trânsito em uma avenida de Nova Iorque — ri, dessa vez sentindo meu rosto esquentar com a lembrança das buzinas e das dezenas de transeuntes que batiam palmas.

— Meu deus esse garoto... — Riu. — Nem sei, Bella. Nem sei.

— Como foi contigo e com o Jasper? Você nem me falou.

— A gente não conversou muito nos últimos meses, né? Parece que o Edward foi pro cruzeiro e você se escondeu numa toca. Eu hein?

— Ah desculpa, eu estava com muita coisa na cabeça. Tia Lizzy me deu o mesmo discurso.

— O que tinha na sua cabeça?

— Me conta como foi seu pedido — sorri, abertamente desviando o assunto. Alice rolou os olhos e parou de costurar para me dar atenção.

— Não teve muito mistério, Bella. A gente tinha acabado de ter um café da manhã na cama — e seu tom era tão forçosamente sugestivo que eu podia apostar que estava falando em sexo. — Então me levantei pra tomar banho para voltar pra casa, mas antes que pudesse sair de suas vistas, me puxou pela mão e disse que não queria mais que houvesse distinção entre a casa dele, e a minha, mas que existisse apenas um "nossa casa".

— E você?

— Eu disse que ele me deixou esperando por muito tempo — riu. — E aí falou "me desculpa, madame" com o sotaque mais texano possível. — E agora o sorriso era tão largo quanto possível.

— Vocês são perfeitos um pro outro — sorri. — E estou genuinamente extasiada por isso. Não que fosse segredo pra qualquer um de nós, mas Ali... vocês individualmente são espetaculares, mas juntos são imbatíveis — disse e a abracei forte. — Parabéns, parabéns, parabéns! Se precisar de ajuda pra planejar o casamento, conta comigo porque como você bem sabe — apontei para o vestido na mesa de costura — praticamente tenho um doutorado em festas de casamentos.

— Mas agora me conta. O que ficou na sua cabeça nesses últimos meses?

— Meu deus você não esquece de nada.

— Memória de elefante — piscou.

Suspirei cansada de segurar isso apenas para mim. Fazia meses que convivia com o fantasma de um erro que estava pouco a pouco me consumindo. Nesses breves segundos que sucederam a pergunta de Alice, me perguntei se realmente seria um problema confidenciar a ela o erro que cometi com seu primo.

Sempre fui uma pessoa reservada, e talvez por isso Alice não tenha insistido na minha presença nesses últimos meses. Ela sempre foi próxima, não tanto quanto ele, mas o suficiente para saber quando eu tinha algo realmente me incomodando.

— Edward e eu transamos na noite antes dele ir embora — soltei em uma só respiração, sentindo meu corpo inteiro esquentar com a vergonha da confissão.

Quando Alice não se manifestou, subi meu rosto buscando algum tipo de reação. Sua expressão facial era impagável. Ela tinha os olhos arregalados e a boca aberta, mas era possível reconhecer na fisionomia um sorriso; e pela primeira vez desde que a conheci, foi possível perceber que ela tinha perdido a capacidade de falar.

Senti minha respiração acelerar junto com a circulação sanguínea que deixava meu rosto ainda mais quente. O silêncio excruciante e determinante para que me arrependesse de tudo: de ter cometido aquele erro meses atrás, de ter deixado de endereçar o problema com ele e, especialmente, de ter contado para ela. Parecia que agora que a situação deixou os meus pensamentos e foi verbalizada, subitamente se transformou em algo real.

— Não quer dizer nada, foi um erro. Estávamos bêbados e acabamos nos pegando.

— Ele terminou com a Tanya por você, não foi?

— Não! — Exclamei e Alice levantou apenas uma das sobrancelhas. — Não foi, juro! Eles já não estavam bem há algum tempo e ele já falava em querer terminar, mas parecia que nunca era o momento apropriado e por isso acabava adiando... — Deixei as palavras morrerem no topo da minha língua e percebi que Alice tinha uma expressão empática, com um sorriso solidário. — Meu deus — murmurei quando percebi que o momento apropriado veio com facilidade depois que transamos — eu realmente espero que não tenha sido por mim — deixei meu tronco cair, sentindo o peso da vergonha ainda mais forte.

— Bella — notei Alice ajoelhar na minha frente, de modo a olhar no meu rosto. — Eu não quis dizer o que eu tenho certeza que você está pensando. Eu realmente não acho que você é uma transa qualquer. Você é a Bella do Edward, sabe? Sempre foi você. Sempre — murmurou a última parte enquanto secou uma lágrima que não consegui impedir de cair.

— Eu tô me sentindo um lixo — confessei deixando minha cabeça repousar em cima da dela. — Eu não só transei com o meu melhor amigo como fui o pivô de uma traição. Meu deus do céu eu fui tudo o que sempre critiquei.

— Bella presta atenção — disse firme e segurando meu rosto. — Você não foi pivô de nada. O responsável pelo vacilo da traição é o Edward. Você poderia ter evitado? Poderia. Cacete, deveria. — Riu. — Mas a responsabilidade pelo relacionamento era dele. E quanto a você transar com seu melhor amigo, esquecendo o fato de que era comprometido... Sim, e daí? Significou algo?

— Eu não sei responder a essa pergunta.

— Tenta.

— Eu estava realmente muito bêbada e não lembro muito de como foi a noite.

— Mas foi consensual? — Perguntou com a voz subitamente séria demais.

— Sim! Alice pelo amor de deus Edward nunca faria algo assim comigo caso eu não quisesse. Eu acho que fui eu quem iniciou o beijo...

— E como o Edward tá reagindo?

— Ah Alice, não sei... Eu tô evitando demais falar sobre isso com ele. Eu quero muito que a gente consiga deixar isso pra trás e voltar a ser como éramos.

— Mas como assim? Vocês deixaram de ser quem são? Tem algo estranho rolando?

— Não.

— Então vocês estão como sempre foram?

— Sim.

— E transaram?

— Sim, ué. Te disse.

— E ainda estão transando?

— Não! Pelo amor de deus, Alice.

— Então eu não sei se estou entendendo qual é o problema. Vocês transaram, não estão transando mais, e está tudo bem. Qual é o problema aqui?

— Não é isso...

— O que é, então? — Apesar de incisiva, a voz era doce.

— Eu acho que ele quer mais do que isso.

— Ele te falou isso?

— Não diretamente, mas implicou...

— E você não quer?

— Eu não quero perder a amizade dele.

— Não foi isso que eu perguntei.

— Eu não quero correr o risco de perder a amizade dele.

— Também não foi isso que perguntei, mas vamos pela sua linha de pensamento. Você acha que tem um risco real disso acontecer?

— Sim — suspirei exausta. Era ruim lidar com isso na minha cabeça, mas estava sendo aterrorizante encarar com o peso dos sentimentos quando os endereçava em voz alta.

Alice ficou em silêncio por alguns instantes, absorvendo tudo o que ouviu até que levantou-se e voltou a costurar. Depois de algum tempo tornou a me olhar e comentou:

— Eu realmente não acho que exista um universo onde vocês não consigam se ajustar. Acho que você é importante demais pro Edward considerar viver uma vida sem você, e aparentemente ele nem está considerando isso. E eu sei que ele faria o que fosse preciso para garantir que você permanecesse amiga dele, mesmo que isso signifique nunca mais transar contigo mesmo ele tendo gostado para caramba.

— Ele te falou isso?

— Nem precisou, Bella.

Seu tom era certo, mas tinha um quê de resignação. Como eu não me achava suficientemente pronta para entender o porquê, nada comentei em resposta. Ao invés disso, troquei o assunto, perguntando como estava o trabalho até que, eventualmente o clima voltou a ficar leve e voltamos a falar sobre o pedido de casamento mais recente de Edward.

— Você não tirou uma fotinho do anel? Estou aqui morrendo de curiosidade.

— Não tirei, mas ele tem tipo uma face meio oval com várias pedrinhas brilhantes que acompanham um padrão meio particular. Sei lá, me pareceu até antigo. Diferente de tudo o que eu já vi.

— Bella qual o tamanho? — Subitamente desligou a máquina e me olhou. Demonstrei o tamanho com meus dedos na falange do dedo anelar e notei que Alice levantou as sobrancelhas.

— Eu sei, é ridículo de grande — ri.

— É. — Foi tudo o que ela disse em resposta.

Tentei puxar assunto nos minutos seguintes, mas Alice murmurou que precisava se concentrar porque essa etapa da costura era complexa. Então me escusei para comprar almoço no restaurante tailandês que ficava próximo ao ateliê.

Durante a tarde, Edward e eu combinamos de nos encontrar diretamente na entrada do salão, o que não era exatamente estranho dentro da nossa dinâmica, mas dessa vez gerou uma sensação de incômodo que nem se quisesse muito, conseguiria explicar.

Enquanto recontava nossos planos para hoje, observei meu reflexo no espelho de casa. Meu cabelo estava preso em um coque baixo e lateral e eu tinha uma maquiagem bastante sutil. Eu não usava muitas jóias, exceto um brinco longo de pérola branco e o anel que Edward me deu. O vestido que Alice ajustou tinha o caimento tão perfeito que parecia uma segunda pele e, apesar do conjunto construir uma imagem lindíssima, eu tinha dificuldades de conseguir esconder a apreensão que sentia. O que me fazia pensar se era justamente por me conhecer tão bem, e saber que eu me sentiria assim, que Edward sugeriu não irmos como casal hoje.

Quando entrei no hotel e fui indicada a localização da celebração, percebi que Edward já estava de conversa com a recepcionista. Sorri quando notei que usava o mesmo terno que vestiu da última vez em que me pediu em casamento. O cabelo estava cortado e mais escuro, provavelmente em decorrência de alguma pomada que usou para arrumá-los.

— Estranho, Senhorita Heidi. Estou seguro de que foi agendado junto à cerimonialista responsável. Ah, oi Isabella — cumprimentou com um aceno de cabeça e rapidamente voltou a sua atenção à mulher a sua frente.

— Sinto muito Senhor Cullen, mas aqui realmente não consta o seu nome.

— Será que a senhora se incomodaria de ligar para a sua supervisora? Estou seguro de que é uma falha de comunicação.

Observei atentamente sua expressão facial suavizando e se transformando em um sorriso. Edward era, indubitavelmente, um homem atraente, e sabia usar essas características quando necessário. Hoje, em particular, parecia ter acabado de sair de um ensaio fotográfico para um comercial de gel de cabelo. Seu rosto era hipnotizante com aquele sorriso tortinho nos lábios vermelhos, e eu sabia que ela não resistiria por muito tempo.

De maneira delicada, me afastei dos dois, sob a desculpa de que telefonaria para nossa amiga para tentar entender o mal-entendido. A nossa história hoje consistia no seguinte: Edward e eu éramos amigos e padrinho e madrinha de Lauren Mallory, uma instragrammer com mais de 32 milhões de seguidores que estava buscando a empresa de cerimonial perfeita para o enlace com seu noivo, o modelo Eric Yorkie.

De fato, conhecíamos o modelo que estava noivo da blogueira, mas o que a recepcionista da cerimônia não precisava saber, era que só o conhecemos brevemente – por apenas alguns segundos, se eu tiver que ser muito sincera – no dia em que demos carona para Tanya e ele após terminarem um ensaio próximo de onde Edward e eu estávamos tomando café.

Não demorou muito até que Edward chamasse pelo meu nome. Quando olhei, ele tinha a mão estendida para a entrada do salão. A fisionomia esquisita, como se estivesse entediado. O observei por uns instantes e olhei para Heidi, que ainda o observava com o rosto levemente corado. Notei, ainda distante, Edward lhe entregar um pedaço de papel e sorrir aquele sorriso que quebra qualquer uma.

Os ignorei e entrei no salão, jurando que era apenas para dar privacidade, mas no fundo sabendo que a ausência dele me gerava um buraco maior do que eu estava esperando. Uma sensação de que o dia de hoje seria fundamental para sedimentar essa dinâmica de "apenas amigos" que eu, tão incisivamente impunha.

Não era incomum irmos a casamentos como amigos ao invés de casal e eu genuinamente nunca tinha me incomodado com a forma que, frequentemente, ele flertava com recepcionistas para entrarmos, mesmo quando esses flertes garantiam a ele companhia no retorno para casa.

Dessa vez era diferente. Tinha algo realmente estranho acontecendo dentro de mim. Uma acidez inexplicável no topo do meu estômago quando ficava bastante evidente que eu não seria foco de sua atenção. De uma maneira totalmente egoísta, quase torcia para que isso não estivesse acontecendo de verdade.

— Pronta? — Perguntou com um enorme sorriso quando me encontrou em frente à mesa de doces.

Não, pensei. E porque ele sempre conseguia identificar quando eu mentia, respondi apenas sorrindo.

— Não perdeu tempo hoje, hein? — Impliquei batendo meu ombro no dele, que encolheu os seus em resposta.

— Eu precisava colocar a gente pra dentro, não é? Me sacrifiquei pelo time — piscou e levou uma mão ao meio das minhas costas, guiando-me.

— Pra onde agora?

— Bar? — Sugeriu, mas olhou antes para a mesa de doces.

— Sem tartelettes. Procurei bastante enquanto você flertava com a moça.

— Um dia, Bella. Um dia — murmurou, propriamente ignorando meu comentário, e fez pressão nas minhas costas, impulsionando-me para frente.

As horas seguintes passaram em um borrão. Edward certificou-se de manter minha taça de espumante cheia, mas cuidando de intercalar com água sempre que possível. Sorriu quando recusei o shot de tequila, mas garantiu o segundo só para implicar comigo.

Antes que pudesse dar conta de entender o que estava acontecendo, já estávamos na pista de dança rodopiando em torno de Bree, uma menina que orgulhosamente nos contou ser a florista do casamento, especificamente a menina das flores.

Passei a hora seguinte dançando com ela, enquanto ao longe observava Edward transitar entre o bar, a porta de entrada do casamento, onde provavelmente conversava com Heidi, e eu. A minha companhia infanto-juvenil tendo que ser suficiente para me divertir naquela noite.

— O Edward é seu namorado, Bella? — Bree perguntou com o pescoço esticado na direção da porta de entrada do salão.

— Não — sorri e coloquei um canapé na boca.

Estávamos sentadas à mesa porque fizemos uma pausa da dança quando meu sapato começou a incomodar.

— Eu acho que ele quer ser. Mas você é noiva, não é? — apontou para a aliança em meu dedo.

— Sim — murmurei, sentindo meu rosto corar por mentir para uma criança.

— Ele conhece seu noivo?

— Sim — ri, regozijando-me com o humor da situação.

— E ele gosta dele?

— Acho que sim.

— Acho que não. Ele gosta muito de você, Bella.

— Você tá vendo coisas que não existem, Bree — pisquei e a cutuquei na costela, arrancando-lhe uma gargalhada. — Edward é só meu amigo.

— Vovó uma vez me disse que está casada com o vovô há tantos anos só porque são melhores amigos.

— Sossega, Bree. — Impliquei cutucando-a nas costelas. — Edward e eu não estamos juntos e eu estou noiva. — Disse levantando minha mão na direção dos olhos, efetivamente mostrando o anel.

— Não foi por falta de pedidos, Bree — o escutei comentar por trás de mim e estremeci com o som da voz. — Tento me casar com a Bella desde que eu tenho a sua idade — mencionou rindo de uma maneira tão despretensiosa que eu duvidei que a cena fosse real.

— Viu? — Bree exclamou e eu rolei os olhos. Edward apenas sorriu.

— Tá comendo o que? — Edward perguntou olhando os farelos no meu guardanapo.

— Uns canapézinhos.

— Saiu o jantar agorinha, querem que eu pegue pra vocês?

— Se você não se incomodar — sorri.

— A senhorita também? — Perguntou para Bree e apertou o nariz da menina em um gesto carinhoso. A criança ficou completamente vermelha enquanto concordava tímida. Edward piscou o olho pra mim e balbuciou que logo retornava.

— Ai… ele é um sonho, Bella. Um perfeito príncipe. — Bree suspirou ao meu lado, encarando a figura de Edward se distanciar da nossa mesa. Gargalhei alto, completamente incapaz de frear.

— Ele te hipnotizou, Bree? — Ela concordou com a cabeça e, assim que notou que ele nos olhava, se escondeu atrás do meu corpo. — Pois saiba então que ele não vale nada. — Disse a última parte focando em ter uma dicção perfeita para que ele pudesse ler meus lábios mesmo à distância. O sorriso debochado que Edward me lançou me fez ter certeza de que eu obtive sucesso.

Notamos Edward conversando com os pais de Bree enquanto ele voltava para a mesa e sorrimos quando depositou o prato com a massa à nossa frente.

— O que você foi falar com meus pais?

— Fui ver se existia alguma chance de poder dançar contigo em algum momento nessa noite, Senhorita Bree.

Soltei uma risada quando a menina foi incapaz de segurar o suspiro. O rosto todo vermelho, e agora, escondido nos meus braços. "Você vai matá-la" disse a ele sem emitir sons. Edward riu e a cutucou na cintura.

— Vamos, Bree, qual é? Seu pai disse que você até faz aula de balé. Tenho até medo da vergonha que me fará passar.

— OK — foi tudo o que disse antes de encher a boca de comida.

— Pelo menos uma mulher bonita vai dançar comigo hoje. — Disse para ela, mas os olhos estavam em mim.

— Eu não sou uma mulher, Edward. Sou uma menina.

— Além disso, tem uma mulher lindíssima que quer dançar contigo. — Apontei para a porta do salão com o garfo.

— Mhm — murmurou acompanhando meu gesto enquanto negava com a cabeça. — Não estou interessado. — Bree imediatamente soltou um gritinho.

— Quieta — rosnei por entre os dentes, mas a senti sacudir ao meu lado. Claramente excitada demais com a ideia de Edward não estar interessado na recepcionista. — Então o que você faz lá fora?

— Tenho meus motivos — deu de ombros e voltou a dar atenção à Bree.

Os dois engajaram em uma conversa sobre algum jogo de videogame que eu não fazia ideia do que era. Eventualmente terminamos de jantar e Edward puxou Bree para a pista de dança. Não tardou até que a mãe da menina se sentasse ao meu lado.

— Amiga da noiva?

— Não exatamente — sorri. — Estamos aqui convidados pelo cerimonialista. Somos padrinhos de um casal que está considerando essa locação. E você?

— O noivo é meu primo — sorriu e estendeu a mão. — Erica Tanner, a mãe daquela bomba de energia ali.

— Bella. — Respondi apertando a mão. — Sua filha é incrível — respondi e sorri quando notei Edward a rodopiar em uma dança.

— Vocês têm filhos? — Perguntou com o queixo apontado na direção dele.

— Não entendi.

— Vocês dois. Ele é ótimo com crianças.

— Ah não. Nós não somos um casal.

— Não? — Perguntou genuinamente intrigada e olhou para minha aliança.

— Não. — Ri. — Edward é meu melhor amigo.

— Ah. Desculpe a indiscrição, é porque Bree fez parecer...

— Ela está indignada com isso — ri. — Tá tudo bem. Somos bem próximos e às vezes causamos essa impressão.

Notei que ela ameaçou falar algo, mas silenciou. Quase como se sentisse que falávamos dele, Edward nos olhou e sorriu. Bree voltou correndo para nossa direção quando viu sua mãe sentada ao meu lado e se jogou no colo da mulher.

Sozinho na pista, Edward seguiu me olhando. Dentro de mim, senti-me presa em um déjà vu, mas por fora rolei os olhos quando esticou a mão em minha direção e modificou a expressão facial em algo suplicante. Gargalhei quando Bree começou a fazer força para me empurrar da cadeira.

— Desculpa, Erica, aparentemente tenho que atender o pedido de duas crianças.

— Divirta-se. — Sorriu. — Obrigada por olhar Bree hoje. Certeza de que foram excelente companhia. Se despeça agora, filha. Vamos indo porque está tarde.

— Mãe — reclamou, estendendo as vogais.

— Bree já passou da meia noite. Despeça-se de Bella.

— Tchau Bella — reclamou e foi em disparada na direção de Edward. O abraçou e lançou um enorme sorriso de algo que ele lhe disse. Ele imediatamente me olhou e concordou com a cabeça para a criança que ainda segurava sua mão.

Erica lançou um aceno tímido na direção do meu amigo após se despedir de mim e vimos Bree se separar de seu príncipe.

Enquanto fazia meu caminho para a pista de dança, Bree correu de volta à minha direção e me abraçou.

— Se lembra que eu sou a florista e a função de uma menina das flores no casamento é a de enfeitar o caminho do casal — explicou e fez um gesto como se estivesse tirando pétalas de uma cesta imaginária e jogando à minha frente no chão. — Pronto, seu caminho agora está bonito.

Ela tinha um sorriso enorme e orgulhoso quando voltou para os braços da mãe. Ri, mas quando levantei os olhos e o percebi ainda me encarando no meio da pista, senti o coração acelerar.

— Oi — murmurei quando parei em sua frente.

— Oi — respondeu, entrelaçando os dedos de nossas mãos. — Dança comigo? — Perguntou de uma maneira tão suave que tive que aproximar nossos corpos para ouvir melhor.

Ao notar a cena, espalmou uma das mãos no centro das minhas costas e levou a outra, ainda entrelaçada à minha, ao peito. Me aninhei em seus braços e encostei meu rosto na curvatura de seu pescoço, enquanto repousava minha mão livre em seu braço.

— Eu senti a sua falta hoje — murmurou contra meus cabelos. Quando a voz falhou, senti o polegar fazer uma carícia suave nas minhas costas.

— Eu tô aqui — respondi e me permiti inalar um pouquinho do cheiro tão típico que carregava. Era o misto exato de tabaco com algo frutado, fresco.

— Mhm. Sim, está — murmurou juntando ainda mais nossos corpos.

Ficamos vários minutos naquele abraço, deixando a suavidade das músicas embalarem nossos corpos. Por vários momentos, tive vontade de afundar ainda mais meu nariz no pescoço dele, ou de perder meus dedos no cabelo, mas todas as vezes que minha mente vagava para esses espaços, fazia um esforço hercúleo para garantir que não sucumbiria às vontades, especialmente sem saber ao certo se estava pronta para lidar com as consequências.

Nos minutos seguintes, Edward se permitiu me tocar de uma maneira publicamente apropriada, mas completamente inapropriada para um casal de amigos cuja mulher era noiva de outro homem. Em várias ocasiões beijou minha cabeça, minha têmpora e minha aliança. Sua mão acariciou minhas costas, minha cintura, meus braços e a base do meu pescoço. Em alguns momentos, especialmente quando eu pensava demais sobre as implicações do que estávamos fazendo, sentia seus braços enlaçando-me mais forte. Nessas ocasiões me permitia acreditar que era a sua forma de dizer que tudo ficaria bem, e então me permitia relaxar.

— Cuidado pra não babar muito. Não quero que esse fique verde — impliquei quando ele permaneceu tempo demais com os lábios contra o anel em meu dedo.

Edward, que tinha os olhos fechados até então, me encarou. O sorriso, agora parte escondido pela minha mão, fazendo o olho ficar pequeno e mesclando a placidez de sua fisionomia em uma expressão juvenil.

— Não vai. Você está amarrada até o fim da vida — implicou e eu gargalhei.

— Fim da vida parece um tempo longo demais, não?

— Ah Bella… nenhuma fração de tempo com você seria longa demais. Por mim, a gente começava com a eternidade.

— Cala a boca — ri, descolando nossos corpos e empurrando o peitoral para longe de mim. — Você é brega demais. — Impliquei. Ele gargalhou e depositou outro beijo em minha mão.

— Vamos?

— Já? — Choraminguei com um bico quando passou o braço pelo meu ombro.

— A gente pode ir à Mia's Bakery e comer cheesecake, já que não tinha a tartelette aqui.

Sorri em concordância e nos guiei de volta para a mesa para buscar minha bolsa. A Mia era uma padaria que funcionava 24 horas por dia e tinha se transformado no nosso porto-seguro quando saíamos de um casamento insatisfeitos com algo.

Por sorte, estávamos suficientemente perto e fomos caminhando pela calçada. No caminho conversamos sobre Bree e nossas impressões gerais sobre a festa.

Quando estávamos sentados na nossa mesa tradicional da padaria, observando o movimento da rua.

— Ei — chamei. — O que foi?

— Uh? — Me olhou.

— Por que você está assim?

— Assim como?

— Assim — apontei com o queixo. — Quietinho. — Ele sorriu, mas o gesto não tocou os olhos.

— Cansado, acho.

— O que te deixou insatisfeito hoje?

— Ah?

— É. O que te deixou insatisfeito hoje? Por que quis vir aqui?

— Ah... Não sei, Bella. — Encarou a sobremesa.

— Me conta — insisti, porque da mesma forma que ele sabia identificar quando eu mentia, a recíproca era verdadeira.

— Eu não sei mesmo.

— Não sabe o que?

— Eu tô confuso pra caralho, e sendo bem honesto, não sei se você vai conseguir ouvir as coisas que estão rodando a minha cabeça e ficar de boa.

— Ah. — Disse com uma desenvoltura ridícula e exalei.

— Sim... "Ah".

— É sobre a gente?

— E quando não é, Bella?

— É sobre o que rolou daquela vez?

— Me incomoda que você seja incapaz de dizer que transou comigo. Não gosto quando você se refere ao dia que transamos como "o que rolou daquela vez".

— Eu não faço isso.

— Você só faz isso.

— Eu falei com a Alice. — Disse tentando mudar de assunto.

— É? Sobre o que?

— Sobre a gente. O que rolou daquela v-

— Viu? — Acusou e rimos.

— Eu falei com a Alice daquele sexo que foi gostosinho, mas que eu não me lembro se foi mesmo, então vamos só concordar que acabei falando sobre o dia que a gente transou. A noite… madrugada. — Senti meu rosto enrubescer com o vômito verbal.

— E como isso te fez sentir?

— Você não parece surpreso. Está chateado?

— Por que estaria?

— Ah... não sei se você queria guardar segredo.

— Eu nunca quis isso. Nós dois sermos um segredo foi uma escolha sua — apesar de acusatório, o tom era gentil. — Como você se sentiu ao contar para ela?

— Esquisita. — Confidenciei, o olhando. — Durante todos esses meses, enquanto a gente ficava só na minha cabeça, era só isso aí mesmo... Um pensamento. Depois você voltou e deixou de ser só um pensamento, mas ainda assim ficou só entre nós dois. Agora, contando pra Ali... Não sei, parece real demais.

— E te fez mal falar sobre isso?

— Não exatamente. Mas também não me fez bem.

Edward ficou calado, apenas me observando. Voltou a comer e quando achei que o silêncio estava ensurdecedor, se manifestou:

— Você realmente não lembra né?

— Fragmentos... não muito.

— Nota-se — riu.

— O que você quer dizer?

— Se você lembrasse definitivamente não se sentiria mal. Foi uma foda gostosa pra cacete, Bella. — Espichei a coluna pronta pra tentar desviar o assunto para um outro caminho, mas a expressão que ele tinha no rosto era divertida e implicante; e porque queria mantê-lo assim, e não distante como antes estava, engajei.

— Talvez eu lembre e só esteja fingindo que não, pra poder ser mais fácil conviver contigo sem pular no seu colo novamente — impliquei, imediatamente arrependida. O estômago pesado e gelado me gerou um mal estar absurdo. Seria mais fácil ter cavado minha própria cova.

— Bella — suspirou depois de alguns instantes, certamente vendo no meu rosto o desconforto gerado pelas minhas próprias ações — eu não vou entrar nessa brincadeira enquanto te gerar incômodo. — Disse com suavidade e eu tenho certeza de que ele conseguiu ler o arrependimento na minha fisionomia. — A gente vai chegar lá. Por favor, confia na gente. — Maneei a cabeça em concordância. — Se fomos capazes de superar aquele nosso primeiro beijo horroroso, vamos conseguir superar uma foda gostosa pra cacete.

— Vai pro inferno — ri. — Mas fala pra mim, o que tá passando pela sua cabeça? Hoje são as suas engrenagens que estão audíveis.

— Bella...

— Se eu não posso te oferecer acolhimento como a excelente melhor amiga que sou, pra que estou aqui? — Sorri de maneira ampla, e ele me encarou. — Anda. Tô ouvindo o ranger daqui. — Insisti, mas tive que aguardar em silêncio enquanto ele me escrutinizava.

— Você tem alguma ideia do quão linda está hoje? — Disse em um sopro, seu corpo imediatamente relaxando na cadeira em frente a mim. — Porra é bom poder dizer isso em voz alta. Você tá muito gata. Caralho quando te vi fiquei com a sensação de que fez de propósito.

— Como assim? — Meu rosto estava ao mesmo tempo corado e intrigado.

— Eu nem sei explicar. Seu rosto, seu corpo, essa roupa... porra seu cheiro. Eu quase não consegui. Hoje parece que era tudo você. Eu precisava te olhar, te tocar, sentir seu cheiro o tempo todo. E quando não dava pra aguentar, ou eu saía para fumar ou brincava com uma criança. — Ri quando o vi bater a sua cabeça no braço repousado na mesa. — Caralho tem tempo que eu não fumo tanto quanto hoje… Tá foda, não vou mentir não.

— O que? — Murmurei e acariciei os cabelos acobreados que escondiam seu rosto.

— Me manter distante. Tá foda me manter distante de você quando tudo o que eu quero é você por inteiro.

Não falei, porque fui incapaz de formular uma frase, mas meus dedos cuidaram de garantir um conforto que ele certamente precisava.

— Eu acho que...

— Que? — insisti.

— Eu não sei, Bella, mas eu realmente acho que não vou conseguir ficar distante, pelo menos não por agora...

— O que eu posso fazer por você?

— Muitas coisas. Muitas, muitas coisas. Você não faz ideia de quantas coisas eu queria que você fizesse comigo — disse com a voz ainda abafada pelos braços, mas riu quando puxei uma mecha do cabelo em punição.

Não tardou muito até que esticasse a coluna e voltasse a me olhar.

— Olha... Falando sério agora. Não vou fazer rodeios, nem mentir. Nunca fiz e não quero começar agora. Estou maluco pra te ter na minha cama de novo, mas eu não consigo conviver com a possibilidade de não te ter na minha vida. Esse medo que você tem, eu também tenho. A diferença é que por alguma razão você escolhe confiar mais em desdobramentos negativos do que eu. Isso é algo que não entendo, mas queria entender, se você quiser me explicar. Talvez assim seja mais fácil pra mim.

Acenei positivamente a cabeça, porque sim, era justo que ele entendesse o que se passava pela minha cabeça. O problema disso era que eu realmente não entendia muito bem o porquê eu ainda estava tão reticente e descrente.

— E se der merda?

— Bella, você já roubou dinheiro do meu cofrinho.

— E se isso foder com a gente de verdade?

— Você furou todas as camisinhas da minha gaveta quando descobriu que eu estava planejando perder a virgindade. — Exclamou e eu ri.

— Eu queria muito um bebê — choraminguei.

— Fizesse o seu, ué!

— Eu fiz um bem pra humanidade! Imagina se você tivesse transado com a Jane!

— Não dá pra negar — riu. — Esqueceu que eu coloquei seu telefone em um anúncio na internet dizendo que você era uma viúva rica pronta para bancar jovens meninos de até 17 anos?

— Meu deus — ri. — Meu telefone... eu tive que trocar de chip, Edward!

— Exatamente! Porra Bella... eu dei perda total na sua Chevy vermelha.

— Não me lembra disso — reclamei chutando seus pés por debaixo da mesa.

— Lembro, Bella. Lembro porque é importante que você saiba que eu quase fui pai com 15 anos porque você tentou foder com a minha vida, e eu arruinei seu bem mais precioso. E ainda assim, a gente está aqui. — E o sorriso no rosto era tão gentil, que só consegui responder espelhando o seu. — Confia em mim, Bella. Eu não vou deixar que a gente se perca.

— Eu confio.

— Confia mesmo?

— Não é em você que não confio — murmurei, abaixando os olhos para meus dedos.

— Você quer ter algo além da amizade comigo?

Suspirei pesado e, dessa vez, foi meu rosto que se escondeu nos braços. Era a segunda vez naquele dia que estava sendo forçada a encarar os meus medos, e definitivamente não me sentia pronta para isso. Mesmo que tentando controlar minhas respostas, senti meu estômago gelar e o coração socar minhas costelas. A respiração errática fazendo meu peito subir e descer de maneira acelerada.

— Shhh — Murmurou, sentando-se ao meu lado e me puxando para o peito. O abraço era confortável e acolhedor. Me fazia sentir em casa. — A gente não precisa conversar sobre isso agora.

— Tudo bem — gaguejei. — Eu devo isso a você.

— Não. Você não me deve nada. Além disso, estamos bêbados, cansados, e hoje eu tô falando induzido por muito tesão acumulado.

— Edward — reclamei, mas ri. — Eu vou falar, te juro. Deixa só eu conseguir entender meus próprios pensamentos. Essa situação... você. É demais. Você mexeu demais com muita coisa aqui dentro.

— As engrenagens não param, né? Eu ouço daqui.

— Não — ri. Peguei sua mão e depositei um beijo na palma, deixando ali a marca do meu batom rubi. — Obrigada, Edward. Você… às vezes acho que você não existe... Eu quero muito te falar, só preciso me entender antes. Por favor, me espera.

— Pra onde eu iria Bella? — Murmurou contra meus cabelos, onde deixou um beijo sutil.

— Eu te amo tanto, tanto... — Murmurei, aninhando-me mais nos braços do meu melhor amigo.

— Eu sei — sussurrou contra meus cabelos e eu sabia, mesmo sem olhar, que nos seus lábios também existia um sorriso.


nota da autora:

Gente, calma, calma. Eu sei que tá complicado, e sei também que parece que a Bella nunca vai ceder, mas ela tá travando uma batalha interna bastante antiga sobre falta de confiança em relacionamentos. Lembrem do histórico que ela teve com o pai. Confia que vai ser um final feliz e dê um descanso pra bichinha, não se passou nem um mês desde o primeiro capítulo :)

Reviews te garantem uma espiadinha no ponto de vista da Alice sobre as impressões sobre o que tá rolando após encontro com Bella.

conta pra mim qual a sua comida conforto? (A minha é purê de batata com ovo frito)