No porão da família Yaoyorozu, mesmo aqueles que não sabiam usar Nen ficaram tensionados com o ar ao redor. O desejo de sangue, a ira e a angustia que apenas um indivíduo exalava fez com que alguns dos mais fracos ali caíssem na inconsciência, enquanto aqueles que tinham uma força de vontade o bastante para permanecer acordados estavam no chão, respirando com dificuldades.
Os poucos que sabiam usar o Nen deram um passo para trás, medo evidente em suas posturas.
"Como… como alguém tão jovem possuí um Nen tão agressivo?" Um dos heróis que ali estava, Gun Head, perguntou. Seu cabelo era de cor cinza, e estava jogado para cima, como um cientista louco, ele também chegava até a base do pescoço.
Seu uniforme consistia de uma proteção de metal que deixava seu abdômen perfeito a mostra, com uma máscara branca com quatro buracos ao redor dela, todos parecidos com uma boca de arma de fogo. Seus braços eram cobertos por vestes de cor cinza escuro e havia dois acessórios semelhantes a boca de uma metralhadora em seus pulsos.
"Não sei vocês, mas eu acho que devemos ficar fora do caminho dele…" Um homem coberto de roupas jeans e com cabelos loiros colados disse com voz calma, vendo que o jovem acabara de perdera alguém importante. Ele era Best Jeanist, o herói número quatro no ranking japonês.
Um herói novo, com nada digno de nota além de sua habilidade com o Nen, se aproximou do jovem loiro, usando Gyo para proteger sua mão da tempestade de aura esverdeada que saia do corpo de Izuku. Ele tentou tocar no ombro do jovem, tentando o acalmar, porém no momento que seu braço fez contato, a energia torrencial que o jovem liberava saiu de controle, e ele foi mandado para longe.
Seu braço estava em carne viva, com diversos ferimentos a mostra, todos sangrando. Era quase como se qualquer movimento súbito conseguisse despedaçar o braço dele.
Vendo isso, ele fez a única coisa lógica na situação e urrou de dor.
Todos os heróis ali presentes que conseguiam se mover, estavam prestes a atacar, porém quando Izuku se virou, todos congelaram em medo. Seus olhos brilhavam num carmesim hipnotizante, cujo o brilho parecia ressoar com o ódio que ele sentia e a intenção assassina que o jovem exalava era tamanha que cada um viu uma cena onde eles morreriam. O jovem começou a caminhar, e todos deram um passo para trás.
Midoriya continuou caminhando e então, um a um, eles deram espaço para o jovem passar. O ritmo quase torturante que ele caminhava, e a distância que o jovem estava dos heróis só contribuía para o medo anormal que eles sentiam.
Sua aura continuava fluindo para fora, num verde intenso. Ao chegar a porta, todos suspiraram aliviados ao ver o esverdeado deixar o porão.
Ele continuou caminhando, seus olhos vermelhos estavam centrados em apenas uma direção. Ele reconheceria aquelas coordenadas em qualquer lugar. Aquele era, depois de tudo, o local onde ele acordou como Izuku Midoriya, filho dos Yaoyorozu.
Ao abrir a porta da mansão, todos que estavam fora da mesma tiveram que se segurar para não desmaiar. Claro, alguns não conseguiram, outros mantiveram a consciência no limite e Momo só observava Izuku do local onde ela estava.
Ajoelhada no chão, ela não podia sequer se mover, não conseguia nem ao menos olhar na direção dele sem ver sua vida passar diante de seus olhos e o fim eminente que ela teria se o atrapalhasse.
Ele estava prestes a sair da cena de crime, quando o mestre da casa o parou.
"Aonde pensa que vai, Izuku." Disse seu pai adotivo. Ele era Hachi Yaoyorozu, um homem poderoso na agência de heróis. Sua individualidade era um mistério, mas muitos acreditavam ser alguma espécie de supermetabolismo. Seu cabelo era escuro como a mais profunda noite, indo até os ombros e possuía uma barba cerrada da mesma cor. Ele vestia um terno que, mesmo sendo largo para muitos, mal conseguia segurar seus músculos, uma gravata vermelha e calças marrom.
Por mais que sua aparência já chamasse bastante atenção, o que mais era incrível nele era sua habilidade como um usuário de Nen. Ele se pôs a frente de Izuku, não parecendo em nada preocupado com a massa de energia verde que seu filho adotado emitia.
"Saia da minha frente agora." Izuku sibilou, com uma voz tão cheia de veneno que fez com que alguns que os heróis que estavam no porão, e que agora alcançaram a superfície engolissem em seco.
"Não posso fazer isso." Hachi disse, firmando sua postura.
Ao ouvir isso, Izuku liberou ainda mais Aura. O Ren ao seu redor começou a assumir uma cor mais vermelha nas bordas, e o verde se tornou mais escuro, beirando a uma cor tóxica.
"Eu não ligo quem for… esteja na minha frente e eu mato." o esverdeado falou, fazendo com que o homem a sua frente suspirasse.
"Você não sabe do que está falando… nunca matou antes. Não sabe como é ter suas mãos marcadas em sangue." o líder dos Yaoyorozu disse, num tom cansado. Seu olhar era quase como se ele estivesse se lembrando do passado.
Antes que qualquer um registrasse, Izuku se moveu em uma velocidade absurda e, chegando a frente de seu pai, ele tentou um soco que mataria qualquer um que levasse tal golpe de frente. Hachi, no entanto apenas segurou o ataque.
Seu Nen era escuro com tons azuis e grande parte de seu poder se concentrava em sua mão. Não havia dúvidas, ele usou o Gyo para parar o golpe de Izuku.
"Não vou repetir… saia da frente." o jovem falou, tentando forçar seu punho contra Hachi, o fazendo usar uma considerável quantidade de força para o parar.
"Eu saio… mas me responda uma coisa antes… o que Sella acharia de você jogar seu futuro fora apenas para satisfazer uma vingança pessoal?"
Naquele momento, diante de todos presentes, aqueles que conseguiam se manter de pé e aqueles que desmaiaram com a pressão, Izuku recuou. Seus olhos ainda estavam vermelhos, mas seu Nen estava visivelmente mais calmo… não, sua aura estava triste e melancólica.
"Sei como é perder alguém… acredite em mim Izuku… eu sei como é. Mas eu também sei que, na maioria das vezes, fantasmas voltaram para te assombrar. Não pode se deixar guiar pela emoção, pois é assim que se é destruído." Hachi disse, saindo da frente do jovem e indo em direção aonde os oficiais estavam.
Izuku continuou aonde estava, parado e olhando para o nada. Momo, vendo isso, estava prestes a ir até ele, porém seu pai segurou seu ombro.
Ela, se virando para ele, viu que o mesmo apenas meneou a cabeça, numa negativa.
"Acredite em mim Momo, a última coisa que ele precisa agora é de piedade." Hachi disse, sabendo da personalidade de seu filho adotivo. Ele seguiu para a mansão, onde responderia as perguntas que os heróis tinham, e com sorte, poderiam esquecer a cena que Izuku causou.
Izuku continuou no lugar onde estava, pensando. Memórias de Sella fluíam em sua jovem mente, deixando-o ainda mais melancólico. Seus olhos vermelhos olharam em direção ao céu, observando num impasse, se perguntando se havia algo além da vida terrena.
Nunca antes ele se fez essa pergunta, pois nunca antes deu importância para tal assunto, mas agora? Com a perda de uma pessoa importante, ele não podia deixar de se fazer tal questionamento. Observando as nuvens, ele sentiu seu coração destroçado se juntar inteiro uma vez mais, e uma nova centelha de determinação acendeu-se no seu ser.
Fechando seus olhos, ele sentiu-os retornar ao verde habitual. Indo em direção a mansão, ele tinha um destino em mente. Seu quarto.
O jovem tinha, depois de tudo, muito o que pensar.
Numa estrada abandonada, onde quase ninguém tem a coragem de passar, um jovem albino estava sentado na beirada de um tronco, numa das várias árvores que ali haviam, quase caindo. O sol do dia já se abaixava e diversas sirenes foram ouvidas.
"Ali está!" Um dos heróis que veio junto aos policiais disse, apontando para o jovem adulto. Ele, sabendo que não haveria escapatória e que um conflito se aproximava, estalou a língua.
Descendo da árvore onde ele estava, ele caminhou até a frente. No total, 2 heróis e quatro viaturas. Poucos adversários para um assassino profissional.
"Estão me subestimando?" Illuki perguntou, vendo como os heróis se tensionavam com sua voz mecânica. "Bem, vamos ver se ao menos vocês podem ser um bom passa tempo. Conseguem ver… a fuligem que me cerca?" O jovem perguntou, ativando sua habilidade, Ash to Ash.
"Do que ele está falando?" Um dos heróis, vestido com um traje de metaleiro perguntou, ele tinha cabelos longos e cinza e uma maquiagem branca e preta em seu rosto.
"Acho que ele é louco?" Uma heroína, vestida de bailarina perguntou, olhando para onde o jovem apontava.
"Bem, eu tentei… se não são bons o bastante nem para usar o Nen, não são dignos de nota. Saiam daqui e eu não os matarei… ainda. Fiquem fortes o bastante para que suas cabeças valham o bastante para que eu venha os eliminar." Illuki disse, se lembrando da lógica de sua família. Não matar de graça, apenas por dinheiro.
"Não nos subestime!" O metaleiro disse, correndo até o jovem e tentando dar um soco nele, apenas para ser parado por uma parede invisível.
"Parece que estou sem sorte… matarei dois idiotas sem ganhar nada em troca." O jovem falou, fazendo com que as cinzas que pararam o braço do herói abraçassem o mesmo e puxassem com tanta força que arrancaram o membro em segundos.
O homem urrou de dor, caindo no chão e segurando o membro que perdeu, nem pôde reagir a lâmina de cinzas endurecida, que estava presa no braço de Illuki, separando sua cabeça fora de seu corpo.
"Minha segunda habilidade… Iron clad. Ela me permite mudar a textura de minha aura, a endurecendo ou a tornando mais maleável… uma ótima combinação com Ash to Ash." O jovem sibilou, e numa velocidade super-humana, ele estava parado a frente da heroína. Usando a mesma lâmina de poeira, ele separou seu abdômen de seu tronco, a cortando em duas.
Ele olhou para os policiais, seus olhos azuis frios e calculistas fizeram com que os mesmos dessem marcha ré e saíssem do local, dirigindo numa velocidade que não seria permitida. Suspirando aliviado, o jovem caminhou até a árvore onde estava e, escalando-a uma vez mais, ele se sentou no mesmo local onde estava, esperando sua presa.
"Se isso não fosse um pedido seu, Fubuki, eu já teria ido até lá e o matado pessoalmente." Illuki falou, se lembrando do que fora combinado.
"Illuki… não se esqueça! Midoriya é essencial para o nosso plano, precisamos que você o encontre aqui e o derrote, mas não o mate." Fubuki, o homem de terno que apareceu no porão dos Yaoyorozu disse, com algo de calma e tranquilidade.
"Não entendo o porquêdaquele moleque ser tão importante para o All For One… nem o porquê de eu ter que fazer isso…" Illuki perguntou, dando as costas para Fubuki.
"Se o fizer, eu te levo para tomar um sorvete, e eu pago." Fubuki falou, sabendo que não havia muitas outras coisas que chamassem a atenção de Illuki.
"Bem, parece que temos um trato."o jovem falou, olhando para Fubuki, com um pouco de baba escorrendo de sua boca.
"Maldita seja minha fraqueza por doces." Illuki falou, se lembrando da conversa. Ele então fechou seus olhos e caindo num profundo sono, ele esperou o seu oponente vir até ele.
Mesmo dormindo, os animais se mantinham afastados da cena. Mesmo aqueles que se alimentavam de cadáveres olhavam em expectativa para o jovem albino, como se a mera presença dele já os deixasse com medo.
A presença de morte naquela área continuaria por mais algumas horas, até que o confronto que tomaria lugar em tal estrada ocorresse.
"O que foi que disse?!" o supervisor da associação de heróis de Musutafu perguntou para o policial que ofereceu seu relatório, incapaz de acreditar no que ouviu. Ele tinha cabelos escuros e olhos castanhos e sua pele era parda. Ele usava um terno caro, como uma forma de mostrar a influência e poder que tinha na associação. "Os dois heróis que mandamos foram mortos?"
"Sim senhor." O policial, receoso, respondeu. Não havia nada que fosse digno de nota nele, fora a pouca idade, que mostrava que era um novato.
"Eu avisei." Uma nova voz se fez presente no local. Quando o supervisor olhou para quem era, ele o viu. Hachi Yaoyorozu, em toda a sua glória, observava com um olhar desapontado o líder da filial de Musutafu. "Não envie heróis que ainda não dominaram o Nen… se o fizer, só os mandará para o abate."
"Senhor Yaoyorozu, me perdoe pelo meu fracasso." O homem falou, se curvando levemente. Alguns achariam que esse gesto fora feito com o propósito de mostra respeito, mas Hachi sabia que o líder da filial só estava tentando esconder a sua raiva. "Como sabia que ele era um usuário de Nen?"
"Simples. O jovem que estamos tentando pegar não tem uma individualidade." Hachi disse, deixando os dois o observando como se fosse louco.
"Se não se importa, senhor Yaoyorozu, eu vi a cena de crime. Aquele… monstro, arrancou o coração de um homem… como alguém pode fazer isso sem uma individualidade." O policial perguntou, curioso.
"É mesmo… vocês jovens não sabem." Yaoyorozu disse, puxando um cigarro de seu bolso e o acendendo. "Me diz, você conhece a Cidade Meteoro?"
"Se não me engano, é uma área que existia próxima a antiga NGL… um lugar onde se jogava tudo, desde metais inúteis até bebês. Quando uma pessoa nascia ali, ela não era registrada no sistema." O homem pardo falou, dando uma descrição detalhada do que ouviu. "Mas o que isso tem há ver?"
"Bem, permita-me dizer que naquela região, onde ninguém do mundo atual podia sobreviver, cresceu um dos maiores potenciadores de sua época. Seu nome era Uvogin e era dito que seu soco tinha a força de um pequeno míssil." Yaoyorozu falou, como se estivesse lendo um relatório. Vendo que ambos estavam prestes a interromper-lhe, ele continua. "Naquela época, onde não havia individualidades, coisas como talento natural e o tipo de lugar onde se cresce era o que tornava alguém realmente especial. Você podia ter duas crianças com o mesmo talento, porém o tipo de meio que elas cresciam diferenciava alguém mediano de um gênio de verdade."
"O que está querendo dizer com isso, Yaoyorozu? Não existem mais meios que poderiam fazer alguém crescer a esse nível." O líder da central falou, cansado de como Hachi costumava enrolar para dar a informação mais importante.
"Não… ainda existe um tipo de meio que faz com que pessoas vistas abaixo da média pela sociedade sejam verdadeiros monstros…" o olhar de Hachi se tornou algo nostálgico e melancólico, como se se lembrasse de um passado que tentava esquecer. "Famílias de assassinos." Ele olhou, com um olhar afiado para os dois a sua frente, algo que os assustou. "Entre elas, uma das famílias se destaca como a mais mortal que existiu, mesmo com seus membros sendo totalmente sem individualidade… Os Zoldyck."
"Mas como? Os Zoldyck foram exterminados a uma década atrás." O policial falou, incapaz de acreditar na conversa que estavam tendo.
"Sim, e o suspeito tem, deixe me ver, 20 anos?" Hachi falou, dando outro trago em seu cigarro.
"Olhando por esse ponto, de fato faz sentido ele não ter uma individualidade… mas por que ele colocaria uma mensagem com coordenadas pintadas a sangue na parede?" O líder da central perguntou, sem entender o porquê de alguém que se manteve escondido por anos aparecer só agora.
"Não é óbvio? Ele quis mandou uma mensagem para outra pessoa…" Hachi falou, lembrando do estado que Izuku estava ao ver a cena de crime. 'Por favor Izuku, não faça nenhuma bobagem.'
Izuku Midoriya estava prestes a fazer uma bobagem. Era noite, a lua estava em seu ponto mais alto, e todos na família já foram dormir. Pulando da janela de seu quarto, ele cai silenciosamente no chão, e então ele observa a mansão que chamou de lar.
"Me desculpe Hachi… mas há coisas que eu não posso ignorar." O jovem sussurrou, correndo em direção a saída do território. Ao passar pelo portão, ele começou a andar calmamente pelas ruas da cidade.
Sua vestimenta era a de mordomo. Afinal de contas, ele confrontaria outro mordomo dos Yaoyorozu, e para poder deixar tudo em panos limpos, ele decidiu pôr suas vestes de trabalho. Ele sabia quem era o seu alvo, pois Illuki desaparecera do serviço aquele dia e não voltou.
Ele teve tempo para pensar no que faria. Não mataria o assassino, não por causa de algo tão simplório como um sentimento de honra, mas sim pois as palavras de Hachi ainda ressoavam em sua mente.
Sim, ele faria isso por Sella e apenas por Sella. Renovando sua determinação, ele começou a correr em direção a estrada abandonada onde foi achado pelos Yaoyorozu a tantos anos atrás. A cada metro que percorria, ele podia sentir sua aura ressoar em antecipação, esperando uma batalha em que pudesse usar tudo.
Ele sabia que não chegaria a esse ponto. Ele era, depois de tudo, forte, mas ele queria ao menos descarregar as emoções que sentia em seu oponente. Usando sua agilidade, ele então escala um dos prédios.
Pulando entre os telhados, ele sente o vento frio amaciar sua pele, quase como se estivesse do seu lado. Sorrindo, ele continua pulando, cada segundo sua velocidade aumentava.
Chegando no final da área povoada de Musutafu, o jovem então desce do telhado e começa a correr. Vendo seu destino logo a frente, ele desacelera.
Cada passo o deixava mais ansioso, aguardando a batalha que tanto almejava. Ao chegar perto o bastante, ele libera o Absolute field, permitindo uma vista completa dos arredores. Vendo seu oponente, e o quão relaxado ele estava, o garoto se irrita.
Ativando o Carbon Base, ele aumenta suas unhas de tamanho e as endurece, tornando-as tão mortais como espadas. Usando sua força, ele corta a árvore em duas, derrubando-a e fazendo seu oponente pular e aterrizar atrás dele.
"Finalmente chegou… já achei que Sella não era importante o bastante para você… e pensava em quem mais eu precisaria matar para conseguir sua atenção." Illuki falou, ativando o Ren ao redor de seu corpo.
O albino então desvia de um soco de Izuku, que foi direcionado ao chão e o rachou como consequência. O Zoldyck assobiou, surpreso com a força do ataque.
Irritado, o esverdeado puxa um pedaço do chão na forma de uma imensa pedra e a atira contra o seu adversário. Illuki, vendo isso, concentrou a aura no seu punho esquerdo e com um forte soco, ele destroçou o pedregulho, mal conseguindo desviar de um soco que Izuku já mandou em sua direção.
Ele se agachou, vendo que o jovem estava num ponto com pouco equilíbrio, e dando uma rasteira, ele derrubou o jovem, ou era isso que aconteceria.
Izuku, usando suas duas mãos, deu dois mortais para trás, se afastando de seu oponente em alguns metros. Novamente com sua habilidade principal, ele apontou seu mindinho contra Illuki e lançou uma de suas unhas contra ele. O jovem, vendo isso, se afastou, desviando do que seria um golpe fatal.
Após a esquiva, ele foi na direção de Izuku, tentando um soco contra o seu queixo. O jovem, após voltar sua unha para a posição inicial, desviou do soco, caindo para trás e, usando seu braço como apoio, tentou um chute lateral contra o rosto de seu oponente.
Illuki, vendo isso, segurou a perna do esverdeado com força.
'Surpreendentemente forte…' Pensou o jovem adulto, sentindo a força por trás do chute. Izuku, vendo-se na posição em que estava, usou um dos exercícios para dominar a emissão e, com uma força assombrosa em sua aura, ele enviou energia contra o chão, despedaçando o local onde eles pisavam e levantando-se o bastante para usar seu centro de gravidade e, dando outro mortal, atirar Illuki contra o chão com ainda mais força.
Uma cortina de fumaça se ergueu, mas isso não era problema para Izuku. Sua habilidade como emissor o permitia ver tudo que estava ao seu redor e ele podia sentir cada coisa. Portanto, ele conseguiu ver como o seu adversário se levantou sem quaisquer dificuldades e correu para a esquerda.
O jovem fez a melhor decisão e o interceptou antes que Illuki pudesse sair da cortina de fumaça. Com um forte soco preparado, Izuku esperava ver seu rival desacordado ao receber o golpe, porém o mesmo nem ao menos conectou-se no rosto do albino.
Usando sua mão esquerda, ele segurou o golpe de Izuku usando o Gyo para diminuir o dano do golpe.
'Esse cara… ele me viu chegando? Não, a poeira devia o ter cegado, e não havia tempo para ativar o En… entendo, ele viu as mudanças na nuvem de poeira e previu meu golpe vindo.' Izuku disse, vendo seu golpe ainda sendo segurado. Tentando afastar-se do Zoldyck, ele olhou surpreso para como o seu rival segurava-o no lugar.
Sentindo um puxão, Izuku não conseguiu reagir a tempo do chute carregado de Ren conectar-se ao seu queixo.
'Ele conseguiu conectar um golpe desses numa posição desconfortável como aquela?' Izuku pensou, sentindo seu corpo ser levantando do chão e caindo a alguns metros de seu oponente. 'O quão forte esse cara é?'
"Que tedioso… eu admito que luta bem, porém não o bastante para me fazer considerar te matar…" Illuki falou, seu rosto completamente sério. Observando o olhar descrente de Izuku, ele elaborou. "Não percebeu ainda? Eu estou lutando sem o meu Hatsu… sem minha habilidade…"
Izuku o olhou com raiva. Apertando os seus dentes, ele gritou com raiva, socando o chão. Usando o Ren e o Carbon Base, ele criou outra cortina de fumaça que cobriu completamente a área.
Com um pulo, ele se posicionou uma posição ideal e, aumentando o nível de queratina ao máximo, ele enviou um ataque múltiplo contra seu oponente. Suas unhas, duras e longas, perfuraram o local onde Illuki estava. Izuku voltava elas para a posição inicial e continuava o assalto, pondo mais e mais força a cada golpe.
"Por que? Por que meu ataque não o alcança?" Izuku perguntou, sentindo a gravidade fazer seu trabalho e o puxar para baixo.
"Não é óbvio?" Ele ouviu uma voz atrás dele. Se virando, ele mal conseguiu bloquear um punho feito de fuligem endurecida, tão dura quando o mais resiliente aço. Sentindo o ataque impactar contra seu braço, ele sentiu a dor de seu osso quebrando e sentiu o impacto o enviando para a terra.
Gemendo de dor, Izuku se levantou como pode, enquanto seu adversário caia graciosamente no chão. Seus dois punhos estavam revestidos de fuligem que se movimentava ao redor, cada grão endurecido ao seu limite.
"Você não me acertou pois eu ativei meu Hatsu… Ash to Ash, e também o segundo, Ironclad." O jovem adulto falou, indo contra Midoriya e dando diversos socos contra o esverdeado, que mal conseguia se defender. "Minhas duas habilidades são do tipo transmutador, uma me permite transformar minha aura em fuligem e a segunda me dá a capacidade de mudar a textura de minha aura." O jovem falou, concluindo com um chute na boca do estômago do esverdeado, o afastando.
Midoriya, curando seus ferimentos, usou seu Hatsu de manipulação e foi contra Illuki, tentando cortar-lhe com suas garras, porém o jovem apenas bloqueou com seu braço coberto de fuligem e socou Midoriya no rosto.
Rosto, peito e estômago. Essa sequência continuou pelo que pareciam horas, até o jovem albino se cansar e, transformando parte da fuligem em quatro lâminas, ele estendeu os arpões e furou as mãos e pernas do esverdeado, com a força o derrubando e o prendendo no chão.
Pulando para cima, ele caiu com o punho no estômago de Izuku, o fazendo cuspir sangue.
Os seus ouvidos tremiam com o choque, e ele não conseguia pensar direito. 'Será essa a sensação de uma surra?' O esverdeado se perguntava, não conseguindo recordar da última vez que apanhou tanto. Ele perderá essa luta, isso estava claro. Seu oponente era muito melhor que ele.
O jovem albino observava os olhos semiconscientes de Midoriya, vendo o quanto ele danificou o corpo do esverdeado. Cuspindo para o chão, ele caminhou para longe.
"Aonde… pensa que vai…" Izuku disse, fracamente, o olhando com raiva. "Não vai me matar?" O jovem esverdeado perguntou, sentindo seu sangue ferver.
O jovem albino o olhou com curiosidade e apenas disse aquilo que ele fora instruído a dizer, que convenientemente era o que ele pensava.
"Não mato por prazer, moleque. Eu só mato aqueles que eu fui pago para matar, e você não está na lista… ainda não. No momento, não é nem digno que eu lembre do seu nome, mas talvez, quando fique forte o bastante para que eu registre você em minha mente, alguém me pague para te matar."
Após essas palavras, o jovem albino saiu de cena. Após se afastar alguns metros, a fuligem desapareceu, e os membros de Midoriya começaram a curar-se.
O seu orgulho porém, fora completamente destroçado. Com um grito de angustia, o jovem deixou que suas frustrações tomassem conta de seu ser, e pela primeira vez em muitos anos, ele mostrou fraqueza.
