Esclarecimento: Só reiterando que esta história não me pertence, ela é uma adaptação do livro de mesmo nome, de Sarah Morgan, que foi publicado na série de romances "Paixão", da editora Harlequin Books.

Aviso: Este capítulo também tem uma cena NC-17.


Capítulo 5

Duas semanas depois, Lucy estava na enorme cozinha localizada numa das extremidades da casa quando Natsu chegou a passos largos, a expressão contrariada no rosto bonito.

- O que é que você está fazendo aqui ? Procurei você pela casa toda. Ninguém sabia onde você estava - irrompeu ele, passando os dedos pelos cabelos cor-de-rosa, num gesto de impaciência. Um forte desejo a invadiu. Duas semanas.

Quinze longos dias haviam se passado sem que ela conseguisse vê-lo. Agora que o via sentia-se feliz, o corpo tremendo de excitação.

A simples visão daquele rosto másculo, daqueles olhos negros e daquele queixo de linhas fortes fazia o coração de Lucy disparar. Fazia-a se lembrar dos momentos de sexo ardente que tivera. E, como se não bastasse, sentia-se feliz por ele estar em casa, finalmente.

Amedrontada pela reação forte que Natsu lhe causara, virou-se em direção à geladeira, para esconder o rosto. Já que não conseguia evitar seus sentimentos, decidiu que não lhe permitiria percebê-los. Ele já tinha deixado clara a sua posição, desaparecendo por quinze dias depois de ter dormido com ela. Com certeza, aquele encontro tinha sido extremamente tedioso, considerando que sua inexperiência e simplicidade deram a ele a certeza de ser perfeito na cama.

Gostaria de fazer o tempo voltar. Há duas semanas, ela não tinha percebido sua boca sexy de linhas bem definidas, o olhar sedutor e os músculos bem torneados. Não notara o porte atlético, nem o sorriso cínico que fazia as cabeças virarem quando ele passava. Não tinha se dado conta de sua rude masculinidade.

- Não sabia que você estava me procurando - respondeu ela friamente, fingindo procurar algo na geladeira. Quando teve certeza que se refizera da sensação que sentia, pegou o queijo e uma vasilha com azeitonas pretas e as colocou sobre a mesa - E, respondendo à sua pergunta, estou aqui na cozinha para fazer um lanche.

- Por quê ? - perguntou ele, incrédulo. "Porque é maravilhoso ter tanta comida boa disponível e não precisar ficar com fome para economizar".

- Por que não ?

- Porque tenho vários empregados muito bem remunerados para cozinhar para você - disse ele, como se estivesse falando com uma criança - Assim, você não precisa interromper suas compras.

Lucy não gostou do comentário sarcástico. A opinião dele sobre ela era negativa. Mas não podia recriminá-lo. Não depois da impressão que lhe dera.

- Tenho todo o tempo que preciso para as compras, já que você não aparece desde o dia do casamento. E seus empregados têm tarefas mais importantes a cumprir do que ficar cozinhando para mim - retrucou ela, calmamente.

Ele estava atônito.

- Não sei por que você está me olhando desse jeito. Nunca fez um lanche para você ?

- Para dizer a verdade, nunca - respondeu ele, com uma expressão estranha nos olhos - E jamais esperaria que você fosse capaz disso. Você costuma dançar na cozinha do seu avô enquanto cozinha ?

Lucy ficou imóvel. Errara de novo. Tinha esquecido o papel de moça rica e mimada.

- Não gosto de ser servida - mentiu ela, revirando os olhos.

Ele parecia curioso.

- E daí ? Algum mal nisso ?

- Você vive me surpreendendo - arriscou Natsu - Quando penso que decifrei-a, você faz alguma coisa diferente.

Ela o olhou com ar de desprezo.

- Você não sabe nada sobre mim.

- Evidente que não. Em todo caso, acho que os nossos empregados ficarão surpresos se a encontrarem aqui, cozinhando.

Lucy mordeu o lábio para não dizer que já os tratava pelos nomes e que já trocara receitas com o chefe da cozinha.

- Eles são seus empregados, não nossos.

- Você é minha mulher.

- Desculpe por ter esquecido - respondeu ela, ácida - Deve ser porque não o vejo há quinze dias. Achei que você tinha mudado de casa.

E ela o odiava por não ter aparecido desde então.

- Não imaginava que você fosse sentir tanta falta assim de mim, e foi desde a noite do casamento - corrigiu ele suavemente - A última vez que me viu foi na noite do casamento. Aliás, outra surpresa. Eu não esperava uma virgem na minha cama - o rosto de Lucy corou.

- Não sei do que você está falando...

- Você devia ter me contado. Os gregos são possessivos, agape mou. Eu teria aumentado o preço de compra se soubesse o real valor da mercadoria. Você saiu perdendo.

O comentário maldoso dele a fez titubear.

- Fiquei satisfeita com o acordo - os olhos dele brilharam.

- Acho que também estou bastante satisfeito - ele acrescentou, se aproximando - Você foi bem receptiva.

As imagens daqueles momentos atravessaram sua mente e as pernas começaram a tremer.

- Você pagou pelo meu desempenho na cama - disse ela, hesitante - Fiz o que devia ser feito.

Ele riu e chegou mais perto dela.

- Você se entregou completamente, agape mou, e quer que eu acredite que estava fingindo ?

Natsu agora estava perto demais. Lucy não conseguia respirar, nem pensar.

Não estava acostumada a lidar com os homens, muito menos ficar falando sobre sexo.

Evitando encará-lo, ela cortou o queijo.

- Não fui eu quem escolheu incluir sexo em nosso casamento. Estaria feliz em ter um casamento diferente.

- Um casamento em que eu entro com o dinheiro e você não entra com nada ?

- Não me pagou para fazer sexo - lembrou ela, firme - Pagou pelo "privilégio" de retomar a empresa de meu avô.

- Se quer saber, este "privilégio" tem me ocupado todos os dias desde que nos casamos. Seu avô é um péssimo homem de negócios. Você devia chamar a atenção dele.

- Vou agradecê-lo. Não tenho intenção nenhuma de passar meu tempo com você. E agora, se me dá licença, vou lanchar.

E telefonar para a mãe.

Esta era uma das maiores vantagens da ausência de Natsu. Ela falava com a mãe todos os dias e acompanhava seu progresso.

- Não, não vou dar licença, não - disse ele, tirando a vasilha do queijo das mãos dela.

Lucy não devia ter olhado para ele. Seus olhos castanhos encontraram a chama daqueles olhos negros e instantaneamente ela prendeu a respiração.

O olhar dele era de desejo. Ele o dirigiu até a curva de seus seios e ao abdômen deixado à mostra pelo jeans de cintura baixa.

- Não devia usar calça comprida. Suas pernas são lindas. Quero vê-las...

- Você não passa de um machão. Costuma dizer o que as mulheres devem vestir ?

- As mulheres com quem eu saio não se vestem desse jeito.

- Gosto do meu jeans. É confortável.

- Calcinha e sutiã também - respondeu ele, com a voz macia - E esta seria a minha preferência.

Com os joelhos tremendo, ela se amparou na mesa.

- Visto o que gosto de vestir...

- Não na minha companhia - disse ele, frio - Você veste o que eu quiser.

- Deixe de ser tolo.

- Você devia ter pensado nisso antes de se vender.

Ela o encarou boquiaberta.

- Quer que eu ande pela casa de lingerie ?

- Se for este o meu desejo, sim. Paguei bastante por você. Quero ver bem a mercadoria.

Lucy se virou para que ele não visse as lágrimas que brotavam. Natsu a fazia se sentir tão baixa.

- Está bem. Vou vestir meu jeans quando você não estiver em casa, o que felizmente acontece a maior parte do tempo. Agora, se você não se importa, vou lanchar.

Num movimento rápido, ele a enlaçou pela cintura.

O coração dela disparou e a cabeça começou a girar.

Ele tomou o rosto dela, obrigando-a a olhá-lo.

- Você ficou grávida ?

- Não.

- Ótimo.

Ele sorriu satisfeito e a abraçou firme.

- Você sabe o que eles dizem. Se não conseguiu da primeira vez...

- O que você está fazendo ?

Ela tentou se desvencilhar dele, mas as bocas se encontraram. Desejosos um do outro, se entregaram totalmente às delícias de um beijo sôfrego.

A língua dele invadiu sua boca numa intenção clara, fazendo seu pulso acelerar. Os braços enlaçaram-lhe o pescoço vigoroso e seus dedos tocaram os sedosos cabelos cor-de-rosa.

Aquele beijo ardente os envolveu num turbilhão de desejo e paixão.

Sem interromper o beijo, Natsu a encostou na parede e fez com que ela sentisse a intensidade de seu desejo.

Um barulho no corredor fez com que ambos ficassem imóveis.

- Theos mou, o que estamos fazendo ? - ele olhou em volta sem acreditar- Não acredito que estou na minha cozinha, nunca venho aqui.

Ela se sentia embaraçada.

- Alguém podia ter entrado...

- De jeito nenhum. Se alguém entrasse, seria despedido na hora - disse ele, pegando-a pelo pulso e arrastando-a para fora - Prezo minha privacidade, e meus empregados sabem muito bem disso.

- Aonde estamos indo ? - perguntou ela, tentando acompanhar seus passos.

- Para um lugar onde não terei que ficar olhando para panelas e frigideiras quando tiver terminado de fazer o que preciso com você - respondeu ele insinuante, subindo as escadas tão rápido que Lucy precisou correr para acompanhá-lo.

- Natsu...

Entraram no quarto, ele bateu a porta, a pegou no colo e a pôs na cama.

Ela tinha prometido que se ele chegasse perto, ela viraria as costas e iria embora. Então, por que não conseguia se mexer ?

Parecia hipnotizada pela visão daquelas mãos bronzeadas tirando a gravata e desabotoando a camisa. Sem desviar os olhos dela, ele arrancou a camisa, revelando o peito bronzeado, coberto de pêlos.

- Hora de tirar o jeans - sugeriu ele, o olhar malicioso, percebendo o rubor de seu rosto, tirando o resto das roupas.

- Vai tirar ou quer que eu tire ?

Lucy permaneceu imóvel, fascinada pelo corpo dele. Não era à toa que ele se sentia tão à vontade em desfilar nu. Seu corpo era perfeito. Sem roupa, toda a beleza de sua masculinidade se revelava.

O desejo agitava seu corpo e a respiração acelerou, antecipando o que aconteceria.

Ágil, Natsu se aproximou da cama ao lado dela, e com movimentos rápidos tirou sua roupa.

- É assim que eu gosto de vê-la, pethi mou - murmurou ele, percorrendo seu corpo ardente de desejo com os olhos.

Ela tremeu e esqueceu sua decisão anterior de não deixá-lo se aproximar. Seu corpo ansiava por aquele momento e ele sabia disso. Ele sorriu e começou a mordiscar um de seus mamilos.

Ela arfou e se arqueou em sua direção. Natsu acariciou sua intimidade.

- Nunca pensei que quinze dias de ausência dessem tanto resultado - disse ele, com a voz rouca - É muito bom encontrar uma esposa tão desejosa.

Lucy ignorou o insulto velado quando Natsu levantou seus quadris e a penetrou.

- É isso o que você quer ?

Ele mudou de posição e a penetrou ainda mais fundo, fazendo-a gemer de prazer.

Lucy atingiu o clímax e Natsu a beijou novamente, sufocando seus gemidos de excitação com sua boca ávida.

Ele continuou seus movimentos até atingir o clímax. Finalmente, parou de beijá-la e respirou fundo. Ele saiu de cima dela e rolou para o lado, abraçando-a.

- Isso foi demais ! - disse ele ofegante, acariciando as costas dela e parando no meio de suas pernas - Mas foi muito rápido. Vamos repetir. Só que, desta vez, mais devagar.

Ainda trêmula pela intensidade do prazer que sentiu, Lucy quase implorou para que os dedos dele não parassem de massagear sua intimidade. Ele a virou de bruços, sabendo o que ia fazer.

Imaginando o que estava por vir, ela escondeu o rosto no travesseiro e esboçou uma recusa quando ele a colocou de joelhos e se posicionou atrás dela.

Ela tentou protestar quando sentiu a rigidez de seu membro. Inconscientemente, mexeu os quadris num convite tácito e escutou-o dizer algo em grego antes de possuí-la com vigor.

Uma sensação excitante percorreu seu corpo. Nunca sentira algo tão forte, intenso e despudoradamente bom. Espasmos de prazer tomaram conta de seu corpo e ela atingiu o clímax novamente, surpreendendo-o mais uma vez.

Completamente descontrolada, Lucy gritava e gemia, sem qualquer constrangimento, demonstrando sua paixão.

Ela sentia a força de seus movimentos, escutava os gemidos dele, a força de sua masculinidade, até que o pulsar do seu membro explodiu num êxtase total.

Por um instante, os dois pareciam estar fora da realidade, como se o mundo não existisse.

Natsu se afastou e a puxou para que deitassem de novo, suspirando de satisfação.

Lucy ficou com os olhos fechados, exaurida. Não acreditava no que tinha feito. Como conseguira ser tão despudorada ? Desta vez, tinha sido ainda melhor que a primeira. Ela soube o que ele era capaz de fazer com ela, o que sentia e isso multiplicara sua excitação.

- Eu não esperava ter uma tarde tão divertida - disse ele, os olhos fechados, segurando-a com firmeza ao seu lado - Se eu soubesse como você era excitante quando assinei aqueles papéis, não teria hesitado. Você vale cada centavo que paguei.

De volta à dura realidade de sua vida graças às palavras dele, Lucy permaneceu de olhos fechados, desejando que Natsu tivesse ficado no escritório. Assim não teria que lidar com o fato de que se entregara a um homem que a desprezava.

- Não sei como você pode fazer amor comigo me odiando tanto - murmurou ela, tentando esconder o tremor da voz.

- Não fazemos amor, Lucy, fazemos sexo - respondeu ele, em tom frio - E, felizmente para você, isso não exige vínculo emocional. Caso contrário, os homens nunca precisariam de prostitutas.

- Você está me comparando a uma vadia ?!

- De jeito nenhum. Você é muito mais cara - respondeu ele, levantando-se como se nada tivesse acontecido.

- Eu te odeio, sabia, com todas as minhas forças ! - magoada e sentindo-se extremamente humilhada, ela encolheu-se na cama e puxou os lençóis para se proteger. Como podia responder a um homem que não tinha respeito por ela ? - Não quero que você chegue perto de mim nunca mais.

Ele sorriu.

- Você quer, sim.

Ele se aproximou da cama e inclinou-se em sua direção, deixando seu rosto a poucos centímetros dela.

- Você acha que eu não percebi como você me deseja ? Você pode me odiar, mas felizmente para nós dois, seu corpo adora se entregar. Basta eu estalar o dedo.

Ela levantou uma das mãos para esbofeteá-lo, mas ele a segurou no ar.

- Que coisa feia, esposinha - ronronou ele - Você aceitou o acordo, e agora tem que respeitá-lo. De frente, de costas, do jeito que eu quiser. E é aí, na cama, que você vai ficar.

- Quero que você me deixe em paz...

- Impossível. - dando um último olhar em sua boca tentadora, Natsu pegou o telefone e falou algumas palavras em grego. Minutos depois, uma discreta batida na porta foi ouvida. Ele levantou e voltou com uma bandeja nas mãos.

- Sente-se. Você precisa comer alguma coisa, senão vai fraquejar mais tarde.

Ela não se mexeu.

- Não estou com fome.

- Fizemos sexo durante seis horas sem parar - disse ele, em tom ameno - Você não comeu praticamente nada o dia inteiro. Não quero que desmaie em cima de mim na boate.

Seis horas ? Ela fitou-o abismada, depois notou as cortinas fechadas. Perdera completamente a noção do tempo. Levou alguns segundos para entender tudo o que ele dissera.

- Boate ? Que boate ?

- Aquela a que iremos hoje à noite, querida. É um investimento novo de um grande amigo. Todas as celebridades de Atenas estarão lá para decidir se o lugar vai "dar certo" ou não.

E, sem dúvida, se Natsu Dragneel estiver lá, a boate vai "bombar", pensou ela. Afinal, ele era o homem que lançava tendências, um modelo para todos.

Ela agarrou o lençol.

- Não estou com vontade de sair.

- Sua vontade é o que menos interessa - informou ele - Quero ser visto em público com minha esposa.

- Não vou me vestir.

- Então, você vai nua - emendou ele, sem pestanejar - A decisão é sua, pethi mou. Você é minha esposa e faz parte do seu papel oferecer diversão.

- E não foi isso o que eu acabei de fazer ? - perguntou ela, sarcástica.

- Este tipo de diversão é só para mim, agape mou - respondeu ele, sorrindo - O que eu tinha em mente era algo mais formal. Vamos encontrar pessoas muito importantes. Preciso que você os encante.

- Não tenho nada para vestir...

Ele deu um suspiro de impaciência.

- No dia de nosso casamento, depositei muito dinheiro na sua conta bancária já bem alta - lembrou ele gentilmente - Sem dúvida, você passou todo o seu tempo nos shoppings. Escolha uma roupa de noite e pronto.

Ela respirou fundo. O que ia dizer ? Que não chegara nem perto de uma loja ?

- Eu... eu não comprei nada...

Os olhos dele se apertaram e a expressão mudou.

- Como não comprou nada ? Cada centavo da sua conta desapareceu. Você tirou tudo, minha querida esposa, por isso não diga que não gastou nada, porque não vou acreditar.

O pânico tomou conta dela, pois ela percebeu que Natsu estava controlando a conta. Como poderia ser tão ingênua em achar que ele não saberia de nada ? Será que sabia para onde o dinheiro tinha ido ? Provavelmente não, caso contrário teria dito algo.

- Eu... eu comprei outras coisas - disfarçou ela, sentando-se com o lençol na frente.

Sem acreditar nela, ele foi até o closet anexo ao quarto.

Lucy fechou os olhos, segurou a respiração e ficou esperando a explosão dele.

Um longo e angustiante silêncio tomou conta do ambiente. Então ele voltou, pegou o telefone e despejou uma série de ordens em grego.

Resolvendo que teria que aprender grego o mais rápido possível, Lucy foi soltando o ar lentamente.

Com certeza ele vira os armários vazios e, mesmo assim, não disse nada.

- Vá tomar banho - ordenou ele, levantando uma garrafa de champanhe do balde de gelo e entregando-a a ela - Quando terminar, as roupas já estarão aqui.

- Que roupas ?

- As que eu mandei trazer para você - informou ele, com a segurança de alguém que não se preocupa com a conta bancária. Lucy olhou-o nervosa. Seu ar era de intimidação.

O que ia dizer quando ele perguntasse no que tinha gasto o dinheiro ?

Com a cabeça tumultuada por mil desculpas plausíveis, entrou embaixo do chuveiro. A água a revigorou, mas nem toda a espuma do mundo lavaria as lembranças do estilo impetuoso de Natsu fazer amor.

Depois de se enxugar, enrolou-se na imensa toalha e entrou no quarto, aparentando tranqüilidade.

Um longo cabide cheio de roupas estava no meio do cômodo.

- De onde surgiu tudo isto ? Você não teve tempo de ir a uma loja...

- Quando se é rico, a loja vem até você. Mas é claro que a herdeira mimada de Alexandros Heartfilia sabe disso muito bem - informou ele.

Ela não conseguia afastar os olhos. Como assim, a loja vem até você ?

Numa mesinha, havia uma série de cosméticos sofisticados. Nada tinha sido esquecido.

Ela se encaminhou para perto do cabide e começou a examinar as roupas como se a situação fosse familiar para ela. Nunca vira roupas daquele tipo, o que dirá vesti-las. Uma saia mínima de seda preta chamou sua atenção.

- Escolheu bem - observou ele, atrás dela - É como se a saia tivesse escrito "desclassificada" nela toda, e como é isso o que você é, nada melhor do que anunciar.

Ela virou-se, os olhos dardejantes de mágoa.

- E se eu sou uma desclassificada, você é o quê ?

- Sexualmente satisfeito - gracejou ele, puxando a toalha de uma vez.

Ela tentou agarrar a toalha, mas ele não deixou.

- Seu corpo é realmente maravilhoso - murmurou ele, pegando em seus seios. Imediatamente, seus mamilos se enrijeceram e ele sorriu - E você, você é louca por mim. Se não estivéssemos atrasados, eu a levaria para a cama de novo para tentar uma nova posição.

Lucy ficou ruborizada de vergonha. Tentou se afastar, mas Natsu segurou-lhe o rosto, forçando-a a encará-lo.

- E vê se não flerta com ninguém, ouviu ? Você pode ser uma desclassificada, mas é só minha.

Flertar ?

Era inacreditável ! Natsu não sabia absolutamente nada sobre ela. Ela sempre evitara qualquer relacionamento sério.

Ele pegou um top no cabide.

- Vista isto com a saia - ordenou ele - E nada de sutiã.

Ela sentia-se perdida. Nunca vestira roupas daquele tipo.

- Não po-posso ir sem sutiã. Meus seios são...

- Enormes ? - arriscou ele - Muitas pessoas que estarão lá vão se perguntar por que me casei com você. Vou mostrar o motivo.

Torturada pela zombaria dele, ela o encarou.

- Será que você não prefere que eu saia só de calcinha e sutiã ?

O tom era irônico e o sorriso forçado.

- Não, isto aqui vai deixá-la mais sexy. Acredito.

- Você não pode me obrigar a vestir isto.

- Não me teste, Lucy.

- Tudo bem.

Ela arrancou a roupa das mãos dele, pegou os cosméticos e o enfrentou.

- Se você quer que todo mundo saiba que você casou com uma desclassificada, é uma desclassificada que você vai mostrar !

Ela entrou no banheiro e bateu a porta.


P. S.: Seis horas ininterruptas de sexo ? Olha, sinceramente, com essa até eu fiquei de queixo caído. Haja disposição, viu... ^^

P. S. 2: Nos vemos no Capítulo 6.