Aviso legal: Nada disso me pertence
CAPÍTULO 5
Confronto
Nos dias que se seguiram, Bruce e Helena se aproximaram rapidamente.
Helena não desgrudava de Bruce quando ele estava em casa, o que era algo muito estranho para o homem, ele nunca fora acostumado com esse tipo de atenção. Nem Selina era fora tão carinhosa com ele, mas Helena era como um filhotinho que sempre estava procurando atenção.
Ele dormia com a menina sempre que ela tinha pesadelos, ou ela aparecia em sua cama durante a noite e ele só percebia quando a via do seu lado pela manhã. Bruce lia durante horas para ela na biblioteca, histórias de detetive que a menina ouvia atentamente. Sherlock Holmes tornou-se logo o personagem favorito de Helena. Ele chegou até a ver TV com a menina e levava-a regularmente para ver Selina no hospital. O estado de Selina ainda permanecia o mesmo, mas Helena dera a Bruce uma nova esperança. Ele podia ver Selina nela todos os dias, e podia ver-se em muitos momentos. Era estranho, porém fascinante.
Em paralelo, Bruce seguia suas atividades como vigilante de Gotham, o que lhe tomava todo o tempo restante. Em meio a tudo isso, ele ainda conseguiu tempo para fazer sua própria investigação sobre Lex Luthor e a relação dele com Selina e sua filha, para isso, ele contou com a ajuda de uma pessoa muito especial.
E justamente por isso, naquela tarde de sábado, mais de um mês depois de Helena chegar na mansão Wayne, Bruce recebeu uma visita enquanto cuidava dos cavalos no estábulo de sua mansão.
- Clark, a que devo sua visita? – Bruce perguntou para o repórter que acariciava a crina de um dos cavalos. – Conseguiu alguma informação importante?
- Nada que coloque Luthor no caso de Selina. – Clark respondeu. – Mas vim te avisar que ele estará essa noite em Gotham. E acho que não será a troco de nada.
- Hoje à noite é o baile de gala do museu de arte moderna de Gotham. O museu é patrocinado pela minha empresa. Tenho que estar lá. Você acha que Luthor vai fazer alguma coisa?
- Conhecendo Luthor, acho que, talvez, ele só queira dar uma olhada em você... medir forças..., mas não é bom deixar Helena e Selina sozinhas. Ele deve saber que você estará ocupado e como sei que virá com todos os capangas que o seguem, achei melhor vir pra Gotham, assim você pode ir encontrá-lo e eu ficarei de olho nas duas. Patrulharei aqui e no hospital.
- Seria ótimo, Clark. Obrigada. – Bruce disse levando a mão ao ombro do repórter. - Vamos lá dentro, Alfred fez chá.
Clark e Bruce voltaram a mansão. Obviamente àquela altura, o futuro maior detetive do mundo já sabia que seu novo amigo jornalista era o mesmo cara alienígena de Metrópolis que usava cueca por cima da roupa, e o kriptoniano, sabia que o bilionário de Gotham saía todas as noites para vigiar a cidade. E ambos estavam cooperando para proteger Selina e Helena, como ainda cooperariam tantas vezes no futuro para salvar o mundo.
/
Bruce chegou atrasado ao baile do museu de arte moderna de Gotham.
Chegou atrasado, segurando uma garrafa meio cheia de whisky muito caro e ladeado por duas lindas modelos suecas, especialmente agenciadas para acompanhar o bilionário pelo tapete vermelho.
Bruce vestia perfeitamente o manto de playboy inconsequente que assumira meses antes ao retornar para Gotham.
Depois de fazer um discurso propositalmente elogioso e genérico sobre o evento, ele continuou mantendo seu papel enquanto esquadrinhava o salão cheio de figurões a procura de um em particular.
E foi quando novamente voltou ao bar para buscar outro drink que fingiria beber, que Bruce foi abordado pela pessoa que estava procurando.
- Sr. Wayne. É um prazer.
Lex Luthor apareceu estendendo-lhe a mão.
Juntando toda a frieza que tinha, Bruce apertou a mão de Lex de volta e abriu um sorriso.
- Sr. Luthor, é um prazer. O que o traz a Gotham?
- O senhor, senhor Wayne. – Luthor falou encarando-o. – Eu gostaria de conhecê-lo.
- Muitos gostariam. – Bruce brincou. – Bem, mas se eu interesse é fazer negócios com a Wayne Enterprises, o senhor pode entrar em contato com o Lucius Fox, nosso CEO, eu não cuido dessas coisas técnicas...
Luthor manteve-se sorrindo.
- Não, Sr. Wayne. Creio que meus negócios com o senhor sejam outros... – falou aproximando-se do ouvido de Bruce onde falou baixinho: Me diga uma coisa, as duas beldades com quem o senhor chegou, sabem que o senhor acaba de assumir uma filha de nove anos e que faz vigília para uma mulher em coma no Gotham Hospital?
Bruce desfez o sorriso falso.
- Acredito que elas não têm nada com isso.
- Bem, faz sentido. Homens da nossa posição sempre possuem segredos sujos. Eu também tenho os meus, Sr. Wayne.
- Eu imagino... – Bruce disse sério. - Mas agora me diga de verdade, Sr. Luthor, por que veio a minha cidade e a minha procura?
- Você pegou algo que eu quero. – Luthor foi direto. - E eu vim lhe dizer que vou pegar de volta.
- Selina não pertence a você. – Bruce o encarou.
- Acho que você está errado, eu paguei muito bem e por muito tempo aquela prostituta...
- Selina não é prostituta. – Bruce retrucou segurando-se na última ponta de razão.
- Não foi o que parece quando eu paguei pra ela chupar o meu pau...
A última ponta de razão de Bruce cedeu. Ele só lembra de estar em cima de Luthor, socando a cara dele com todas as forças que conseguiu juntar. Ele lembra da gritaria, do sangue espirrando em seu punho fechado, dos flashes fotográficos e de alguém muito forte tirando-o de cima de Luthor e afastando-lhe rapidamente dali.
Quando Clark o jogou no banco de trás da limusine, Bruce ainda rosnava.
- Vou matá-lo! Vou matá-lo!
- Você não vai. – Clark disse segurando-o para Bruce não sair do carro. - Calma, cowboy.
- Eu vou voltar lá e acabar com ele!
- Bruce, se você se mexer daí eu vou ter que te desacordar. – Clark disse com calma. - Agora se acalma... Você mesmo já me disse que nunca mataria ninguém...
- Eu poderia abrir uma exceção dessa vez. – Bruce falou, a raiva cegando-o. - Esse cretino veio aqui só pra me provocar, Clark. Só pra isso! Ei, espera... o que você está fazendo aqui? Você não ia cuidar da Helena?
- Estou cuidando.
Ao falar nisso, a janela que separava o banco de trás da limusine do motorista abaixou e Helena surgiu sorrindo-lhe do banco da frente, Alfred estava do seu lado dirigindo.
- Oi papai! O sr. Clark nos trouxe pra um passeio. Ele disse que viria buscar o senhor.
Bruce não sorriu de volta.
- Helena, feche essa janela, eu e Clark precisamos conversar... – Bruce ordenou em um tom que Helena já havia entendido que devia respeitar, assim obedeceu-o sem dizer nada.
/
Bruce ainda levou algum tempo para acalmar-se e só depois de checar duas vezes com Lee Thompkins que Selina estava segura no Hospital, ele relaxou um pouco. Clark voltou para Metrópolis depois de deixá-lo em casa, e Bruce ainda teve que se recompor para colocar Helena na cama. A menina exigiu a presença do pai depois de descobrir que Luthor estava na cidade.
Depois que a filha dormiu, Bruce estava descendo as escadas da mansão para ir a caverna quando seu celular tocou.
- Bruce Wayne.
- Bruce, é a Lee. É sobre a Selina. Ela desapareceu do leito do hospital.
Bruce não teve tempo de responder. Ao virar-se no escuro. Ele percebeu um vulto vindo em sua direção.
Ele apenas sentiu o empurrão contra parede e viu os olhos verdes enfurecidos.
- Onde está a minha filha?
