Capítulo 5

Boa Leitura!!!

Bella terminou de passar o protetor solar nos braços e nas pernas e deitou-se sob o guarda sol com um suspiro de contentamento. Contra as suas expectativas, estava gostando de ficar sozinha. A área da piscina ocupava uma grande parte no fundo do jardim, oferecendo um paraíso de tranquilidade. Exceto pelo canto dos pássaros e o zumbido de insetos, era extremamente silenciosa.

Ela colocou seus óculos de sol e tentou interessar-se por seu livro, mas as tentativas da heroína em ir atrás do homem errado não conseguiram prender sua atenção, e ela finalmente deixou o livro de lado. Ela perguntou a Sue se ela poderia verificar quando seria conveniente visitar Emmett. Mas a resposta da signora foi que ele estava muito febril e dormia.

Se ela estivesse realmente apaixonada por ele, estaria roendo as unhas, pensou Bella indignada.

Mas estava claro que tinha de exercitar a paciência e esperar que Emmett pedisse para vê-la.

Ela suspirou. "Deus, que situação".

Mas o calor já a estava acalmando, fazendo fechar os olhos e relaxar. Lembrando-se de que era inútil se aborrecer, pois, pelo menos por enquanto, não tinha o controle do próprio destino. O que tiver de ser, será. Não é isso o que dizem? Então seguirei de acordo com a correnteza. Especialmente quando parece não haver escolhas.

Ela fechou os olhos. "Oh, Emmett. Pelo amor de Deus, melhore rápido e me tire daqui."

Edward estacionou seu jipe na frente da casa e saiu do carro. Precisava, pensou ele, nadar e beber algo gelado. O que ele não esperava era a repentina aparição de sua tia, como se o aguardasse.

— Onde você esteve? — perguntou ela.

— Na cidade. Sam pediu-me que eu falasse com o pai dele, convencê-lo a não passar outro inverno naquela terrível cabana

—Ele pediu? — As sobrancelhas levantaram. — Às vezes, Edward, acho que você esquece sua posição.

Ele olhou-a com seriedade.

— Sim, Zia Esme. Às vezes esqueço como os acontecimentos das últimas semanas infelizmente o confirmaram. Mas Besavoro é a minha cidade e as preocupações de meus amigos também são minhas.

Ela resmungou impaciente.

— Você não levou a garota com você?

Ele deu de ombros.

— Eu a convidei, mas ela recusou.

Ela olhou-o furiosa.

— Isso é mal.

— Não. — disse ele. — Parece melhor do que imaginei. — O sorriso dele era frio. — Mas não me peça para explicar.

Ela mudou de assunto.

— Você deveria ter me dito que ia à cidade. Podia ter comprado remédios para meu pobre menino. Na noite passada, ele delirou. Falou coisas sem sentido.

— Provavelmente é um hábito. — comentou Edward. — Por que não pergunta para a namorada dele?

Ela lançou-lhe um olhar furioso e voltou às tarefas de enfermeira. Edward seguiu mal-humorado para seu quarto. A piadinha fora irresistível, mas se arrependera. Não havia necessidade de lembrar-se de que Bella e Emmett tinham uma relação íntima. Mas o que não conseguia explicar era o porquê de achar isso tão irritante.

Afinal de contas, pensou ele, nunca sentira ciúme em seus envolvimentos anteriores. Para ele, sexo era normalmente apenas mais um apetite a ser saciado. E não havia nada a ganhar com ciúme. Ele sentira-se imediatamente intrigado por Bella.

E, com tais pensamentos, pegou sua toalha e óculos escuros, e foi até a piscina encontrá-la. Ele encontrou-a dormindo, a cabeça levemente virada. Mantinha o pé vulnerável aos raios solares, então, ele fez um pequeno ajuste no guarda-sol. Feito isto, não se moveu imediatamente. Permaneceu de pé por um momento, olhando-a. Usava um simples biquíni verde-escuro. O corpo delgado parecia o caule de uma flor; os cabelos, as pétalas.

Ele a queria com tanta intensidade, que sentiu uma pontada no estômago. No entanto, esse não era o momento. Teria de se controlar. Engolindo em seco, ele virou-se, jogou a toalha e os óculos na espreguiçadeira ao lado, caminhou até a beira da piscina e mergulhou.

Com a vista embaçada, Bella escutou o barulho da água e despertou. Apoiando-se, olhou à sua volta, desorientada. Olhos moveram-se para a piscina, e viram o corpo moreno deslizando na água. Instantaneamente sentiu um frio no estômago. Ela observou-o completar mais uma volta e depois vir em direção à borda.

Ela pôs os óculos e pegou o livro, segurando-o à sua frente como uma barreira, à medida que Edward saía da água e caminhava até ela, o corpo cintilando à luz do sol.

— Olá. — O sorriso era casual, enquanto secava-se com a toalha.

— Oi. — respondeu ela com hesitação, sem olhá-lo diretamente. Aquela sunga, pensou ela, era mínima. — Vo-você voltou cedo. Resolveu tudo?

— Não como eu esperava. — Ele sorriu. — Tive uma batalha com um velho teimoso e perdi.

— Bem. — disse ela. — Isso pode acontecer com frequência.

— Acontece com Billy. — O rosto relaxou em um sorriso. — Ele não consegue esquecer que eu e seu filho crescemos juntos e que o considero um segundo pai.

— Então por que vocês estão em conflito agora? Não que isso seja problema meu.— acrescentou ela apressadamente.

— Não é segredo. Mesmo quando a esposa dele era viva, não gostava da vida na cidade, então quando ela faleceu, ele se mudou para uma cabana nas montanhas para cuidar de suas cabras. Está lá desde então, e Sam está preocupado, pois ele está ficando velho demais para viver lá. Quer que o pai more com ele, mas Billy diz que a nora cozinha mal e tem a língua de uma víbora. Nada pude argumentar em relação a isso.

— Com certeza não. — concordou ela solenemente.

Ele deu risada.

— Mas a luta ainda não terminou.

— Você não desiste fácil.

— Simplesmente não desisto.

Ele estendeu a toalha na espreguiçadeira e olhou para o livro dela.

— Tem livros em inglês na biblioteca. — disse ele. — Há clássicos e modernos. Se quiser emprestado, peça a Sue para mostrar lhe onde estão.

— Obrigada. — As sobrancelhas ergueram-se. — É por isso que seu inglês é tão incrível; você lê muito?

— Aprendi inglês como segunda língua na escola. — disse ele. — E frequentei a universidade na Inglaterra e na América. — O sorriso dele provocou-a. — E foi sorte, pois seu italiano é mínimo.

— Mas meu francês não é tão ruim. — ela defendeu-se. — Se eu tivesse partido para as férias que eu originalmente tinha planejado, me destacaria.

— Ah — disse ele. — E que férias eram essas?

Ela ficou imóvel, blasfemando consigo mesma.

— Pensei em Riviera. — disse ela. — Mas depois que conheci Emmett, mudei de ideia, é claro.

— Claro. — Ela detectou um tom de ironia na voz dele. — Você deveria ter seguido seu plano. — continuou ele. — Assim teria evitado conhecer a Zia Esme.

— Verdade — disse ela. — E Emmett talvez não tivesse se resfriado.

— Não com você mantendo-o aquecido, tenho certeza. — disse ele, satisfeito em vê-la enrubescer. — Você foi vê-lo?

— Tentei. — admitiu ela. — Mas a mãe dele não permitiu.

— Parece que está bastante febril. — E você deve deixá-lo ainda mais. Ele fez uma pausa. — E ela deve ter razão. — acrescentou ele. — Mas você quer que eu fale com ela para você?

— Você falaria? — perguntou ela. — Mas por quê?

— Quem sou eu para ficar no meio do amor? — Ele deu de ombros.

Abruptamente, ela disse:

— Você conhece Rosalie?

— Conheci. Por quê?

Estava querendo saber como ela era.

— O que Emmett diz?

Ela mordeu os lábios.

— Que ela é rica.

— Um pouco cruel. — disse ele. — Também é bonita e dócil. — Ele sorriu. — Uma overdose de mel. Bem diferente de você, mia cara.

Ela mordeu os lábios novamente.

— Não estava buscando comparações.

— Então, o que você quer? — O tom de repente ficou incisivo. — Você deveria falar com Emmett. E, de acordo com ele, a Hale virou lenda.

— A mãe dele não parece pensar assim.

Houve um silêncio estranho, e então ele disse:

— Mia bella, se você e Emmett se querem, o que mais importa? — Ele saiu da espreguiçadeira, como se de repente tivesse ficado impaciente. — Bem, está na hora de irmos almoçar.

Mais uma vez, apenas dois lugares haviam sido colocados na mesa da sala de jantar. E seu lugar, observou Bella, tinha sido reservado a pouca distância do dele. Apesar de suas reservas mentais, a manhã no ar fresco certamente aguçara seu apetite. Ela comeu uma tigela de sopa de legumes e uma porção substancial de macarrão. Mas seus olhos arregalaram-se quando Harry trouxe o prato seguinte — bacalhau assado com batatas e parmesão.

— Mais comida? — Ela balançou a cabeça. — Não acredito. Como alguém consegue trabalhar depois disso tudo?

— Ninguém consegue. — Edward entregou-lhe um prato. — Emmett não lhe apresentou os prazeres da sesta? — Ele manteve a voz calma com esforço, sabendo que queria ser a pessoa a compartilhar aquelas horas da tarde com ela. Dormir com ela em seus braços, e depois acordar e fazer amor. — Descansamos e trabalhamos quando está mais fresco. — acrescentou ele, enchendo sua taça de vinho.

— Acho que Emmett está acostumado aos horários de Londres agora. — disse ela, olhando para o prato.

— Mas ele não vai trabalhar lá para sempre, você sabe. — Ele lançou-lhe um olhar meditativo. — Você gostaria de morar em Turim ou em Milão?

— Não pensei nisso.

— Ou... — disse ele lentamente —mesmo em Roma?

Ela disse:

— Acho que me adaptaria.

Exceto pelo fato de que isso nunca vai acontecer, e pôs-se a comer. Ela desejava desesperadamente que pudesse confiar nele. Dizer-lhe exatamente por que estava aqui. Mas não havia garantia de que ele entenderia e talvez não apreciasse o fato de ter sido feito de bobo. Além disso, a deixaria ainda mais vulnerável em relação a ele. Ela já chegara a esse ponto. Tinha de seguir adiante. A voz dele interrompeu seu devaneio.

— No que você está pensando?

Ela rapidamente forçou um sorriso.

— Ah, em como vai ser bom estar com Emmett novamente. Parece que faz séculos que não ficamos sozinhos. — Ela fingiu ansiedade. — Você acha que vai conseguir convencê-la?

— Sim. — Edward disse calmamente, depois de uma pausa. — Sim, acho.

E eles continuaram a refeição em silêncio. Sestas eram provavelmente boas na teoria, pensou Bella. Na prática, não pareciam funcionar muito bem. Não para ela. Ela ficou deitada olhando para o ventilador de teto. Precisava de algo para ocupá-la. Tinha terminado seu livro, o fim tão previsível quanto o restante da história. Sua mente só ia a uma direção — conde Edward Cullen.

E era patético pensar em um homem que, há uma semana, era apenas um nome nos papéis do Banco Cullen. Uma figura distante, nada mais. E não importava o quanto fosse atraente, era assim que permaneceria — remoto. Não fazia parte do mundo em que vivia, exceto por aqueles dias inesquecíveis.

Ela saiu da cama. Tomaria um banho. Seu encontro com Emmett tinha sido marcado para antes do jantar. Um bilhete trazido por Sue informou-lhe do combinado. Preparava-se para a ocasião, colocando um vestido azul sem mangas. Tentou melhorar o visual com um bracelete e correntes de prateados.

Seguindo Harry, encontrou-se em um longo corredor que dava em outro jardim. A fonte ali era maior, percebeu ela, e bem mais elaborada, coroada pela estátua de uma mulher esculpida em mármore. Ela parou.

— É a deusa Diana, signorina.— disse Harry, que também parará. — Linda, não?

— Muito — concordou Bella. Depois olhou para o corredor que tinha uma porta dupla no final. — Aquele é o quarto do signor Emmett?

— Não, signorina. Aquele é o quarto de Sua Excelência. O signore, o primo dele, está aqui. — Ele virou-se para a esquerda, em direção a um corredor bem menor, e parou, batendo à porta.

A porta abriu-se imediatamente, e a signora apareceu, a expressão de pura malevolência.

— Você tem dez minutos. — falou ela rispidamente. — Meu filho precisa descansar.

O que ela acha? Bella perguntou-se ironicamente enquanto entrava. Que vou pular em cima dele? As persianas estavam fechadas e o cômodo, impregnado de óleo canforado, estava iluminado apenas por um abajur ao lado da cama. Emmett estava deitado, os olhos fechados. Ela puxou uma cadeira e sentou-se ao lado da cama.

— Olá. — disse ela ternamente. — Como você se sente?

— Péssimo. — A voz estava rouca, e os olhos, quando se virou para ela, vermelhos e marejados. — Sequer consigo falar, mas Edward insistiu. Tive de escutá-lo discutir com minha mãe e minha dor de cabeça voltou. O que você quer?

— Não quero nada. — Ela mordeu os lábios. — Emmett, é para estarmos loucos um pelo outro, lembra-se? Pareceria muito estranho se não perguntasse por você. — Ela hesitou. — Acho que seu primo está com pena de mim.

— Era melhor que concentrasse sua compaixão em mim. Recusa-se a chamar um médico, mesmo sabendo que tenho os pulmões frágeis desde criança. — Ele tossiu como se para provar o que dizia. — Ele falou que preferia chamar um veterinário para examinar Jake, e ele e minha mãe voltaram a discutir.

Bella suspirou.

— Sinto muito se você está passando por maus momentos, mas você não é o único. — Ela inclinou-se. — Emmett, estou achando muito difícil lidar com o fato de ser uma hóspede indesejada. Preciso de você para me dar apoio. — Ela fez uma pausa. — Quanto tempo vai levar para você melhorar e sair dessa cama?

— Quando mamma achar que estou fora de perigo — disse ele. — Só ela sabe o quanto estou doente. Tem sido maravilhosa; uma santa em cuidados e paciência. — Ele espirrou violentamente e limpou o nariz com um monte de lenços. — E minha saúde é mais importante do que sua conveniência. — acrescentou ele com a voz abafada.

Ela levantou-se e disse incisivamente:

— Na verdade, é a sua conveniência que está em jogo aqui. Mas se você preferir, mantenho distância.

— Não quis dizer isso. — disse ele, o tom de voz mais conciliatório. — É claro que quero que continue a fingir. Vou dizer a mamma que você deve me visitar todos os dias a fim de ajudar em minha recuperação. Que não consigo viver sem você. — acrescentou ele com uma repentina inspiração.

— Não precisa ir tão longe. Mas, pelo menos, vai me dar motivo para prosseguir.

— E você pode sair para conhecer os lugares, mesmo que eu não esteja com você. — continuou ele. — Vou dizer a mamma para colocar Embry e o carro à sua disposição. — Ele tossiu novamente. — Mas já falei o suficiente agora. Minha garganta está doendo. Preciso dormir para melhorar, entende.

— Sim. — disse ela. — É claro. — Ela foi até a porta. — Bem, vejo você amanhã.

Do lado de fora, ela encostou-se na parede e respirou fundo. As visitas diárias seriam um tormento. Mas poder usar o carro oferecia-lhe a chance de escapar desse mundo enclausurado, pensou ela e, mais importante ainda, significava que não teria mais a companhia de Edward Cullen.

E era exatamente isso que queria, ela disse a si mesma. Não era?

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