Itachi on

Madara me disse onde ficava o local mais provável que Renaise poderia estar e onde ficava. Era um pouco distante de onde estávamos alojados, o que me fez usar meu chakra emprestado pra chegar mais rápido.

- Sabia que eles não viriam mas não achei que seriam tão baixos a ponto de mandarem você atrás de mim.

Ok. Não esperava por isso, não entendendo como essa garota consegue me deixar sem palavras em certos momentos.

- Eles não me mandaram, vim por que quis.

Ouvi sua risada abafada.

- É pra fingir que eles se importam?

- Você está errada, eles se importam mais do que pensa. Achei que estava acostumada com o jeito Uchiha.

Mais uma vez ela riu. Isso não está normal, não pra ela.

E mesmo assim ela não virá de frente pra mim, nem encara meu rosto. Sua voz está abafada como se colocasse seu moletom em frente à boca.

- Eu também achei, assim como achava que fazia algo certo ficando aqui.

- Você faz. Madara e Obito precisam de você, eu preciso.

Ela negou quando finalmente se virou pra mim olhando em meus olhos e eu percebi seus olhos inchados e vermelhos denunciando seu choro.

- Ele vai casar.

Usei minha velocidade e meus reflexos quando Renaise me disse isso. Antes de caísse de joelhos consegui pegá-la e a abracei como se passasse força.

Então é por causa de Madara que ela está assim, não por minha. Não que isso tenha me deixado pra baixo mas pelo menos esclareceu as coisas.

- Como sabe?

Ela fungou.

- Ele deu a notícia a três meses e quanto mais a data chega mais eu quero sair de perto dele, arrancar isso que sinto por Madara nem que fosse com uma faca só pra dor parar.

- Mas isso foi bem antes de um chegar.

- Sim eu precisava de uma desculpa pra sumir e você foi a melhor delas. Sei que não sente nada por mim, Itachi mas eu peço que finja gostar de mim só pra mim ir embora. Depois disso prometo que tomaremos rumos diferentes, você vai atrás do seu irmão e eu irei pra longe onde sei que a lembrança dele não permanecerá aqui.

Sua mão estava em seu coração e seus olhos me encaravam com súplicas mudas as quais eu sabia que não poderia negar.

- Eu te ajudo mas com uma condição.

Renaise pulou em cima de mim se ajeitando ao meu lado e me olhando com os olhos esbugalhados, até um pouco fofo eu diria.

- Qualquer coisa.

Sorri.

- Você não vai pra longe, vai ficar comigo, como amigos é claro, e vai me ajudar a achar o Sasuke e a explicá-lo a verdade sobre o clã.

- Se é só isso eu aceito mas por favor me tira de perto dele.

Beijei o topo de sua cabeça e a abracei deixando que chorasse tudo o que precisava até cair no sono.

Voltei pra casa com Renaise adormecida em meus braços. Sabia que eles iriam querer explicações mas deixei pra pensar nisso pra depois, o mais importante agora é cuidar dela como ela cuidou de mim.

A coloquei lentamente na cama e sai do quarto dela indo em direção do meu tomar um banho. Logo depois disso fui em direção da cozinha comer algo e como o previsto, Madara e Obito me encaravam curiosos sentados nas cadeiras da mesa da cozinha. Arqueei uma de minhas sobrancelhas ironicamente acompanhado de um sorriso debochado.

Fui em direção a geladeira ver se existia algo comestível mas ainda deu tempo de ver Obito revirando os olhos e Madara trincando o maxilar. Achei um pão mais velho que Madara e um presunto que pareceu não estar estragado e peguei fazendo um mine sanduíche.

Madara ainda me encarava aparentemente bravo mas não liguei e me sentei perto deles. Comi minha refeição calmamente enquanto ambos me olhavam ansiosos. Terminei arredando o prato de perto de mim.

- Ela tá comigo agora.

Não, eu não ia contar pra eles a verdade. Faria exatamente o que ela queria, omitiria ou mentira, como queira.

Obito se levantou irado.

- Tá me zuando né, desgraça?!

- Acalme-se, Obito.

Encarei Madara tentando entender sua calma sendo que agora a pouco só faltava pular em cima de mim.

- Como me acalmar, Madara? Esse idiota vai nos tirá -la.

Revirei os olhos.

- Não vou tirar ninguém de ninguém. Renaise vai continuar aqui, por enquanto.

Madara frisou os lábios e frisou os olhos me encarando.

- O que quer dizer com "por enquanto", pirralho?

Suspirei.

- Vamos ficar aqui enquanto ela quiser ficar, depois disso vamos atrás de Sasuke e ela vai pra Konoha comigo.

Quase dei um pulo quando Obito bateu forte na mesa. Meu prato que ainda estava ali caiu no chão quebrando.

- Renaise não vai para Konoha, não vamos deixar.

Abri minha boca pra responder mas fui interrompido por uma voz atrás de mim.

- Eu vou e vocês não irão me impedir.

Olhei pra trás e lá estava ela. Apesar de sua voz estar segura seus olhos estavam baixos e ela segurava a parede escondendo seu rosto com seu cabelo.

- Você não sabe o que diz, Renaise. Ta confusa.

Obito agora parecia mais manso mas mesmo assim irritado.

- Para de tentar manda na minha vida, Obito. Como eu disse, não precisam mais de mim e eu já tenho de quem cuidar.

Renaise me olhou procurando apoio e eu na mesma hora assenti a ela com um sorriso pequeno.

- Era só o que faltava mesmo. Não vai fala nada, Madara? Vai deixar ela ir assim, sem mais nem menos?

Madara nos olhava neutro e preferi não me pronunciar já que eu basicamente não tenho nada que ver comigo, ou quase isso.

- Renaise já tem idade suficiente pra decidir por ela mesma, Obito. Apesar de não concordar devemos respeitar suas escolhas e se a escolha dela é seguir Itachi então que seja.

Nós os três olhamos para Madara como se ele tivesse dito que morramos daqui cinco segundos.

Renaise chegou perto de mim e pegou minha mão que repousava em minha perna direita.

- Vem.

Foi o que disse antes de me conduzir pra fora da cozinha indo em direção a seu quarto. Quando entramos e ela fechou a porta, Renaise pulo em cima de mim me abraçando e sorria.

- Obrigada, obrigada, obrigada, Itachi. Sem você não conseguiria e agora que Madara deu o veredicto eu não preciso mais me preocupar.

Assunto sorrindo, entendendo como isso a alegrava já que significava que estava livre de sua prisão interna.

- E agora?

Renaise arqueou uma sobrancelha.

- Como e agora? Você vai sentar aqui e deixar eu te examinar, mocinho. Acha que ja está sem por cento pra ficar zanzando por aí, é?!

Ela riu e me puxou até a cama onde me sentei e senti suas mãos em meus ombros. Fechei os olhos quando senti seu fluxo de chakra entrando em meu corpo lentamente.

- É... Você até que tá bem, mas vai ficar proibido de usar o Sharingan até chegarmos até Sasuke. Ele deve saber onde colocaram os olhos dos outros Uchihas depois do massacre pra fazermos uma cirurgia em seus olhos pra você obter o Mangekyou Sharingan eterno pois só assim seus olhos vão parar de sofrer danos internos e finalmente irão parar de incomodar.

Assenti mais uma vez, toda vez que conversamos ou mencionamos Sasuke é inevitável não ficar eufórico por alguns minutos. Ainda não sei bem o que vou dizer a ele quando chegar a hora nem como será sua reação mas só o fato de ter certeza que está bem já basta por enquanto.

Já tinha se passado uma semana desde o acontecido sobre a notícia do casamento de Madara e o acordo entre mim e Renaise. Combinamos de ir atrás de Sasuke amanhã mas os outros ainda não sabem e Renaise insistiu em contar e não eu.

Descemos juntos até a mesa de café da manhã, a morena não soltava minha mão desde o topo da escada que foi quando pegou. Volta e meia ela lecionava um pouco mais e eu sabia que era por nervosismo então apenas sorria lhe passando força.

Sentei na ponta, de frente pra Madara e Renaise sentou em minha esquerda ainda segurando minha mão.

- Acho que uma hora ou outra vocês saberão então...

Obito a olhou estranho.

- Do que está falando, Renaise-chan?

Ela suspirou fechando os olhos e logo depois o olhou novamente.

- Itachi e eu partimos amanhã...

BUM...

Só percebi quando Obito caiu duro no chão e Madara me olhava com o Mangekyou Sharingan ativado e seus olhos transmitiam raiva. Depois disso fui preso a um genjutsu.