Hurt/Comfort

Estável

"O bipe dos aparelhos e a linha esverdeada riscava de cima a baixo numa cadência estável."


"Quase morta", foi assim que falaram que a acharam.

Neste mesmo momento Leon decidiu que o presidente poderia ficar algumas horas sem ele, mas ela não. Foi a viagem inteira meditando, pedido a força maior que regia o mundo que não a tomasse. Jamais havia sentindo aquela sensação antes. Parecia que seu peito carregava um peso invisível custoso de segurar, sua ansiedade estourando alto.

Não haviam certezas, apenas que ela estava muito mal. Uma ilha perdida no meio do nada usada por bioterroristas para criar o caos no mundo. Claire era uma guerreira, uma sobrevivente, mas era humana.

Não poderia perdê-la, droga! Não para esses loucos que brincavam de Deus como se não fossem sofrer nenhuma consequência por aquilo. Como se a vida das pessoas pertencesse a eles.

Quando chegou ao hospital precisou se conter para não sair correndo e levantando sua identificação para quem tentasse impedi-lo. Agiu como se estivesse tudo bem, com certa frieza, como se não estivesse morrendo um pouco a cada segundo em que não a via. Ao passar pela porta de onde Claire estava a primeira coisa que Leon focou não foi o seu corpo sobre a cama e sim as máquinas em que estava ligada.

O bipe dos aparelhos e a linha esverdeada riscava de cima a baixo numa cadência estável. Ela estava bem.

Soltou o ar que nem sabia estar segurando.

– Vejam só se não é o incrível agente do governo, Leon Scott Kennedy – ouviu a voz fraca chamar por ele. Seus olhos foram até ela.

– Vejam só se não é a garota mais durona que já conheci na vida, Claire Redfield.

– O que faz aqui? Impedindo algum desastre global?

Leon sentiu um gosto amargo na boca ao pensar que não estava presente para ajudá-la no desastre que acabara de enfrentar.

– Um amigo preocupado não pode fazer uma visita?

– Sempre que ele quiser. Até quando não houver perigo.

Depois de ter certeza de que tudo ficaria bem e de conversar mais um pouco com Claire, Leon precisou se despedir. O presidente Benford tinha outra missão para ele. A vida deles era aquela eterna montanha russa de incertezas onde alguns riscos, numa tela de computador, definiam o dia de amanhã.

..


Hey folks!

O que estão achando das diversas interações entre esse casal maravilhoso? O capítulo de hoje se passa em 2011 pós RE Rev 2 e muito provável RE Damnation também. Eu me atrapalho muito nas cronologias, então qualquer erro não puxem minha orelha, mas me avisem nos comentários.