VOLTANDO PARA CASA

A princesa Bulma está á caminho de casa. Olhando por uma das janelas do cruzador, ela não vê á hora de chegar. Resolve sentar no apoio da janela enquanto observa o imenso universo á sua frente. Era magnífico ver as luzes de tantas estrelas e cometas. Ver as luzes que emanavam dos planetas, saber que existiam tantas vidas, tantas pessoas diferentes. "E entre tantos tive que cair justamente nas mãos dos saiyajins" Pensou triste, lembrando-se do seu compromisso. "Oh meu Deus!" Exclama. "Ainda não acredito que vou me casar". Lágrimas brotavam. "Mamãe me ajude!" Pede numa prece silenciosa. "Tenho vontade de desistir. De me rebelar." Respira fundo. "Não posso!" Fala para si mesma. "Não posso arriscar a vida de tantos inocentes! Os sayajins são muito fortes. Meu povo não sobreviveria. Seria um massacre!". Concluiu ela. E falando para si mesma em voz alta: "Eu devo acabar logo com esse sofrimento e aceitar meu destino" Diz num suspiro doído, "Sim, devo terminar logo com isso" repete, porém, não percebe que nesse exato momento Mai tinha entrado na sala e ouvindo a última fala da princesa ela pergunta:

- O que é que você deve terminar? Soava agressiva. Bulma leva um susto e vira-se para encarar Mai. Ignorando a pergunta dela, Bulma fala:

- Você me assustou! Comenta.

- Não se faça de boba! Acusa Mai. – E me responda de uma vez, o que quer dizer com devo terminar? Sua voz não era pra brincadeiras.

- Não estou entendo? Bulma estava confusa.

- Eu ouvi muito bem quando disse: Sim devo terminar logo com isso. Repete a fala. - O que você está planejando? Por que disse aquilo? Enche-a de perguntas.

- Não é da sua conta. Responde Bulma – Estava falando comigo mesma e isso não lhe diz respeito! Avisa.

- É claro que me diz! Confirma Mai. – Eu cuido da segurança do príncipe. Sei que deve estar planejando algo contra ele. Acusa. - Vou avisando que não permitirei que você tente nada! Ameaça ela.

- Você só pode ser louca! Fala Bulma. – Eu não planejo nada contra ninguém. Responde. - Não tenho que ficar aqui ouvindo suas teorias sem sentido! Conclui virando-se para sair da sala. Nesse momento, Mai a agarra pelo braço para impedi-la. Segurando-a pelo pulso ela diz raivosa:

- Não vou deixar que saia, até que me diga o que está tramando. Empurra-a de volta para trás.

Mya estava chegando quando vê a cena e voltando-se pelo corredor sai correndo em busca do príncipe.

- Como ousa! Exclama a princesa. E desvencilhando-se da saiyajin ela responde: - Eu já disse que não planejo nada. Bulma estava surpresa com a atitude de Mai. Sentia o sangue latejar de tanta raiva. – Nunca mais ouse me tocar! Você não me assusta! A Marca de nascença da princesa brilha intensamente .

- Eu não recebo ordens suas! Grita Mai. – Você não é nada para mim! Diz segurando a princesa pelo braço novamente e o torcendo. Bulma geme de dor.

Mya está correndo pelos corredores da nave. "Preciso achar o príncipe antes que ela machuque Bulma!" Pensa. Sem prestar atenção por onde vai, ela esbarra em Vegeta e cai no chão:

- Você ficou maluca? Pergunta ele irritado olhando-a no chão. – O que acha que está fazendo?

- Eu sinto muito majestade. Diz desculpando-se. – Mas se o senhor não intervir Mai vai machucar a princesa. Disse de uma vez.

Os sentidos de Vegeta se põe em alerta e sem perder tempo ele sai correndo por onde veio Mya:

- Vá chamar Toma e alguns soldados! "O que Mai está fazendo?" Pergunta-se. Precisava impedi-la.

Na sala de estar, Bulma tem o braço preso pela saiyajin que o torce para trás. Ela consegue se transformar e a força que usa empurra Mai contra um sofá. Tinha os olhos escuros de ódio:

- Você vai me pagar! Avisa iniciando um ataque. Um grande brilho toma conta da sala, cegando Mai que não espera e recebe o ataque. Vegeta que acabava de chegar presencia a cena arregalado. Bulma, estava com a mesma aparência que possuía na terra. "Sim é uma fada" Exclama ele vendo-a mais de perto. Sua roupa e asas eram verdes. O olhar tinha mudado e uma áurea também de cor verde, brilhava ao seu redor. Mai estava se recuperando do taque e já partia para cima da princesa. Quando ia acertar um soco é surpreendida pelo princípe que se coloca na frente para defender Bulma. Vendo que acertou o princípe e não a rival, Mai se assusta:

- Mas como? De onde veio? Estava atordoada.

Vegeta com muita raiva atinge Mai derrubando-a no chão. Nesse momento Mya retorna com Toma e alguns soldados. Eles também olham assustados para a princesa.

- Os soldados estão aqui majestade! Avisa Mya ainda trêmula.

Mai começa a levantar-se com dificuldades. Ela não entende porque o príncipe a atacou. Bulma também estava assustada.

-Por que me atacou majestade? Pergunta Mai. - Estava tentando impedi-la de lhe trair atacando-o quando menos esperasse. Reclama.

- O que? Pergunta ele sem entender as palavras dela.

-Mentira! Exclama a princesa. - Ela mente. Reafirma.

Vegeta ordena que Mai explique-se melhor.

- Eu estava andando pela nave, quando resolvi entrar na sala para verificar se estava tudo bem. Começa ela. – Ao entrar aqui, deparei-me com ela dizendo que tramava algo contra o senhor. Diz. Vegeta olha para Bulma. Esta, reage indignada:

- É mentira! Eu estava aqui apenas observando as estrelas. Falava comigo mesma e pensava na minha vida, não reparei que ela tinha entrado na sala. Conta. – De repente, ela começou a me acusar de tramar algo contra você. Não sei de onde está louca tirou isso.

- Você mesma quem falou! Acusou Mai. – Eu ouvi muito bem! Como comandante da guarda real é meu dever impedir! Grita.

- Você apenas me ouviu dizer: "Eu preciso terminar logo com isso!", e não que eu planeja um atentado. Bulma também tinha o tom de voz elevado.

- Chega! Berra Vegeta. – Parem de discutir! Manda ele. – O que você quis dizer com isso? Pergunta ele para a princesa.

- Eu dizia para mim mesma que deveria terminar com meu sofrimento e aceitar meu destino. Explica tristemente. - Como poderia tramar alguma coisa contra você? Pergunta a Vegeta que a observa. - Estou sozinha e não tenho forças para lhe enfrentar. Essa história é ridícula! Ele concorda com ela mentalmente. E agora dirigindo-se para Mai ela acusa: – Você me calunia porque é apaixonada pelo príncipe, e tem raiva porque vou me casar com ele! Ironiza ela.

As palavras de Bulma surpreendem Vegeta. Mai fica possessa com o que ouve e parte mais uma vez para cima da princesa. Antes de tocá-la Vegeta a agarra pelo pescoço assustando Bulma. Mai não entende a atitude do príncipe:

- Por que? Pergunta á ele com voz rouca.

- Você é uma idiota inconsequente! Acusa ele. – Poderia ter destruído a nave e comprometido nossa viagem e segurança. Ele estava possesso. – Acusou a princesa sem provas e atacou-a. Ele pressionava cada vez mais o pescoço dela. – Se a tivesse matado você colocaria os planos do seu rei por terra! Diz ele furioso. - Nunca mais irá tocá-la.

- Eu não queria... Mai tentava dizer... Me... me... desc... não conseguia terminar a frase.

Bulma percebendo que o príncipe mataria Mai intervém:

- Solte-a! Pede segurando no braço dele. – Você vai matá-la! Diz ela desesperada. Vegeta olha Bulma com espanto. Mai tinha tentado acusá-la e atacá-la, mas ela ainda clamava por sua vida. Nem parecia a guerreira de minutos atrás.

- Por favor! Insiste segurando o braço dele.

Vegeta solta Mai, que cai no chão. Ela tosse muito e tenta respirar. Ela se levanta com a mão no pescoço e encara o príncipe sem entender. "Ele quase me matou!" Pensa. "Quase me matou por causa dela. Maldita!" O ódio se misturando com a vontade de chorar.

- Você foi uma inconsequente. Começa. – Por mim, seria morta por este comportamento absurdo contra sua princesa. Fala zangado.

- Ela não é minha princesa! Retruca Mai.

- Ela é minha noiva, e portanto, sua futura rainha! Berra ele o sangue latejando em suas veias. Não suportava saber que Mai tinha tentado machucar a princesa. – Deve obediência á ela, tanto quanto á mim. Berra.

- Estou destituindo você de seu cargo. Comunica para novo desespero dela. – Você ficará presa até que o rei tenha conhecimento de seus atos e decida seu destino. E chamando em voz alta: - Toma! Você será o novo capitão da guarda. Avisa ele ao rapaz. – Tire ela da minha frente. Ordena. O rapaz prende Mai e a leva.

Vegeta se volta para a princesa e pergunta:

- Você está bem?

- Não! Responde ela. – Como poderia me sentir bem? Pergunta melancólica. – Uma maluca que me odeia me atacando e acusando de conspiração. Você quase matando-a na minha frente... Ela leva a mão ao rosto. – Isto parece um pesadelo! Diz.

- Eu sinto muito! Ele desculpa-se para surpresa dela. – Mai foi uma idiota, terá o castigo que merece quando retornar ao planeta Vegeta. Diz ele.

- Não precisa! Fala a princesa. – Aposto que depois de tudo... ela geme de dor e segura o braço que lateja.

- O que você tem? Pergunta ele notando que o braço possui um hematoma.

- Eu estou com dor, me sinto muito cansada. Parece que tive minhas forças sugadas. Comenta perdendo sua forma de luta.

Vegeta á pega no colo. Isso á deixa constrangida que reclama:

- Oh não é necessário! Eu Consigo caminhar. Fala.

Vegeta ignora os protestos e ordena que Mya venha para organizar os aposentos da princesa. Mya corre na frente enquanto ele segue atrás com a princesa nos braços.

- Não é necessário! Realmente eu... Ela tenta argumentar novamente, mas ele continua ignorando os protestos.

Chegando ao quarto, ele à coloca na cama devagar. Manda Mya preparar a câmara de recuperação.

- Você precisa da câmara de recuperação. Explica ele. – Está machucada e e sem forças. Temos ainda muita viagem pela frente não podemos arriscar. Avisa. - Mandarei mais uma serviçal para ajudar e … Não termina a frase e Bulma desmaia. Mya fica preocupada. Ele então, começa a despi-la.

- Senhor... Não acho que deva... Mya começa a protestar surpresa.

- Não temos tempo para pudores. Não vê que ela precisa da câmara agora? Responde impaciente.– Não há tempo para chamar alguém.

- Sim senhor! Concorda Mya ajudando-o.

Assim que Bulma está totalmente despida, Vegeta a pega no colo mais uma vez. Apesar da situação não consegue deixar de notar a pele macia e clara. "Como era bela" pensou enquanto sua virilha reagia violentamente. "Talvez devesse mesmo ter chamado alguém". Ela não parecia em nada com uma menina de 17 anos. Já tinha percebido as formas dela pelas roupas e vestidos, mas não fazia ideia que fosse tão maravilhosa nua.

Levando-a para a máquina, ele a coloca dentro. Fecha a porta e liga a câmara. Aguarda alguns segundos até que o computador, informa que o tratamento durará uma hora.

Antes de sair ele avisa:

- Não comente com ela que eu lhe ajudei. Diz friamente, enquanto tenta disfarçar que ficou atordoado com a cena.

- Sim alteza. Responde Mya. Ao ouvi-lo sair do quarto, ela sorri divertida pela reação dele. – Acho que finalmente o príncipe foi abatido em batalha! Fala começando a rir.

Uma hora depois, Mya ajuda Bulma a sair da câmara de recuperação. Ela lhe alcança uma toalha. Assim que Bulma se senta ela pede:

- Preciso de algo para vestir! Teria algum pijama? Pergunta a Mya.

- Pode ser a blusa do príncipe? Responde a moça abrindo uma gaveta e retirando o objeto. Bulma dá de ombros:

-Que seja! Diz colocando o objeto que de tão grande lhe cobre o corpo até os joelhos. - Ficou uma camisola! Diz divertida.

- Ficou mesmo. Responde a moça sorrindo.

Já acomodada na cama, Bulma vê Mya deixar o aposento. Ela retira-se para avisar ao príncipe que a princesa está bem. Minutos depois ele entra no quarto para a surpresa de Bulma. Ela fica encabulada por estar usando sua blusa como camisola. Ele nota que ela veste a camiseta de seu pijama:

-Você parece melhor. Comenta.

- Sim estou. Confirma. -Espero que não se importe? Pergunta mostrando-lhe a camiseta do pijama dele sem graça.

- Fique a vontade. Responde com olhar zombeteiro fixando-se nos seios que a camiseta deixava aparente demais. - Darei mais algumas ordens e retornarei para o aposento. Explica. - Talvez você não saiba. Mas há só um quarto na nave e teremos que dividi-lo. Avisa. Ela estava com os olhos arregalados:

- Você só pode estar brincando!? Pergunta vermelha.

- Não. Responde calmo.

- E não pode dormir com os soldados? Pergunta sem convicção. - Ou na sala de comandos?

- Claro que não! Responde indignado. - Jamais vou dormir em dormitórios com soldados. E a sala de comando tem somente uma poltrona. Explica. - Vou dormir aqui. Responde. - Não se preocupe eu não mordo. Diz num meio sorriso antes de virar-se para sair.

Após a saída dele, ela caminhava pelo quarto desesperada quando Mya entra e lhe pergunta:

- Você ainda vai precisar de mim? Porque eu gostaria de me retirar. Diz olhando a princesa que se sentava na cama com uma expressão estranha.

- Vou. Responde, só agora encara Mya. – É verdade que existe apenas um quarto? Estava atônita.

- Sim é verdade. Responde a outra. Por que? E refletindo melhor: - Não me diga que ele vai dormir aqui? Mya estava surpresa.

- Ele disse que sim! Responde Bulma em pânico. - Ele não pode, eu não posso. Estava agoniada. - O que vou fazer? Sentia o sangue gelar.

Mya agora quem caminhava de um lado ao outro. Até que:

- Eu acredito que ele não lhe fará nenhum mal. Diz incerta. - Vamos fazer uma barreira com essas cobertas assim ele saberá que deve ficar longe. Diz arrumando os cobertores.

- Uma barreira de cobertas nunca vai segurá-lo se ele não quiser. Bulma estava cada vez mais apavorada. - Vou dormir na sala que estávamos antes. Diz ela sem convicção.

- Imagine. O príncipe ficará furioso se a encontra-la lá e vestida assim. Aponta para a camiseta.

- Está indecente? Por que não me disse antes? Reclamou

- Não está para permanecer nesse aposento, mas sim, está indecente caso você queira sair e desfilar pelo corredor ou deitar-se na sala onde qualquer um tem acesso. Explica.

Elas então decidem arrumar a barreira de cobertas.

Bulma não fazia ideia de quanto tempo tinha ficado acordada desde que Mya deixara o quarto, deixando as lágrimas correr. Contudo, afogar-se em auto-piedade era inútil. Encolhida o máximo possível, ela puxa o lençol por sobre a cabeça fazendo uma prece para que ele não venha. Parece passar uma eternidade e ele não aparace. "Talvez tivesse desistido, ou tido bom senso" pensa antes de sentir os olhos pesados de sono e sem aguentar mais adormece.

Ele demorara para voltar ao quarto de propósito. Tinha permanecido boa parte na sala de comandos tentando acalmar a raiva e o desejo. Não perdoaria Mai jamais. Nunca aceitaria aquela agressão contra sua princesa. "Minha princesa" pensou possessivo. Em poucas horas ela tinha se tornado "sua" um misto de orgulho e luxúria tomaram conta dele.

Estava tudo em silêncio quando Vegeta entrou no aposento. O cheiro dela o recebeu com uma estranha sensação de chegar em casa. Estranho, pensou. Nunca antes tinha sentido isso. Nem mesmo quando voltava para o planeta Vegeta depois de longos dias fora.

Á primeira vista, receou que Bulma tivesse fugido de alguma forma. Então viu que ela dormia, curvada no lado do canto da cama. Ao puxar as cobertas, seus olhos se demoraram nas formas adormecidas da mulher que era sua noiva. A parte de cima do seu pijama cobria aquelas curvas sensuais. Um sinal de posse. Riu da barreira de cobertas feita por ela. Facilmente se desfez dela. Vegeta estava com sono. Contudo, ele hesitou. Contemplou a mulher adormecida um pouco mais. Famintos, seus olhos passearam pelo corpo de montes e declives suaves, o subir e descer na decadência da respiração. Imagens eróticas o deixaram em transe. Pareciam mais com lembranças, como se já tivesse vivido outra vida e amado Bulma antes.

Vegeta pestanejou, lutando contra as visões. A cabeça zunindo. Atormentado, arrancou a blusa pela cabeça e jogou-a no chão. As luvas tiveram o mesmo caminho. Depois, livrou-se das botas e da calça, num esforço quase maior do que as forças que lhe restavam para não possuí-la colocou a calça do pijama. Nunca sentira-se assim, tão exausto de lutar contra o desejo. Talvez seu pior adversário.

Enfiou-se debaixo do lençol, puxando-o até a cintura. A pele de Bulma irradiava calor, dissipando a frialdade da cama.

Com todo o cuidado, para não acordá-la, ele enfiou os dedos pela cascata sedosa dos cabelos dela. E moldou o corpo contra o dela.

Sentiu-se absorvido naquela calor tranquilizador, se pelo menos a magia poderosa daquela fada afastassem os pesadelos que lhe atormentavam a noite... As pálpebras se fecharam, pesadas, conforme ele inalava o perfume de Bulma.

Mergulhada em sonhos sombrios, Bulma se espreguiçou, confortada por um calor bem vindo. As imagens que rodopiavam em sua mente tornaram-se mais nítidas. A névoa trazia os sons de uma grande tempestade que se formava próxima a um desfiladeiro. A sensação de mau presságio era opressiva, sufocante. Alguma coisa se aproxima. Diz uma voz que sussurra.

Sim, algo sombrio e sobrenatural se aproxima. Envolto na mortalha da névoa. Um poderoso guerreiro caminha em sua direção. Ela não consegue ver-lhe o rosto mas sabe que nunca o viu. A cada passo dele, Bulma recua com medo. Ele tenta tocá-la, mas ela continua a se afastar, cada vez mais rápido. O guerreiro torna-se impaciente e investe com mais petulância. Bulma se vê entre o misterioso guerreiro e o precipício. Ele tenta puxá-la contra ele, a princesa sente uma grande maldade. Ela se desvencilha, mas escorrega e cai no desfiladeiro. Consegue ver o guerreiro assumir uma aparência dourada dizendo: "Sou o guerreiro lendário. Destruí os sayajins! E a terei para mim" antes de gritar ou chegar ao solo.

Vegeta tomou o corpo tenso de Bulma nos braços, quando um grito silencioso pareceu sacudi-la. Presa num pesadelo, ela não conseguia se libertar. Vegeta conhecia muito bem tal experiência nos últimos meses.

Bulma debateu-se, mas logo se aconchegou ao abraço, enquanto ele estranhamente murmurava que se acalmasse. Para sua surpresa, ela aceitou a segurança oferecida e encostou a face na curva de seu pescoço. As mãos macias o envolveram pela cintura, como se ela não conseguisse absorver o suficiente de seu calor.

O príncipe deitou-se de costas e puxou-a contra o peito. Com suavidade, deslizou as mãos pela espinha de Bulma para acalmá-la. Por mais estranho que fosse, descobriu que o gesto o acalmava também. Logo, suas pálpebras pesadas se fecharam. Encontrara uma grande satisfação naquele simples abraço; não sensual; embora nunca deixasse de sentir desejo quando aquela linda mulher estava por perto.

Foi um gesto de amparo e, no entanto, uma sensação calmante invadiu sua alma. Tê-la tão perto, oferecer-lhe conforto, era uma das coisas aparentemente insignificantes e desprezíveis pelas quais seu tolo coração ansiava.

O amanhecer deveria estar próximo. Estranho. Pela primeira vez em muito tempo, Vegeta dormira sem nenhuma visão infernal do guerreiro misterioso a assombrá-lo. Esquecera-se como o sono podia ser reparador.

Um gemido dolorido saiu de Bulma, as palavras saindo dos lábios adormecidos:

- "Sou o guerreiro lendário. Destruí os sayajins!"...

Apesar de ser um guerreiro frio, o sangue de Vegeta pareceu enregelar-se nas veias.

Ouvira aquelas mesmas palavras, ditas pelo guerreiro lendário dos seus sonhos.

A agonia invadiu sua alma quando ele se recordou do pesadelo. Todos sabiam sobre a profecia do guerreiro lendário. Muitos cogitavam ser o príncipe tal guerreiro. Até mesmo ele acreditava na hipótese de tornar-se um super sayajin. Mas, há alguns meses, vinha sendo perseguido por tal sonho. Nos seus pesadelos, ele confrontava-se com um misterioso guerreiro. Após muito lutar, o guerreiro transformava-se em super sayajin. Derrotava-o e destruía o planeta Vegeta e todos os habitantes:

- Sou o guerreiro lendário. Destruí os sayajins!

Como tais palavras tinham ido parar nos lábios de Bulma meses depois? Como saberia do guerreiro lendário?

Vegeta dormira ao lado dela e, pela primeira vez desde que os sonhos começaram, não fora atormentado por eles. Será que por alguma estranha razão Bulma afastara os pesadelos dele e sofrera o tormento em seu lugar?

Não ter respostas deixou-o inquieto. Talvez ela realmente tivesse grandes poderes de fada. De que outra maneira obteria tal conhecimento?

Rolou para a beirada da cama e sentou-se, lutando contra as emoções que lhe tomavam a mente e o corpo. De repente, uma onda de pânico o dominou. O que mais poderia aquela criatura tão delicada e feminina saber sobre ele, se já descobrira tanto? Será que veria seus medos? Seus anseios? Veria que não é ele o lendário guerreiro?

Resolveu levantar-se. Rumou para o banho. Após deixou o quarto ainda atordoado. Minutos mais tarde Bulma despertou. O calor que a envolvera a noite parecia ter se dissipado. Olhando em volta percebeu a barreira de cobertas jogadas no chão, seu coração quase deixou de bater. Notou que estava deitada próximo o lado que seria dele. Observando melhor viu que aquele lado estava bagunçado. "Então ele dormiu aqui de fato" Pensou ainda atordoada. "Oh Deus!" Tomara ela tivesse permanecido encolhida no seu canto boa parte da noite, refletiu pesarosa. Levantando-se encontrou as toalhas e calça do pijama dele no banheiro. "Sim, ele dormiu aqui" teve certeza. Resolveu entrar no banho também precisava se livrar do cheiro dele ou ficaria maluca. "Como ele poderia afetá-la daquela maneira?" pensou aflita.

Quando saiu do chuveiro, Bulma encontrou Mya organizando o quarto. Ela trocava de roupa quando ouve a moça falar:

- Então a barreira funcionou a final! Analisa. - Você parece ótima, descansada, acho que dormiu bem.

-Parece que sim. Diz sem convicção. Achou melhor omitir que possivelmente eles tenham dormidos muito próximos. "Próximos demais" gemeu ao pensar nisso.

- Se apresse, está quase na hora do café ser servido. Disse Mya.

- Não tenho fome. Responde a princesa. – Tomar café e ouvir sobre guerras me tira o apetite.

- Então, imagino que seu apetite vai voltar quando eu lhe contar uma coisa. Começa ela.

- Contar o que? Diz Bulma ajeitando-se no espelho.

- No cruzador... o café é servido apenas para a realeza.

- Você quer dizer que eu ... não terminou de dizer pois Mya falou antes:

- Quer dizer que será só você e o príncipe. Deu ênfase na parte do príncipe.

Bulma fica receosa e depois fala:

- Você quer me irritar! Acusa ela. – Não vai conseguir porque estou de muito bom humor. Avisa saindo do quarto.

- Está de bom humor, porque dormiu do lado dele a noite toda. Provoca Mya enquanto a segue pelos corredores.

- E por que isso me deixaria feliz? Pergunta ela parando no caminho.

- Porque tá na cara que você está se apaixonando por ele. Diz Mya. – E ele também está muito caidinho por você. Comenta.

- Você está doida! Nunca estive apaixonada na vida! Fala. - E depois, você nunca me viu apaixonada para ter essa certeza. Desconversa. – Não sei de onde tirou isso! Fala a princesa tentando parecer descontraida.

- Não negue! Posso ter conhecido você á pouco, mas deixe me dizer uma coisa, suas emoções são transparentes demais. Explica. - É possível até ler através de seus olhos. Você está se apaixonando por ele. Afirma ela. "Sim, era verdade" amaldiçoou Bulma. Suas emoções eram por demais aparentes. Odiava ser daquele jeito. Elas seguem até o café. Antes de entrar Bulma respira fundo.

As portas se abrem e ela o avista sentado à mesa. Ruborizada e sem encará-lo ela senta-se e se desculpa pela demora. Ele pegando um pouco de café responde:

- Tudo bem! Eu acabei de chegar. Fala tomando um gole da bebida. – E como foi sua noite? Dormiu bem? Pergunta, os olhos faiscando.

Bulma fica ainda mais vermelha e tenta responder:

- Sim dormi! Acredito que saiba disso, já que realmente fez questão de se deitar ao meu lado na cama e retirar a barreira de cobertores. Acusa parecendo ofendida.

- Acha que aquela barreira me manteria longe? Questiona divertido. - Bem, você não tem do que reclamar, afinal, está aqui sã e salva não é? Parecia divertir-se com a situação.

- Saiba que não tem graça nenhuma alteza. Estava zangada. - Você poderia ter evitado, nós dois sabemos disso.

- Tem tanto medo assim de mim? Pergunta erguendo-se para frente da mesa e encarando-a.

- Ppor qquuee eu teria medo? Responde gaguejando com outra pergunta.

- Duvido que me queira mal. Desafia ela. - Afinal já me salvou duas vezes desde que nos encontramos.

-Oh sim, não quero seu mal. Pelo contrário, lhe quero muito! As palavras com duplo sentido lhe provocam um arrepio. Ela se enrubesce novamente.

Desviando o olhar e tentando mudar de assunto ela pergunta: - Quantos anos tem alteza?

- Tenho vinte e seis. Responde ele.

- Então é apenas oito anos mais velho do que eu. Constata ela. – Bem, pelo menos não é assim tão grande a nossa diferença de idade. Comenta.

- Por acaso isso é assim tão importante? Diz divertido.

- Sim, é claro que sim! Jamais me casaria com um velho! Responde sem pensar.

- Que preconceituosa! Brinca ele. - Quer dizer que se eu fosse mais velho você não iria me querer?

- Também não o quero agora. Mas nesse momento não há o que eu possa fazer. Ironiza ela.

- Oras, quem deveria estar reclamando sou eu. Adverte ele. - Você vai ter ao seu lado o mais poderoso dos guerreiros. Gaba-se - Enquanto eu, fiquei com a "fadinha chorona da mamãe". Provoca para ira dela.

- Como ousa me chamar assim! Reclama, - Você não passa de um grosso! Diz batendo o guardanapo na mesa os olhos já cheios de lágrimas. Vegeta a observa e ainda calmo comenta:

- Já vai chorar "fadinha"? Pergunta usando novamente o apelido.

Ela se levanta com a xícara de café, e despeja nele com raiva. Ele fica surpreso com a reação dela e também se afasta da mesa ainda surpreso.

-Nunca mais me chame de fadinha chorona. Desfia ela aproximando-se.

Ele rapidamente pega uma torta coberta de chantili, e bate na cara dela deixando-a toda lambuzada.

- Oh... Você é mesmo um bruto. Fala com a cara toda suja de chantili. Estava quase chorando de raiva.

- Você começou! Acusa ele. – Não me provoque se não pode aguentar.

- Eu não lhe provoquei. Defende-se. – Você começou ao me chamar de infantil. Ela tira os excessos de chantili do rosto. – Só que esta não foi uma atitude madura. Diz a respeito dele jogar-lhe uma torta no rosto.

- Mas foi engraçado! Comenta zombando. – Você acaba de conhecer meu senso de humor.

- Não é engraçado se divertir ás custas dos outros. Responde ela ainda indignada. – Olha o que você fez comigo? Reclama.

- Deixei-a coberta por chantili. Responde irônico. – Você não gosta de chantili? Pergunta se aproximando. – Eu adoro chantili! Comenta malicioso antes de cobrir a boca dela com a sua. Ela não esperava por aquilo. Sentia os lábios dele presionando os seus, eram estranhamente macios para um guerreiro tão poderoso, a línga dando voltas na sua boca enquanto ela tentava esconder a dela o máximo possível. Como ela não correspondia, ele aprofundou o beijo e ela se entregou áquela dança louca. Era uma sensação maravilhosa no ventre. Era como ter mil borboletas voando ali. Teve que se segurar nos ombros fortes dele ou achava que desabaria. Ofegantes se separaram. Ela tinha as pupilas dilatadas enquanto os olhos dele estavam completamente negros. O desejo pairando. Ele beijou-a novamente, mais intensamente, abraçando-a com força, como se quisesse absorver tudo dela. Não via a hora de beijá-la desde que a encontrara na terra. As imagens dela nua, naquele vestido, agarrada a ele na noite anterior lhe povoando a mente.

Afastaram-se novamente para respirar. Estavam ofegantes. Ela ainda lidando com os sentimentos, ele devastado com a força do desejo que o consumia. Temia não se segurar e possuí-la ali mesmo naquela sala. Tentando voltar ao normal ele ainda fala: - Este chantili está uma verdadeira delícia! Não acha? Pergunta num meio sorriso.

A princesa ainda ofegante e atordoada, vira-se e dispara para o quarto. Entra com o coração ainda aos saltos. Mya que estava lá fica espantada com a aparência suja da princesa e pergunta:

- O que houve? Estava perplexa.

- Este foi o seu romântico café da manhã. Ironiza caminhando para o banheiro. Mya vai atrás enchendo a princesa de perguntas e ela relata tudo. Mya cai na gargalhada:

- Eu sabia que vocês estão caidinhos um pelo outro. Fala ela.

- Eu não estou caidinha por ninguém. E duvido que ele também esteja. Me beijou só para me deixar sem graça. Diz ela. – Ainda não acredito que dei meu primeiro beijo com ele. Lamenta-se.

- Ele te beijou porque estava louco pra isso! Eu bem notei ontem á noite quando ele te colocou na câmara, estava todo atordoado. Mya fala demais.

- Como assim? Pergunta Bulma. – Me explique o que aconteceu Mya. Exige ela.

Mya relata para a princesa que fica muito constrangida.

- Você deixou ele me ver nua? Ela quase berra.

- Eu tentei argumentar! Diz defendendo-se. – Mas como você estava muito machucada não tínhamos temo de chamar outra pessoa. Concluiu ela.

- Eu não acredito! Esbraveja a princesa. – Aquele abusado, aquele tarado. Fala a respeito do príncipe enquanto caminha de um lado ao outro.

Depois de tomar outro banho o príncipe vai até a sala de comandos. Lá é informado de que falta apenas uma hora para aterrissarem em Cristal. Ouvindo isso ele manda que Toma vá avisar a princesa.

Toma bate na porta do quarto dela. Bulma abre e ele fala:

- Desculpe incomodar alteza. Pede. - Mas o príncipe Vegeta, manda lhe avisar que dentro de uma hora nós pousaremos no planeta Cristal.

Bulma fica muito feliz com a notícia já esquecendo-se do que Mya lhe contou. Agradece Toma pelo recado e eles seguem para a sala de comandos. Lá reencontra Vegeta sentado na poltrona central. Ela posiciona-se em pé ao lado dele porém o ignora enquanto observa o planeta que parece se aproximar deles. "Que saudades" Pensa ansiosa.

Minutos depois começa uma grande turbulência. A nave começa a ficar instável e a ter muitas trepidações. Sem conseguir se equilibrar Bulma cai no colo do príncipe que ainda estava sentado na poltrona principal. Os dois se encaram e ela fica vermelha. Tenta se levantar, mas a turbulência é muito forte e ela torna a cair no colo dele.

- Acho melhor você desistir. Fala ele divertido em seu ouvido.

Ela nada responde apenas arrepia-se. Ele pergunta ao comandante:

- O que está havendo? Seu tom de voz mudara completamente.

- É uma tempestade magnética senhor! Informa ele. – Já sabíamos que seria difícil aterrissar no planeta Cristal.

- Se sabiam, por que não tomaram uma atitude? Vegeta estava irritado. A turbulência era muito forte, poderia danificar o cruzador. A princesa continuava em seu colo.

- Me leve até os comandos. Pede ela. Vegeta a olha intrigado. Ela insiste: - Não me olhe assim! Eu conheço a atmosfera do meu planeta melhor do que vocês. Sei como pousar em segurança sem danificar a nave. Comunica ela. – Só preciso chegar aos comandos.

Vegeta pega ela no colo e flutua até os comandos. Manda que o comandante desocupe a cadeira e a coloca sentada. Bulma assume os comandos. Baixa a potencia da nave ao mínimo. Queria evitar um curto circuito. Começa a guiá-la com cuidado até seu destino. O comandante e os tripulantes ficam surpresos com tanta habilidade. Assim que ultrapassa a tempestade, ela religa os motores na força normal já que estes foram preservados. Entrega os controles novamente ao comandante. Levantando-se, aproxima-se do príncipe e fala:

- Muito bom para uma fadinha chorona, heim? Pergunta triunfante.

- Devo admitir. Fala ele. – Estou impressionado. Concorda para contentamento dela. Enquanto coloca uma mecha de cabelo dela atrás da orelha carinhosamente. Bulma fica corada. Até os soldados ficam surpresos com a atitude do príncipe. Não ouviram a conversa mais perceberam a intimidade deles. Saiyajins não demonstravam afeto, principalmente o prÍncIpe sempre tão rígido.

Bulma ainda atordoada se afasta. O comandante avisa que vão pousar em vinte minutos. A lembrança dos beijos trocados minutos antes não lhe saem da mente. Ela se controla para não demonstrar mais desejo. Sabe que ele sempre a analisa. Aguardam a aterrissagem. Antes de sair Vegeta já mais sério fala:

- Não esqueça ás ordens do rei. Avisa.

- Não vou esquecer. Comunica.