Capítulo 06! ^^ Espero que gostem e Feliz Páscoa para todos amanhã! ❤

E, como sempre, meus agradecimentos à Amanda, Mary Maia, Thalita e bebelaborges94 pelos comentários! ^^ Esse capítulo é dedicado à vocês!

Capítulo 06 – Um Prato que se Come Quente

Por que ela tinha sugerido aquilo?

Sentada em uma das mesas de sua cafeteria favorita, Bella se fez aquela mesma pergunta pela centésima vez naquele final de tarde. Três dias haviam se passado desde a festa fatídica da Sra. Newton e, durante exatos três dias e três noites, ela permanecera trancada em seu apartamento, sem sequer aproximar-se da agência novamente. Tempo o suficiente para que ela confessasse à Alice sua tentativa fracassada de fazer sexo com o ex-namorado e como aquilo a havia afetado mesmo antes de toda aquela sessão de humilhação. Sua irmã - depois de ter xingado todas as gerações existentes, e que ainda iriam existir, da família Newton - havia agendado para que ela começasse uma terapia o mais cedo possível. O que talvez fosse bom, já que, conforme cada segundo de cada dia parecia se arrastar, e cada palavra daquele vídeo se repetia incessantemente em sua mente, a agonia de ver seu próprio reflexo lamentável no espelho parecia nunca abandona-la.

E, mesmo em meio a tudo isso, uma grande parte dela não conseguia parar de pensar em Edward também.

Sobre sua proposta, sobre seu plano, sobre a perspectiva de realmente conseguir fazer Mike e Jessica sentirem pelo menos uma gota do imenso sofrimento no qual ela estivera se afogando...

Bella nunca tinha sequer cogitado se vingar de nada, nem de ninguém, em sua vida inteira, mas, agora... Parecia tão tentador...

E ela não conseguia parar de pensar nele. Seus toques, seus beijos... Como ele dissera que a desejava... A inegável evidência de seu desejo que, por alguns poucos segundos, estivera bem diante dela, esticando-se como se quisesse alcança-la...

E lá estava novamente. Aquela onda quase elétrica que a percorria sempre que Edward voltava para seus pensamentos, acendendo seu corpo como ela nunca pensara ser possível. Com Mike, as coisas eram sempre... Corridas, para dizer o mínimo. Os beijos eram geralmente rápidos, mas, mesmo os longos sempre pareciam molhados demais, quase gosmentos, conforme ele empurrava a língua sem muito cuidado em sua boca. Tinha sido estranho no começo, mas ela se acostumara. Ela tinha beijado dois ou três garotos enquanto estava na faculdade, e cada um deles fora de um jeito diferente, então ela apenas julgara que aquele era o jeito de seu namorado, e se adaptara àquela sensação até não se importar mais com ela.

Por isso, se alguém algum dia tivesse lhe dito que ela poderia sentir com apenas um beijo tudo o que Edward a fizera sentir, ela provavelmente não acreditaria. Contudo, as reações de seu corpo não deixavam margens para dúvidas. Beijar Mike ou qualquer outro homem nunca nem sequer se aproximara minimamente daquela explosão de sensações. Era como se, ao sentir o gosto dos lábios dele, algo adormecido dentro dela tivesse despertado pela primeira vez. E agora ela ansiava o tempo todo por algo que nem sequer sabia o que era.

Mas sabia que estava lá: a excitação, a necessidade...

O desejo.

O mesmo desejo que Mike tanto lhe dissera que ela não possuía, quando a acusara de ser fria, seca, frígida... Agora ela podia senti-lo dentro dela, ardendo por Edward. E, por mais completamente insano que aquilo fosse, - céus, ele era irmão de seu cunhado e, mesmo aposentado, ainda era um modelo famoso; será que ela não estivera simplesmente delirando, quando ele dissera que a queira? – Bella não podia deixar de se perguntar o que aconteceria se ela simplesmente ignorasse tudo aquilo e deixasse que aquelas sensações desaparecessem. Elas seriam despertadas novamente, por outro homem? Ou ela apenas voltaria para sua antiga realidade, insensível a tudo o que era relacionado ao sexo?

E fora todo aquele conjunto de ansiedades, temores e dúvidas que a levara a mandar uma mensagem para Edward na madrugada da noite anterior, propondo um encontro ali, em um ato totalmente impulsivo e impensado. Porém, assim que ela se arrependeu e estava prestes a apagar aquela mensagem fatídica, ele a respondeu imediatamente, confirmando alegremente que iria ao seu encontro. E ali estava ela.

Completamente desesperada.

Ela não podia fazer aquilo. Ela não conseguiria. Provavelmente, assim que visse Mike e Jessica juntos na agência, todos aqueles sentimentos que estava tentando conter desabariam sobre ela, deixando-a aos pedaços. Além do mais, como ela pudera sequer achar que aquele plano daria certo? Era tão dolorosamente óbvio que Edward jamais sequer olharia para ela sob circunstancias normais, - como as coisas realmente costumavam ser no passado - que é claro que as pessoas notariam que havia algo errado. Todos certamente ririam quando os vissem juntos, sabendo que não deveria ser nada além de uma farsa. No final, tudo se converteria em mais uma grande humilhação e, pior, Edward se converteria em um vítima também.

Ela tinha que ir embora! Mesmo que antes tivesse decidido espera-lo chegar ali para tentar argumentar sobre como aquela vingança nunca daria certo, agora Bella tinha percebido que o melhor era simplesmente voltar para o seu apartamento e se trancar lá novamente. Por mais que demorasse, em algum momento de sua vida ela terminaria seu software e já não precisaria mais de um escritório ou de ter que ver aquelas duas pessoas que ela sabia que não apenas a desprezavam, mas também deviam estar rindo dela naquele exato momento. Ela poderia mandar uma nova mensagem para Edward, se desculpando e explicando seus motivos para não levar aquele plano de vingança adiante. Ele certamente seria compreensivo, quando ela o fizesse entender que não havia maneira de qualquer ser humano no mundo acreditar que Edward Cullen havia realmente se tornado namorado de...

- Bella?

Congelada, pronta para levantar-se da cadeira e com sua bolsa já em suas mãos, Bella se virou lentamente para encarar Edward, parado ao lado de sua mesa, claramente recém-saído do trabalho, vestido impecavelmente. Sentindo seu sangue gelar de nervosismo, Bella o observou sorrir gentilmente e se sentar na cadeira bem ao lado da dela, deixando-os incrivelmente próximos um do outro. Contudo, antes de cumprimenta-la ou dizer qualquer outra coisa, os olhos de Edward se fixaram em suas roupas e ele franziu a testa, preocupado.

- Você está bem? – ele a questionou, soando genuinamente perturbado – Suas roupas parecem tão... Diferentes do habitual. Tão... Sombrias.

Envergonhada, Bella olhou rapidamente para seu suéter cinza-escuro e suas calças e sapatilhas pretas. De fato, não havia estampas, detalhes, personagens, frases ou os tons pastéis e delicados que ela adorava. Eram algumas das poucas roupas sóbrias que ela tinha em seu guarda-roupas. Porém, o que realmente a deixou perturbada foi o fato dele parecer perceber que um detalhe tão pequeno quanto a mudanças de suas roupas realmente significava algo. Por que, de fato, desde a terrível festa da Sra. Newton, olhar para suas roupas fofas e temáticas, mesmo que passivamente penduradas em seu guarda-roupas, gerava nela uma sensação horrível. Parecia que cada uma delas era uma pequena prova de que Mike estava certo sobre tudo aquilo que havia dito. Quantas vezes as pessoas não deveriam tê-la visto usando aquelas coisas e pensado o mesmo que ele? Que ela era ridícula? Uma idiota? Uma piada?

Saber disso era tão insuportável que ela simplesmente não tinha sido capaz de vestir nenhuma delas novamente. Por mais que fossem roupas que ela adorasse, agora já não lhe transmitiam mais uma sensação boa, confortável. Agora, pareciam atestados daquela sensação de inferioridade que a perseguia o tempo todo, sem piedade. Até mesmo seus pijamas favoritos tinham sido renegados para um lugar escondido dentro de seu guarda-roupas, onde ela não poderia vê-los com facilidade. Tinham lhe sobrado apenas roupas monocromáticas e simples, mas que ela jamais imaginara que alguém notaria, especialmente Edward.

- Hã, eu... – Bella gaguejou, sem saber o que responder. Certamente, se ela fosse sincera com ele, Edward iria rir de tamanha bobagem. Eram apenas roupas, afinal. Nada importante – N-não foi nada. Eu apenas peguei as primeiras roupas que vi no armário. – ansiosa por mudar de assunto, ela falou a primeira coisa que lhe veio à mente – Você... Você chegou cedo. – ela constatou tolamente, sabendo que havia saído de casa em um horário em que ele ainda demoraria mais de meia hora para terminar seu expediente... Mas lá estava ele, extremamente adiantado, sorrindo para ela.

- Acho que nós dois chegamos um pouco adiantados. – ele riu suavemente, ainda parecendo um pouco preocupado, dando uma piscadela charmosa que a fez corar – Mas devo dizer que fiquei muito feliz quando li a sua mensagem. Tive medo de que tivesse ficado irritada ou magoada comigo... Depois de tudo o que aconteceu na minha cozinha. – apesar do rosto dele estar um pouco preocupado, havia um brilho estranhamente caloroso em seus olhos – Sinto muito se a assustei ou ofendi por ter sido tão... Ousado.

Encarando sua expressão lindamente encantadora, Bella quase se pegou desejando que ele nunca tivesse deixado de ser distante e arredio, como ela o conhecera. Seria tão mais fácil dizer "não, isso é loucura!", se ele ainda fosse aquele homem de expressão severa e comportamento gélido... Se ele não estivesse sendo tão doce e gentil, agindo como se o convite dela tivesse sido a melhor parte de seu dia...

Se ele não tivesse dado a ela o melhor beijo de sua vida...

Mas ela tinha que lhe dizer não aceitaria sua proposta. Era necessário. Era inevitável! Não havia como...

- Você me chamou aqui para dizer que acha que o plano não vai funcionar, não é? – Edward interrompeu seus pensamentos frenéticos, o que a fez encará-lo, em choque. Ele estava com os braços cruzados sobre o peito, mas ainda assim parecia bastante relaxado – E, deixe-me adivinhar: você acha isso porque acredita que Newton e Stanley não são capazes de sentir inveja de você. Ou pior: acha que as pessoas não vão acreditar que eu me apaixonei por você e a pedi em namoro. Estou correto?

Oh, Deus. Ele era telepata também?

- Eu sou assim tão previsível? – Bella engasgou, ainda pasma por ele parecer ter lido sua mente.

- Não, você é apenas muito verdadeira. Seu rosto simplesmente não é capaz de esconder o que você está pensando. – sua voz grave soava como um consolo, embora ele tivesse um sorriso carinhoso e divertido no rosto, que rapidamente desapareceu quando falou novamente – Está bastante claro como você está sempre pensando o pior sobre si mesma, desde aquela noite. Realmente acredita que eu não poderia me sentir atraído por você? Achei que aquela manhã na minha casa tinha deixado isso muito claro. – o sorriso voltou, agora menor e malicioso.

Engolindo em seco, Bella permaneceu completamente petrificada. Afinal, ela mesma ainda não tinha compreendido o que acontecera na cozinha de Edward naquele dia. Ainda não fazia sentido que ele estivesse realmente... Atraído por ela. Quer dizer, ela tivera um namorado. Sabia que não era exatamente difícil para os homens ficarem... Excitados, mesmo com uma mulher que não era muito atraente. O que realmente a surpreendia era porque Edward se dera ao trabalho de olhar para ela tempo o suficiente para se sentir daquela maneira. Talvez fosse uma coisa puramente masculina, que ela jamais entenderia realmente.

Muito embora, ele querer estar publicamente com ela, fingindo ser seu namorado, também a deixava muito confusa. É claro, Bella tinha percebido que ele era uma pessoa normalmente bastante gentil– pelo menos quando estava ao lado de alguém que não desprezava, ou pelo menos não desprezava mais. Certamente aquele plano de vingança era uma maneira dele de se mostrar solidário ao que havia acontecido com ela e tentar ajuda-la... Ainda assim, ela estava confusa se aquilo não iria prejudica-lo de alguma forma – ficar conhecido como namorado dela por um tempo indeterminado... Será que ele não se incomodaria de ter que parar de namorar outras pessoas durante aquele tempo...?

Foi quando ela se deu conta: ele provavelmente não pararia. Sendo realista, ele certamente não pararia.

E, inexplicavelmente, aquilo a fez se sentir ainda pior.

Edward não era um mulherengo, até onde ela sabia. Em dois anos de convivência, ela nunca o vira com alguém ou escutara os Cullen mencionarem que ele tinha uma namorada. Mas ele era um homem jovem, extremamente bonito e bem sucedido. O tipo de perfil de homem que geralmente não queria compromissos sérios, mas também fazia o oposto de recusar companhia feminina. Ela tinha dificuldades de imaginar Edward, sempre tão sério e compenetrado, como um dos bon vivant ou dos muitos libertinos que existiam nas páginas de seus livros. Contudo, ela certamente não era uma boa juíza de caráter. Se alguém tivesse acusado Mike de não somente ter um caso com uma colega de trabalho, como também gravar um vídeo dizendo coisas terríveis sobre ela e depois divulga-lo no meio de dezenas de pessoas, ela teria acreditado?

- E agora sua mente está criando ainda mais argumentos para acreditar que nada vai funcionar. – Edward suspirou pesadamente, trazendo sua atenção de volta para ele – Por favor, Bella, me explique: porque tem tanta certeza de que não devemos fazer isso?

- Bem... – Bella gaguejou, repentinamente insegura de todos os argumentos que antes pareciam tão sólidos e irrefutáveis em sua cabeça – Bem, primeiro, olhe para nós dois. Acha mesmo que alguém vai acreditar que, de todas as mulheres no mundo, você escolheu a mim? Digo... Você? Edward Cullen?

- Odeio a maneira como fala sobre si mesma. Mas, vamos ter tempo o suficiente para conversar sobre isso depois. – Edward resmungou, claramente insatisfeito – E, acredite, Bella, você apenas não se enxerga com clareza. – ele abriu um sorriso sedutor – Ninguém vai estranhar ao me ver na palma das suas mãos. Apenas vão se perguntar porque demorei tanto para me render. – sua voz era tão doce que parecia um ronronar, mas mesmo assim havia um toque de melancolia que ela não compreendeu de onde vinha.

- Não precisa ser gentil, Edward. – Bella suspirou, cabisbaixa – Eu sei que eu não sou... O tipo de mulher para quem homens como você olhariam. – ela murmurou, remexendo-se desconfortavelmente – E, sendo franca com você, minha mãe já tentou mudar meu jeito de ser várias vezes... E eu sei bem que não sou capaz de me tornar mais refinada, mais bonita ou qualquer coisa do tipo...

- Mudar? – Edward a interrompeu, levemente indignado – Bella, do que você está falando? Eu jamais iria sugerir que você mudasse qualquer coisa que seja no seu jeito de ser. – colocando uma das mãos em seu rosto, ele acariciou delicadamente sua bochecha com um sorriso afetuoso – Por que eu faria isso, se você é perfeita exatamente como é?

- Hã... Você... – Bella arfou, totalmente desconcertada, especialmente porque ele havia se inclinado bastante em direção a ela – Você realmente não precisa ser gentil. Eu sei que não sou exatamente atraente.

- Não estou sendo gentil. Apenas sincero. – ela estremeceu quando ele de repente fechou a distância entre os dois e depositou um beijo suave na base de seu pescoço, forçando-a a morder seu lábio inferior para não gemer – E, se você me der a chance, prometo ajudá-la a perceber o quão errada está quando diz que não é atraente. Mas, primeiro, tenho que provar que o resto dos seus argumentos não passam de inseguranças. Acho que esse eu já consegui derrubar, correto? – seu imenso e deslumbrante sorriso era inegavelmente convencido e satisfeito.

Reprimindo um sorriso nervoso, Bella abaixou o olhar, sabendo que ele estava certo, apesar de não querer dizer aquilo a ele em voz alta. Era justamente por isso que ela queria ter ido embora antes de ele chegar e se explicar apenas através de uma mensagem. Durante os últimos anos, Edward havia sido um agente publicitário, afinal. Convencendo milhares de empresas e marcas de que seus modelos, atores e influencers eram as pessoas certas para projetos que valiam milhões. Se havia algo que ele sabia fazer, era argumentar. E persuadir.

E só os céus sabiam como ela já se sentia persuadida naquele momento.

- Então? – ele a incentivou a falar, claramente se divertindo com sua expressão consternada – Podemos passar para o próximo argumento?

- Você ainda não me disse o que faremos. Quer dizer, se as pessoas duvidarem. – ela se apressou em adicionar, ao ver o sorriso dele se tornar malicioso, mas, para sua surpresa, assim ele permaneceu.

- Oh, Bella... – ele riu, um som profundo que fez o coração dela acelerar – Acredite em mim, eles vão acreditar. Eu sei ser muito... Convincente. – ele disse cada palavra com uma ênfase que fez o rosto dela arder.

- B-bem... – ela arfou, fechando as mãos em punhos sobre a mesa, para tentar controlar suas reações – E se... E se Mike e Jessica não se sentirem afetados? A vingança é sobre isso, não é?

- Oh, eles se sentirão, não se preocupe. – apesar de sua postura como um todo permanecer inalterada, ela pôde perceber aquele brilho perigoso e enfurecido nos olhos verdes – Depois de tantos anos nessa indústria, conheci muitas pessoas como eles. Quando consideram alguém inferior, simplesmente não suportam vê-la sendo bem-sucedida, de qualquer maneira que seja. Stanley e Newton acreditam que a destruíram. Que sempre que você os vir, se sentirá como se fosse nada. Mas vamos mostrar a eles o contrário.

- Então... Eu vou ter que fingir que estou bem, é isso? – ela tentou alertá-lo, caso ele não tivesse percebido o óbvio: que ela não estava bem.

- Não, minha querida. – ele sorriu docemente para ela, antes de unir suas testas – Eu sei que talvez você possa não acreditar nisso agora, mas você vai ficar bem de verdade. É apenas uma questão de tempo. – ele abriu um de seus sorrisos de tirar o fôlego – De tempo e de apoio. E eu, sua irmã e toda a nossa família vamos estar aqui para ajudá-la em cada passo do caminho, por mais difícil que seja. Eu prometo. – a expressão solene, repleta de verdade, de repente tornou-se também lasciva – E, em meio a tudo isso, eu acredito que você também pode acabar... Se divertindo bastante. – suas mãos deslizaram lentamente por suas costas até chegar à cintura, como tinham estado naquela manhã, na cozinha da casa dele – E, se me permitir, poderei provar a você, também, como estava terrivelmente errada sobre não ser boa com... Intimidade.

-E-eu... – ela mastigou o lábio inferior, dividida entre continuar mantendo o contato visual com ele ou tentar se lembrar como se respirava. Contudo, a verdade era que seu cérebro parecia ter parado de funcionar, impossibilitando-a de dar qualquer resposta minimamente coerente. Isso até que os olhos de Edward se desviaram por um rápido segundo para a parede espelhada que havia atrás deles, antes que ele voltasse a encará-la, com um misto de diversão e determinação.

- Gostaria que eu lhe provasse que o que estou dizendo é verdade?

E então ele a beijou.

Durante aqueles últimos três dias, mergulhada em incontáveis pensamentos, ela tinha até mesmo se perguntado se o que sentira não fora algo pontual. Apenas uma reação louca de seu corpo diante da situação e das emoções extremas que ela experimentara. Mas ali estava a prova de que não. Ao contrário, parecia até impossivelmente mais intenso. Mesmo que as mãos dele não estivessem nem remotamente perto de suas coxas dessa vez, e muito menos de sua calcinha, ainda assim ela se sentia quente... Ardendo. Era quase um alívio perceber que aquele desejo realmente existia dentro dela. Mesmo que Edward fosse o único capaz de acender aquela sensação dentro dela, Bella ainda se sentia feliz em ter uma prova de que Mike estava errado em algumas das coisas que dissera. O que significava que talvez Edward estivesse certo... Talvez eles realmente estivessem mentindo sobre tudo. Afinal, quando estava entre os braços daquele homem, com os lábios dele acariciando os dela e sua língua penetrando o interior de sua boca de um jeito que fez sua calcinha molhar novamente, ela não se sentiu fria, ridícula ou seca. Ela se sentiu desejada e desejando de volta. Ela se sentiu quente, necessitada, ansiosa para que ele tocasse seu corpo e permitisse que ela tocasse o dele...

- Swan?! – o ofego estridente e indignado de uma voz feminina inconfundível fez Bella gelar, mas as mãos de Edward permaneceram firmemente em sua cintura, sem qualquer hesitação. Ao contrário, ele a puxou para ainda mais perto, pressionando-a contra ele protetoramente, enquanto separava os lábios dos dois para que eles pudessem erguer a cabeça e fitar Mike, cujo nariz estava completamente envolto em um curativo que Bella julgou ser resultado do soco que ela lhe dera, e Jessica, que estavam parados, estáticos e boquiabertos, ao lado da mesa dos dois, parecendo atordoados.

Ou, ao menos, Mike parecia atordoado, já que Jessica parecia estar presenciando um crime hediondo, a julgar pela maneira como sua expressão estava revoltada.

- O que o Sr. Cullen está fazendo com você? – Jessica praticamente rugiu, fazendo inclusive com que alguns dos outros clientes virassem a cabeça na direção dela.

- Eu acho que você sabe muito bem o que nós dois estávamos fazendo, Stanley. – Edward foi quem respondeu, a voz tão gélida quanto Bella estava se sentindo naquele momento, ao sentir os olhos de Mike sobre ela. Felizmente, quanto mais ela se abraçava a Edward em busca de apoio, mais ele a apertava contra si, o que a fez sentir-se verdadeiramente amparada. Ou melhor, protegida. – Agora, poderia fazer o favor de nos poupar da sua presença? Estamos ocupados.

- Por que você estava beijando ela?! – o arfar de Mike foi tão completamente pasmo e oscilante que Bella quase se sentiu envergonhada por ele.

- Acho que até mesmo você é capaz de raciocinar o suficiente para entender isso sozinho, Newton. – Edward rosnou ferozmente e Bella sentiu todo o corpo dele ficar tenso contra o dela, como se ele estivesse pronto para atacar – Mas, se precisa realmente que eu explique, então permita-me: - Edward virou-se novamente para ela e deu um daqueles sorrisos destruidor de corações – Eu pedi Bella em namoro. E nós estávamos começando a... Comemorar. – o sorriso e o tom de voz perverso que ele usou para dizer aquilo deixou claro para Mike e Jessica que ele não estava falando apenas sobre beijos.

E Bella teve que apertar as coxas automaticamente, em busca de algum alívio.

- Você queria ficar com ela esse tempo todo?! – Jessica exclamou aquilo com tanta indignação que quase parecia que Edward havia dito que estava namorando algum animal – Com a Swan?!

- Você fala como se não fosse óbvio o quanto eu a queria, mesmo enquanto ela ainda era comprometida. – Edward deu um sorriso de escárnio – Mas, a julgar por essas expressões estúpidas, parece que ainda resta alguma dúvida. O que você acha, amor? – Edward se voltou para ela com um sorriso malicioso e acariciou seu lábio inferior com o polegar, os olhos verdes brilhando de desejo conforme ele a observava se arrepiar diante daquele apelido – Devemos dar a eles mais algumas demonstrações, até que finalmente percebam o óbvio?

Sem pensar, Bella institivamente começou a lamber o lábio inferior antes de mordê-lo, por conta de tensão, mas sua língua acabou alcançando a ponta do polegar dele por acidente, o que fez Edward literalmente rosnar, um som baixo e carregado de volúpia que fez uma nova onda de calor excitar todas as partes do corpo dela... E, inexplicavelmente, a fez ter vontade de sugar o dedo dele por completo dentro de sua boca, caso isso fosse fazê-lo produzir aquele som picante novamente...

E, por um segundo, ela se esqueceu por completo de que Mike e Jessica continuavam ali os observando, atônitos.

- Não, eles não merecem isso... – ele sussurrou para ela, tão baixo que Bella duvidava que os dois pudessem sequer ter entendido – Não merecem ver o quão linda você fica quando está excitada. – ele acariciou lentamente seu rosto corado, antes de sorrir maldosamente – Mas é ótimo que eles tenham visto em primeira mão o quão sortudo eu sou. – antes que ela pudesse sequer reagir a tudo aquilo, ele enlaçou sua cintura com ainda mais firmeza, erguendo-a junto a si ao se levantar, encarando Mike e Jessica com escárnio e altivez – É melhor irmos, amor. Obviamente estamos perdendo tempo com essa conversa. Vamos terminar nossa comemoração... – ele a olhou de soslaio, com malícia escorrendo por seu tom – No seu apartamento.

Sem um segundo olhar para o casal que continuava a observá-los em choque, Edward começou a guia-la para fora da cafeteria, ao que ela agradeceu. Tudo dentro dela, incluindo sua mente, estava perdido entre a dor de ter visto novamente as pessoas que a humilharam e as sensações novas e viciantes que Edward despertara nela. Era tudo confuso e incompreensível, quase intenso demais para ela aguentar...

Contudo, se havia algo indiscutível, era que Edward estava correto novamente.

Mike e Jessica pareciam mais do que apenas irritados em vê-la com ele...

Eles pareciam indignados.

Isso ficou bem claro quando ela começou a ouvir o rosnado colérico de Jessica, antes que eles saíssem por completo de dentro da cafeteria – Ele se aproveitou do que eu fiz para poder ficar com ela...?

- Você está bem? – foi a primeira coisa que Edward perguntou quando a porta do restaurante se fechou e eles começaram a andar pela calçada.

- Eu... – Bella murmurou, internamente também tentando entender como estava. As emoções conflitantes continuavam se digladiando dentro dela e, após muito ponderar, ela só conseguiu pensar em uma única coisa para responder – Acho que poderia ter sido pior. – ela afirmou com relutância – Quer dizer, ainda foi um pouco desconfortável voltar a vê-los, mas... Pelo menos eles não tiveram tempo de dizer nada que me fizesse sentir ainda pior. – ela concluiu com um suspiro.

- Logo você não vai sentir nada além de indiferença quando os vir, eu prometo. – sentindo-se derreter, Bella aproveitou a sensação cálida do beijo dele contra seu cabelo, finalmente percebendo que eles estavam indo em direção ao lindo e elegante carro prateado estacionado na rua – Você veio no seu próprio carro? – Edward quis saber, abraçando-a ainda mais contra o peito.

- Não... – Bella respondeu, corando, mas ainda assim pressionando-se contra o peito dele também – Eu vim de táxi. – estar em seu carro, sabendo tudo o que Mike e Jessica deviam ter feito dentro dele, não a fazia se sentir exatamente bem.

- Vou lhe dar uma carona até em casa, então. – ao erguer o olhar, ela percebeu que o sorriso de Edward se ampliou, tornando-se incrivelmente alegre, como se a perspectiva de lhe oferecer uma carona fosse a melhor parte do dia dele.

Corando, Bella entrou quietamente no banco do passageiro, quando ele lhe abriu a porta do carro. Tudo lá dentro tinha o cheiro dele, amadeirado e denso, envolvendo-a como um cobertor, o que era, ao mesmo tempo, reconfortante e inquietante. Ela estava realmente começando a se sentir muito segura perto dele, mas a segurança de maneira nenhuma acalmava as reações de corpo. O que talvez fosse uma coisa boa...

- Você estava certo... – Bella admitiu em voz baixa, sem jeito, o que apenas fez Edward virar-se para ela com uma expressão zombeteira, como se a estivesse desafiando a continuar – Sobre eles se sentirem atingidos ao saber que nós estamos juntos. – ela completou, sem conseguir evitar rir um pouco.

- Fico feliz em ver que você se entreteve às custas daqueles dois idiotas. – o sorriso de Edward se tornou carinhoso – Sei que ainda é difícil estar perto deles, mas esse já é um ótimo começo. E você ainda os verá se remoer muitas outras vezes. – ele prometeu, parecendo extremamente satisfeito com aquela possibilidade – Mas, antes, ainda preciso combater o seu argumento mais importante.

- Sério? – Bella questionou, perplexa. Ela mesma não conseguia pensar em mais nenhum. É claro, ela estava bastante confusa depois de toda aquela cena, mas, ainda assim... - Qual? – ela quis saber, sem entender.

- Que eu perderia meu tempo estando com você. – sua voz se tornou baixa, como se ele soubesse que aquele era um assunto delicado e, de repente, uma de suas principais preocupações voltou a atingi-la com força total.

- Então... – ela engoliu em seco audivelmente - Você acredita nisso também?

- É claro que não, Bella. – Edward inclinou-se sobre ela, colocando ambas as mãos em seus ombros e fazendo-a afundar-se no banco de couro – Eu apenas mencionei isso porque não quero que você concorde com o que sugeri tendo tantas dúvidas na cabeça. Então, deixe-me provar a você que não acredito nem um pouco nisso. – e, antes que ela pudesse sequer reagir, ele a tinha envolvido em outro beijo enlouquecedor. Seria realmente possível que todos os beijos entre eles seriam sempre tão incrivelmente intensos daquela maneira? Ou será que era apenas ele que tinha um dom inacreditável e ela era apenas uma massa de manobra muito disposta a ser moldada pelas mãos dele?

- Você não percebe? – ele perguntou, ofegante, quando eles finalmente se separaram - Eu estive atraído por você desde o primeiro momento em que a vi, Bella. – ele revelou, surpreendendo-a.

- Jura? – ela não pôde evitar arfar, desnorteada, ansiosamente revisando em sua mente aqueles quase dois anos em que o conhecia, mas sem conseguir encontrar qualquer evidência de que ele sequer a suportava, quanto mais se sentia atraído por ela - Eu achei que...

- Sim, eu sei o que você pensou. – ele suspirou tristemente, desviando os olhos dos dela - E peço desculpas por isso novamente. Eu era... Muito cabeça dura naquela época. E meu péssimo temperamento não ajudou em nada. – ele deu um pequeno sorriso sem humor – Eu estava em uma fase muito bem estruturada da minha vida e não esperava... Ter esse tipo de sentimento. – ele explicou, parecendo escolher cada palavra meticulosamente – Especialmente não por você. Você era a irmã mais nova de Alice, ia se tornar parte da família e... Eu temia várias outras coisas na época. – ele deu mais um suspiro, dessa vez o mais pesado e melancólico de todos – Mas nenhuma delas tem qualquer importância para mim agora. Não sabe como eu me arrependo por ter agido de maneira tão grosseira com você, desde então. – ele voltou a fita-la, acariciando seu rosto com cuidado, quase que com devoção - Mas, com sorte, espero poder corrigir tudo o que fiz. Espero que forçar aqueles dois desgraçados a engolirem as palavras horríveis que disseram a você possa ajudá-la a curar as feridas que eles deixaram. E... – com o rosto a centímetros do dela, Bella tremeu ao vê-lo desviar os olhos verdes e ardentes para seus lábios, parecendo querer devorá-la – Agora que sei que você também me quer... Espero conseguir provar que você, Bella Swan, é a mulher mais quente e desejável que já existiu. E quero provar isso não para aqueles dois filhos da puta lá dentro, mas sim para quem realmente importa: você.

- M-mas... – Bella gaguejou, tentando conter o impulso de lançar-se sobre ele e beijá-lo até o dia seguinte, depois de tudo o que escutara – V-você não vai querer estar com outras pessoas? Quer dizer, não que eu vá impedir você de fazer qualquer coisa que queira, já que nós não vamos estar juntos de verdade... É só que... – ela mordeu o lábio ansiosamente, repentinamente sem palavras.

- Oh, Bella... – para sua surpresa, ele apenas riu, como se ela tivesse dito uma piada – Não precisa se preocupar com isso. Não há mais ninguém. Na verdade, nunca realmente houve. – ele deu um sorriso misterioso que a deixou ainda mais confusa – Não vão haver outras mulheres.

- Você não precisa fazer isso por mim... – ela começou a dizer, mas ele a interrompeu gentilmente.

- Acredite, não é nenhum sacrifício. É apenas a verdade. – ele deu de ombros, completamente descontraído – E então? Mais algum argumento?

Por um minuto inteiro, Bella apenas o encarou. Mike e Jessica realmente pareciam estar possuídos por algo além da perplexidade quando os viram aos beijos: inveja, ela tinha quase certeza. E ela sabia porquê. Ela não conhecia Jessica bem o suficiente para afirmar algo, mas Edward estava certo ao dizer que Mike odiava saber que alguém de quem ele não gostava se saíra melhor do que ele em alguma coisa ou ganhara algo de mais valor. Quando eles a viram com Edward, mesmo com a onda quase insuportável de agonia que ver os dois havia trazido a ela, Bella conseguira ver suas mentes entrando em colapso, mergulhadas em desprezo.

Mike claramente não tinha qualquer respeito ou carinho por ela, então é claro que ele estava irritado ao ver que ela estava melhor sem ele: Edward era imensamente mais atraente, insanamente mais rico e bem sucedido, mais másculo e sensual em todos os níveis possíveis, e, certamente, também mais inteligente, charmoso e poderoso. Contudo, o principal era que eles eram muito diferentes por dentro. Edward e Mike sempre foram completamente opostos no quesito aparência, mas Bella jamais se importara com aquilo ou sentira qualquer vontade de trair Mike. Afinal, ela pensava que ele era um bom homem. Mas agora estava muito claro que o único homem bondoso, gentil e atencioso que havia no meio de todo aquele desastre era, sem sombra de dúvida, Edward Cullen. E, é claro, Mike o odiava. Um ódio que, agora ela conseguia perceber, vinha não somente do fato de ele ser um chefe rigoroso, mas também porque seu ex-namorado o invejava absurdamente. E agora, Bella, a garota que ele considerava ridícula e frígida, parecia mais do que desejosa e satisfeita nos braços do homem que ele destetava apenas por ser tudo o que Mike jamais seria.

Porém, ela tinha ficado surpresa ao notar que a reação de Mike não fora nada em comparação com a de Jessica. Bella sabia que ela tendia a ser bastante vocal quando se tratava de expressar seus pensamentos, especialmente os negativos, mas sua reação fora muito além. Parecia que Edward estava aos beijos com um rato, pela reação de repulsa e indignação que ela teve. Bella apenas podia imaginar que, se seu ex-namorado odiava Edward, Jessica sentia exatamente o oposto. De fato, Bella chegara a ouvir que ela havia se insinuado para vários superiores, incluindo os claramente comprometidos, como Jasper, então era um pouco óbvio que Edward certamente estava em sua lista. Mas, a julgar pelo desdém com o qual ele a olhava, estava também bastante claro que ele a tinha desprezado, talvez até em mais de uma ocasião. E certamente Jessica se ressentia sobre isso. Vê-lo com a ridícula ex-namorada do homem de quem ela fora amante, uma mulher que ela nitidamente considerava inferior a si mesma em todos os sentidos, conforme aquela gravação deixara muito claro, devia ser como a morte para o ego de Jessica.

Sim, Edward não poderia estar mais correto quando dissera que eles se incomodariam em vê-los juntos. E, mais do que isso, ela mesma não esperava se sentir um pouco satisfeita ao ver aquelas expressões nos rostos deles. Ainda estava longe de diminuir a dor causada por tudo o que eles haviam feito, por tudo o que ela escutara, por todos aqueles sentimentos horríveis que ainda a assombravam e a oprimiam, fazendo-a sentir-se como se não fosse nada... Mas ainda havia, sim, um pouco de contentamento ao saber que ela fora capaz de devolver a eles, ainda que apenas um milésimo, da humilhação que sentira. Seu pai sempre a ensinara que vingança era um esforço em vão, um desperdício de energia com pessoas que não valiam a pena. Mas, será que ela não poderia aproveitar, pelo menos um pouco, a sensação de estar dando a eles o que mereciam, ainda que minimamente? Ninguém iria se machucar, ou ficar sem emprego, ou sem saúde... Só um pouco de inveja não fazia realmente mal, certo?

E, depois, ela não sentia como se fosse desperdiçar seu tempo. Não com Edward ao seu lado. Ainda que ver Mike e Jessica se sentirem mal fosse agradável, ela duvidava que algo no meio de todo aquele plano pudesse ser mais prazeroso do que a companhia dele... Ou seus beijos... Ou seus toques. Até poucos dias atrás, ela estivera terrivelmente preocupada, depois que Mike a fizera se sentir como se houvesse algo errado com ela. Ela temera que jamais descobriria o que era desejo ou excitação, porque simplesmente não era capaz. E porque a culpa era toda dela. Mas aquele homem lhe provara o contrário. E ela queria sentir mais. Ela queria descobrir o que era luxúria de verdade, ao invés daquela coisa estranha e desagradável que Mike tinha tentado forçar sobre ela. E não havia dúvidas de que Edward poderia fazer isso.

Ela só precisava dizer sim.

De repente, ela já não conseguia mais pensar em razões para não concordar. Depois de tudo o que passara, ela não merecia aquilo? Um homem que queria não apenas receber prazer, mas também dar? Edward parecia tão verdadeiramente atraído por ela... E provara aquilo não apenas com palavras, mas com ações... Atos que a fizeram não apenas dar-se conta de que ela o desejava de volta, como também temer que aquela oportunidade passasse. E se ela nunca mais se sentisse assim por mais ninguém? E se ela se arrependesse pelo resto da vida, por ter dito não, ao invés de acalmar aquele calor dentro de si, que Edward havia despertado?

Afinal, em que outra circunstância um homem como Edward Cullen iria querê-la?

Sim, ela iria se vingar. E ela iria aproveitar cada segundo daquilo tudo.

E iria aproveitar cada centímetro daquele homem.

- Não, nada de argumentos. – Bella sorriu timidamente para ele, aproveitando-se da coragem que havia se apoderado dela; afinal, ela desconfiava que talvez aquele sentimento de confiança não fosse durar muito tempo.

- Então... Está dizendo que você é minha namorada agora? – ele abriu um sorriso estonteante, fazendo o coração dela saltar.

Bella corou, até que um pensamento a atingiu – Hã, Edward... Por quanto tempo vamos fazer isso?

Com um sorriso malicioso, ele fechou a distância entre os dois e Bella sentiu vontade de gemer de alegria quando aquelas grandes mãos envolveram sua cintura com firmeza novamente, conforme ele deixava seus lábios pairarem a milímetros dos dela.

- Até que você esteja satisfeita. – a maneira como ele a beijou depois daquela frase a deixou saber que ele certamente não estava falando apenas sobre deixar seu ex-namorado e amante dele com inveja.

E, céus, ela duvidava que realmente chegaria o dia em que ela ficaria saciada, especialmente se ele lhe mostrasse o que mais existia além daqueles beijos devastadores.

Ela podia jurar que as pessoas diziam que a vingança era um prato que se come frio.

Mas, naquele momento, ela tinha a impressão de que o comeria quente.

Muito quente.