Capítulo 7 – Passarinhos fora da gaiola?

Compensando toda a demora para publicar o capítulo 4. A musa me pegou nesses últimos dias. Agradeço a sugestão Calianabergman. :)


House saiu do banheiro após um banho e encontrou Cuddy no sofá da sala assistindo televisão. Ele sentou ao seu lado e colocou suas mãos na cintura dela a puxando para o lado dele. Cuddy sorriu e se aconchegou no peito de House virando o rosto para beijá-lo.

"Vamos?" House sugeriu empolgado.

"Estou com sono... Vamos deixar pra amanhã..."

"Cuddy, você está adiando há dias, você perdeu a aposta e eu tenho direito...".

Cuddy interrompeu, "ok, ok, não precisa chorar".

House rapidamente se levantou, colocou o DVD e voltou para o sofá ansioso.

"House, e se Rachel acordar e vier para sala?"

"Não vai acontecer", respondeu House rapidamente cortando o assunto.

"Como você sabe?"

"Vamos trancar a porta do quarto dela pelo lado de fora".

Cuddy olhou para ele em choque, "eu não vou trancar meu bebê no quarto".

"Cuddy, Rachel nem vai perceber, ela vai dormir, e só por uma horinha..."

Cuddy aceitou relutantemente só porque a outra opção de House era levar a televisão e aparelho de DVD para o quarto. Após trancar a porta do quarto de Rachel, House sentou novamente no sofá e apertou o play no vídeo que já iniciou com uma cena de sexo quente entre um casal.

"Vamos Cuddy, você me prometeu que se perdesse a aposta iria 'se agradar' assistindo a um pornô comigo. O pornô está na TV, eu estou no sofá e agora só falta sua parte".

"House, não vou começar a me masturbar aqui na sala assim... você tem que fazer isso também então".

"Não foi o acordado".

"Vamos House, você adora exibir seu pênis". Cuddy falou com conhecimento de causa.

"Você tem que concordar que ele é impressionante", House falou se gabando.

Cuddy realmente não podia negar, ela não era uma mulher inexperiente e tão pouco teve uma infinidade de parceiros, mas o pênis de House era o mais impressionante de todos os que ela viu pessoalmente, além de ser esteticamente bastante agradável aos olhos. 'Se houvesse um concurso de beleza dos pênis, House era páreo forte', Cuddy pensava.

"Ok, Cuddy. Já que insiste", House falou colocando a mão direita dentro da boxer e puxando seu pênis flácido para fora.

Começaram a assistir o filme e cada um tratou de cuidar de si mesmo, House não podia deixar de olhar de canto de olho para Cuddy e começou a ficar muito excitado. Cuddy olhava também de relance para House e começou a ficar com tesão. Em determinado momento ambos deixaram o filme de lado e começaram a olhar para seus parceiros, afinal era muito mais excitante do que o vídeo.

Alguns minutos depois Cuddy estava montada em House no sofá e o pênis de House profundamente dentro dela. Eles encontram um ritmo alucinante até ambos caírem em seus abismos.

"Nós somos melhor que pornô", Cuddy sussurrou com a voz ainda trêmula pelo orgasmo que experimentou minutos antes.


Na noite seguinte House, Cuddy e Rachel estavam jantando. Cuddy fez uma lasanha vegetariana e um único e solitário grande bife para House.

"Minha mãe virá amanhã para o jantar. Julia e John vem com eles". Cuddy falou apressadamente enquanto passava o bife para House tentando mitigar o drama.

"Nãoooooo". House gritou de boca cheia.

"Sim". Cuddy respondeu enquanto temperava sua salada.

"Você nem me pergunta se eu aceito as visitas na minha casa. Você marca e só me avisa depois?"

'Minha casa', Cuddy pensou, eles nunca falaram sobre morarem juntos, mas o fato é que House já estava morando com elas e citou a casa como 'sua' com naturalidade. Ele havia levado quase todas as suas roupas e coisas pra lá já, só faltava o piano e alguns pares de tênis, livros e vinis.

"House, vamos conversar depois que Rachel dormir, tudo bem?" Cuddy falou com serenidade.

House olhou para Cuddy suspeito, ele não gostou nada desse 'aviso'. "Vamos falar agora, eu sou ansioso, você sabe...", disse House.

"House, agora não".

Por sorte Rachel estava distraída "alimentando" Fredo que estava na cadeira ao lado dela e não percebeu o stress entre os adultos.


"Desembucha, mulher". House disse para Cuddy tão logo ela colocou Rachel na cama.

Cuddy se aproximou do sofá onde ele estava, sentou-se ao lado dele e começou. "Em primeiro lugar, eu gostei da forma como você se referiu a essa casa, como 'sua casa'".

House não se lembrava de ter usado esse pronome possessivo e ficou pensativo.

"Não quero te pressionar, mas acho que já é tempo de você vir definitivamente morar conosco. Gosto de você aqui, não consigo dormir bem nas noites em que você não está em casa, Rachel gosta de você aqui".

House olhou sério para ela, pensativo, uma coisa era estar lá, outra era oficialmente morar lá, levar todas as coisas que faltavam e não ter um lugar para fugir.

"Eu... eu não sou um material para marido, pai, ou o que quer que seja..."

"Ninguém está te pedindo isso, Rachel te vê como uma figura paterna pois você é o homem na vida dela, isso é natural. Você é o homem na minha vida e quero você comigo, isso é errado? Você já mora aqui conosco, só falta mudar seu piano, suas correspondências..."

"Eu sei, mas..." House calou.

"Fala comigo House, diga o que você pensa. Temos que ser honestos um com o outro".

"E se eu precisar de um tempo? E se eu precisar fugir? Você sabe que eu sou assim... eu sou estranho... não gosto de me sentir em uma gaiola"

"Você não é estranho, você precisa do seu tempo as vezes, só isso. Acho que podemos pensar em alguma coisa".

"Não tem espaço para minhas coisas aqui. Não tem espaço para meu ego aqui".

"Você vive aqui há mais de um ano e nunca senti que isso reprimia seu ego, pelo contrário. Mas tudo bem, vamos falar disso mais pra frente. Por enquanto só terá que aceitar que minha família virá amanhã para jantar na nossa casa".

House não disse nada. Cuddy entendeu e deixou ele com a companhia da televisão para que pudesse ter o tempo que precisava. Mas antes chegou perto de House, colocou uma mão em seu rosto acariciando sua barba, a outra mão em sua nuca, se aproximou bem devagar e tocou seus lábios nos dele iniciando um beijo lento. House respondeu abrindo mais sua boca e permitindo que suas línguas se acariciassem lentamente, em uma dança amorosa. Naquele beijo Cuddy pretendia mostrar para House o quanto ela o desejava ali, o quanto ela o amava. Após o beijo, Cuddy se levantou sorrindo segurando a mão de House, a soltou lentamente enquanto se dirigia para o quarto.

Quando Cuddy deitou na cama sem a presença dele a seu lado, Cuddy ficou com medo. Medo de pressioná-lo e afastá-lo, medo de que ele desistisse do que tinham, medo de que a felicidade que sentia a seu lado se esvaísse como um sopro gelado que afasta o verão acalorado. Ela não conseguia dormir, desligar sua mente, se segurou várias vezes para não voltar a sala e implorar para House ficar com ela, repetir que o amava e precisava dele em sua vida. Mas ela lembrou do presente que ganhou, aquela pulseira que representava a família deles, isso trouxe paz para seu coração e ela adormeceu.


Quando House foi se deitar Cuddy já estava dormindo. Ele tirou sua roupa e ficou apenas de boxer preta, caso Rachel entrasse. Ele se aproximou de Cuddy, que estava em seu pijama azul e branco de seda curto, envolveu seus braços ao redor dela sentindo os lençóis macios e perfumados, e assim ficou, sonolento e pensativo inalando o cheiro do creme hidratante de Cuddy que ele gostava tanto. Naquele momento ele pensou 'se eu abrir mão dessa vida, eu sou um idiota!'.


Cuddy ficou ansiosa com os pensamentos de House durante todo o dia, mas tentou não demonstrar. Ela teve uma outra crise de enjoo e fraqueza e decidiu passar por uma consulta breve com sua amiga e colega Fran para realizar exame de urina e sangue, afinal, uma bateria de exames não faria mal a ninguém, no mais, já era tempo de tratar aquela Escherichia coli.

A noite logo chegou e ela correu para os preparativos do jantar.

"House, coloque uma camisa menos amassada".

"Por quê? Eu vou ser quem sou, não é porque são seus familiares que fingirei ser uma pessoa diferente".

Cuddy bufou. "Não quer dizer que você é uma pessoa diferente, mas sim uma pessoa asseada".

"Quer dizer que agora você vai pedir pra eu ir à um salão depilar minhas bolas também?"

"Você fala do Wilson mas você apara seus pelos pubianos sim, graças a Deus!"

"Falou certo: aparo! E eu mesmo faço isso com minhas mãos e minha própria máquina para remover pelos, não vou no salão de depilação. Muito diferente."

A campainha tocou.

"House, vai lá pegar Rachel, rápido".

"Calma, parece que você está prestes a receber a rainha da Inglaterra, quanto exagero".

"Cala a boca House". Cuddy se olhou no vidro do armário ajustando seu vestido, respirou fundo e foi abrir a porta.

"Lisa, como você está magra". Arlene entrou dizendo.

"Agradável desde o princípio". Resmungou House para Cuddy.

"Mãe, Julia, John, que bom tê-los aqui".

"Pelo menos você pensa assim porque tenho certeza que Greg não pensa dessa maneira".

House virou os olhos, "Vossa Majestade, a rainha do reino das Cuddies, seja bem-vinda ao nosso humilde lar".

'Nosso', Cuddy olhou para ele e percebeu que ele usou o pronome propositadamente, sorriu com a indicação que essa frase ofereceu. Será que ele estava mesmo cogitando a mudança oficial para a casa dela, quer dizer, a casa deles?

Arlene bufou enquanto John ria baixo e seguiram para a sala de jantar.

"Que pulseira é essa?" Arlene perguntou.

"Presente de House", Cuddy disse corando.

"Esses são vocês três?" Perguntou Julia.

"Sim, representa nós três". Cuddy falou sorrindo.

"Então vocês nunca vão se casar mesmo? Viverão na formicação eterna e agora tem uma pulseira para atestar isso? Ao invés de casamento, depravação. Ao invés de aliança, pulseira". Arlene provocou durante o jantar.

"Mãe, por favor, vamos jantar em paz". Julia reclamou.

"Julia, você faria o mesmo se fosse com sua filha. Esse boi toma o leite de graça sem comprar a vaca, quando ele decidir trocar de vaca basta ir até outro pasto e escolher."

"Mãe" Julia e Cuddy repreenderam Arlene ao mesmo tempo.

"Olha senhora Arlene, majestade suprema e dominadora de todo o mal que assola a humanidade dos gados, eu gosto muito dessa vaca para pensar em trocar. Ela me dá muito leite de primeira". Cuddy deu uma cotovelada em House. "E tem mais, Vossa Majestade", continuou House, "mesmo casado John pode resolver mudar de vaca, ou pior, pode ir só passear em outro pasto e depois voltar. Além disso, conheço outras senhoras que fornicam com latinos casados..." Cuddy interrompeu House com um soco em seu estomago por baixo da mesa.

John percebeu que o assunto virou para seu lado e tentou falar algo mas o medo de Arlene era maior e não saiu uma única palavra, só o olhar de pânico.

"John não passeia em outro pasto, House". Julia falou irritada.

"Como você sabe? Como é a vida sexual de vocês?" House questionou.

Cuddy olhou muito irritada para House pois ela havia comentado com ele sobre o marasmo e a entediante vida sexual de sua irmã.

Julia sem graça levantou-se da mesa e foi ao banheiro, John olhou para House com indignação e vergonha, Cuddy estava chocada e sem palavras, Arlene olhava desconfiada para ambos os genros e Rachel brincava com a comida aparentemente aleatória a tudo.

Cuddy levantou-se e foi atrás de Julia no banheiro, a encontrou chorando.

"Lisa, ele deve ter outra." Julia disse.

"Julia, House é um idiota as vezes, ele não quis dizer nada com isso, só usou um péssimo exemplo para provar um ponto sem se preocupar com as pessoas..."

"Não Lisa, ele está certo. John não me procura há meses, ele é um homem, como isso é possível? Ele deve ter outra".

Cuddy não sabia o que dizer, só queria matar House nesse momento.


House estava tirando a mesa depois de toda a confusão e John chegou perto dele. "Por que você falou isso? Você me colocou em uma situação difícil aqui".

"Desculpe cara, não foi a intenção. Eu só queria usar o exemplo para enriquecer minha argumentação".

"Preciso falar com você em particular", disse John baixo e vigilante.

House começou a se arrepender amargamente do que havia dito, por isso ele nunca gostou de eventos em família.


Arlene levou Rachel para a sala contrariada, pois sua vontade era seguir House e John e esganar ambos.

"Vovó, mamãe é uma vaca?"

"Onde você ouviu isso?", perguntou Arlene.

"Você que disse que mamãe era uma vaca no pasto e que House ia tirar leite dela".

Arlene ficou bastante ocupada na sala tentando reverter a crise com Rachel.


Enquanto isso fora da casa...

"Então, não sei como te falar isso..." Começou John.

"Comece formando silabas". Falou sarcasticamente House.

"Isso pode não ser sério pra você, mas é pra mim. Vejo como você enfrenta Arlene, eu não posso, nunca pude...".

"Ok, você realmente tem um caso?"

"Não, nunca".

House olhou desconfiado com olhos de 'Então qual o problema?'

"Eu não posso ter um caso, ou mesmo ter qualquer coisa com minha mulher por...que..."

"Por...que...", House continuou.

"Olha, só estou falando com você porque você é um médico, e... um homem, mas não fale disso com ninguém, principalmente com Lisa, por favor".

"Por... que...", continuou House.

"Porque meu passarinho não quer sair para brincar. Pronto! É isso".

"Ok, deixa eu ver se entendi", House começou segurando uma risada. "Você chama seu pênis de passarinho?"

"O que tem de errado nisso? Chamo assim desde que era criança".

"Se eu chamasse meu pênis de passarinho com certeza ele não sairia nunca com vergonha", House falou rindo.

John ficou mais corado do que já estava. "Isso é sério cara, não consigo resolver de nenhuma maneira".

"Você já tentou... uh... Homens?"