Olá queridos leitores, como estão? Sei que sou um pouco errática para atualizar a história, mas minha inspiração vem de repente e tenho que aproveitar. O capítulo de hoje é longo, mas não tanto como o anterior. Finalmente, voltamos aos nossos personagens principais e sua fuga. Ao final, cena M, então, esteja avisado. Gostaria muito de saber o que estão achando, suas críticas e observações tornam meu dia de escritora mais feliz! Divirtam-se!
VIII
A sexta-feira mal tinha iniciado; na verdade, para Patrick, a transição de quinta para sexta passou em brancas nuvens, pois ele não conseguiu dormir tamanha era sua ansiedade. Naquela madrugada fria de sexta-feira outonal, ele e Angela iriam fugir do Parque de Diversões, da vida do circo, e à frente deles só tinham a incerteza de uma nova vida. Isso era opressor, mas estimulante. Patrick nunca sentiu tanta euforia antes. Agora, ele iria andar com as próprias pernas, fazer a si mesmo. Quem sabe até conseguir finalmente terminar os estudos e ter uma profissão que não fosse enganador? Essa pequena esperança crescia dentro dele como o aparecimento da primeira estrela do entardecer. E Angela? Sua Angela. A garota mais bonita, sexy, gentil e inteligente que ele já conheceu. Uma mulher que olhava para ele com ternura e carinho, mesmo sabendo o que ele fazia para ganhar a vida. Seu sorriso era cheio de amor e compreensão, seu abraço era aconchegante e tranquilizador. E quando eles faziam sexo, ou melhor, faziam amor, ele conseguia permitir-se tirar toda e qualquer máscara e mostrava-se a ela por inteiro, sem medo, sem impedimento.
Ele não havia se dado conta de como Angela tornou-se parte essencial de sua vida; como ela o havia influenciado e estimulado para sair da vida de falso vidente, deixar de ser uma atração do circo, do parque e tornar-se um novo homem. Ela não se importava porque ele não havia terminado os estudos, que o pai dele era um cretino e que a vida toda, Patrick havia sido usado como fonte de dinheiro fácil. Como ele se ressentia de tudo isso, como dentro dele crescia uma amargura, um sentimento de desprezo pelo pai e por ele, uma sensação de incapacidade. Com ela ao lado dele, ele poderia sonhar deixar essa vida errante para trás.
Totalmente absorto em seus pensamentos, Patrick passou a noite em claro, completamente sem sono; ele ouviu quando seu pai chegou bêbado de mais uma noite de jogo, no qual havia perdido todo o dinheiro deles para o mês. Ele suspirou um tanto vingativo, imaginando que essa seria a última vez que sentiria a apreensão de mais um mês sem dinheiro, catando moedinhas aqui e ali. Os roncos altos do seu pai não ajudaram a pegar no sono, e por fim, desistindo, Patrick levantou-se, cuidadosamente pegou sua pequena bolsa de viagem, silenciosamente deixou o trailer e com alguma sorte, aquela vida para trás. Ele sentiu uma ponta de tristeza pela mãe com a qual pouco conviveu, quase como uma saudade. Suspirando profundamente, mas decidido, caminhou firme em direção ao ponto que havia combinado com Angela de se encontrarem.
Com uma pontinha de ansiedade e medo, ele fez seu caminho até o ponto externo do parque de estacionamento dos trailers; e se ela houvesse desistido? Bom, ele iria embora de qualquer modo, porque estava cansado da vida que levava. Com alívio ele vislumbrou a figura dela parada próximo a uma árvore, com sua mala ao lado. Ela sorriu largamente quando o viu e correu para seus braços, dando-lhe um longo beijo. Exultante, ela pegou na mão dele, e confiantes, caminharam para longe do Parque e da vida circense.
Ao chegarem na rodoviária, o ônibus deles já estava no local esperando pelos passageiros. Contentes, sorriram um para o outro, entregaram as passagens ao motorista que meramente conferiu os dados, indicando onde poderiam deixar suas malas. A vantagem da viagem de ônibus é que os motoristas pouco se importavam se os passageiros tinham idade ou não para viajarem, desde que tivessem as passagens. Eles entraram no ônibus entusiasmados com a aventura que se desenhava adiante. Agora, tudo que sabiam era que poderiam construir uma nova vida juntos e isso bastava.
A longa viagem da cidade de onde estavam para Reno (destino que decidiram depois de uma longa discussão de oportunidades) foi de certa maneira tranquila e passou sem novidades. Quando chegaram à rodoviária de Reno, o primeiro choque de realidade: para onde iriam? De repente, eles deram-se conta que haviam pensado em tudo, menos onde ficariam. Angela olhou para ele preocupada, mas Patrick deu de ombros, lendo sua inquietação no rosto:
'' – Não se preocupe. Poderemos ficar em um hotel enquanto não acharmos um apartamento.''
'' – Mas Pat, nosso dinheiro está contado e não temos emprego ainda...''
'' – Daremos um jeito.''
E segurando a mão dela com firmeza para dar-lhe a confiança que ele mesmo não sentia, saíram da rodoviária. Caminharam a esmo pela periferia da cidade, procurando ao mesmo tempo um hotel e placas de emprego. Passando em frente a uma lanchonete, viram um anúncio '' Precisa-se de garçonete''. Ele sorriu para ela com otimismo. Seria um sinal? Apesar dele não nutrir nenhum tipo de apego a assuntos religiosos ou alguma crença espiritual, ele decidiu agir assim para dar a ela mais segurança.
Eles entraram e, enquanto ele procurou uma mesa, ela dirigiu-se ao balcão para perguntar sobre a vaga. A balconista gritou para um tal de Steve, que saiu da cozinha gingando muito e limpando suas mãos engorduradas no avental, que aparentava que há muito tempo não havia sido lavado. Os olhos de Steve pousaram de uma forma predatória sobre Angela; ela era, acima de tudo, uma mulher bonita com seus longos cabelos longos encaracolados e seus olhos cor de mel. Sorrindo afetado às perguntas de Angela, Patrick logo percebeu que o emprego era dela, porém, a atitude de Steve mostrou a ele que teria que alertar Angela sobre as intenções ocultas daquele homem grande e desagradável.
Exultante, ela voltou para a mesa:
'' – Pat, você não vai acreditar! Consegui o emprego! Eu achei que passaríamos fome antes de encontrar alguma coisa para fazer, mas olha só a sorte que tivemos. Bem que você disse que tudo daria certo!'' – e brilhando de felicidade, ela abaixou-se para beijar amorosamente seus lábios. De canto de olho, Patrick percebeu que Steve bufou a contragosto com a cena que desenrolou diante dele e retirou-se para cozinha esfumaçada. Bom, pelo menos aquele gorducho sabia que aquela mulher tinha dono.
Angela tomou um rápido café com torradas e animada, beijou-o na boca e seguiu radiante para os fundos da lanchonete, onde outra garçonete iria indicar o alojamento dos empregos e dar-lhe uma visão geral de como atender aos clientes. Steve disse-lhe que a vaga era para o período vespertino/noturno e seu turno terminaria às nove da noite. Ela estava empolgada em começar logo e queria demonstrar que estava pronta para assumir essa responsabilidade. Patrick permaneceu sentado à mesa, olhando para fora, perdido em pensamentos. Com Angela trabalhando, era a vez dele de procurar algum emprego. Um habitual calafrio de insegurança percorreu seu corpo. Sem sabe muito bem onde começar a procurar, já que ele acreditava que provavelmente não iria tropeçar em uma vaga de emprego assim como Angela, ele buscava em sua cabeça ofícios que ele poderia fazer. Suspirando desanimado, constatou que não sabia nada de nada.
'' – Pat, eu vou começar hoje à tarde e ficarei até às nove da noite, quando a lanchonete fechar.'' – Angela tinha voltado de sua excursão para conhecer seu novo local de trabalho. '' Temos tempo de procurar um local para ficar. A Suzy disse que aqui perto tem um prédio com apartamentos para alugar. Podíamos ir até lá dar uma olhada, o que acha?''
'' – Maravilhoso Angie!'' – ele disfarçou seu abatimento com um sorriso largo.
'' - Pat, o que houve?'' – ela sentou ao lado dele, pegando suas mãos. Ele deveria saber: Angela podia lê-lo como um livro e as máscaras que ele usava cuidadosamente para esconder seus sentimentos das outras pessoas não funcionavam com ela. Angela o conhecia muito bem.
'' – Eu só estou um pouco aborrecido de que não terei a mesma sorte do que você para encontrar emprego.'' – ele confessou, desistindo de tentar mentir para ela.
'' – Calma, tenho certeza de que encontraremos algo para você fazer e logo. Agora vamos, levanta dessa cadeira. Temos um apartamento para ver.''
Rendendo-se à animação dela, Patrick recolheu as coisas dos dois e juntos, foram conferir o apartamento indicado pela, agora, colega de trabalho de Angela. O pequeno prédio de apartamentos ficava a algumas quadras da lanchonete, o que era um ponto muito positivo, já que economizariam despesas de transporte. A senhoria era uma mulher que havia alcançado seus cinquenta anos pelo menos e pelo que Patrick pode perceber, era uma boa pessoa. Anne, como ela se apresentou ao jovem casal, demonstrou muita alegria ao mostrar o minúsculo apartamento para eles: era um imóvel realmente pequeno, com uma cozinha mínima, conjugada com a sala, um quarto onde cabia com muito esforço, uma cama de casal simples e um armário que já vira melhores dias em sua vida e um banheiro modesto, mas com água quente à vontade, como Anne reforçou com um entusiasmo.
Bom, não era exatamente o que Patrick queria proporcionar à Angela, mas era um começo. Anne simpatizou tanto com o casal, que resolveu alugar-lhes o imóvel pela metade do preço até que Patrick encontrasse um emprego. À vista desta proposta irrecusável e com as condições financeira em que se encontravam, Patrick e Angela aceitaram com alegria, agradecendo muito à doce Anne por sua compreensão e ajuda.
Extremamente feliz, Angela começou a desempacotar os poucos pertences que haviam trazido. Muito animada, ela limpou o interior do armário para acomodar as roupas deles, conjurou do nada roupa de cama (Patrick ficou impressionado de como ela havia pensado em tudo) e criticamente, ela estava fazendo uma pequena lista dos utensílios de cozinha que precisariam comprar.
'' – Acho que por enquanto, podemos comer na lanchonete. Tudo bem para você?''
'' – Claro, tudo bem.''
'' – Pat, amor, anime-se. Tenho certeza que logo você encontrará algo para fazer.'' Ela aproximou-se dele, que estava sentado cabisbaixo na cama. Estranhamente, ele sentia-se um pouco deslocado em imaginar que dormiriam juntos ali. Angela, por sua vez, conhecendo o namorado, sabia que ele estava hesitando e sentia-se desconfortável com a situação deles.
'' – Sabíamos que iria ser difícil no começo.'' Ela disse enquanto fazia carinho em seus cabelos e beijava preguiçosamente seu pescoço. '' – Mas o fato de termos encontrado um emprego logo de cara é um sinal muito bom, não acha?''
'' – Você encontrou emprego, Angie, você.'' Ele conseguiu responder quando ela começou a beijá-lo no pescoço com a boca aberta, ao mesmo tempo que acariciava seu membro, que apesar de todas as circunstâncias, enrijeceu ao toque dela.
'' – Angela...pare com isso...você tem que trabalhar logo mais...'' Ele gemeu enquanto ela beijava suavemente seu rosto, lambendo-o no processo.
'' – Tenho certeza de que temos alguns minutos. E que de outra maneira iríamos inaugurar nossa nova casa, hein''. Ela perguntou maliciosamente, enquanto suas mãos ágeis levantavam a camiseta dele.
Jogando para o alto todas as incertezas que assolavam sua mente, Patrick agarrou Angela pela cintura e com paixão, respondeu aos carinhos dela. Logo, ambos estavam sem suas roupas e Patrick perdia-se no meio dos seios de sua amada Angela, arrancando-lhe gemidos de prazer. Quando ele chegou ao núcleo dela, depositou longos beijos e com a língua, demonstrou a ela todo seu amor. Ele segurava as nádegas dela com amor, apertando seus dedos em sua carne macia, deliciando-se como ela remexia loucamente em sua boca, chegando a um orgasmo avassalador. Contente, ele levantou da cama, ouvindo um pequeno gemido de desalento pela perda de contato. Rapidamente, ele sacou de sua carteira um envelope de camisinha, vestiu-a rapidamente e louco de paixão, preencheu Angela com ímpeto, ao que ela respondeu com um grito de prazer. Ela levantou imediatamente suas pernas, para que ele pudesse ir mais fundo em suas estocadas, remexendo-se embaixo dele em sincronia com suas estocadas. Logo, os movimentos deles tornaram-se mais intensos e quando ela gemeu e agarrou suas costas, derretendo-se de prazer, ele aprofundou seus movimentos e urrando baixinho o nome dela, gozou com loucura.
Demorou uns instantes até que ele pudesse recuperar suas forças para sair de cima e de dentro dela. Respirando profundamente, ele deitou-se de costas e logo ela deitou-se no seu peito, dando-lhe suaves beijos em seu corpo.
'' – Viu como é mais gostoso curtir a situação ao invés de se preocupar tanto.'' Ela disse entre sorrisos, com um toque de malícia.
'' – Sinceramente, não sei o que eu vou fazer com você, Angie.'' Ele respondeu alegremente, de olhos ainda fechados. '' Eu te amo.'' Ele disse a ela muito sério, abrindo os olhos para encarar seu rosto.
'' – Também te amo''. Ela respondeu com uma expressão de pura felicidade estampada no rosto. '' E nós dois juntos, conseguiremos tudo que merecemos, você verá.''
Eles trocaram um longo e apaixonado beijo, que foi quebrado por ela, que saiu da cama e no caminho, tirou a camisinha dele, já que ele claramente estava lerdo demais. Brincando, ela bicou um beijo em seu membro, fazendo-o estremecer.
'' – Angela!'' Ele protestou, ao passo que ela simplesmente sorriu:
'' – Você precisa tomar banho, preguiçoso.'' Ela disse sumindo para o banheiro.
Ele ainda permaneceu um tempo deitado, olhando para o teto e intimamente mais animado com a perspectiva de uma nova vida com a melhor do mundo. Ele era um cara muito sortudo ao final das contas.
