"Queridos Mário e Luigi, por favor venham ao castelo. Assei um bolo para nós. Atenciosamente, Princesa Peach Toadstool".
Com esse convite, os irmãos Mário se dirigiram, alegres, ao Castelo dos Cogumelos para comer a guloseima. Afinal, a princesa cozinhava muito bem. No caminho, encontraram Wário e o convidaram para ir também. Porém, antes de chegarem, Toad, o assistente da princesa, veio correndo ao encontro dos Mários e Wário, desesperado.
—Mário! Luigi! Socorro! A princesa... capturada... Bowser...—exclamou Toad, aflito e atrapalhado, sem saber por onde começar.
—Não precisa dizer mais nada—falou o encanador vermelho. —Vamos, mano! Vai nos ajudar, Wário?
—Quanto eu ganho com isso?—perguntou, ganancioso.
—Não sei, não tenho dinheiro para te pagar. Vamos, Luigi!
"Vou com esses manés", pensou Wário, maldoso. "Posso extorquir a princesa depois de resgatá-la, hehe".
—Bowser roubou as estrelas que dão vida ao Castelo dos Cogumelos e distribui-as aos seus servos nas pinturas do castelo!—reportou Toad.
—Nas o que?!—perguntou Luigi, sem entender.
—Nos quadros do castelo! Bowser usou as estrelas para criar mundos nos quadros!
—Quando isso aconteceu?—questionou Mário.
—Há três dias.
—Então, esse convite que recebemos da princesa é falso?
—Que convite?—inquiriu o assistente, erguendo as sobrancelhas. O encanador vermelho mostrou a ele a carta que recebera convidando a ele e ao irmão para comerem bolo. Depois de analisá-la, Toad concluiu:
—Sim, é falsa. Falsificaram a caligrafia da princesa. Não tem como ela ter enviado isso. Bowser está mantendo-a sob vigilância pessoal.
—Toad, vá para um lugar seguro—pediu Mário. —Se algo acontecer conosco, você sabe quem chamar.
Três dias se passaram desde que Mário, Luigi e Wário entraram no Castelo dos Cogumelos para resgatar a princesa e não voltaram. Temeroso, Toad foi a casa dos encanadores para dar um telefonema.
—Alô?—atendeu uma voz grave.
—Zero! Sou eu, Toad!—identificou-se. —A princesa foi capturada por Bowser! Mário e Luigi tentaram resgatá-la, mas não voltaram! Estou muito preocupado!
—Vou avisar os demais e vamos aí ajudar nossa mana!
—Estou na casa dos Mários! Venham para cá!
Uma hora depois, Zero, acompanhado de Link e Alucard, chegaram na casa dos encanadores, aflitos. O ajudante recebeu-os e explicou ao trio o que Bowser havia feito.
—Vamos recuperar as estrelas que o Koopa roubou, deixa com a gente—assegurou Link.
—Deve ter acontecido algo com Mário e Luigi. Provavelmente caíram em alguma armadilha e foram capturados—raciocinou Zero. —Vamos.
Como haviam muitas pinturas para recuperar estrelas, o trio decidiu dividir-se para agilizar a tarefa. No quadro de um campo de batalha, Link venceu o Grande Bob-omb e conseguiu a informação que queria: Mário e Luigi (e Wário) foram capturados e estão sob custódia de subordinados fortes do Rei Koopa, dentro de pinturas. O hyliano contou isso ao caçador e ao vampiro e decidiram procurar pelos reféns enquanto pegavam as estrelas de volta.
Em uma das salas do primeiro andar, Link encontrou um quadro do Mário e entrou, indo parar em um caminho com plataformas de madeira e gás venenoso e roxo abaixo delas. Prosseguiu com cuidado, cortando os Goombas que atrapalhavam, subiu por um pé de feijão e chegou a um buraco em um tronco grosso. Desceu.
Ao pousar, encontrou um Goomba bem maior do que os demais, com bigode e sobrancelhas grisalhas e usando uma coroa.
—Hahaha! Eu sou Goomboss, o grande Goomba—apresentou-se. —E você, quem é, pequeno?
—Sou Link. Onde está o Mário?
Mas o Goomba gigante não precisou responder. Bastou Link olhar para o meio do lugar e lá estava o encanador: estirado e, aparentemente, bastante ferido, em uma plataforma circular, com gás venenoso ao redor.
—Aquele cérebro de ralo sempre pisou em nós, mas agora o jogo virou! Eu o amassei e é melhor você ir embora se não quiser ser amassado também!—ameaçou o Goomboss.
—Vamos ver quem vai amassar quem—retrucou o herói, provocando a raiva do inimigo e preparando-se para o combate. De trás do Goomba gigante, saíram quatro pequenos que atacaram Link, mas um ataque giratório derrotou-os. O hyliano avançou no chefe e desferiu alguns cortes que fizeram o adversário recuar. Zangado, Goomboss começou a aumentar de tamanho e conjurou mais Goombas, seis dessa vez. Estes avançaram em Link rapidamente, mas foram derrotados. Nisso, ele leva uma pancada do chefe. O herói defendeu-se em tempo, mas foi jogado para trás por causa do impacto.
Desengonçado, Goomboss vinha novamente para mais um golpe. Link pulou para o lado, rolou e acertou um corte pelas costas do inimigo, o que o deixou ainda mais frustrado. O chefe aumentou mais ainda de tamanho, mas isso não intimidou o hyliano: pela pancada que recebera, percebeu que o rei não era tão forte.
—Já chega—concluiu Link, sacando o Cajado de Fogo e de Gelo. O herói disparou uma rajada de cada e destruiu o rei Goomba. Saltou até a plataforma onde Mário estava e viu suas condições: desmaiado, com vários hematomas, nariz quebrado e sangrando um pouco. Com cuidado, Link carregou o amigo e o tirou dali.
—Alucard! Alucard!—chamava Link, ao voltar para o salão de entrada do Castelo dos Cogumelos. O dampiro saiu de uma das portas e foi atender o hyliano, que pediu para o irmão usar seus poderes curativos no encanador.
—Descobri onde Luigi está—revelou Alucard, enquanto curava Mário. —Em uma mansão mal assombrada, no quintal do castelo.
—Como?
—Um dos minions do Bowser me falou que há um fantasma guardando uma gaiola com um casarão assombrado dentro.
—E como vamos entrar?
—Deixe a mansão comigo, lugares assim são minha especialidade. Vá em frente.
—Está bem—concordou Link. Ambos deixaram Mário descansando encostado em uma parede e seguiram caminhos diferentes.
Alucard chegou ao quintal do castelo e o lugar estava cheio de fantasmas. O vampiro consumiu todos até achar a gaiola com a mansão. Ao se aproximar, foi sugado para dentro.
O lugar parecia ser um mundo a parte, pois Alucard não via mais o quintal, apenas escuridão. Havia um céu noturno com lua cheia, nuvens negras e uma mansão de dois andares. O vampiro entrou e explorou o lugar até pegar todas as estrelas. No segundo andar, encontrou um quadro do Luigi. Entrou.
Pousara em uma sala redonda, com piso giratório e contendo quatro saídas. Transformou-se em lobo e farejou o ar na esperança de encontrar um rastro do encanador. Achou e foi pela direita, depois esquerda e direita de novo. Transformou-se em morcego e subiu, achando um buraco ao final de um tapete vermelho. Desceu.
O vampiro aterrissou em uma sala retangular, com um tapete grande e verde e um espelho ocupando toda a parede defronte a ele. Viu Luigi no chão, recostado ao espelho e foi até ele. Estava muito pálido, frio e com os olhos abertos e fixos, porém não notava Alucard ali, nem se mexia.
—!... Você tirou a alma dele?—o dampiro interrogou a alguém próximo. Atrás, surgiu um fantasma grande, usando uma coroa e com uma bola de fogo numa das mãos.
—Hahahaha! Sim, fui eu, o Grande Boo. Vou pegar sua alma também e te transformar em um de nós!
—Acho que não—refutou Alucard, que usou supervelocidade para tomar a alma do Luigi.
"Que rápido!", pensou o Grande Boo, incrédulo. O vampiro começou a consumir o fantasma, que tentou escapar, mas em vão: foi sugado para dentro do corpo do adversário e virou energia para ele. Restou apenas a coroa no chão. Alucard devolveu a alma para o corpo do encanador que, pouco a pouco, foi enrubescendo e recuperando os sentidos.
—Alucard!—Luigi falou. —Eu... eu... me descuidei... o fantasma... ele...
—Foi derrotado—disse o vampiro, calmo. —Vamos sair daqui.
O vampiro e o encanador voltaram para o salão principal. Mário ainda cochilava recostado na parede, porém, parecia bem melhor. Cambaleando, Luigi foi até o irmão e sentou-se ao lado dele. Alucard explicou ao Luigi o que havia acontecido a ele e pediu-lhe que cuidasse dele até acordar. Que Link, Zero e ele estavam recuperando as estrelas que Bowser roubou.
—Estamos tão preocupados com a princesa quanto vocês—garantiu. —Nos espalhamos pelo castelo para acelerar a tarefa.
—Wário também veio conosco—disse o encanador.
—Será resgatado quando o encontrarmos. Viu quem o capturou?
—... Foi um monstro de gelo gigante. Era azul, com um bigodão e um chifre. É tudo o que sei.
—É suficiente. Vou continuar coletando as estrelas. Até logo!
—Boa sorte, Alucard!—Luigi desejou.
Ao reunir-se com os irmãos no andar inferior do castelo, o dampiro contou a eles sobre o monstro que mantia Wário refém. Porém, não o acharam ali. Exploraram deserto, lago, lava e caverna, mas nada. Somente quando alcançaram o segundo andar foi que Zero achou um quadro com o sovina pintado, dentro de uma sala com uma parede ocupada por um espelho. Entrou na pintura.
O ambiente era gelado, do jeito que Zero gostava. Começara a pegar afeição por lugares frios. O caçador desceu por um escorregador e, com ajuda do vento, alcançou o resto do caminho, composto por blocos e colunas. Foi adiante, cortando alguns inimigos que o empatavam e tendo cuidado para não escorregar e cair. Depois de escalar alguns blocos de gelo, encontrou uma cratera no chão e desceu.
Ao aterrissar, viu a criatura descrita por Luigi: um monstro azul e redondo, com bigode grisalho e um chifre. Pateava o chão como um touro.
—Ei!—exclamou o monstro. —Quem é você?
—Pff... Meu nome é Zero. Vim resgatar o gorducho que está com você—disse o reploid, em tom despreocupado.
—Hahahaha! Ele está congelado em algum lugar desse lago—revelou a criatura, rindo. —Meu nome é Chefe Chilly, rei do frio. Mas por que veio em busca dele? Não parece alguém importante, pelo seu tom.
—É, não é tanto assim. Minha preocupação mesmo é com a princesa. Tenho pressa, então...
Zero acelerou e desferiu um golpe que quase cortou Chilly em dois. Foi profundo, mas o rei resistiu. Este saltou alto e foi derrubando pedaços da arena a cada aterrisagem, pelos lados. Ao terminar, o chefe correu para golpear o reploid novamente, mas ele, com a espada em chamas, atravessou o inimigo com um corte vertical. Chefe Chilly começou a derreter enquanto convulsava no chão. Zero percorreu as extremidades do lugar, olhando para o lago e procurando Wário. Achou-o flutuando, congelado. Mergulhou para resgatá-lo.
Quando voltaram, Zero descobriu, por Link, que os Mários, agora recuperados, foram enfrentar Bowser para salvar a regente. O herói pediu ao caçador que ajudasse o vampiro e ele a coletarem as estrelas que faltavam, no terceiro andar. Wário correu o mais rápido que pôde para alcançar Mário e Luigi e tentar ter uma pequena parte no resgate.
Uma hora depois, os encanadores e o explorador haviam derrotado o Rei Koopa e estavam de volta à entrada do Castelo dos Cogumelos, com a estrela grande que haviam conseguido flutuando na altura do vitral da princesa. O objeto começou a descer, devagar, e sumir, mostrando uma mulher bonita, com vestido cor de rosa e cabelos loiros. Peach abriu os olhos e viu os Mários, de chapéu na mão, em cortesia, e Wário, afastado, com o dedo no nariz.
—Ugh!—foi a primeira reação dela, fazendo careta. —Mário, Luigi, foram vocês de novo?
—Sim—responderam ambos.
—Mas tivemos ajuda—admitiu Mário. —Dos seus manos.
—Ei! Eu também ajudei!—Wário protestou.
—Link, Zero e Alucard estão aqui? Onde?—perguntou Peach, arregalando os olhos, ignorando o explorador.
—Pegando as estrelas que faltam—Luigi respondeu. —Devem estar perto de terminar agora.
—Vou vê-los—falou a monarca, virando-se para entrar em casa. Peach percorreu o lugar chamando pelo trio e encontrou-os no último andar, Link e Alucard saindo de passagens secretas nas paredes e Zero saindo de um relógio de parede gigante. Ao verem a irmã, sorriram de alegria e alívio por ela estar salva e foram ao encontro dela. Peach deu um abraço apertado e um beijo na bochecha de cada um.
—Muito obrigada!—Peach disse, aos três.
—Bem vinda de volta, mana!—Link desejou.
—Foi Toad quem me avisou que você foi capturada—revelou Zero. —Contei aos dois e viemos o mais rápido que pudemos.
—Recuperamos as estrelas. Veja.
O hyliano, o reploid e o vampiro liberaram as estrelas que haviam coletado e o poder delas energizou o castelo novamente. Os mundos que o Rei Koopa havia criado nas pinturas desapareceram e elas "fecharam", voltando a serem apenas quadros normais. Peach admirou o lugar cheio de vida novamente, os olhos radiantes de alegria.
—Descansem antes de voltarem aos seus lares, por favor—pediu a princesa. —Preciso avisar ao povo que tudo está bem outra vez.